Esperamos que tenham tido (e estejam tendo) um ótimo Natal.
Enquanto escrevo essas linhas, ouço o novo e ótimo CD do Santana que o Luiz Felipe me presenteou ontem. 'Thanks', friend!
E estou de olho em outro presente: uma caixa "Cacau Bar": bombons recheados com Whisky, Licor de Marula, Licor de Amêndoas, Rum e Conhaque. E para dar água na boca de vocês. Rs.
Torcendo para que o espírito cristão do Natal esteja presente em vosso lar e torcendo pelo forte vice-presidente José de Alencar e tantos outros com problemas de saúde, sigamos em frente.
O post é sobre livros.
Não fui um bom leitor neste ano de 2010.
Dos que li busquei na estante aqueles que estavam a mais tempo lá aguardando.
Ou seja, comprei poucos lançamentos.
Assim, jamais poderia se quer pensar em fazer uma lista "Top Ten" literária de 2010 aqui no blog.
Mas como já falamos dos melhores videos, discos, etc., achei que livros não deveriam ficar de fora de algum post a respeito.
O jeito foi procurar na Internet.
Achei uma lista preparada por dois críticos literários do portal UOL: Daniel Benevides e Marta Barbosa.
Como era de se esperar, dos dez comentados não li nenhum.
Mas a lista fica guardada aqui nos arquivos do Blog para futuras compras.
Os detalhes mais extensos e capas de todos os livros estão neste endereço: Lançamentos Literários de 2010.
Logo abaixo copiei e colei apenas um trecho de cada resenha.
"O mestre e Margarida", de Mikhail Bulgákov
Esse é um clássico (ed. Alfaguara, 456 pgs., R$ 59,90) que ficou soterrado por décadas sob a proibição stalinista e voltou à tona nos anos 60, revelando o grande talento satírico de Bulgákov. O diabo visita Moscou e espalha, em doses iguais, confusão e alumbramento por onde passa, escoltado por um sinistro gato em trajes e postura humanos. Inspirou a música "Simpathy for the Devil" dos Rolling Stones.
“Uma Fome”, de Leandro Sarmatz
Se é verdade que todo grande escritor começa pelos contos, pode-se esperar muito do gaúcho Leandro Sarmatz. “Uma Fome” (Record, 128 pgs., R$ 29,90), seu livro de estreia, traz narrativas tão engraçadas quanto inquietantes, algo entre Kafka e Woody Allen.
"2666", de Roberto Bolaño
Grande livro do ano (ed. Companhia das Letras, 856 pgs., R$ 56), tanto pela qualidade literária como pelo número de páginas, “2666” representa o ápice da obra do cultuado Roberto Bolaño, autor também de “Detetives Selvagens” e “Putas Assassinas”. Dividido em cinco “livros”, é centrado em Ciudad Juarez, no México, onde mulheres são assassinadas como moscas, sem que as autoridades consigam esboçar nenhuma reação.
“Deixe o Mundo Girar”, de Colum McCann
Outro grande livro (ed. Record), também polifônico, tecido com inteligência e emoção, com várias histórias se entrecruzando. Vencedor do National Book Award, principal prêmio literário nos EUA, o romance do irlandês Colum McCann, convidado da Flip nesse ano, parte da famosa travessia de um equilibrista entre as torres gêmeas para traçar um painel da Manhattan pós-11 de setembro.
“O Problema dos Desconhecidos: Um Estudo da Ética”, de Terry Eagleton
Livro raro e iluminador (Ed. Civilização Brasileira, 462 pgs., R$ 54,90), o estudo original de Eagleton, também presente na Flip no meio do ano, é uma verdadeira aula de filosofia do ponto de vista das idéias da esquerda histórica, voltadas para o bem comum. Baseado nos três registros elaborados por Lacan – Imaginário, Simbólico e Real -, Eagleton expõe e explica o pensamento de nomes como Espinosa, Kant, Schopenhauer, Freud e Badiou, entre outros, e propõe uma leitura radicalmente humanista do mundo atual.
“Caim”, de José Saramago
Este livro foi lançado no final de 2009, e foi uma das primeiras resenhas do ano publicadas no UOL. A morte do autor, em junho, apenas aumentou a expectativa em torno deste que pode facilmente figurar entre os melhores livros de Saramago. Enquanto em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", o escritor deu sua interpretação do Novo Testamento, em “Caim” é o Antigo Testamento a base do enredo. A história começa com a expulsão de Adão e Eva do paraíso. E desde as primeiras páginas está claro que o Deus de Saramago não é nenhum velhinho benevolente a passar a mão carinhosa na cabeça de seus filhos.
“Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk”, de Nikolai Leskov
Obra de Leskov (1831 – 1895) é um livro envolvente, que dificilmente será esquecido na cabeceira depois que ao menos uma de suas páginas for lida. O grande mérito do autor neste caso é encaminhar o leitor num processo de desequilíbrio e possessão que culmina com a transformação de uma mulher comum numa assassina cruel. Lady Macbeth, ou Catierina, é mulher de um comerciante e leva uma vida entediante ao lado do marido e do sogro numa casa tão enfadonha que, nas palavras do narrador, “é até uma alegria a gente se matar”.
“Lugar”, Reni Adriano
Uma das grandes surpresas da literatura brasileira em 2010, “Lugar”, do estreante Reni Adriano (editora Tinta Negra) pode nunca chegar a ser um sucesso de venda, mas sem dúvida é um livro que precisa ser lido. Chama atenção o primoroso trabalho de investigação narrativa deste que foi o vencedor da categoria "Ficção" do Prêmio Minas Gerais de Literatura, em 2009. É um romance que flerta com a poesia, com uma escrita sem sobras, sem rodeios. Uma narrativa tomada de significado, com trechos que convidam à leitura em voz alta, no melhor estilo Guimarães Rosa.
“Invisível”, Paul Auster
Em “Invisível” (Ed. Cia das Letras, 280 páginas, R$ 47,50), Paul Auster parece ter alcançado o ápice no que diz respeito a um texto marcado pela multiplicidade – traço de sua obra, aliás. As histórias neste livro não apenas se cruzam, mas se derivam e se multiplicam, formando uma instigante teia narrativa. Há quem aponte “Invisível” como o melhor do autor nos últimos tempos. Tanto entusiasmo não é de se estranhar. O enredo tem como figura central o jovem Adam Walker, estudante e aspirante a poeta na Nova York dos anos 60.
“Solar”, Ian McEwan
Um dos grandes nomes da literatura britânica desses dias, Ian McEwan supera as expectativas, mais uma vez, com “Solar” (ed. Companhia das Letras, 344 páginas, R$ 48). Um livro marcado pela impressionante construção do personagem. Michael Beard, o protagonista, é um homem “de funções mentais limitadas, desprovido de impulsos hedônicos, monotemático, ferido” e, ainda assim, vencedor do Prêmio Nobel.
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