Sustentabilidade Planetária, Politica, Educação, Musica, Cultura, Arte e Etica.
30 de junho de 2014
Olha o vice do Aécio aí gente!
Publicado em 07/05/2014
"Vai a PQP, vagabundo!". Senador Aloysio Nunes não gostou de ser questionado sobre o cartel dos trens e seu suposto envolvimento com o caso Alstom-Siemens
Senador Aloysio Nunes (Divulgação)
O blogueiro Rodrigo Grassi foi detido ontem pela Polícia do Senado depois de entrevistar o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Grassi fez perguntas sobre o cartel dos trens e o suposto envolvimento de Aloysio com o caso Alstom-Siemens, provocando uma reação violenta do parlamentar. "Vai para a puta que te pariu", gritou Aloysio, que, em seguida, passou a chamá-lo de vagabundo e tentou também impedir o registro das imagens.
Confira também o relato enviado pelo blogueiro:
Bom Dia.
Ontem fui preso ao fazer perguntas "inconvenientes" ao Senador Aloysio Nune. Em nenhum momento o agradi ou fui descortês. Na terceira pergunta ele perdeu a linha, me xingou e partiu para a agressão. Tanto no meu filme como nas imagens internas do senado é possível comprovar a agressividade e autoritarismo do Senador.
Quando estava indo embora, já fora do Senado, a Polícia do Senado, a mando de Aloysio Nunes, me perseguiu por cerca de 300 metros já fora do Senado e me arrancou de dentro de um ônibus com o intuito de me proibir de publicar o vídeo.
Foi complicado mas consegui publicar. Ainda assim me ameaçaram e tentaram me coagir já dentro da delegacia do Senado, e o Diretor de Polícia, chamado Pedro, ordenou que eu apagasse o vídeo. Me neguei e como retaliação eles RETIVERAM meu celular sem lacrá-lo para "periciá-lo". Chegando em casa notei que já haviam tentado acessar e alterar senhas e contas de e-mail a partir do dispositivo.
Constatei isso a partir de alertas do próprio Gmail/Google. Mando para vocês o vídeo que fiz ontem desmascarando a "liberdade de expressão" de Aloysio Nunes. Se vocês acharem importante, fiquem à vontade para usar como quiserem meu vídeo que está postado na íntegra e sem edição.
Muito Agradecido!"
Quem semeia mais ódio, direita ou esquerda?
Elio Gaspari errou: nada se equipara ao ódio da direita
Por Paulo Nogueira
"Um vídeo em que uma senhora septuagenária profere insultos copiosos ao comunobolivarianismo do PT me remeteu a um assunto sobre o qual eu queria falar já faz alguns dias.
O tema é o ódio político.
Num artigo, Elio Gaspari disse que o PT não tinha moral para falar em ódio. Elio estava respondendo a Lula, que dissera que o PT, nestas eleições, levaria a esperança a vencer o ódio.
O ponto de Elio é que o PT tem, ele também, um histórico de raiva.
Na internet, o assunto foi intensamente debatido. Gostei de ver meu antigo chefe da Veja e na Exame, Antonio Machado, um dos melhores jornalistas com quem trabalhei, se manifestar.
Não lia nada dele fazia muito tempo. Foi como rever um velho amigo.
Machado contestou Elio, a quem chamou, ironicamente, de Doutor. Foi um contraponto divertido ao fato de que Elio chama Dilma de “Doutora”.
Machado, e aí acho um exagero, quase que igualou Elio a Reinaldo de Azevedo.
Elio não é Azevedo, a começar pela diferença de que é um genuíno jornalista, e dos brilhantes.
É, sim, um colunista de centro. Talvez gostasse de se movimentar um pouco mais para a esquerda, mas ele deve saber que não duraria muito nem na Folha e nem no Globo se fizesse isso.
Barbara Gancia, e é um caso exemplar, fez este movimento. Começou a falar em Casa Grande – um lugar comum que me enfastia, aliás – e logo perdeu a coluna na Folha.
