Não, não é um post que fala da péssima atuação do Cristiano Ronaldo (que até está machucado, façamos justiça). Nem da eliminação prematura de seleções como Inglaterra e Espanha. Coisas do futebol que podem acontecer com qualquer seleção. Ainda mais nesta que está surpreendendo a cada jogo.
É sobre outros micos.
Na Copa do Mundo do Brasil, foram embora pro chuveiro mais cedo aqueles que torceram pelo fracasso do país.
Confira alguns micos da elite e da mídia.
Por Najla Passos
"A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.
E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.
Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, as manifestações perderam força, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.
Confira, então, os principais micos do mundial... pelo menos até agora!
1 - O fracasso do #NãoVaiTerCopa
Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!
2 – A vênus platinada ladeira abaixo
Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.
3 – #CalaABocaGalvão
Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!
4 – A enquadrada na The Economist
A revista britânica The Economista, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem "Traffic and tempers", publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.
5 – O assassinato da semiótica
Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!
6 – A entrevista com o “falso” Felipão
Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo - sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico...
7 – A “morte do pai” do jogador marfinense
O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. "Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.
8 – “Vai pra casa, Renan!”
Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!
9 – O fiasco do “padrão Fifa”
Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador.
Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!
10 – Sou “coxinha” e passo recibo!
Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidenta Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”."
Fonte: Carta Maior
3 comentários:
KKKKKKKKKKKKKKKKKK
MUITO BOA!!!
ESSE FOI UM DOS MELHORES SOBRE A COPA!
Faustão agora elogia a Copa. Esperto!
Por Altamiro Borges
O apresentador Faustão, da TV Globo, disputará com o ex-jogador Ronaldo, que também está na Globo, o título de “fenômeno” do oportunismo de 2014. Neste domingo (22), durante o seu programa na emissora, ele mudou radicalmente de opinião e elogiou a Copa no Brasil. Na maior caradura, ele disse que “surpreendentemente” o evento está dando certo e que os problemas ocorridos até agora são de responsabilidade da Fifa. "O que está dando problema é tudo culpa da Fifa. E eles não assumem e colocam a culpa no governo brasileiro. Veja agora o problema da alimentação em Recife, isso é problema da Fifa. A Fifa que assuma as suas responsabilidades”, afirmou no “Domingão do Faustão”.
A crítica à Fifa é justíssima, mas não deve ter agradado a famiglia Marinho – que sempre manteve sinistras ligações com a máfia que se perpetua no comando desta entidade mundial do futebol. Estas relações são antigas, desde a época do corrupto João Havelange. Não é para menos que a TV Globo evita repercutir as recentes denúncias da mídia internacional sobre o esquema de corrupção montado pela Fifa para sediar a Copa no Catar em 2022 ou sobre os aumentos secretos dos salários de seus dirigentes. A Fifa fatura cerca de 1,5 bilhão de dólares com este evento; já a famiglia Marinho mantém-se no topo da lista de bilionários da Forbes, entre outros motivos, por ter a exclusividade na transmissão dos jogos.
Faustão acertou na crítica à Fifa, mas deixou de fazer a sua autocrítica. Até a semana passada, o apresentador global, que recebe uma fortuna da emissora e dos anunciantes, era um dos mais hidrófobos nos ataques à organização da Copa no Brasil. Ele animou muita gente que padece do complexo de vira-lata contra o Brasil e que prega à visão neoliberal de negação do Estado. No “Domingão” que antecedeu a abertura dos jogos, ele esbravejou: “Esse é o país que quer fazer Copa do Mundo com 17 [12] cidades, mas que não faz nem com cinco... Já que vai começar dentro dessa bagunça toda, desses estádios caros, vamos tentar fazer o melhor possível, até porque a minha avó já dizia 'roupa suja se lava em casa'”.
Na sequência, ele explicitou que seu programa virou um palanque eleitoral da oposição. “Não dá para mostrar para o mundo inteiro que somos o país da corrupção e da incompetência. Muita gente já sabe... O Brasil dentro de campo é uma coisa. O Brasil fora é outro. O povo já percebeu. O Brasil precisa ganhar a Copa da educação, da saúde, contra o preconceito. A nossa Copa do Mundo é em outubro, época das eleições”. Ainda na semana passada, ao entrevistar a cantora Cláudia Leite, quase falou um palavrão na emissora, ao esculhambar a solenidade de abertura do torneio no estádio do Itaquerão. Para ele, a “festa merreca” foi uma “m... mercadoria”.
Agora, “supreendentemente”, ele muda de opinião e elogia a organização da Copa. O que houve? Sem dúvida, ele foi contagiado por Ronaldo, o “fenômeno” do oportunismo. A TV Globo trabalha com pesquisas diárias para conhecer o humor de seus telespectadores. Não há ainda nada de oficial, mas nos bastidores circula a informação de que o povo não se deixou abater pelo pessimismo da mídia tucana e está entusiasmado com a Copa. A coluna Painel, da Folha, chegou a noticiar neste final de semana que o apoio popular é de mais de 60% da sociedade. Esperto, Faustão resolveu recuar nas suas bravatas eleitoreiras; ele só não fez autocrítica. Por falta de oportunidade não faltam oportunistas neste mundo!
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