2 de junho de 2012

Dez Anos do Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras


Neste ano de 2012 completa-se uma década da existência do "Rio das Ostras Jazz e Blues Festival", considerado o maior da América Latina e um dos dez melhores do mundo na atualidade (contando com o diferencial do agradável local e da ótima organização para os padrões brasileiros).
Eu acompanhei as 10 edições e planejava ao longo dos últimos meses abordar um a um todos os os convidados deste ano aqui no blog.
Até comecei a fazer isso, primeiro com o saxofonista David Sanborn e depois com o baterista Billy Cobham.
Mas já viram que não consegui levar à frente o desejado.
O festival já começa na próxima quarta-feira e é muita gente boa que vem e que merece uma resenha especial, mas não vai ser possível.
É que sempre tento fazer essas resenhas com bastante antecedência com o objetivo de divulgar o evento.
Para comemorar 10 anos de festival o Stenio Mattos (criador e organizador) resolveu trazer de volta alguns nomes que fizeram muito sucesso em outras edições, além de alguns inéditos, como é o caso dos dois citados.
Retornam, por exemplo, os guitarristas Mike Stern, Michael Hill, Roy Rogers e Duke Robillard.
Outro a ser comemorado é o pianista Kenny Barron.
E os brasileiros? Entre os melhores do mundo é claro! Este ano vem Romero Lubambo, Maurício Einhorn, Hélio Delmiro, Cama de Gato, Celso Blues Boy, etc.
Sobre esses feras, breves citações sobre alguns deles:
David Sanborn:  "Um dos saxofonistas mais bem sucedidos comercialmente desde os anos 80, David Sanborn lançou 24 álbuns, ganhou 6 prêmios Grammy, e teve 8 álbuns de ouro e 1 disco de platina."
Billy Cobham: " Membro fundador da lendária Mahavishnu Orchestra, é um dos maiores e mais influentes bateristas do mundo. Ex-integrante da banda do Miles Davis, foi um dos primeiros músicos a misturar o jazz com o rock."
Mike Stern e Romero Lubambo (que tocarão juntos):  "Um encontro de 2 dos maiores guitarristas do mundo! Quando 2 músicos dessa magnitude, dividem o mesmo palco, as possibilidades são infindáveis."
Roy Rogers and The Delta Rythm Kings - "Roy Rogers é considerado um dos melhores guitarristas de slide tocando hoje. Com 8 indicações ao Grammy como produtor e intérprete, ele é também um produtor internacionalmente aclamado."
Kenny Barron - "A capacidade inigualável de Kenny Barron de hipnotizar o público com seu jeito elegante de tocar melodias sensíveis e ritmos infecciosos é o que inspirou o Los Angeles Times a nomeá-lo um dos pianistas de jazz tops no mundo."
Michael Hill - "É reconhecido como um dos "mais talentosos compositores e guitarristas do modern blues " (Living Blues Magazine)."
Celso Blues Bloy - "Não são muitos os artistas que podem se gabar de ter criado uma linguagem musical. Nesse seleto grupo de excepcionais, Celso Blues Boy arruma uma vaguinha por ter dado um sotaque brasileiro ao blues, um gênero americano (ou africano, em suas raízes mais profundas) por excelência, e com ele feito sucesso avassalador ao ponto de ser, ao mesmo tempo, lenda, ídolo e referência, ainda mais quando o papo recai sobre aquele instrumento de seis cordas chamado guitarra."
Cama de Gato - Histórico grupo Fusion brasileiro que fez sucesso internacional nos anos 80. 
O evento vai acontecer, como é tradição, no feriadão de Corpus Christi: entre 06 (quarta-feira próxima) e 10 (domingo) de junho. Durante esse período a cidade vive em função da música. São quatro palcos e horários diferentes: Praça São Pedro, na Praia do Centro às 11:30 h;  anfiteatro da Lagoa de Iriry às 14:15 h; palco montado sobre as pedras na Praia da Tartaruga (ao por do sol, 17:15 h) e o palco principal no Camping de Costazul (quatro atrações em cada noite) às 20:00 h. Assim, teremos música o dia todo, até a madrugada. E é importante lembrar: tudo de graça.
Algumas dicas importantes:
Dica 1: Se você não é da Região dos Lagos nem da área centro-norte do estado do Rio providencie logo o local onde vai ficar. A procura pelas pousadas é muito grande durante o festival, sobretudo por parte de muitas pessoas vindas de São Paulo, Rio, Minas e muitos estrangeiros. As pousadas de Rio das Ostras não costumam ser caras.
Dica 2: O horário marcado de início no período da noite (na antiga área do camping, em Costazul) é 20:00 h. Sempre atrasa um pouco, mas não muito. Para conseguir lugar na frente é bom chegar por volta das 19:30h.
Dica 3: Na área dos restaurantes da "Cidade do Blues e Jazz" a mesma coisa. Uma boa é revezar: um dia (pelo menos) ou dois nos restaurantes e outro lá na frente. Na área gastronômica você fica mais distante mas dá pra ver o palco e também os telões. O som é ótimo, mesmo distante. A vantagem é que se pode jantar ou ficar apenas bebendo um vinho ou cerveja com ‘tira-gosto’ sem deixar de ver o festival. Quando chove esse detalhe ganha ainda mais importância.
Dica 4: Como sempre, recomendo que assistam pelo menos a um show no anfiteatro da Lagoa de Iriry (14:15 h) e pelo menos um na Praia da Tartaruga (nas pedras, ao pôr-do-sol: 17:15 h), além das atrações da noite, é claro.
Fiz um pequeno roteiro sobretudo para neófitos, baseado em observações do que pode agradar mais a quem não é iniciado, lembrando que o ideal é sempre tentar ver todos, até mesmo quando se apresentam mais de uma vez em palcos diferentes.
- Quem estiver em RO já na quarta à noite (abertura) é oportunidade rara de ver o fantástico e lendário Hélio Delmiro.
- Quinta-feira, dia 6: Não percam Celso Blues Boy às 14:15 h na Lagoa de Iriry!
- Sexta, por do sol na Praia da Tartaruga com David Sanborn.
- Sábado, de volta à Lagoa no mesmo horário (2 e 15 da tarde) para ver o fantástico guitarrista Michael Hill e a sua superbanda de Blues-Rock
- Domingo, se der, na Praia do Centro, 11:15h Fabiano de Castro, e à tarde Duke Robillard em Iriry, antes de vir pra casa.
Mas e a noite? Tudo que for possível! Todos os dias.
Mas e se não der? Bem, uma ótica dica é sair direto na sexta da Praia da Tartaruga (David Sanborn) e assistir logo a primeira atração do dia em Costazul: o fantástico baixista camaronês Armand Sabbal-Lecco cuja performance com sua banda arrisca ser o show mais animado do festival (uma boa é assisti-lo também no sábado à tarde na Tartaruga). Depois tem Duke Robillard, Mike Stern e Romero Lubambo e Big Time Orchestra.
Já a noite de sábado é de gala com Cama de Gato, Billy Cobham, David Sanborn e Roy Rogers.
A página oficial do festival é  http://www.riodasostrasjazzeblues.com/.
É isso. Bom festival para quem vai! Quem não puder ir e se animou, programe-se para o ano que vem!