Mas o ponto central sobre o qual eu queria falar é o ódio. Nisso, estou inteiramente com Machado e contra Elio.
Nada, rigorosamente, nada se iguala ao ódio da direita. As raízes são profundas e distantes: ao longo de toda a ditadura militar os brasileiros foram submetidos a constantes propagandas anticomunistas.
O “comunismo ateu” era apresentado, sempre, como a quintessência da maldade, do horror.
No plano internacional, Stálin era o demônio supremo. No plano nacional, este papel era atribuído a nomes como Lamarca e Marighella.
Neste ambiente, surgiram e floresceram entidades como o Comando de Caça ao Comunismo e a Tradição, Família e Propriedade – dedicadas a semear ódio patológico na sociedade.
Com o fim da União Soviética, e do comunismo, o ódio da direita não cessou. Apenas foi remanejado para a esquerda em geral.
Na Venezuela, Chávez foi alvo de campanhas de fúria inacreditável. Até sua mãe era insultada cotidianamente pela mídia e pela direita venezuelana.
No Brasil, o anticomunismo de antes se transformaria em antipetismo. Mudou o nome, mas não o ódio, ou mesmo sua intensidade.
Em suas manifestações mais vis, a raiva nos últimos anos se traduziu em pragas para que o câncer se abatesse novamente sobre Lula e Dilma.
Não é, ao contrário do que Elio afirmou, um ódio que encontre contrapartida na esquerda.
Não que a esquerda aprecie e admire a direita. Mas não é a mesma coisa. Historicamente, não é. Definitivamente, não é.
Até por questões culturais. Faz parte da cultura da esquerda endereçar o melhor de sua raiva às correntes rivais dentro da própria esquerda.
Marx abominava Bakunin. Os bolcheviques viam os mencheviques como seu maior obstáculo. No Brasil, integrantes do PC e do PC do B mutuamente se abominavam.
No Brasil de hoje, repare como os petistas enxergam grupos de esquerda por trás de protestos e como estes vêem o que chamam, desdenhosamente, de “governistas”.
O ódio da esquerda como que se dispersa. O da direita se concentra.
Nada se compara ao ódio da direita – e meu velho chefe Machado, nisso, não poderia estar mais certo."
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Por Paulo Nogueira
"Um vídeo em que uma senhora septuagenária profere insultos copiosos ao comunobolivarianismo do PT me remeteu a um assunto sobre o qual eu queria falar já faz alguns dias.
O tema é o ódio político.
Num artigo, Elio Gaspari disse que o PT não tinha moral para falar em ódio. Elio estava respondendo a Lula, que dissera que o PT, nestas eleições, levaria a esperança a vencer o ódio.
O ponto de Elio é que o PT tem, ele também, um histórico de raiva.
Na internet, o assunto foi intensamente debatido. Gostei de ver meu antigo chefe da Veja e na Exame, Antonio Machado, um dos melhores jornalistas com quem trabalhei, se manifestar.
Não lia nada dele fazia muito tempo. Foi como rever um velho amigo.
Machado contestou Elio, a quem chamou, ironicamente, de Doutor. Foi um contraponto divertido ao fato de que Elio chama Dilma de “Doutora”.
Machado, e aí acho um exagero, quase que igualou Elio a Reinaldo de Azevedo.
Elio não é Azevedo, a começar pela diferença de que é um genuíno jornalista, e dos brilhantes.
É, sim, um colunista de centro. Talvez gostasse de se movimentar um pouco mais para a esquerda, mas ele deve saber que não duraria muito nem na Folha e nem no Globo se fizesse isso.
Barbara Gancia, e é um caso exemplar, fez este movimento. Começou a falar em Casa Grande – um lugar comum que me enfastia, aliás – e logo perdeu a coluna na Folha.
Mas o ponto central sobre o qual eu queria falar é o ódio. Nisso, estou inteiramente com Machado e contra Elio.
Nada, rigorosamente, nada se iguala ao ódio da direita. As raízes são profundas e distantes: ao longo de toda a ditadura militar os brasileiros foram submetidos a constantes propagandas anticomunistas.
