20 de fevereiro de 2014

Humor de Quinta: Um Cavalo Chamado F.D.P.

Nos anos 1970 teve um filme que fez relativo sucesso de título "Um Homem Chamado Cavalo". Agora tem essa. Um cavalo chamado... Filho da Puta!
Mas porque?
Essa história me chegou via email e eu não resisti em colocá-la aqui, neste Humor de Quinta.
Confesso que não tive como descobrir se ela é verdadeira ou foi criada pela boa imaginação do autor.
Até onde fui na Internet encontrei o texto no site Achei USA, de autoria de Eduardo Garcia.
A história é pitoresca pelos desencontros, traduções, traições conjugais, vingança, etc.
Tomara que seja verdade. : )
Até achei uma reprodução de uma pintura do Filho da Puta, feita por John Frederick I Herring em 1828 e que estaria no Doncaster Museum and Art Gallery (citado ao final do texto). Bom sinal...
Atenção para um detalhe: o inglês falava português e o nome de batismoo do cavalo foi mesmo feito em  nossa língua pátria. Leiam e entenderão.


O estranho nome de um campeão

Eduardo Garcia

"Na primavera de 1806, nasceu uma potranca na fazenda de Sir William Barnett, criador de cavalos de corrida na bela propriedade que herdara da família junto com a paixão pelos velozes Puros-Sangue. Apaixonado também pela esposa, decidiu fazer-lhe um agrado. Batizou a pimpolha com o nome de Mrs. Barnett. Ela era filha de um renomado garanhão de nome Waxy, com muitas vitórias em seu cartel, e de uma vistosa égua chamada Woodpecker Mare. Tal cruzamento proporcionava inumeráveis opções para o nome da nova criatura, mas prevaleceu o amor pela cônjuge.

Mrs. Barnett (a égua) ao completar dois anos foi para um hipódromo onde começou sua campanha que foi, por assim dizer, algo discreta. Ela não tinha tanta velocidade e resistência como queria seu criador. Alguns anos depois, a linda castanha voltou para a fazenda e foi cruzada com Haphazard, nove anos mais velho que ela, mas nenhum dos dois deu bola para isso e Mrs. Barnett (ainda a égua) ficou grávida ou prenhe como é mais usado.

Nesse meio tempo, Mrs. Barnett (a esposa) andava pulando a cerca, mostrando que no quesito velocidade era muito mais ligeira que sua homônima de quatro patas. Veio então novamente a primavera e aí estamos em 1812 - há exatos dois séculos - e Mrs. Barnett (a quadrúpede), depois de um começo de noite agitado, deu à luz a um lindo potrinho, também castanho. Mal amanhece o dia e Mrs. Barnett (a ligeira) sem dar a menor pelota para o bebê da sua xará, foge com seu amante, um oficial da Marinha Britânica. Sir William havia morado em Portugal quando estudante e conhecia bem o idioma de Camões e Fernando Pessoa. As duas notícias lhe chegaram quase ao mesmo tempo. Ele não teve a menor dúvida. O filho de Mrs. Barnett (a égua) nascera no mesmo dia em que Mrs. Barnett (a infiel) fugiu com o seu cacho. Que outro nome podia ter esse potrinho?

Se você pensou em Filho da Puta acertou em cheio. Sir William, britanicamente, vingou-se dessa forma da cachorrada da esposa. Mas, a história não acabou ainda. Ele preencheu a papelada devida e mandou para o Stud Book inglês, que é o cartório dos cavalos de corrida.
Foi feita então uma pesquisa para saber se havia algum homônimo. Nada constando que impedisse, o nome foi solenemente inscrito no Livro de Ouro e a partir daí não poderia mais ser mudado em hipótese nenhuma. Quando descobriram (sempre tem um fofoqueiro) era tarde demais. E o pior ou melhor, como queiram, é que Filho da Puta foi um excelente cavalo. Ele venceu uma das provas mais importantes e tradicionais do turfe inglês, a St. Leger Stakes, em Doncaster.

A corrida de St. Leger de 1815 foi disputada por treze animais. Foi uma partida emocionante. Filho da Puta era favorito, correu em terceiro por 800 metros. Na reta final atropelou e, de galopão, derrotou outro animal, espetacular também, chamado Dinmont. Nosso herói estreou nas pistas em julho de 1814 em Newcastle, quando venceu Tyne Stakes, uma corrida de 1.200 metros. Logo depois venceu no percurso de uma milha. Daí para frente, ganhou várias provas, sempre montado pelo jóquei J. Jackson. Não existem registros gravados mas, com certeza, e quem já foi a uma corrida vai entender, deve ter sido algo digno do Guiness Book, uma multidão berrando o nome do nosso amigo. Nunca tantos xingaram tanto a um único indivíduo, ainda que sem essa intenção.

Filho da Puta foi retirado das corridas em 1818 em York com várias lesões nas patas. Foi então destinado à reprodução e gerou muitos campeões atestados pelo excelente pedigree.

Filho da Puta foi imortalizado em óleo sobre tela por Herring, um pintor inglês de renome inerrnacional e é, provavelmente, a gravura mais vendida em todos os países que conhecem nosso idioma. Se você já viu essa gravura e pensou que fosse brincadeira, equivocou-se redondamente. Foi a melhor forma que um nobre inglês encontrou para aliviar o peso da galhada."

Um comentário:

Anônimo disse...

UAH UAH UAH.....
BOA DEMAIS!
ESSE CAUSO DEVE SER VERDADEIRO!