8 de agosto de 2013

O pedido de desculpas de Luiz Fernando Veríssimo à grande imprensa

Muito boa a ironia do Veríssimo, que traz - em última análise - o que viemos falando aqui há anos!

Por Altamiro Borges
"Irônico e certeiro, o escritor Luis Fernando Veríssimo comenta nesta quinta-feira (8) na sua coluna no jornal O Globo a "surpreendente" cobertura da mídia nativa sobre o escândalo do propinoduto em São Paulo. "Me desculpe, grande imprensa nacional", brinca. Ele lembra de caso do "mensalão" do PSDB de Minas Gerais que foi engolido pelo "pântano silencioso" da mídia e critica "os sistemas métricos diferentes" utilizados nas coberturas jornalísticas. Genial. Vale conferir."

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Lóbi irresistível, por Luis Fernando Veríssimo
"Devo um pedido de desculpas à grande imprensa nacional. Me desculpe, grande imprensa nacional. Quando li a matéria da “IstoÉ” sobre o cartel consentido formado em São Paulo para a construção de linhas de trem e metrô sob sucessivos governos do PSDB e as suspeitas de um propinoduto favorecendo o partido, comentei com meus botões (que não responderam porque não falam com qualquer um): essa história vai para o mesmo pântano silencioso que já engoliu, sem deixar vestígios, a história do mensalão de Minas, precursor do mensalão do PT.
E não é que eu estava enganado? A matéria vem repercutindo em toda a grande imprensa. Com variáveis graus de intensidade, é verdade, em relação ao tamanho do escândalo, mas repercutindo. Viva, pois, a nossa grande imprensa. Já se começava a desconfiar que o Brasil, onde inventam tanta novidade, tinha adotado, definitivamente, dois sistemas métricos diferentes.
A propósito, ou mais ou menos a propósito, li na revista “The Nation” que só a Associação de Banqueiros Americanos tem noventa e um lobistas em Washington defendendo os interesses dos bancos e lutando para revogar a regulamentação do setor aprovada no Congresso, recentemente. Isto sem falar em outras associações de banqueiros e nos próprios gigantes financeiros, como o Goldman Sachs (cinquenta e um lobistas) e o JP Morgan (sessenta lobistas).
O cálculo é que existam seis lobistas do sistema financeiro para cada congressista americano. Os bancos querem derrotar a regulamentação e evitar as reformas para continuar as práticas, vizinhas do estelionato, que provocaram a grande crise de 2008 e continuam a lhes dar lucros obscenos enquanto o resto da economia derrapa.
O lóbi é uma atividade legítima, ou ao menos uma deformação legitimada pelo uso. A questão é saber quando a presença de mil e tantos lobistas em torno de um Congresso deixa de ser uma pressão e se transforma num cerco.
E como se pode falar em democracia representativa quando o poder do voto é substituído pelo poder de persuasão de seis lobistas, três em cada ouvido, prometendo presentinhos para a patroa?
O que tudo isso tem a ver com o cartel em São Paulo? Nada, a não ser que, talvez, sirva de consolo para quem sucumbiu ao encanto de muito dinheiro, levado pelo lóbi mais irresistível que existe, o da cobiça. Mesmo sendo daquele tipo de pessoa sobre o qual não se pode dizer que também é corrupto sem ouvir um “Quem diria...”"

7 comentários:

Fabio disse...

O Jornal Nacional, com atraso e má vontade, vem noticiando o Propinoduto do PSDB mas colocando o atual Governador de São Paulo como vítima. Não só ele, mas os ex-governadores também. Coitados, eles foram ludibriados, além de tentar demonizar o CADE. A Polícia Federal tem que entrar no circuito e investigar com rigor.

Anônimo disse...

MERDAL EM DESESPERO (1)

Me dêem licença para interromper por um dia minhas investigações sobre as maracutaias da Globo e me divertir um pouco. A coluna do Merdal hoje nos dá uma oportunidade ímpar de aplicar aliviantes chutes no traseiro de um cafumango.

Entendo que o excesso de adjetivos deve ser evitado em nome da elegância e do estilo, mas creio que uma exceção, neste caso, é benvinda. Sobretudo porque é uma chance de observarmos a maravilhosa contribuição do Brasil ao patrimônio da língua portuguesa! Ao final do post, há um glossário, para que ninguém me chame de “mulato pernóstico”, conforme a horrível expressão racista usada pelas elites até os anos 60. E também para vocês verificarem que tentei ser absolutamente preciso

Como já chamei, com todo respeito, Ali Kamel de sacripanta, procuremos outros epítetos para Merdal Pereira. Boa oportunidade para tirar o pó dos cinco volumes do meu Caldas Aulete!

Merdal está tão pi-pi-ri-pi-pi-piradinho com as denúncias contra o PSDB paulista que perdeu a pose. Sua coluna de hoje, porém, pode fazer um grande mal à blogosfera: destruir o nosso querido professor Hariovaldo!

Sim, porque a coluna de Merval revela um Hariovaldo de carne, osso e uma geléia estragada no lugar do cérebro. É uma competição desleal com nosso humorista! Força, Hariovaldo!

Vamos ao Merdal:

Anônimo disse...

MERDAL EM DESESPERO (2)

Corrupção e democracia

"Outro dia escrevi aqui na coluna, a propósito das investigações sobre a formação de um cartel de empresas estrangeiras na construção do metrô paulista, que “o pior dos mundos para a democracia seria se ficar provado o que os petistas chapa-branca já dão como certo nos blogs e noticiários oficiais: que o esquema seria uma espécie de irrigação permanente de dinheiro ilegal para as campanhas eleitorais dos tucanos desde o governo Covas”.

