Embora o número de fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana tenha diminuído nas últimas décadas, não se pode subestimar a força desta instituição milenar que mantém mais de 1,5 bilhão de praticantes no mundo.
A força é religiosa e é política, seja na ação do Estado do Vaticano em questões internacionais, seja através das Encíclicas emitidas pelo Sumo Pontífice.
Dizem que os tempos são outros e que a Igreja precisa continuar avançando em sua modernização e eu me pergunto se não deveria existir pelo menos alguma coisa no mundo que nos fizesse lembrar como o planeta, as pessoas, as mudanças eram mais lentas.
O fato é que o que era real ontem, não é mais hoje e amanhã será outra coisa. Parece que o virtual invadiu o real. Matrix?
Talvez por isso goste de ver esses Conclaves, as vestes da Idade Média, a chaminé com a fumaça escura e depois branca, enfim toda essa ritualística que parece destoar do mundo atual.
Não vou aqui defender Dogmas do Século X. Aliás muita coisa tem mais de 2000 anos, lembram? Sou a favor de que o novo Papa defenda um novo Concílio para implementar mudanças, mas que não se exija avanços amplos, gerais e irrestritos à toque de caixa. Seria como fundar uma nova religião, dessas que aparecem aos milhares à cada semana nas esquinas das cidades. E aí seria a derrocada do Igreja Católica. Que as mudanças veiam gradualmente, observando certos limites (mesmo que fiéis os ultrapassem...) de forma que seja mantido o lugar da Igreja no mundo de hoje e do futuro. Se é que vai continuar existindo espaço para a espiritualidade e coletividade em um momento em que cada vez se aposta mais no materialismo e no individualismo.
Multidão se emociona com despedida do papa Bento XVI
"O papa Bento XVI apareceu para o público pela última vez, no
Papamóvel, por volta das 10h40 locais (6h40 de Brasília). Durante o
trajeto que durou cerca de 15 minutos, ele foi ovacionado com gritos de
"Bento! Bento!" e "Viva o Papa!".
O Vaticano distribuiu 50 mil
entradas para a audiência, mas havia cerca de 100 mil pessoas na Praça
São Pedro para acompanhar o papa um dia antes de sua renúncia.
(...)
Após deixar o Pontificado, o papa Bento XVI irá para a residência de
verão dos pontífices, em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma. Ele
deve ficar no local até seu apartamento, em um antigo mosteiro dentro do
Vaticano, ficar pronto. Segundo ele, o resto de seus dias será dedicado
à oração."
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Praça São Pedro hoje de manhã (16:30, horário local) |
Declarações do Papa hoje, em sua última audiência:
""O Senhor nos deu muitos dias de sol e ligeira brisa, dias nos quais a pesca foi abundante, mas também momentos nos quais as águas estiveram muito agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja e o Senhor parecia dormir", disse.
Mas ele afirmou ter fé em que Deus não vai deixar a Igreja "afundar".
"Estou realmente emocionado e vejo uma Igreja viva", disse o Papa, sempre bastante aplaudido pela multidão.
Ele voltou a afirmar que sua renúncia, anunciada em 11 de fevereiro, foi decidida "não para seu bem, mas para o bem da Igreja", e reiterou que sabe "da gravidade e da novidade" da decisão que tomou.
"Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio", disse.
O Pontífice afirmou que "não vai abandonar a Cruz" e que, pela oração, vai continuar a serviço da Igreja.
"Minha decisão de renunciar ao ministério petrino não revoga a decisão que tomei em 19 de abril de 2006 (ao ser eleito Papa)", disse.
"Não abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu serviço no recinto de São Pedro", completou.
Bento XVI também pediu que os fiéis orem pelos cardeais que, após a renúncia, terão de eleger seu sucessor, em uma tarefa que ele considera difícil.
"Orem pelo meu sucessor! Que Deus os acompanhe",disse o Papa.".
Quinta-feira, último dia
"Na quinta-feira (28), ele deixará o posto e passará a ser chamado de "Papa Emérito".
Na manhã de quinta, no Palácio Papal, o decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, fará um pequeno discurso de despedida, e então cada cardeal poderá separadamente se despedir do pontífice.
Durante a tarde, no Tribunal de Saint-Damase, no coração do pequeno Estado, a Guarda Suíça carregará suas bandeiras em saudação.
Em seguida, por volta das 13h (horário de Brasília), Bento XVI irá para o heliporto do Vaticano para viajar a Castel Gandolfo, 25 quilômetros ao sul de Roma, a residência de verão do Papa, onde passará dois meses, antes de se estabelecer em um mosteiro no Monte do Vaticano.
Bento XVI chegará à residência de verão e saudará os fiéis a partir da varanda. Esta será sua última aparição como chefe da Igreja. Nada de especial está previsto quando o relógio badalar oito horas da noite (hora local), momento em que oficialmente termina o pontificado. Ele provavelmente estará em oração na capela neste momento.
Às 20h, o pequeno destacamento da Guarda Suíça, em frente à residência, fechará a porta e colocará assim um fim ao seu serviço, reservado exclusivamente ao Papa. Mas a polícia vai continuar a garantir a segurança de "Sua Santidade, o Papa Emérito".
No Vaticano, a Guarda Suíça continuará a fazer a proteção, apesar do "trono vacante".
Conclave
No dia seguinte à renúncia, o cardeal Angelo Sodano enviará os convites aos cardeais eleitores -- atualmente 115 -- para as "congregações" que precedem o conclave. Essas reuniões, durante as quais os prelados procuram definir o perfil do futuro Papa, não devem começar antes de segunda-feira.
Papa Emérito
Nesta terça (26), o Vaticano anunciou que Bento XVI vai manter o nome e o título honorífico de "Sua Santidade" após a renúncia. Ele será chamado de "Papa Emérito" ou "Pontífice Romano Emérito".O anel papal vai ser destruído, de acordo com a tradição do Vaticano, segundo o porta-voz.
Bento XVI passará a trajar a "batina branca papal clássica", sem mantelete, segundo o padre Federico Lombardi. Ele também não deve mais usar sapatos vermelhos.
O porta-voz afirmou que Bento 16 tinha tomado as decisões sobre seus títulos após consulta com as autoridades do Vaticano.
O Papa alemão, de 85 anos, disse que vai renunciar por conta de sua frágil saúde. O anúncio, surpreendente, foi feito em 11 de fevereiro. Joseph Ratzinger será o primeiro pontífice a renunciar em mais de seis séculos, o que cria situações praticamente inéditas para a Igreja Católica Apostólica Romana."
Fonte:
G1