10 de dezembro de 2010

Politicamente Correto, Eu?

Parece que o programa humorístico Casseta & Planeta da Rede Globo vai acabar.
Já era para ter acabado há tempos.
Não que eles (os humoristas) não sejam bons. Mas a verdade é que eles tem a cara do "politicamente incorreto". É só ver as antigas edições das publicações "Planeta Diário" e "Casseta Urgente", que deram origem ao atual programa.
Com o aperto da censura "ética", onde não se pode fazer piada com quase nada ou ninguém, eles ficaram meio perdidos.
O problema desse tema é o exagero naquilo que se considera o "ético". Ou melhor, talvez o "problema" (esse texto está cheio de aspas) seja que o Brasil não é a Suíça. Ainda bem...
Eu achei bem legal o texto abaixo publicado no site R2CPress do jornalista Roberto Chame. Mas o texto é creditado a Luiz Antonio Simas.


Politicamente Correto é o Escambau!
O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA


"Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais “O cravo brigou com a rosa”. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo – o homem – e a rosa – a mulher – estimula a violência entre os casais. Na nova letra “o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada”.

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que "O cravo brigou com a rosa" faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: "Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas". A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: "Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar".

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. "Quem entra na roda dança", nos dias atuais, não pode mais "ter sete namorados para se casar com um". Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é "pobre ou rico de marré-de-si", para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém (não me lembro exatamente quem) se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda, foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, "coisa de viado". Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. "Bicha louca", diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão "coisa de viado"? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão – o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil – de deficiente vertical .

O crioulo – vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) – só pode ser chamado de afrodescendente.

O branquelo – o famoso branco azedo ou Omo total – é um "cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente".

A mulher feia – aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno – é apenas a "dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade".

O gordo – outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão – é o "cidadão que está fora do peso ideal".

O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito.

O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais… Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz prá "putaquilpariu" e o centroavante pereba tomar no olho do cu, cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a “melhor idade”.

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade dos pés juntos."

9 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal.
Um dos melhores textos que li nos últimos tempos.
Assino embaixo!

Anônimo disse...

MP investiga denúncia de abuso sexual nas categorias de base do Grêmio.

O ex-coordenador técnico das categorias de base do Grêmio, José Alzir Flor da Silva, de 58 anos, é acusado de abusar de menores. A denúncia foi feita pela mãe de um dos meninos que foi abusado e treinava no clube. Alzir coordenou as categorias de base do Grêmio durante 10 anos e foi demitido depois das denúncias. Agora, ele está sendo julgado na Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre.

As denúncias começaram a ser investigadas depois que as categorias de base do Grêmio participaram de um torneio no interior do Rio Grande do Sul, em março do ano passado. Segundo testemunhas, o ex-coordenador técnico costumava ficar no mesmo dormitório com os meninos, de idades entre 11 e 14 anos. Durante a noite, ele cometia os abusos.

Os crimes investigados pelo Ministério público gaúcho são dos anos de 2008 e 2009. A promotoria também descobriu que o ex-coordenador técnico teria abusado de menores no alojamento do estádio Olímpico, onde moram 80 meninos do interior e de fora do estado.

- Ele utilizava essa proximidade e a condição de superior que tinha com os meninos para cometer os abusos - diz Alexandre Spizziri, do Ministério Público.

A mãe que denunciou o caso diz que o trauma dos abusos interrompeu o sonho de ser jogador de futebol.

Anônimo disse...

Prefeito, pedofilia e cadeia

Depois do prefeito de Dom Aquino Eduardo Zeferino (PR) se envolver em crime de pedofilia, escândalo que quase o tirou do mandato, logo surgirá uma nova bomba, envolvendo outro gestor, desta vez da região Sudeste mato-grossense.

Trata-se de um prefeito cujo nome está sendo mantido sob sigilo pelo Ministério Público. Contra ele há indícios tão fortes de envolvimento no crime que corre risco de ir parar na cadeia. O MP já acumula como provas fotografias, gravações de conversas em rede de relacionamento pela internet e grampos telefônicos.

Para piorar, as investigações apontam envolvimento também de 2 secretários.

Anônimo disse...

Prefeito do Piauí é preso acusado de pedofilia

Acusado de pedofilia, o prefeito do município de Domingos Mourão (ao norte do Piauí), padre Domingos Cavaleiro foi preso na tarde desta terça-feira (11), em casa, e conduzido para uma prisão especial em Teresina por determinação da Justiça. O processo por crime de pedofilia contra o prefeito corria em segredo de Justiça.

Anônimo disse...

TJ recebe denúncia contra prefeito por pedofilia

Os desembargadores Sebastião Ribeiro Martins, Joaquim Santana e Erivan Lopes, da 2º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, receberam a denúncia do suposto crime de libidinagem e atentado ao pudor contra o prefeito de Sebastião Barros, Geraldo Mineiro (PP), acusado de molestar a menina I.S.M, de 8 anos.

