As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer apráticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula .
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo."
Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB.
Brasília, 20 de setembro de 2012.
5 comentários:
Será que esta nota deu no Jornal Nacional?
Não vi o JN mas acredito que não. Daí a importância dos blogs divulgarem.
O documento assinado por todos os partidos da base aliada –“6 partidos dizem nao ao Golpe da Veja e da Globo” – tem um efeito imediato sobre os articuladores do Golpe paraguaio.
Impeachment no Congresso ficou um pouco mais difícil.
Esses partidos estão na base do Governo (se é que a Dilma pode confiar no PMDB do Michel Temer e do Wellington Moreira Franco).
A alternativa é o método paraguaio por excelência: o Supremo.
Assim como no Paraguai a Polícia engendrou um conflito com trabalhadores rurais e derrubou Lugo, aqui é facil promover, por exemplo, um Caracazo.
Os tucanos serão capazes de fazer isso em São Paulo num estalar de dedos.
Basta alguém pisar no pé de um policial armado na hora de embarcar num vagão dos metrôs canadenses do Padim Pade Cerra.
Para transformar isso num morticínio e numa crise monumental bastam duas edições do jornal nacional, do meio da semana.
É bom não menosprezar os dois Golpes de Estado – em 2006, e da bolinha de papel, de 2010, que o recém promovido Ali Kamel dirigiu.
Daí a um Golpe no Supremo é um passo.
Qualquer ADIN, ADPF da vida cuida disso numa nice.
Não faltarão advogados ilustres para defender a Suprema causa do PiG: derrubar um presidente trabalhista.
Falta pouco.
Porque, como se sabe, a Presidenta Dilma enfrenta os bancos mas não enfrenta a Globo.
Ou ela tem alguma dúvida de que a fúria pigal (*) se multiplicará em 2014, com o Cerra à frente da baixaria – eleito ou derrotado em 2012 ?
O Brasil se aproxima rapidamente da Venezuela que quase derrubou o Chavéz com um Golpe na televisao.
Chavez chegou a cair mas voltou.
Se Dilma cair – volta ?
Paulo Henrique Amorim
DA CARTA MAIOR:
Foi essa a frase que ouvi de um popular esses dias, num misto de lamento e advertência, mas em alto e bom som: “querem prender o Lula”. A princípio não dei a devida importância, pois aquela frase, naquele instante, me soou um tanto exagerada e despropositada. Mas os fatos que se seguiram dias depois e os tantos e reiterados “golpismos” engendrados pela banda mais conservadora das nossas elites acionou em mim o botão de “ALERTA”, e agora compartilho com vocês essa minha justificada preocupação: Querem condenar e prender o Lula!
Primeiro, salvo engano já em 2005, tentaram dar um golpe e apear o então presidente Lula da Presidência. Alguns políticos mais esclarecidos (Ciro Gomes e mais uns poucos à frente) fizeram ver aos golpistas de sempre o quão temerário, deletério e injusto ao país seria iniciar um processo daqueles: o impedimento do primeiro operário eleito presidente da República no Brasil.
Recentemente, um semanário de baixíssimo nível editorial, mas que vende cerca de um milhão de exemplares por semana, não lidos por uma classe média conservadora, e que serve ao ardiloso pretexto de pautar os demais veículos desse “famigerado consórcio” da mídia brasileira, tenta, mais uma vez, associar Lula ao suposto “mensalão” (que, como, hipocrisia a parte, sabemos todos há muito, trata-se de atabalhoado e criminoso know-how de financiamento de campanha, via caixa 2, criado por essas mesmas elites conservadoras para alimentar o caixa dos seus partidos e aliados e “vendido” ao PT).
A grande mídia então em seguida, na mais recente vaga golpista, com insidioso oportunismo e metrificado espalhafato fez a sua próxima jogada: providenciou a publicidade gratuita nos grandes jornais de uma suposta ameaça da dita “oposição” de processar o ex-presidente.
Pretendiam assim, para depois execrá-lo em praça pública, incluí-lo, sorrateiramente, no rol dos supostos culpados – vale ressalvar que na ação em julgamento no STF Lula nem é citado. Nunca sequer foi acusado, passados 7 anos da denúncia – nem pelo Procurador que instaurou esse processo nem por qualquer dos réus.
A dita “oposição” recuou e estrategicamente postergou o seu ataque infame. Mas alguns poucos observadores enxergaram para além das aparências, entretanto, e perceberam/acusaram o golpe.
Não pretendo absolver previamente nenhum dos indiciados nesse julgamento que ora se dá no Supremo, nem mesmo aqueles a que poderia reputar algum grau de inocência, tampouco condenar, temo pela sua lisura e justeza, pois pretendem transformar a mais alta corte do país num tribunal de exceção – e de excessos. Querem atirar os bois de piranha ao rio para que a boiada prossiga passando incólume.
Reproduzo aqui as palavras do Senador Jorge Viana, proferidas em discurso na tribuna do Senado (os grifos são meus):
“Agora, nós estamos a duas semanas da eleição. E o que é que a gente vê? A velha, preconceituosa elite brasileira se levantando. Não conseguem compreender, aceitar, que a mais Alta Corte de Justiça do País julgue. Não. Querem influir na composição da Corte. Querem decidir o calendário de julgamento da Corte. É isso que o Brasil está vendo. E querem agora conduzir o julgamento da Corte. Isso é um desserviço ao País.
O problema do País, durante muitos séculos, foi sua elite. Não é o seu povo. Isso, os estudiosos da beleza da cultura brasileira já identificaram. Agora, o Presidente Lula foi o que mais trabalhou pelos pobres, pela inclusão social – eu estou falando de dezenas de milhões de brasileiros –, pela geração de empregos, pelo resgate de uma posição de destaque do Brasil diante do mundo, e é, de longe, o mais perseguido Presidente da história do Brasil, por uma parcela da elite brasileira preconceituosa, intolerante com o PT e com o Lula. Não aceitam que o Presidente Lula seja um ótimo ex-presidente. Querem atacá-lo agora como ex-presidente.”
Então, parece-me, aquele brasileiro, aqui chamado de “um popular”, com a sabedoria e singeleza de um homem do povo, pode estar com a razão: “querem prender o Lula”; querem condenar o Lula, seu governo e sua herança; querem impedir, em definitivo e mais uma vez (lembro-lhes o golpe de 1964), um projeto de país que “apenas” dá os primeiros e tímidos passos de uma longa caminhada rumo a uma paulatina, lenta e progressiva distribuição mais equânime da renda e da riqueza, e assim, ao menos, minorar a enorme dívida social imposta ao povo brasileiro por essas mesmas elites que agora pretendem (de novo) sabotar a democracia e a esse mesmo povo com métodos escusos e silentes.
Mas mais esse golpe nós não vamos permitir. Não dessa vez.
Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Media e blogs de esquerda.
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