Foi o que bastou para que esses mesmos pseudo-jornalistas a serviço do governo petista distorcessem minhas palavras, atribuindo a mim a tese de que as acusações contra o PT são boas para a democracia, e as contra o PSDB seriam prejudiciais.

Para um leitor de boa-fé, está claro que não tratava da corrupção em si, mas da maneira como ela fora praticada. Uma coisa são casos de corrupção de agentes políticos isolados, que acontecem em todos os países, outra bem diferente é a organização política transformar-se em criminosa para garantir recursos ilegais para a manutenção do poder." (Merval)

Anônimo disse...

MERDAL EM DESESPERO (3)

Vamos copiar a expressão do Paulo Nogueira e fazer uma longa pausa para risadas.

Merdal pagou um mico federal ontem e hoje, ao tentar emendar o soneto, paga um orangotango gigante! Petista chapa-branca! Aí é demais, não dá nem para comentar. Adiante.

Merdal, que é um labrosta, um burdo e um biltre, reage às denúncias contra o PSDB atacando não a corrupção, não os desvios de milhões em verba pública, não a desonestidade e a nojenta ausência de ética e espírito republicano das autoridades do governo paulista, que protagonizaram o maior escândalo de superfaturamento da história brasileira. Merdal ataca os… blogs!

É um chibéu metido a chibante!

E dá-lhe choradeira! Dá pra notar, em meio ao desespero do Merdal, as suas lágrimas ácidas de crocodilo escorrendo pela coluna. Os tucanóides da mídia nem disfarçam. Na primeira encrenca, gritam “mensalão!”, “mensalão!”, à maneira de bandidos que, vendo a polícia se aproximar, se enfiam na muvuca e gritam: “pega ladrão!”.

Ora, Merval, não nos faça rir com essa nova filosofia que distingue a corrupção em duas hierarquias: regional e federal. A regional seria aceitável, pois se destina apenas a pagar vestidos de luxo para as esposas dos corruptos e viagens ao redor do mundo. Muito pior mesmo é a corrupção federal petista, não é?, que visa pagar deputados para aprovarem a reforma da previdência!

Desta vez, Merdal se descuidou. Não se pode exagerar, senão entorna o caldo. Há muitos leitores do Globo, imagino eu, que já desenvolveram danos mentais irreversíveis, e acreditam num peteiro como o Merval. Mas textos como esse nos são de grande serventia. É como se ele tirasse a máscara e o fardão da Academia e víssemos um idiota furioso discutindo com uma criança de três anos. A criança é o “leitor de boa fé”, doravante uma belíssima expressão para designar os tabaréus que ainda acreditam na Globo.

Anônimo disse...

MERDAL EM DESESPERO (4)

"A ação individual de um político desonesto é menos danosa para a democracia do que a de um grupo político organizado, que se utiliza dos esquemas de poder a que chegou pelo voto para se eternizar nele. Foi o que aconteceu justamente no mensalão do PT. Se as investigações do caso Siemens em São Paulo levarem à conclusão de que o PSDB montou um projeto de poder em São Paulo desde o governo Covas, passando por Geraldo Alckmin e José Serra financiado pelo desvio de verbas públicas, estaremos diante de uma manipulação política com o mesmo significado, embora com alcance regional, enquanto o mensalão tentou manipular nada menos que o Congresso Nacional." (Merval)

Inacreditável. Merdal acha mesmo que existe uma corrupção “boa”, a do PSDB, que envolve valores muito maiores que o mensalão, e tudo dinheiro público; e uma corrupção “ruim”, que é a do PT, usada para se “eternizar” no poder. Além de burrice, é uma falácia, comprovada pelos fatos. O PT está no poder federal há 11 anos. O PSDB está no poder em São Paulo há mais de 20. Merdal deve achar que seu leitor é um asno e vai acreditar que o PSDB paulista roubou centenas de milhões em São Paulo, mas jamais fez esquema para se perpetuar no poder.

Aí ele insiste na história de que os mau feitos paulistas tem alcance “regional”. É mesmo um caurineiro, um naique, um litodonte, porque esquece, ou omite, que a corrupção do metrô em São Paulo teve início quando o PSDB ainda ocupava o Palácio do Planalto. E não só isso. Omite que FHC mudou as regras eleitorais para si mesmo; sem a dignidade de fazer ao menos um plebiscito e consultar o povo, patrocinou uma suja negociata palaciana para aprovar a emenda da reeleição. Onde você estava em 1997, Merdal? Estava tratando de alguma sequela da sua notória cacosmia?

Só para você lembrar:

Anônimo disse...

FONTE DOS TEXTOS ACIMA:

http://www.ocafezinho.com/2013/08/08/merdal-em-desespero/

Blogue disse...

Gostaria de dizer que não sou partidária de nenhum partido. Mas durante o governo FHC as colunas do Veríssimo não dava trégua. Era críticas atrás de críticas. Até aí nada de mais afinal esse é o trabalho dele. Mas o que me intriga até hoje é o silêncio do Veríssimo com todo o governo Lula e agora Dilma.
Pode acontecer qualquer coisa negativa. O Veríssimo não comenta. O que aconteceu? Para ele são tudo flores? Não tenho mais confiança nele.Onde foi parar a imparcialidade dele.Por favor, me respondam. Obrigada