Segundo a denúncia, Geraldo teria tocado no órgão genital da menina que sofre de doença grave e colocado as mãos da criança em seu pênis durante viagem para Teresina, onde a menina ia receber tratamento médico.

Anônimo disse...

Prefeito acusado de pedofilia contra filha de vereador vai ser interrogado no TJ do Piauí


A nova denúncia de crime de pedofilia que o prefeito Geraldo Mineiro teria praticado contra uma menor de 12 anos, filha do vereador Gutão, que é Presidente da Câmara do Município de Corrente.

O prefeito do Município de Sebastião Barros-PI, Geraldo Eustáquio Machado, mais conhecido por Geraldo Mineiro vai ser interrogado no Tribunal de Justiça do Piauí, em outro processo em que é acusado de crime de pedofilia contra uma filha do Presidente da Câmara do Município de Corrente-PI.

O desembargador Joaquim Dias de Santana Filho marcou para as 9 horas do dia 13 deste mês (agosto de 2010), o interrogatório do prefeito Geraldo Mineiro que responde a outros dois processos no Tribunal de Justiça do Piauí, também com acusação de crime de pedofilia.

O desembargador Joaquim Santana, no dia 16 de julho deste ano, recebeu um ofício do Presidente da CPI da Pedofilia no Senado, Magno Malta com informações sobre o envolvimento do prefeito piauiense com crimes de pedofilia no Piauí. O ofício foi juntado aos três processos em que o prefeito está sendo investigado pelo Tribunal de Justiça do Piauí.

Anônimo disse...

Pedofilia - Subsecretário de obras da prefeitura de Itaueira está foragido.

O subsecretário de obras da prefeitura de Itaueira, Josué Perreira de Sousa, está sendo procurado pela polícia sob acusação de pedofilia. O sub-secretário teria levado uma adolescente de 15 anos, de iniciais D. D. S. para um banho no rio Itaueira e lá teria abusado sexualmente da menor.

Ele estava com um amigo, identificado como sendo Dione Pereira, que foi preso na manhã desta quinta-feira, 4, pelo delegado de Itaueira, Sargento PM Francisco de Assis da Silva.

Anônimo disse...

Políticos e empresários pedófilos têm ficado impunes.

No dia 26 de novembro do ano passado, Vera Maria depôs encapuzada na CPI da Assembleia Legislativa do Maranhão, que investiga casos de abuso sexual infantojuvenil e práticas de pedofilia. Ela tenta obter na Justiça o direito a uma pensão para o filho que teve há 12 anos, quando ainda era adolescente. A criança não foi registrada no nome do pai, hoje prefeito de uma cidade do Estado.

Vera já procurou a Justiça na comarca de sua região e na capital, São Luís, mas não conseguiu sequer que uma intimação fosse entregue ao político. “Na época, ele estava sem mandato, e o oficial de Justiça alegou não saber o endereço.” Agora, ela espera que a CPI pressione o político a fazer o exame de DNA.

A impunidade de autoridades e pessoas bem posicionadas socialmente foi um dos principais motivos para a instalação, em outubro do ano passado, da CPI —a segunda no estado que investiga casos de abuso sexual infantojuvenil e de pedofilia.

Anônimo disse...

CPI da pedofilia no Acre foi usada como moeda política, diz ativista.

Joana D’arc afirma que CPI da pedofilia perdeu o sentido e objeto de investigação e sempre volta ao foco para promoção política de parlamentares.

A ativista dos direitos humanos, advogada Joana D’arc, após longo silêncio sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura casos de exploração e abuso sexual contra menores no Acre, se pronunciou na quinta-feira, 04, acenando com uma nova polêmica que envolve a comissão instalada pelo deputado Luis Tchê (PDT), no ano de 2009.

Dona de um dos depoimentos mais polêmicos da CPI, a ativista acenou com a possibilidade de a comissão ter sido instalada apenas para pressionar autoridades, com intenção de obter benefícios políticos.

De acordo com Joana D’arc, a comissão foi usada como moeda política, e que já teria perdido o sentido e objeto de investigação, já que o principal acusado nunca foi ouvido.

As afirmações da ativista são contundentes, ela destaca, que sempre que existe um foco definido a CPI da Pedofilia da Aleac, volta à tona, sendo ressuscitada para promover algum tipo de ação política. D’arc acredita que o motivo de um novo pedido de prorrogação é para alavancar o nome de alguém na disputa da presidência da Aleac.

Segundo a ativista dos direitos humanos, a comissão foi criada de forma política, com o único objetivo de arresto de benefícios dentro da estrutura de governo, num momento de perda de prestigio de um parlamentar ou grupo político, que se sentiu diminuído na conjuntura partidária da base de sustentação do governo.