18 de dezembro de 2010

Viagem Pelo Altiplano Boliviano: Deserto de Sal, Vulcões e Lagos Coloridos

O amigo Gil, junto com outros amigos, esteve em tour pelo Chile (Santiago, Atacama, etc.) e Bolívia (Altiplano Boliviano) em setembro último.

Pedi a ele que escrevesse um relato e mandasse fotos.

Não fez nenhuma coisa nem outra.

Mas descobriu um artigo legal na Internet que relata exatamente o que eles viram lá.

Segue o artigo, abaixo.

Antes, o mail que ele me enviou:

"Marquinho, aqui está um belo resumo da viagem que fiz a Bolívia e Chile recentemente.

Ela partiu da Bolívia e a gente do Chile, ou seja, ela começou por onde terminamos.

Estou enviando, pois as vezes não conseguimos relatar bem o que se passa.

Ela conseguiu isso de maneira simples, objetiva. É como se eu tivesse viajando novamente...rs

De diferente é que ela ficou dois dias sem banho e eu apenas um...hehehe.

As fotos - sei que devo - ainda não selecionei nem editei, acredita?"

Acredito.

O texto a seguir é da jornalista Raquel Jorge e eu reproduzo apenas a primeira página.

A matéria tem três páginas e para ler toda a narrativa acessem o seguinte link: Viagem e Turismo: A Terra do Sal

"Um deserto de sal, ilhas de cactos gigantes, lagoas multicoloridas, gêiseres, animais estranhos. Parece miragem, mas está tudo lá, no Altiplano Boliviano

Para início de conversa, é importante deixar claro que viajar pela Bolívia é abrir mão do conforto e sentir dificuldade para fazer coisas básicas. E, quando eu digo básico, é básico mesmo, como o simples ato de respirar. Cheguei a La Paz, a capital política da Bolívia (a constitucional é Sucre) por terra, via Peru, para evitar os efeitos nocivos da altitude andina. Para quem chega de avião, pode levar alguns dias para que a adaptação ao ar rarefeito da cidade, que está a 3 660 metros, aconteça. Quando se sai à rua, nunca se anda em linha reta. É sempre um sobe e desce que muitas vezes me obrigou a parar e socorrer os meus pulmões em agonia. A cidade, com seus habitantes de origem indígena, se espalha pelas paredes de um vale profundo, frio e poluído.

Mas foi La Paz que serviu de ponto de partida para conhecer um lugar fascinante e surreal, o Altiplano Boliviano, um destino que abriga um impressionante deserto de sal, lagoas multicoloridas e vulcões. Para chegar ali, primeiro encarei uma viagem de ônibus que durou três horas até Oruro. Sem pausa, embarquei no trem com destino ao vilarejo de Uyuni. Logo que o trem partiu de Oruro, contornamos o Lago Uru Uru e, por sorte, fomos brindados com uma revoada de pássaros. A maioria dos meus companheiros de vagão era estrangeira, mochileiros de vários cantos do mundo.

Cerca de seis horas depois cheguei a Uyuni, um vilarejo sem graça que dificilmente constaria no roteiro de qualquer viajante não fosse ali o ponto de partida para os passeios pelo salar, o tal deserto de sal. São dezenas de pequenas agências de receptivo que se espalham pelas poucas ruas. Os grupos se formam de acordo com a demanda, de cinco a seis pessoas em média em cada jipe. No meu havia um australiano, um inglês, uma garota da Coreia do Sul e um casal holandês. Nosso guia, o boliviano Carlos, cheio de habilidades, tornou-se mais que um guia. Ao longo dos três dias de passeio ele foi também nosso mecânico, cozinheiro, motorista e contador de histórias.

Saímos de Uyuni bem cedo no dia seguinte. Era uma manhã fria e de céu muito azul. Nossas mochilas foram empilhadas no teto do jipe; nossos corpos, empilhados em seu interior. Por sorte, o incômodo do sacolejar constante foi logo esquecido quando a paisagem começou a mudar. O chão, a princípio de terra, foi se transformando em um tapete branco enquanto que no horizonte os picos nevados começaram a despontar.

Primeira parada: extração de sal. Ali vimos caminhões sendo carregados por homens que colhiam o sal bruto com pás. Eles tinham o rosto coberto para evitar os efeitos corrosivos do contato do sal com a pele. Não tive a chance de conhecer a extração de outro produto que deve alavancar a economia da Bolívia nas próximas décadas – e quem sabe tirá-la da pobreza endêmica que vive hoje –, o lítio, metal muito valorizado que é usado na fabricação de baterias e antidepressivos. O Salar de Uyini abriga 50% de toda a reserva mundial. "

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito interessante.
Já me falaram que lá parece um outro planeta.
Mas tem de ter respiração boa. São mais de 5 mil metros e é muito frio.