"São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou o pronunciamento
do Dia do Trabalho para rebater críticas feitas nos últimos meses à
condução da política econômica e oficializar o envio ao Congresso de
projeto de lei que destinará todos os royalties arrecadados com a
exploração de petróleo para a educação.
Ela utilizou o discurso de 11 minutos e 40 segundos, transmitido em
cadeia de rádio e televisão nesta quarta (1º), para passar a limpo
algumas das medidas tomadas nos últimos meses e pedir apoio da população
na luta contra “interesses poderosos”, como os que se opõem às seguidas
medidas de redução de impostos. “É mais do que óbvio que um governo que
age assim e uma presidenta que pensa dessa maneira não vão descuidar
nunca do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável,
permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política
econômica, que têm por base o crescimento sustentado e a estabilidade. E
não abriremos mão jamais dos pilares fundamentais do nosso modelo: a
distribuição de renda e a diminuição da desigualdade no Brasil”, disse.
A inflação, que vem sendo capitalizada pela oposição como arma na
disputa eleitoral de 2014, foi novamente evocada neste Dia do Trabalho.
Durante evento na zona norte de São Paulo, o senador mineiro Aécio Neves
(PSDB), provável candidato ao Planalto, acusou o governo de trazer a
alta de preços de volta à mesa dos brasileiros, o que provocou críticas
do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
“Acreditem apaixonadamente no Brasil e na força do trabalho de cada
um de vocês. Não tenho dúvida que o Brasil, com a força de vocês, vai
crescer mais”, reforçou a presidenta, que abriu o pronunciamento com um
lembrete sobre o efeito positivo da expansão do mercado interno ao longo
dos governos dela e de Lula (2003-10). “O Brasil passou a ser mais
Brasil quando o brado por mais emprego, mais salário e mais comida
deixou de ser um grito solitário dos trabalhadores para ser a voz e o
compromisso de uma nação. É por isso que estamos tendo a alegria de
comemorar o 1º de Maio com recordes sucessivos.”
Para Dilma, “nada ameaça essas conquistas”, e será possível continuar
a ampliar emprego, salário e poder de compra. A presidenta reforçou
durante o pronunciamento a linha de pensamento que vem utilizando em
seus discursos, deixando claro que acredita que esta trajetória exitosa
só terá sequência se o país se preocupar com a formação.
“Mesmo com a importância dos programas sociais, foi a renda do
trabalho que mais contribuiu na diminuição da desigualdade. Com os
programas de transferência de renda, já tiramos 36 milhões de
brasileiros da miséria. Mas são o emprego e o salário que estão
impedindo que essas pessoas voltem para a pobreza, e também aceleram a
ascensão social de milhões de outros brasileiros. Foi assim que 40
milhões de brasileiros foram para a classe média. Isso se deu por causa
da valorização do salário mínimo, do recorde na geração de emprego com
carteira assinada e do ganho real em todas as faixas salariais”,
afirmou. “A partir de agora, o governo vai privilegiar como nunca o
instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a educação.”
Nesse sentido, o anúncio mais importante foi a oficialização do envio
ao Congresso de um projeto de lei para destinar todos os recursos
arrecadados com os royalties do petróleo para a educação. “O papel do
Estado é criar condições para isso, em especial, abrindo portas para os
que mais precisam. Mas um governo só pode cumprir bem seu papel se tiver
vontade política e se contar com verba suficiente. Por isso, é
importante que o Congresso Nacional aprove nossa proposta de destinar os
recursos do petróleo para a educação. Peço a vocês que incentivem o seu
deputado e o seu senador para que eles apoiem essa iniciativa.”
Fonte: Rede Brasil Atual
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