Sem muito tempo para o blog, com muitas demandas a resolver (que não são do blog), mas com muitos acontecimentos políticos ao mesmo tempo, resolvi fazer pequeno apanhado de algumas análises de outros colegas blogueiros.
Vamos lá.
Elitizaram os estádios e Dilma é vaiada por público que não é de futebol nem vota no PT
"Ao se submeter às pressões da FIFA e elitizar os novos estádios ─ agora batizados de Arenas, o que não deixa de ser justo, afinal, por ironia do destino, ou do desatino, no caso, ARENA era o partido de apoio à ditadura militar, que tinha como base social as nossas agora denominadas elites, pois não é de bom tom o uso do tradicional mas mais agressivo e marxista "classe dominante" ─, o governo está colhendo o que plantou, resultado: a presidente Dilma foi vaiada pelo público presente ao jogo de abertura da Copa das Confederações entre as seleções da Rede Globo, ex-Seleção Brasileira, e a do Japão. Querem saber: Bem feito! Quem se mistura com porcos, farelo come.
Para resumir: não vi, grosso modo, um negro ou "pobre" no Estádio Nacional Mané Garrincha, todos brancos, "bem-nascidos" e mal-educados, como é característico de nossa... "elite". E ainda batizaram o estádio, homenagem mais que justa, diga-se de passagem, exatamente com o nome do jogador mais amado por nosso povo: Mané Garrincha, A Alegria do Povo ─ povo que hoje não pode mais frequentar o estádio que leva seu nome. Triste."
No Interrogações
Se liga Dilma: a mídia é o partido da oposição
Emir Sader
"As manchetes da mídia buscam criar um clima de crise (a palavra mais proferida pela mídia, junto com a de caos), visando desgastar a imagem do governo, artificialmente, a partir de dificuldades reais. Para aumentar a dimensão do problema, o governo revela não ter uma politica de comunicações para desmentir as diárias falácias que a mídia lança. A proximidade da campanha eleitoral aumentará a guerra no plano das comunicações. Não basta o governo governar bem. É preciso democratizar os canais de comunicação, ouvir e falar o tempo todo.
Dilma buscou uma relação de boa convivência com a mídia privada. Afirmou que preferia uma imprensa barulhenta que uma imprensa calada, como na ditadura. Fez acenos para uma convivência pacifica.
A mídia fez que aceitou, cobrando como preço o distanciamento do Lula. Quando a mídia percebeu que a ligação entre os dois é inquebrantável, retomou um clima de guerra contra ela e seu governo.
As manchetes da mídia buscam criar um clima de crise (a palavra mais proferida pela mídia, junto com a de caos), visando desgastar a imagem do governo, artificialmente, a partir de dificuldades reais. A própria Dilma faz uma resenha dessas manipulações, recordando o caos energético, como modelo de manipulação, cujas previsões se revelaram totalmente falsas.
As manipulações em torno do suposto descontrole inflacionário. Adeptos do governo que levou a inflação no Brasil à casa dos 4 dígitos, querem aparecer como os defensores da estabilidade monetária.
Buscam igualmente passar a ideia de que não temos o governo competente que se impôs pela sua eficiência, mas uma presidenta supostamente incapaz de enfrentar os problemas do Brasil.
Para aumentar a dimensão do problema, o governo revela não ter uma politica de comunicações – é a politica da não politica -, para desmentir as diárias falácias que a mídia lança contra o governo. Para transmitir a posições do governo. Para abrir os espaços indispensáveis, para que a Dilma e todo o governo, possa falar e ouvir constantemente o povo.
Toda vez que a Dilma fala, os resultados são muito positivos, confirmando que o governo tem o que dizer, faltam canais de comunicação. Além de que não se conhecem porta-vozes que estejam, constantemente, falando ao povo o que o governo tem a dizer.
A proximidade da campanha eleitoral aumentará a guerra no plano das comunicações. Não basta o governo governar bem. É preciso expandir, democratizar os canais de comunicação, ouvir e falar o tempo todo.
Se liga, Dilma! Seja um pouco mais bolada na vida real. Vai ser bom pro governo. E povo vai gostar!"
No Carta Maior
"Política não é para qualquer um. Você não acorda um belo dia e diz "vou ser prefeito de São Paulo" ou "presidente do Brasil".
Mas, às vezes, você é acordado por alguém com essa proposta. E, mesmo não sendo um político nato, daqueles que nasceram pra isso, você coloca o ego na mesa, dá dois beijinhos nele e pensa "por que não"?
Aí está a merda.
Se for eleito e tudo correr bem, segundo os ditames de seu tutor, você navega tranquilamente, toca a administração, e "vida que segue".
Mas, se dá uma merda... se há um imprevisto que dependa do faro político, da percepção do momento, de para onde estão indo as nuvens (para o político e dono do falecido Banco Nacional Magalhães Pinto a política se movimenta como as nuvens, numa hora de um jeito, em outra, de outro), nessa hora o sujeito percebe que ele não é o comandante do navio político e procura uma bússola para tirá-lo da enrascada.
