6 de julho de 2013

A voz líder que emerge das ruas


Fonte: Cadu Amaral no Blog do Cadu
Os Heróis que emergem das ruas de Veja e Globo
"Que os atos que aconteceram e acontecem no país foi tomado por pautas da direita brasileira todo mundo sabe e a cada dia essa máscara cai. A coisa feita em papel couché, Veja, publicou em sua última edição, nas páginas amarelas, entrevista com “a voz que emerge das ruas”. Na tentativa tresloucada de pôr essas manifestações contra o governo federal, ela transformou um dublê da Rede Globo em nova “cara pintada”. Maycon Freitas foi alçado a liderança das manifestações no Rio de Janeiro.

Na entrevista, Maycon Freitas disse que nunca mais votará no PT novamente. Tudo parte da versão moderna do “mar de lama” que sempre se abateu na mídia quando governos de caráter trabalhistas se instauraram no Brasil. Foi assim com Getúlio, Juscelino, João Goulart, Lula e agora, Dilma.

Ninguém é louco de afirmar que corrupção não existe, mas o é – ou é conivente com a armação – de que ela surgiu ou começou a partir de 2003. Mas é evidente que o combate a ela aumentou e muito nos últimos anos. Se não fosse, jamais o banqueiro Daniel Dantas teria sentido o frio do metal das algemas da Polícia Federal.

Além de funcionário da Globo, aquela que apoiou a ditadura e no impresso do  império midiático, no dia dois de abril, afirmou ressurgir a democracia com o golpe de 1964, Maycon é de extrema direita. O Com texto livre, Blog na internet, daqueles bem “sujos”, encontrou pérolas em seu perfil do Facebook como “Bandido bom é bandido morto e, Marcelo Freixo, vai dar meia hora de cu com o relógio parado e chupar um canavial de rola, seu filho da puta. Direitos humanos é o caralho, seu FROUXOOOOO!”. E adivinhem quem é o seu herói. Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Barbosa, aliás, é o herói de boa parte dos moralistas de plantão. E como tudo que é sólido se desmancha no ar, ele tem um filho empregado na “poderosa”, no programa do Luciano Huck, o bom moço que não cumpre lei.

JB também usou avião oficial para assistir a final da Copa das Confederações no Maracanã. E ficou em qual camarote? Quem acertar ganha pirulito.

Isso mesmo, no camarote do casal Huck. Mas a indignação de quem se queixou sobre o fato de Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves usarem avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para os mesmos fins, passa ao largo sobre Barbosa. Um viva para o moralismo seletivo da coxiníssima classe média.

A mistura entre público e privado no Brasil vem desde os tempos de colônia. Até as eleições são privadas. É isso que o financiamento privado de campanha faz: privatiza a política.

Para arrematar a solidez da voz das ruas desmanchando-se no ar, o bloqueio de estradas por caminhoneiros foi articulada pelos patrões. O nome dessa prática é lockout e é ilegal no Brasil. Tudo para manter o clima de “mar de lama” para fermentar a campanha do “contra tudo que está aí”. Essencialmente é uma campanha contra a melhoria de vida de milhões de brasileiros.

As insatisfações sinceras que surgiram nessas manifestações devem ser ouvidas. Mas todas elas convergem no problema de representação política e a influência que sofre do poder econômico. Por isso, essas mesmas vozes do “mar de lama” são contra a participação popular na reforma política. Se as pessoas não estiverem nas ruas exigindo participar dela, ou não sai ou vai ser esse Congresso que aí está que vai fazer. Se constituinte exclusiva não deve acontecer, o plebiscito popular sim!

Agora pega o pirulito que você ganhou acima, chupa ele e, ou chora ou pensa em um jeito de fazer valer a vontade popular na reforma política."

3 comentários:

Anônimo disse...

A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

PAULO NOGUEIRA, 5 DE JULHO DE 2013

Com seu filho empregado na Globo, JB fica moralmente impedido de julgar coisas relativas à Globo.
Do Diário do Centro do Mundo

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-globo-e-joaquim-barbosa-sao-um-caso-indefensavel-de-conflito-de-interesses/


Devem imaginar que nós somos idiotas, a Globo e Joaquim Barbosa.

Não há outra explicação.

Como pode a Globo dar emprego ao filho de JB? E como JB pode deixar que isso ocorra?

Neste exato momento, a Globo enfrenta uma questão multimilionária na Receita Federal. Documentos vazados – demorou para que isso ocorresse – por alguém da Receita contaram uma história escabrosa.

Os documentos revelam, usemos a palavra certa, uma trapaça. Com o uso de um paraíso fiscal, a Globo fingiu que estava fazendo uma coisa quando comprava os direitos de transmissão da Copa de 2002.

A Globo admitiu a multa que recebeu da Receita. E em nota alegou ter quitado a dívida.

Mas a fonte da Receita disse que não é verdade. E pelo blog O Cafezinho, que trouxe o escândalo, desafiou a Globo a mostrar o recibo.

Apenas para constar.

O dinheiro que a Globo não recolheu constrói escolas, hospitais, portos, aeroportos etc etc.

Mas, não pago, ele termina na conta dos acionistas.

Foi, além do mais, usado um paraíso fiscal, coisa que está dando prisão na Europa hoje em dia.

Isto tudo posto, vamos supor que uma questão dessas termine no STF.

Qual a isenção de JB para julgar?

É uma empresa amiga: emprega o filho dele.

Dá para julgar?

E a sociedade, como fica?

Gosto de citar um dos maiores jornalistas da história, Joe Pulitzer. Às equipes que chefiei, citava exaustivamente uma frase que é vital para o exercício do bom jornalismo.