O “comunismo ateu” era apresentado, sempre, como a quintessência da maldade, do horror.
No plano internacional, Stálin era o demônio supremo. No plano nacional, este papel era atribuído a nomes como Lamarca e Marighella.
Neste ambiente, surgiram e floresceram entidades como o Comando de Caça ao Comunismo e a Tradição, Família e Propriedade – dedicadas a semear ódio patológico na sociedade.
Com o fim da União Soviética, e do comunismo, o ódio da direita não cessou. Apenas foi remanejado para a esquerda em geral.
Na Venezuela, Chávez foi alvo de campanhas de fúria inacreditável. Até sua mãe era insultada cotidianamente pela mídia e pela direita venezuelana.
No Brasil, o anticomunismo de antes se transformaria em antipetismo. Mudou o nome, mas não o ódio, ou mesmo sua intensidade.
Em suas manifestações mais vis, a raiva nos últimos anos se traduziu em pragas para que o câncer se abatesse novamente sobre Lula e Dilma.
Não é, ao contrário do que Elio afirmou, um ódio que encontre contrapartida na esquerda.
Não que a esquerda aprecie e admire a direita. Mas não é a mesma coisa. Historicamente, não é. Definitivamente, não é.
Até por questões culturais. Faz parte da cultura da esquerda endereçar o melhor de sua raiva às correntes rivais dentro da própria esquerda.
Marx abominava Bakunin. Os bolcheviques viam os mencheviques como seu maior obstáculo. No Brasil, integrantes do PC e do PC do B mutuamente se abominavam.
No Brasil de hoje, repare como os petistas enxergam grupos de esquerda por trás de protestos e como estes vêem o que chamam, desdenhosamente, de “governistas”.
O ódio da esquerda como que se dispersa. O da direita se concentra.
Nada se compara ao ódio da direita – e meu velho chefe Machado, nisso, não poderia estar mais certo."
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Adiando tarefas
De uma forma ou de outra, a maioria das pessoas tem esse problema, em maior ou menor grau.
Mas existem algumas boas dicas para ajudar.
O hábito de adiar pode ter causa genética, indica estudo
"Adiar tarefas pode ser um hábito provocado pela genética, indica estudo da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, os primitivos não faziam planos a longo prazo, de forma a se preocupar apenas com o presente, com as necessidades daquele momento para sobreviver.
Não controlar os instintos e adiar as tarefas, pode atrapalhar a carreira profissional. A ansiedade, o estresse e a baixa autoestima gerados pelo acumulo de trabalho, faz com que algumas oportunidades de crescimento sejam perdidas.
Para colocar um ponto final neste problema, algumas medidas podem ser tomadas:
- pausa entre as atividades, para melhorar a concentração;
- dividir responsabilidades com os colegas é uma maneira de não sobrecarregar;
- sono de qualidade, boa alimentação e exercícios físicos ajudam a dar mais disposição;
- deixar alguns sites de lazer para momentos mais adequados;
- fazer lista de tarefa e dar tempo de duração para realizá-las;
Organizar as atividades e a rotina ajuda a lidar com as urgências de forma mais fácil."
Fontes: Revista Você s/a e Blog da Saúde
29 de junho de 2014
Pedido de desculpas a Dilma Rousseff
"Um vídeo de pedido de desculpas a Dilma, o bacana é que recupera uma memória de como a mídia não fez jornalismo durante a preparação das obras para a realização da copa do mundo."
'Hits Brazil': a era dos brasileiros disfarçados que cantavam música romântica em inglês
Foi nos anos 1970.
Embora existisse um exuberante mercado de MPB de alto nível, faltavam aquelas músicas lentas pop românticas para se dançar coladinho.
O jeito era importar as canções da Motown americana e de outras gravadoras da excelente negra soul music, bem apropriadas para as radios mais populares.
De olho nisso e sem pertencer à nata da MPB, cantores e gravadoras se uniram e criaram boas músicas em inglês com personagens disfarçados de ingleses e americanos.
