28 de junho de 2014

Haja Cardiologista

Agora é esperar a (ótima) Colômbia - que mandou o Uruguai pra casa para cuidar dos dentes daquele rapaz - na sexta-feira, 17 horas, no Estádio Castelão em Fortaleza.
Sobrevivi ao jogo de hoje misturando cerveja, vinho e um 'gengibre' preparado pelo amigo Robinho que eu nem sei o que tinha (além do gengibre...).
E viva Júlio César!
Vamos a uma análise da Rede Brasil Atual do jogo.
ENTRE OS ESTILOS FELIPÃO E PARREIRA
Análise – Brasil “inova” nos erros e salva match point
Seleção entrega gol para o Chile, perde meio de campo no segundo tempo e faz prorrogação razoável, mas insuficiente

"Dizer que a vitória do Brasil foi “injusta”, como muitos têm dito, é um exagero. A seleção fez um primeiro tempo chegando mais na área rival, e o Chile quase não levou perigo à meta de Júlio César. Não chegou ao tento de empate por conta de seus méritos, mas sim por uma falha dupla de Marcelo e Hulk, que mudou totalmente o panorama de uma partida que parecia até surpreendentemente tranquila àquela altura.

Marcelo fazia uma marcação quase individual em Alexis Sánchez e Luiz Gustavo compunha pelo lado esquerdo quando o jogador do Real Madrid seguia o chileno no meio de campo. A seleção andina insistia pelo lado canhoto da defesa brasileira, mas Jorge Sampaoli mudou o modo da equipe jogar no segundo tempo, alterando as posições de Sánchez e Vidal, e o Brasil, que sentiu emocionalmente o tento rival, perdeu o meio de campo.

Em especial na etapa final, não adiantou a troca de Paulinho por Fernandinho, ainda que o substituto tenha feito um jogo melhor no primeiro tempo. O problema é que o Brasil passou a abusar da ligação direta dos defensores com o ataque e das articulações frustradas nas laterais, ou seja, a redonda não passava pelos volantes. Com Fred ou Jô na frente, a bola batia no centroavante e voltava.

Outro ponto incompreensível foi encostar Neymar no ataque e tirar sua liberdade de voltar para o meio. Tal alteração só se justifica por uma possível lesão do craque. Mas, nesse contexto, o lógico seria colocar mais alguém para vir de trás, fazendo a função de ponta de lança, até para preocupar mais os ótimos Aránguiz e Vidal.

Emocional
Pode parecer clichê ou psicologismo barato, mas quem está acostumado a ver futebol sabe que às vezes você percebe a condição emocional de um atleta só pelo olhar. O Brasil se perdeu depois do gol chileno, e só se recuperou na prorrogação, quando voltou a jogar razoavelmente, também em função de o Chile ter abdicado da partida para apostar na disputa de penalidades. Os andinos já tinham ido longe demais e cumprido seu papel.

Só após os noventa minutos a seleção foi mais Parreira e menos Felipão, talvez não tenha sido coincidência a imagem do técnico ouvindo o coordenador ao fim do tempo regulamentar. A equipe colocou a bola no chão, tocou a bola com a participação dos volantes e dos meias, e chegou com perigo ao gol de Bravo, embora a oportunidade mais contundente tenha sido da equipe de Sampaoli no último minuto da prorrogação, com uma bola na trave de Júlio César.

Entre os atletas, impressionou mais uma vez a postura de Neymar. Jogando mal no segundo tempo, foi ele que chamou a responsabilidade no primeiro tempo e também depois dos 90 minutos, quando “chamou na chincha” seus companheiros, mais velhos que ele, para a cobrança de penalidade. Na hora de se diferenciar os homens dos meninos, mostrou não ser mais moleque.

Injustiça, só se levarmos em conta que a seleção, pelos nomes que possui, poderia ter jogado muito mais, e o Chile mostrou alternativas de jogo que o Brasil ficou devendo. Falta equilíbrio, na tática e na cabeça. Na linguagem do tênis, a seleção salvou um match point, mas se continuar assim, outros virão."

2 comentários:

Kiko Nogueira no DCM disse...

Júlio César entra fácil em qualquer lista dos jogadores mais sem carisma da história. Nunca foi ouvido dizendo uma frase perspicaz, original ou mesmo absurda, não é dado a vibrar, não é um líder, nada. O anti-Leão.

Mas quem precisa disso quando se tem alma? Foi o heroi do jogo contra o Chile ao pegar dois pênaltis. Antes disso, fez uma defesa difícil num chute à queima roupa no segundo tempo.

Há quatro anos, JC foi crucificado quando a Holanda despachou o Brasil nas quartas. Falhou miseravelmente no segundo gol, numa saída patética em que Felipe Melo acabou marcando contra de cabeça.

De certa forma, se Felipe Melo não estivesse ali, JC seria o único culpado. Ele conta que pensou em se aposentar. Felipe nunca mais mereceu outra chance, mas Júlio foi lembrado por Felipão em 2013 — apesar de estar no Toronto FC, do Canadá, onde só se joga hóquei. Pouco antes, passara pelo pequeno Queens Park Rangers, da segundo divisão inglesa.

“Quatro anos atrás, eu dei uma entrevista muito triste, muito chateado. Eu to repetindo hoje, mas com muita felicidade. Só Deus e a minha família sabem o que eu passei e o que eu passo até hoje, mas o meu ciclo na seleção não acabou”, disse ele com a voz embargada imediatamente depois da vitória sobre os chilenos. “Faltam três degraus, e eu espero dar outra entrevista, com o Brasil todo em festa”.

Scott Fitzgerald dizia que não há segundo ato na vida dos americanos. No futebol, JC é uma prova de que as novas chances são possíveis. Se Felipão, um homem fiel a um grupo de atletas, erra ao insistir em Hulk ou Fred, acertou ao bancar o insosso e emotivo Júlio César.

Dilma disse...

Dilma Rousseff ✔ @dilmabr
Foi difícil. Foi com raça, garra, lágrimas e defesas de Júlio Cesar. vencemos!