Após hostilidades contra partidos e movimentos sociais, integrantes do MPL descartam novas manifestações
por Redação de Carta Capital"O Movimento Passe Livre não deve convocar novas manifestações em São Paulo. Depois de organizar sete atos contra o aumento da passagem na cidade, o grupo resolveu não fazer novos atos depois de quinta-feira 20.
Em entrevista a rádio CBN nesta sexta-feira 21, o MPL explicou a decisão. “O MPL não vai convocar novas manifestações. Houve uma hostilidade com relação a outros partidos por parte de manifestantes, e esses outros partidos estavam desde o início compondo a luta contra o aumento e pela revogação”, afirmou Douglas Beloni, militante do grupo.
No último protesto, militantes de partidos e movimentos sociais foram hostilizados por outros manifestantes. Antes do ato, o MPL já havia se pronunciado favoravelmente à presença dos partidos.
Douglas falou que o MPL luta por transporte público, mas apoia os outros movimentos sociais. Ele também disse que o grupo deve continuar focado na tarefa de pedir a tarifa gratuita de transporte na cidade.
Na madrugada de quinta-feira para sexta-feira 21, o movimento divulgou uma nota condenando as hostilidades. Confira o comunicado na íntegra:
“O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.
O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.
O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.
Toda força para quem luta por uma vida sem catracas."
MPL-SP
Texto 2 (no Blog do Gadelha):
Virou zona, acabou
"O movimento dos 20 centavos parece chegar ao final. Exatamente ontem, quando colocou nas ruas um número fenomenal de simpatizantes, deu sinais de que está nos estertores. O jovem que estava pondo pra fora o seu grito de rebeldia e exibia a proposta de um mundo renovado, percebido através das redes sociais, parece chegar ao seu limite. O vandalismo falou mais forte, tomou conta das ruas. Os jovens estão intimidados, mas não estão derrotados. Lançaram um alerta fundamental: as transformações têm que avançar. O Governo tem que abrir o olho e evitar com todas as forças o lenga-lenga das relações políticas do atraso. O governo perdeu muito. Mas a oposição e a mídia perderam mais. Apostaram na derrota do Governo Dilma e do PT. Mas também foram surpreendidos pelos vândalos e amarelaram. Os tucanos acreditaram ter chegado a vez de ganhar votos, mas ficaram acuados. O não-partido de Marina, que poderia ter sido o maior dos beneficiários, encolheu. O PT, que tinha muitos dos seus quadros acomodados nas poltronas do poder, percebeu que precisa de sangue novo. Não pode apenas se vangloriar com o que fez – tem que fazer mais. E os nossos jovens, eternos guardiães da ousadia, podem estar aprendendo a mais importante das lições: onde não há organização não há vida. Acabou chorare. Mas não acabou a força desse novo tempo."
"O movimento dos 20 centavos parece chegar ao final. Exatamente ontem, quando colocou nas ruas um número fenomenal de simpatizantes, deu sinais de que está nos estertores. O jovem que estava pondo pra fora o seu grito de rebeldia e exibia a proposta de um mundo renovado, percebido através das redes sociais, parece chegar ao seu limite. O vandalismo falou mais forte, tomou conta das ruas. Os jovens estão intimidados, mas não estão derrotados. Lançaram um alerta fundamental: as transformações têm que avançar. O Governo tem que abrir o olho e evitar com todas as forças o lenga-lenga das relações políticas do atraso. O governo perdeu muito. Mas a oposição e a mídia perderam mais. Apostaram na derrota do Governo Dilma e do PT. Mas também foram surpreendidos pelos vândalos e amarelaram. Os tucanos acreditaram ter chegado a vez de ganhar votos, mas ficaram acuados. O não-partido de Marina, que poderia ter sido o maior dos beneficiários, encolheu. O PT, que tinha muitos dos seus quadros acomodados nas poltronas do poder, percebeu que precisa de sangue novo. Não pode apenas se vangloriar com o que fez – tem que fazer mais. E os nossos jovens, eternos guardiães da ousadia, podem estar aprendendo a mais importante das lições: onde não há organização não há vida. Acabou chorare. Mas não acabou a força desse novo tempo."
Texto 3 (no Conversa Afiada):
Vox Populi / CartaCapital: Dilma é favorita em todos os cenários eleitorais"Se a eleição fosse hoje, presidenta teria 51% dos votos em uma eventual disputa contra Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos
A pouco mais de um ano para as eleições, a presidenta Dilma Rousseff aparece como favorita para a reeleição em todos os cenários para a disputa em 2014. É o que aponta a pesquisa Vox Populi / CartaCapital realizada entre 7 e 11 de junho.
Nas pesquisas de intenção de voto estimulada, quando o eleitor é submetido a uma lista de candidatos, Dilma venceria em um eventual confronto os possíveis candidatos Marina Silva (Rede Sustentabilidade), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Neste cenário, a presidenta conseguiria 51% dos votos, enquanto Marina e Aécio teriam 14% cada um e Campos, 3%. Votos brancos, nulos ou eleitores indecisos representam 18% do eleitorado.
Quando o cenário apresenta Dilma, Aécio e Marina, a presidenta apresenta 53% das preferências, enquanto o tucano mantém 15% e a ex-ministra do Meio Ambiente, 14%.
Quando o eleitor tem de escolher entre a presidenta, o tucano José Serra e Marina, Dilma volta a apresentar 51% dos votos, contra 18% do ex-rival da eleição de 2010 e 13% de Marina.
Performance semelhante apresenta Dilma em um quarto contexto, quando o eleitor se decide entre a presidenta, Serra, Marina e Campos. Enquanto a petista fica com 51% das preferências, Serra mantém 18%, Marina tem 13% e Campos fica com 3% das intenções de voto.
A presidenta conquistaria a maior parte dos votos femininos e masculinos. Entre os homens, 49% disseram pretender votar em Dilma – contra 17% que optariam pelo mineiro, 14% por Marina e 3%, pelo candidato do PSB. Entre as mulheres, Dilma é mais popular. Cerca de 53% das entrevistadas a têm como candidata preferida, enquanto 12% preferem Aécio; 13%, Marina Silva; e 3%, Campos."