O iniciante Fábio Junior, por exemplo, passou a ser Mark Davis, Crystian da dupla sertaneja com o Ralph na época era apenas o "americano" Chrystian, o produtor Hélio Costa Manso era Steve Maclean, e tinha o Morris Albert (Maurício Alberto), Paul Denver, Dave Maclean, etc. etc.
A gravadora Som Livre chegou a lançar uma caixa com quatro CDs chamada "Hits Again" que continha um livreto que identificava todo mundo. Pena que esteja fora de catálogo atualmente.
O fato é que as músicas eram muito legais. Prova disso é que até o Frank Sinatra gravou "Feelings" do Morris Albert.
Embora existisse um exuberante mercado de MPB de alto nível, faltavam aquelas músicas lentas pop românticas para se dançar coladinho.
O jeito era importar as canções da Motown americana e de outras gravadoras da excelente negra soul music, bem apropriadas para as radios mais populares.
De olho nisso e sem pertencer à nata da MPB, cantores e gravadoras se uniram e criaram boas músicas em inglês com personagens disfarçados de ingleses e americanos.
O iniciante Fábio Junior, por exemplo, passou a ser Mark Davis, Crystian da dupla sertaneja com o Ralph na época era apenas o "americano" Chrystian, o produtor Hélio Costa Manso era Steve Maclean, e tinha o Morris Albert (Maurício Alberto), Paul Denver, Dave Maclean, etc. etc.
A gravadora Som Livre chegou a lançar uma caixa com quatro CDs chamada "Hits Again" que continha um livreto que identificava todo mundo. Pena que esteja fora de catálogo atualmente.
O fato é que as músicas eram muito legais. Prova disso é que até o Frank Sinatra gravou "Feelings" do Morris Albert.
Existiam ainda bandas, como Pholhas, Trepidants, Light Reflections, etc.
Good Times...
Selecionamos algumas para matar as saudades.
Good Times...
Selecionamos algumas para matar as saudades.
28 de junho de 2014
Milagre na Copa
Eu tentei comprar algumas vezes ingressos para jogos da Copa.
Não consegui nem nos sorteios nem na compra direta.
Como sabem, a FIFA reservou parte dos ingressos para deficientes. Correto. Então...
É claro que não dá para julgar sem saber detalhes, existem inúmeros problemas que a pessoa pode se locomover por pequenas distâncias, mesmo sendo usuário de cadeiras de rodas. Mas existem comentários de quem estava por perto. E pode ser zoação de quem filmou. Não sei.
E, afinal, a Copa tem operado verdadeiros milagres mesmo: não há caos no país, os estádios ficaram prontos, os "não vai ter Copa" reconheceram que está tendo Copa (eu espero, se não terão que recorrer a um Psiquiatra), o "imagina na Copa" tornou-se uma falácia, a mídia não para de (ou teve que) elogiar a Copa, etc. etc.
Não consegui nem nos sorteios nem na compra direta.
Como sabem, a FIFA reservou parte dos ingressos para deficientes. Correto. Então...
É claro que não dá para julgar sem saber detalhes, existem inúmeros problemas que a pessoa pode se locomover por pequenas distâncias, mesmo sendo usuário de cadeiras de rodas. Mas existem comentários de quem estava por perto. E pode ser zoação de quem filmou. Não sei.
E, afinal, a Copa tem operado verdadeiros milagres mesmo: não há caos no país, os estádios ficaram prontos, os "não vai ter Copa" reconheceram que está tendo Copa (eu espero, se não terão que recorrer a um Psiquiatra), o "imagina na Copa" tornou-se uma falácia, a mídia não para de (ou teve que) elogiar a Copa, etc. etc.
Haja Cardiologista
Agora é esperar a (ótima) Colômbia - que mandou o Uruguai pra casa para cuidar dos dentes daquele rapaz - na sexta-feira, 17 horas, no Estádio Castelão em Fortaleza.
Sobrevivi ao jogo de hoje misturando cerveja, vinho e um 'gengibre' preparado pelo amigo Robinho que eu nem sei o que tinha (além do gengibre...).
E viva Júlio César!
