28 de maio de 2012

Nelson Jobim nega que Lula tenha pedido o adiamento do julgamento do mensalão

Reproduzimos abaixo post do Com Texto Livre, a partir de entrevista reproduzida no jornal Zero Hora.
Leiam também, no Blog do Roberto Moraes: "Gilmar, o Fausto". 
E ainda, no Luis Nassif Online: "Marco Aurélio não endossou versão sobre encontro ".
Para entender a origem dos fatos, leiam aqui.

"Não houve conversa nenhuma", afirma Jobim sobre suposta pressão de Lula a Gilmar Mendes

"Ex-ministro da defesa foi anfitrião do encontro em que ex-presidente teria tentado adiar julgamento no STF
Anfitrião do encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou a Zero Hora que em algum momento o petista tenha pedido o adiamento do julgamento do mensalão.
Segundo Jobim, a conversa entre eles durou cerca de uma hora, na manhã do dia 26 de abril, em seu escritório em Brasília. O ex-ministro foi enfático ao afirmar que o ex-presidente jamais fez qualquer proposta a Mendes envolvendo o mensalão e disse que negou à revista Veja que esse tenha sido o teor da conversa.
Jobim falou com ZH no domingo à tarde, por telefone, enquanto se dirigia ao aeroporto, no Rio, de onde regressaria a Brasília.
Zero Hora — Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?
Nelson Jobim — Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.
ZH — Sobre o que foi a conversa?
Jobim — Foi uma conversa institucional. Lula queria me visitar porque eu havia saído do governo e ele queria conversar comigo. Ele também tem muita consideração com o Gilmar, pelo desempenho dele no Supremo. Foi uma conversa institucional, não teve nada nesses termos que a Veja está se referindo.
ZH — Por quanto tempo vocês conversaram?
Jobim — Em torno de uma hora. Ele (Lula) foi ao meu escritório, que fica perto do aeroporto.
ZH — Em algum momento, Lula e Mendes ficaram a sós?
Jobim — Não, não, não. Foi na minha sala, no meu escritório. Gilmar chegou antes, depois chegou Lula. Aí, saiu Lula e Gilmar continuou. Ficamos discutindo sobre uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto de Direito Público, do Gilmar. Foi isso.
ZH — Depois que Lula saiu, o ministro fez algum comentário com o senhor sobre o teor da conversa?
Jobim — Não. Não disse nada. Só conversamos sobre a pesquisa, para marcar as datas de uma pesquisa sobre a Constituinte.
ZH — Lula pediu para o senhor marcar um encontro com Mendes?
Jobim — Sim. Ele queria me visitar há muito tempo. E aí pediu que eu chamasse o Gilmar, porque gostava muito dele e porque o ministro sempre o havia tratado muito bem. Queria agradecer a gentileza do Gilmar. Aí, virou essa celeuma toda.
ZH — Há quanto tempo o encontro estava marcado?
Jobim — Foi Clara Ant, secretária do Lula, quem marcou. Lula tinha me dito que queria me visitar há um tempo atrás. Um dia me liga a secretária, dizendo que ele iria a Brasília numa quarta-feira (25 de abril) e que, na quinta, queria me visitar e ao ministro Gilmar. Ele apareceu lá por volta das 9h30min, 10h. Foi isso.
ZH — Se não houve esse pedido de Lula ao ministro, como se criou toda essa história?
Jobim — Isso você tem de perguntar a ele (Gilmar), e não a mim.
ZH — O senhor acha que Mendes pode estar mentindo?
Jobim — Não. Não tenho nenhum juízo sobre o assunto. Estou fora disso. Estou te dizendo o que eu assisti.
ZH — Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?
Jobim — Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma."
Fábio Schaffner
No Zero Hora

3 comentários:

Junior disse...

Nota oficial do Instituto Lula:

Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:
1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.
2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.
3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.
4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.
Assessoria de imprensa do Instituto Lula

Anônimo disse...

É isso aí!
E participem do twitaço esta noite, vamos para os trending topics:
#GilmarMentes e #BrasilConfiaEmLula !

mc disse...

DO BLOG DO SARAIVA

Veja, a revista porcaria; Época(Globo), a revista sem leitor; e Gilmar Mendes, a maldita herança de FHC se unem contra Lula para melar a CPI do Cachoeira
Por Davis Sena Filho — editor do Portal do Blog da Dilma — Blog Palavra Livre

Novamente a imprensa golpista, por intermédio da Veja, autora contumaz do autêntico jornalismo de esgoto, e da TV Globo, que, em um círculo vicioso, repercute o jornalismo bandido da Veja — a revista porcaria —, com o propósito de tentar desmoralizar o presidente Lula, a ter mais uma vez como fonte de informação o ministro do STF, Gilmar Mendes — a herança maldita de FHC para a República —, que se encontrou com o ex-ministro da Justiça em seu escritório de Brasília, onde também estava presente o presidente Lula.
Gilmar Mendes, homem sorrateiro, de direita, e que combate ferrenhamente os governos trabalhistas desde 2003, após sair do escritório de Nelson Jobim, homem que tem grande apreço pelo tucano neoliberal José Serra e que foi demitido do Ministério da presidenta Dilma Rousseff, disse à Veja — arremedo de revista que chafurda no esgoto do escândalo Cachoeira/Demóstenes —, que o presidente Lula propôs a ele, o “condestável” da República, que protelasse o julgamento do Mensalão (episódio nunca comprovado e negado pelo seu pivô, o ex-deputado Roberto Jefferson, em depoimento no STF) e com isso o juiz do Supremo seria blindado no concerne ao escândalo Veja/Cachoeira/Demóstenes/Globo.
Acontece que mentira tem perna curta. E mentirosos sempre se dão mal. Nelson Jobim, que não nasceu ontem negou, peremptoriamente, as ilações desavergonhadas do ministro Gilmar Mendes, amigo íntimo de Demóstenes Torres e que esteve em Munique na mesma época que o senador do DEM, considerado pela imprensa burguesa como o arauto da ética, da moral e dos bons costumes. Além disso, o bicheiro Carlinhos Cachoeira também esteve naquela metrópole, o que dá, realmente, o que pensar sobre essas coincidências.
A verdade é que o Gilmar Mendes, a herança maldita do neoliberal FHC, está a se antecipar sobre os fatos que vão ser ainda levados ao público, e por isso, mais uma vez mancomunado com a Veja — a revista porcaria —, Gilmar cria um factóide com finalidade clara de melar a CPMI e levar confusão à população por meio de revista como a Veja, cujas matérias são repercutidas e amplificadas pelos jornais da TV Globo e pela oposição partidária no Congresso Nacional, que está em crise e não sabe como vai, um dia, assumir o poder na esfera federal.