Houve um tempo em minha infância que eu olhava muito para as estrelas do céu.
Poucas luzes no subúrbio simples era um fato que ajudava na visualização.
E eu também ouvia as estrelas. Ora direis: "Ouvir estrelas? Certo perdeste o senso!"
E eu também ouvia as estrelas. Ora direis: "Ouvir estrelas? Certo perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto: talvez.
Mas existia o tempo de apreciar as coisas simples e maravilhosas da natureza.
Mas existia o tempo de apreciar as coisas simples e maravilhosas da natureza.
Hoje, mesmo se quiser, as luzes da cidade impedem uma boa visualização das estrelas.
Temos que procurar um local menos iluminado, preferencialmente longe da cidade.
E aí fica difícil. Assim levamos a vida, sem perceber e sem contato com o tempo certo do mundo natural.
Só temos o nosso próprio tempo corrido, urbano, que nem é tempo, pois não percebemos a passagem das horas e dos dias.
Mas quem quer ou precisa admirar estrelas hoje?
Mas quem quer ou precisa admirar estrelas hoje?
É tudo tão rápido. Como este post.
Bom fim de semana.
Bom fim de semana.
Ouvir Estrelas
Olavo Bilac
"Ora (direis) ouvir estrelas!
Certo Perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
2 comentários:
Sempre excelente, Marcos.
É muito bem ler seus textos e ver suas seleções de imagens.
Bom fim de semana para vc também.
Bjs.
Obrigado pelo comentário Maria Inês!
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