Vamos a uma análise da Rede Brasil Atual do jogo.
ENTRE OS ESTILOS FELIPÃO E PARREIRA
Análise – Brasil “inova” nos erros e salva match point
Seleção entrega gol para o Chile, perde meio de campo no segundo tempo e faz prorrogação razoável, mas insuficiente
"Dizer que a vitória do Brasil foi “injusta”, como muitos têm dito, é um exagero. A seleção fez um primeiro tempo chegando mais na área rival, e o Chile quase não levou perigo à meta de Júlio César. Não chegou ao tento de empate por conta de seus méritos, mas sim por uma falha dupla de Marcelo e Hulk, que mudou totalmente o panorama de uma partida que parecia até surpreendentemente tranquila àquela altura.
Marcelo fazia uma marcação quase individual em Alexis Sánchez e Luiz Gustavo compunha pelo lado esquerdo quando o jogador do Real Madrid seguia o chileno no meio de campo. A seleção andina insistia pelo lado canhoto da defesa brasileira, mas Jorge Sampaoli mudou o modo da equipe jogar no segundo tempo, alterando as posições de Sánchez e Vidal, e o Brasil, que sentiu emocionalmente o tento rival, perdeu o meio de campo.
Em especial na etapa final, não adiantou a troca de Paulinho por Fernandinho, ainda que o substituto tenha feito um jogo melhor no primeiro tempo. O problema é que o Brasil passou a abusar da ligação direta dos defensores com o ataque e das articulações frustradas nas laterais, ou seja, a redonda não passava pelos volantes. Com Fred ou Jô na frente, a bola batia no centroavante e voltava.
Outro ponto incompreensível foi encostar Neymar no ataque e tirar sua liberdade de voltar para o meio. Tal alteração só se justifica por uma possível lesão do craque. Mas, nesse contexto, o lógico seria colocar mais alguém para vir de trás, fazendo a função de ponta de lança, até para preocupar mais os ótimos Aránguiz e Vidal.
Emocional
Pode parecer clichê ou psicologismo barato, mas quem está acostumado a ver futebol sabe que às vezes você percebe a condição emocional de um atleta só pelo olhar. O Brasil se perdeu depois do gol chileno, e só se recuperou na prorrogação, quando voltou a jogar razoavelmente, também em função de o Chile ter abdicado da partida para apostar na disputa de penalidades. Os andinos já tinham ido longe demais e cumprido seu papel.
Só após os noventa minutos a seleção foi mais Parreira e menos Felipão, talvez não tenha sido coincidência a imagem do técnico ouvindo o coordenador ao fim do tempo regulamentar. A equipe colocou a bola no chão, tocou a bola com a participação dos volantes e dos meias, e chegou com perigo ao gol de Bravo, embora a oportunidade mais contundente tenha sido da equipe de Sampaoli no último minuto da prorrogação, com uma bola na trave de Júlio César.
Entre os atletas, impressionou mais uma vez a postura de Neymar. Jogando mal no segundo tempo, foi ele que chamou a responsabilidade no primeiro tempo e também depois dos 90 minutos, quando “chamou na chincha” seus companheiros, mais velhos que ele, para a cobrança de penalidade. Na hora de se diferenciar os homens dos meninos, mostrou não ser mais moleque.
Injustiça, só se levarmos em conta que a seleção, pelos nomes que possui, poderia ter jogado muito mais, e o Chile mostrou alternativas de jogo que o Brasil ficou devendo. Falta equilíbrio, na tática e na cabeça. Na linguagem do tênis, a seleção salvou um match point, mas se continuar assim, outros virão."
Sobrevivi ao jogo de hoje misturando cerveja, vinho e um 'gengibre' preparado pelo amigo Robinho que eu nem sei o que tinha (além do gengibre...).
E viva Júlio César!
Vamos a uma análise da Rede Brasil Atual do jogo.
