Rio das Ostras Jazz & Blues Festival 2013

Todo ano escrevo alguma coisa sobre o Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras. E agora não seria diferente.

É nesta semana que está começando, no período do feriadão de Corpus Christi.

Já aviso para os iniciantes que é um festival estranho. A entrada é franca nos cinco dias de festival e nos quatro palcos em locais e horários diferentes da cidade. E apesar disso não há nenhuma confusão. Estranho...

As milhares de pessoas que invadem a cidade para desfrutar o evento também são estranhas. Podem chegar de ônibus, em um fusca 66 ou em uma BMW ou Mercedes; bebem vinho ou um drink para esquentar o frio e estranhamente são educadas, elegantes e bonitas, de todas as idades. Estranho...

Apesar das dezenas de atrações não tem banda de Axé, Pagode, Sertanejo ou Funk. Estranho...

Acompanhei as 10 primeiras edições e nesta 11ª duas atrações lendárias se destacam: o baixista Stanley Clarke (que participou da histórica banda Fusion dos anos 1970, Return to Forever) e o guitarrista e produtor Vernon Reid, criador do grupo Living Colour cujos discos venderam na época mais de cinco milhões de cópias.

Só para dar uma ideia da importância dos caras, o Stanley Clarke já tocou com Stevie Wonder, Rolling Stones, David Bowie, Gil Evans, Paul Simon, James Taylor, Eric Clapton, etc.

Já o Vernon Reid pelas palavras da revista Rolling Stones: "o desenfreado ecletismo de Reid engloba tudo, desde heavy metal e punk ao funk, R&B até o jazz avant-garde, sua anárquica e seus solos ultra rápidos se tornaram sua marca registrada". Foi eleito entre os 70 maiores guitarristas da história.

Uma coisa que reclamei no ano passado foi a falta de pelo menos uma voz feminina. Pois este ano tem duas: Tamara Peterson na banda do guitarrista e tecladista Lucky Peterson e Maya Azucena no grupo do Vernon Reid.

Para aqueles que não vão assistir a todas as atrações do festival este ano eu não vou dar dicas. Acreditem, está muito bom e qualquer show vai valer a pena.
Sugiro que naveguem pelo site oficial do festival e pela página do Facebook para tomarem conhecimento dos detalhes dos artistas e fazerem suas próprias escolhas de acordo com o gosto pessoal. É que os estilos são diferentes e depende das preferências de cada um.
Aliás não deixem de curtir a página do Face. Tem sempre informações novas sendo postadas. Por exemplo, vi essas duas agora lá: "Teremos BIKES para serem alugadas em todos os palcos, as tendas de aluguel serão montadas perto dos palcos pela VIVA BIKE. Todos poderão ir de um palco ao outro de BIKE, bom né?". Outra: "Uma boa noticia para a galera ! Este ano não vamos ter problema de lama, caso chova, vamos ter um piso cobrindo toda a área do palco de Costazul (cidade do jazz), idêntico aos usados nos estádios do Maracanã e Morumbi em dias de shows. No ano passado aquela lama não foi mole! Aos poucos vamos melhorando cada vez mais nossa infra. Espero que gostem, valeu."

Vamos torcer para que desta vez faça um tempo bom, pois nada melhor que o sol de fim de maio, início de junho, para curtir as programações diurnas. Já à noite, um bom vinho e o frio sereno são suficientes para dar um gostoso clima europeu ao festival.

De qualquer forma, algumas dicas são fundamentais:

- Se você não é de Macaé, nem de R.O. providencie logo o local onde vai ficar. A procura pelas pousadas é muito grande durante o festival, sobretudo por parte de muitas pessoas vindas de São Paulo, Rio e muitos estrangeiros. As pousadas de Rio das Ostras não costumam ser caras.
- O horário marcado de início no período da noite (na antiga área do camping, em Costazul) é 20:00 h. Sempre atrasa um pouco, mas não muito. Para conseguir lugar na frente é bom chegar por volta das 19:30h.

- Na área dos restaurantes a mesma coisa. Uma boa é revezar: um dia (pelo menos) ou dois nos restaurantes e outro lá na frente. Na área gastronômica você fica mais distante, mas dá pra ver o palco e também os telões. O som é ótimo, mesmo distante. A vantagem é que se pode jantar ou ficar apenas bebendo um vinho ou cerveja com ‘tira-gosto’ sem deixar de ver o festival. No ano passado isso foi especialmente importante por que choveu muito em algumas noites do festival.
- Como sempre, recomendo que assistam pelo menos a um show no anfiteatro da Lagoa de Iriri (14:15 h) e pelo menos um na Praia da Tartaruga (nas pedras, ao pôr-do-sol: 17:15 h). E é claro no palco principal à noite que tem em média quatro shows. Ali, além dos bares e restaurantes, tem quiosques que vendem bons drinques e lojinhas de artesanato, discos, camisas, etc. E ainda tem a Casa do Blues, Jazz e Rock, uma atração à parte com shows e workshops.

Reportagem

LUCKY PETERSON C/ TAMARA PETERSON