“Jornalista não tem amigo”, escreveu Pulitzer.

O que Pulitzer dizia: se você tem amigos, você não vai tratá-los com a neutralidade devida como repórter ou editor.

A Globo está cheia de amigos, e esta é uma das razões pelas quais seu jornalismo é tão viciado – e seus donos tão ricos.

Mas as amizades de JB são ainda mais preocupantes, dado o cargo que ele ocupa.

A Justiça brasileira é um problema dramático. Recentemente, os brasileiros souberam das estreitas relações entre o ministro Fux, também do Supremo, e um dos maiores escritórios de advocacia do Rio.

Sua filha, advogada, é empregada deste escritório. Como Fux pode julgar uma causa deste escritório?

Não pode.

Há um claro conflito de interesses.

O mesmo vale para Joaquim Barbosa.

Quem acredita que ele não enxergou o conflito de interesses no emprego dado a seu filho na Globo acredita em tudo.

É um caso tão indefensável que a Globo, inicialmente, negou a informação, obtida pela jornalista Keila Jimenez, da Folha. Procurada, a Globo, diz a Folha, negou a contratação. Disse que o filho de JB fora “apenas fazer uma visita ao Projac.

Só depois admitiu.

É uma história particularmente revoltante quando se lembra a severidade com que JB comandou o julgamento do Mensalão.

Anônimo disse...

A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

PAULO NOGUEIRA, 5 DE JULHO DE 2013

Com seu filho empregado na Globo, JB fica moralmente impedido de julgar coisas relativas à Globo.
Do Diário do Centro do Mundo

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-globo-e-joaquim-barbosa-sao-um-caso-indefensavel-de-conflito-de-interesses/

CONTINUAÇÃO:

Ele fez pose de Catão com suas catilinárias anticorrupção, e impressionou muitos brasileiros que podem ser catalogados na faixa dos inocentes úteis.

Mas se fosse Catão não permitiria que seu filho trabalhasse na Globo. Não pagaria – como revelou o Diário – com dinheiro público a viagem de uma jornalista do Globo para uma viagem de completa irrelevância para a Costa Rica, apenas para obter cobertura positiva do jornal.

Não usaria, como se soube agora, recursos públicos para ver um jogo do Brasil num camarote de apresentadores – claro – da Globo.

E provavelmente Catão também jamais gastasse o equivalente a 90 000 reais, em dinheiro do contribuinte, para uma reforma.

Joaquim Barbosa não tem autoridade moral para ocupar o cargo que ocupa: infelizmente os fatos são claros.

Ele é um drama, uma calamidade nacional.

Sêneca dizia que era mais fácil começar uma coisa errada do que depois resolvê-la.

A nomeação de JB por Lula – que procurava um juiz negro para o Supremo — foi um erro monumental.

Resolvê-lo agora é uma enorme, uma trágica dificuldade.

Junior disse...

Marina e Barbosa: cartas fora do baralho?
Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, entrou em férias com um grilo na cuca. Alcançou 15% das intenções de voto para presidente da República. Sem gastar um só centavo, bastou, para ele, soltar o verbo. Foi ele o maior beneficiado com a queda das intenções de voto na presidenta Dilma Rousseff. Marina Silva herdou menos votos, embora se tenha mantido na segunda posição, em alternância com o tucano Aécio Neves. Dilma ainda mantém uma boa distância de Marina. Esta, engalfinhada na tarefa de construir um partido, beneficia-se da memória do eleitor. Em 2010, conseguiu quase 20 milhões de votos no primeiro turno.


Joaquim e Marina são as duas incógnitas da pesquisa do Datafolha, feita no calor da hora das manifestações de rua. Um movimento cujo lema assim pode ser resumido: contra tudo e contra todos. É mais ou menos, também, a expressão substancial do discurso de Marina e Joaquim.

Pesquisa, como se sabe, retrata o momento em que é feita. E o retrato revelado pode ser fugaz. Isso ocorre principalmente quando, como agora, a velocidade das transformações e a inexistência de um fator determinante formam a moldura do cenário de um movimento surpreendente e, essencialmente, restrito aos centros urbanos, dominado em números por militantes da classe média. De certa forma, tornou-se uma anomalia no processo político-eleitoral. Os resultados da pesquisa sustentam isso.

Os votos saídos de Dilma se esparramaram. Aécio Neves herdou um pouco e mesmo o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) levou algum. Votos em branco, nulos ou em nenhum dos nomes apresentados cresceram. Enfim, os votos não migraram para um adversário mais definido em oposição a Dilma.

Joaquim Barbosa deixa o próprio nome circular, fingindo que não deixa. Mas, após o recesso do Judiciário, a partir de 2 de agosto, terá pouco tempo para decidir. Mesmo sem chances de ser bem-sucedido ele prega a inclusão de candidatura avulsa no processo. O calendário eleitoral é rigoroso para ele e, muito mais, para Marina Silva.

“A exiguidade temporal anda em desfavor da criação dos novos partidos”, alerta o advogado Erick Wilson Pereira, mestre em Direito Constitucional pela PUC-SP e especialista em legislação eleitoral. Em 2012 publicou Manual das Eleições (Ed. Baobá).

“Sem falar nas etapas cartorárias, dificilmente haverá agilidade suficiente para o deferimento do registro de criação do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral em 60 dias. E, se mesmo assim houver boa vontade e prioridade no julgamento desse processo que cria o partido capitaneado por Marina Silva, este terá de ocorrer até o dia 4 de outubro, sob pena de prejudicar a migração dos interessados sem perda do respectivo mandato eletivo”, ele afirma.

Marina Silva e Joaquim Barbosa parecem duas cartas fora do baralho.