Enquanto isso, o povo espera.
É o que me parece estar acontecendo com a presidenta Dilma e com o prefeito Haddad. Na hora do samba no pé, eles não estão sabendo falar com o povão que os elegeu.
No desfile das Escolas de Samba do Rio isso dá perda de pontos em vários quesitos...
Na política, pode dar merda..."
No Blog do Mello
A Geração Facebook e a nova classe trabalhadora chegaram às ruas do Brasil!
Por Marcos Doniseti
(...) "Esta é a 'Geração Facebook' chegando às ruas do Brasil, se manifestando, apresentando as suas demandas, desejos, ambições, o que é algo muito saudável sob o aspecto da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática e na qual todos possam trabalhar, estudar, se divertir, se informar e viver dignamente.
Mas vejam que mesmo isso somente foi possível em função das inegáveis melhorias econômicas e sociais e da ampliação muito forte do acesso à Internet que tivemos nos últimos anos no Brasil e pelos quais os governos Lula e Dilma tem uma grande responsabilidade.
Inclusive porque foram os seus governos que baratearam o preço do computador, reduzindo os impostos cobrados sobre o mesmo (vide link abaixo), aumentaram o poder de compra dos salários (que aumentaram cerca de 30% em termos reais desde 2003), reduziram o custo do crédito (a oferta de crédito na economia passou de 22% do PIB, em 2002, para 53,9% do PIB em Março deste ano; eu comprei o meu atual notebook, e o anterior também, em 12 suaves prestações mensais que não pesaram no meu salário) e os juros para o consumidor também tiveram uma queda sensível. O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou em 19 milhões entre 2003-2012, enquanto a taxa de desemprego atual é a menor da história. E o poder de compra do salário mínimo atingiu o seu maior nível desde 1979.
Entendo que sem a ascensão de 50 milhões de brasileiros em termos econômicos e sociais, durante o período 2003-2012 (governos Lula e Dilma), nada disso estaria acontecendo e esta Geração Facebook sequer existiria ou seria tão reduzida, uma pequena elite, que a sua atuação teria pouco ou virtualmente nenhum impacto sobre a sociedade brasileira.
Não vejo como negar que essa Geração Facebook, que também incluir milhões de jovens das periferias das grandes e médias cidades brasileiras, em especial, seja criação das políticas de distribuição de renda e pró-crescimento econômico adotadas pelos governos Lula e Dilma.
Sakamoto faz isso em seu artigo, mas penso que, neste aspecto, ele está inteiramente equivocado.
Assim, não existiria uma 'Geração Facebook' no Brasil sem o acesso facilitado para a aquisição do computador, seja porque os preços dele diminuíram ou porque os salários tiveram um significativo aumento no seu poder de compra, o desemprego diminuiu fortemente desde 2004, os juros ao consumidor baixaram de maneira significativa (embora ainda sejam muitos elevados) e a oferta de crédito mais do que dobrou no país de 2003 até hoje.
E essa população (jovens, em grande parte) passou a ter maior poder de compra e a se informar melhor pela Internet (onde as fontes de informação são infinitamente mais diversificadas do que as oferecidas pela Grande Mídia tradicional), trocando idéias, informações e opiniões.
E isso levou a que tivessem a oportunidade de criar novas formas de mobilização e de organização, permitindo que se manifestassem de uma maneira não-tradicional, por fora das organizações tradicionais da sociedade civil (partidos políticos, igrejas, sindicatos, etc), pois estas, de certa maneira, já tem os seus donos, sejam líderes políticos tradicionais ou movimentos sociais organizados e estabelecidos já há muito tempo.
E agora essa 'Geração Facebook' está indo às ruas para cobrar o atendimentos a velhas e tradicionais demandas (educação, saúde, transporte coletivo de qualidade, entre outros) bem como a novas (respeito à diversidade de comportamento, liberdade e autonomia individual)." (...)
4 comentários:
É mas tem gente interessada em quanto pior melhor. Tem espertezas infiltradas nesses protestos visando diminuir a grande vantagem de Dilma para 2014. Tenha certeza. O caos é sempre pior para quem estar no poder federal embora respinguem em governos estaduais de oposição.
Do blog do Roberto Moraes:
O que as ruas no Brasil e na Europa reclamam os partidos/governos de direita não têm o que oferecer. Ao contrário. As desigualdades têm que ser enfrentadas se queremos chamar este ambiente em que vivemos de civilização.
Só quero que os manifestantes profissionais me deixem assistir à Copa em paz. Marquem encontro social via Facebook longe dos estádios e das principais vias.
É a revolta do Facebook, dos Mauricinhos e Patricinhas, com a pança cheia de comida, com a estante com notebook, tablet, iphone, ipad e iphod. Ou será não fode?
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