Copa de 2022: Mortes no Qatar
“Nós quisemos o Catar (obs.: também grafado como Qatar), e agora vamos adiante”, respondeu aos jornalistas, em tom quase desafiador, o presidente da Fifa, Joseph Btatter, sobre as condições de trabalho e as mortes ocorridas nas obras no emirado para a Copa do Mundo de 2022.
O jornal britânico The Guardian denunciou que, entre junho e agosto de 2013, mais de 40 trabalhadores nepaleses morreram em acidentes de trabalho ou por problemas de saúde nas obras. As embaixadas da Índia e do Nepal, países de origem da maioria dos trabalhadores imigrantes no Catar, falam em mais de 200 vítimas só no ano passado.
Em novembro, o Catar, após conversações com a Fifa, se comprometeu a entregar um relatório sobre a melhoria das condições de trabalho. O documento servirá de base para a audiência do representante da Fifa, o ex-presidente da Federação Alemã de Futebol Theo Zwanziger, perante o Comitê de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, nesta quinta-feira (13/02).
“A Fifa aplaude as atitudes concretas tomadas, anunciadas pelo Conselho Superior de Organização e Sustentabilidade, que asseguram o bem-estar dos que trabalham para a Copa de 2022″, declarou o órgão máximo do futebol mundial, através de comunicado à DW.
A instituição afirmou que é importante que “todos os atores envolvidos se mantenham unidos e, dessa forma, deem sequência às ações iniciadas”. Entretanto, não informou concretamente quais seriam essas atitudes.
“O Catar é um Estado escravocrata”, afirma Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI). “Não há liberdade de associação. Os trabalhadores vivem na pobreza, trabalham em condições extremas sob forte calor, e não têm o suficiente para beber.”
Segundo ela, os operários também não têm direito a folgas regulares nos fins de semana ou a assistência médica adequada. “As jornadas de trabalho podem ser de até 12 horas. Os dormitórios superlotados muitas vezes não têm eletricidade, e as condições de higiene são catastróficas. A CSI teme que o número de mortes possa subir para em torno de 4 mil até a Copa de 2022, caso as condições básicas de trabalho não sejam melhoradas”, alerta Burrow.
(...) Caso o Catar não promova mudanças na situação dos direitos dos trabalhadores imigrantes, Sharan Burrow aponta que a Fifa não terá outra escolha: terá que rever a escolha da sede da Copa do Mundo de 2022, se não quiserem que o evento máximo do futebol mundial, segundo ela, seja realizado “em um país escravocrata”."
Leiam a matéria comleta nas seguintes fontes: DCM e Deutsche Welle.
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