Os meninos do golpe no dia 15: quem banca essa turma?
Março 12, 2015
“Estudantes pela Liberdade” (EPL) são financiados por corporação
petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda
ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras
Por Antonio Carlos, no Outras Palavras, via Escrevinhador
"David Koch se divertia dizendo que fazia parte “da maior companhia da
qual você nunca ouviu falar”. Um dos poderosos irmãos Koch, donos da
segunda maior empresa privada dos Estados Unidos com um ingresso anual
de 115 bilhões de dólares, eles só se tornaram conhecidos por suas
maldosas operações no cenário político do país.
Se esses poderosos personagens são desconhecidos nos Estados Unidos, o
que se dirá no Brasil? No entanto eles estão diretamente envolvidos nas
convocações para o protesto do dia 15 de março pela deposição da
presidenta Dilma.
Segundo a Folha de São Paulo o “Movimento Brasil Livre”, uma
organização virtual, é o principal grupo convocador do protesto. A
página do movimento dá os nomes de seus colunistas e coordenadores nos
Estados. Segundo o The Economist, o grupo foi “fundado no último ano para promover as respostas do livre mercado para os problemas do país”.
Entre os “colunistas” do MBL estão Luan Sperandio Teixeira, que é
acadêmico do curso de Direito Universidade Federal do Espírito Santo e
colaborador da rede Estudantes Pela Liberdade (EPL) do Espírito
Santo; Fabio Ostermann, que é coordenador do mesmo movimento no Rio
Grande do Sul, fiscal do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e
diretor executivo do Instituto Ordem Livre, co-fundador da rede
Estudantes Pela Liberdade (EPL), tendo sido o primeiro presidente de seu
Conselho Consultivo, e atualmente, Diretor de Relações Institucionais
do Instituto Liberal (IL).
Outros participantes são Rafael Bolsoni do Partido Novo e do
EPL; Juliano Torres que se define como empreendedor intelectual, do
Partido Novo, do Partido Libertários, e do EPL.
Segundo o perfil de Torres no Linkedin, sua formação acadêmica foi no
Atlas Leadership Academy. Outro integrante com essa formação é Fábio
Osterman, que participou também do Koch Summer Fellow no Institute for
Humane Studies.
A Oscip Estudantes pela Liberdade é a filial brasileira do Students
for Liberty, uma organização financiada pelos irmãos Koch para convencer
o mundo estudantil da justeza de suas gananciosas propostas. O
presidente do Conselho Executivo é Rafael Rota Dal Molin, que além de
ser da Universidade de Santa Maria, é oficial de material bélico (2º
tenente QMB) na guarnição local.
Outras das frentes dos irmãos Koch são a Atlas Economic Research
Foundation, que patrocina a Leadership Academy, e o Institute for Humane
Studies, às quais os integrantes do MBL estão ligados.
Entre as atividades danosas dos irmão encontra-se o roubo de 5
milhões de barris de petróleo em uma reserva indígena (que acarretou uma
multa de 25 milhões de dólares do governo americano) e outra multa de
1,5 milhões de dólares pela interferência em eleições na Califórnia. O
Greenpeace considera os irmãos opositores destacados da luta contra
as mudanças climáticas. Os Koch foram multados em 30 milhões de dólares
em 300 vazamentos de óleo.
As Koch Industries têm suas principais atividades ligadas à
exploração de óleo e gás, oleodutos, refinação e produção de produtos
químicos derivados e fertilizantes. Com esse leque de atividades não é
difícil imaginar o seu interesse no Brasil — a Petrobras é claro.
Seus apaniguados não escondem esse fato.
O MBL, que surgiu em apoio à campanha de Aécio Neves, não esconde o
que pretende com a manifestação: “O principal objetivo do movimento, no
momento, é derrubar o PT, a maior nêmesis da liberdade e da democracia
que assombra o nosso país” disseram Kim Kataguiri e Renan Santos em um
gongórico e pretensioso artigo na Folha de S.Paulo.
Eles não querem ser confundidos com PSDB, que identificam com o outro
movimento: “os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o
PSDB por trás” diz Renan Santos. “Eles vão pro protesto sem pedir
impeachment. É como fumar maconha sem tragar”.
Kataguiri não se incomoda que seja o PMDB a ascender ao poder: “O
PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário”. Mas Pedro Mercante Souto,
outro dos porta-vozes do MBL, foi candidato a deputado federal no Rio de
Janeiro pelo PSDB (com apenas 0,10% dos votos não se elegeu).
Apesar do distanciamento do PSDB a manifestação do dia 15 parece ser
apenas uma nova tentativa de 3º turno, mas como vimos ela esconde uma
grande negociata. “Business as usual”.
PS do Viomundo: Os Koch Brothers são os maiores
financiadores da extrema-direita nos Estados Unidos, Tea Party et al.
Plantaram, dentre outros think-tanks, o Cato Institute. Controlam a
maior petrolífera privada do planeta, com faturamento de U$ 100 bilhões.
Para saber mais sobre eles (em inglês) clique aqui, aqui, aqui, aqui , aqui, aqui, aqui e aqui.
O pai do clã foi um dos impulsionadores da John Birch Society, uma
sociedade anticomunista que se opôs às campanhas pelos direitos civis
nos anos 60. É famosa nos EUA a oposição deles aos sindicatos e ao
salário mínimo; isso, enquanto faturam U$ 13 milhões por dia! Para
vídeos do Democracy Now sobre or irmãos Koch, clique aqui, aqui e aqui.
Resumão: “Os irmãos Koch são o que os Estados Unidos tem de mais
próximo dos oligarcas russos. Eles juntam controle sobre a economia e
sobre o Estado, usando este último para enriquecer gerando ganhos
privados com perdas públicas. A idéia que eles tem de ‘economia de
mercado’ é comprar autoridades de governo e os bens públicos que eles
privatizam a preço de banana”. Já imaginaram estes caras botando a mão
no pré-sal?"
Fonte: Viomundo
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