A cantora Big Time Sarah
P.S.: Não ia escrever sobre isso mas... Vai ser o primeiro festival sem o amigo, produtor musical (ele não se achava assim mas eu o considerava como tal) e super-colecionador de discos J.C. Fagundes. Por coincidência estava planejando convidá-lo para um churrasquinho em minha casa durante o evento, uma vez que fazia tempo que não tinha contato com ele. Fagundes era tão conhecido no meio musical que tinha passe livre no backstage do Festival, além de frequentar os hotéis onde ficavam os músicos. Ele levava seus discos de vinil para pegar autógrafos.
Muitos músicos desconhecidos por aqui se surpreendiam de ter alguém no Brasil com raros LPs originais deles.
Lembro-me de uma vez que ele ofereceu a nossa cachaça para a cantora de blues americana Big Time Sarah (da região do Mississipi) que adorou a típica bebida brasileira! Era o jeito dele de agradar todo mundo.
Vida que segue, enquanto estamos por aqui...
Do céu, Fagundes (com sua Layla) vai assistir de camarote, junto com uma porção de gente boa que estão lá por cima também. Não tenho nada a ver com o festival (a não ser como púbico) mas tomo a liberdade de dedicar esta edição especial a ele.
Abraço, caro amigo musical.

5 comentários:

Marcos Oliveira disse...

Complementando:
Entre as cobranças que recebi relativos a este assunto, destaco o questionamento de um amigo: "Marquinhos, eu gostei muito dos escalados este ano mas não sei porque acho que está faltando algo que não sei bem o que é, talvez algo de Fusion. O que achou? Aguardo seus tradicionais comentários!"

Caro amigo J. o que você está sentindo falta mas não sabe direito o que é, eu sei: é mulher! Rs. Não sei porque o Stenio não escalou nem uma convidada. A presença feminina é fundamental, seja cantora ou instrumentista. Não faltam ótimas opções, seja uma voz negra de New Orleans ou uma cantora de Jazz. Em uma época em as mulheres marcam presença em tudo e no ano de comemoração de uma década de festival, faltou à produção lembrar que elas sempre estiveram presentes ao longo desses 10 anos. É isso!

Cézar disse...

Valeu Marcos!
Estaremos lá!!!!

Luana disse...

Concordo que faltou a presença feminina, mesmo que fosse alguma que já tenha vindo como a Jane Monheit.
Ótima resenha.

Alice in Wonderland disse...

CONTAGEM REGRESSIVA!
TOMARA QUE NÃO CHOVA.
OBRIGADA PELA DICAS.
BJS.

Alfredo disse...

Dicas ótimas, como sempre!