ENTRE OS ESTILOS FELIPÃO E PARREIRA
Análise – Brasil “inova” nos erros e salva match point
Seleção entrega gol para o Chile, perde meio de campo no segundo tempo e faz prorrogação razoável, mas insuficiente
Marcelo fazia uma marcação quase individual em Alexis Sánchez e Luiz Gustavo compunha pelo lado esquerdo quando o jogador do Real Madrid seguia o chileno no meio de campo. A seleção andina insistia pelo lado canhoto da defesa brasileira, mas Jorge Sampaoli mudou o modo da equipe jogar no segundo tempo, alterando as posições de Sánchez e Vidal, e o Brasil, que sentiu emocionalmente o tento rival, perdeu o meio de campo.
Em especial na etapa final, não adiantou a troca de Paulinho por Fernandinho, ainda que o substituto tenha feito um jogo melhor no primeiro tempo. O problema é que o Brasil passou a abusar da ligação direta dos defensores com o ataque e das articulações frustradas nas laterais, ou seja, a redonda não passava pelos volantes. Com Fred ou Jô na frente, a bola batia no centroavante e voltava.
Outro ponto incompreensível foi encostar Neymar no ataque e tirar sua liberdade de voltar para o meio. Tal alteração só se justifica por uma possível lesão do craque. Mas, nesse contexto, o lógico seria colocar mais alguém para vir de trás, fazendo a função de ponta de lança, até para preocupar mais os ótimos Aránguiz e Vidal.
Emocional
Pode parecer clichê ou psicologismo barato, mas quem está acostumado a ver futebol sabe que às vezes você percebe a condição emocional de um atleta só pelo olhar. O Brasil se perdeu depois do gol chileno, e só se recuperou na prorrogação, quando voltou a jogar razoavelmente, também em função de o Chile ter abdicado da partida para apostar na disputa de penalidades. Os andinos já tinham ido longe demais e cumprido seu papel.
Só após os noventa minutos a seleção foi mais Parreira e menos Felipão, talvez não tenha sido coincidência a imagem do técnico ouvindo o coordenador ao fim do tempo regulamentar. A equipe colocou a bola no chão, tocou a bola com a participação dos volantes e dos meias, e chegou com perigo ao gol de Bravo, embora a oportunidade mais contundente tenha sido da equipe de Sampaoli no último minuto da prorrogação, com uma bola na trave de Júlio César.
Entre os atletas, impressionou mais uma vez a postura de Neymar. Jogando mal no segundo tempo, foi ele que chamou a responsabilidade no primeiro tempo e também depois dos 90 minutos, quando “chamou na chincha” seus companheiros, mais velhos que ele, para a cobrança de penalidade. Na hora de se diferenciar os homens dos meninos, mostrou não ser mais moleque.
Injustiça, só se levarmos em conta que a seleção, pelos nomes que possui, poderia ter jogado muito mais, e o Chile mostrou alternativas de jogo que o Brasil ficou devendo. Falta equilíbrio, na tática e na cabeça. Na linguagem do tênis, a seleção salvou um match point, mas se continuar assim, outros virão."
Copa das Copas: Brasil x Chile (é o mata-mata...)
Daqui a pouco.
Oitavas de final. Brasil x Chile. Partida eliminatória.
Pelo horário, 13:00h, uma boa pedida é acender a churrasqueira ao meio-dia e começar a concentração com algumas (ou muitas) geladas.
Dependendo do resultado, é festa, aí vale emendar com o jogo das 17 horas, Colômbia x Uruguai (sem o mordedor).
As emissoras por assinatura já começaram a transmissão do pré-jogo desde as oito horas.
Meu placar, otimista, é Brasil 3 x 1. Mas fiquei preocupado ao saber que o pé frio do Mick Jagger (Rolling Stones) está torcendo para o Brasil...
Mas qualquer que seja o resultado (há de dar o Brasil), a "Copa das Copas" já deixou de ser uma campanha publicitária para se tornar uma realidade reconhecida internacionalmente.
Vexame do "#não vai ter Copa" e do "#imagina na Copa".
Azar dos que torciam contra o sucesso do evento, mesmo sendo brasileiros, só por conta das eleições.
Mentiras e verdades no Facebook
O Facebook pode ser deprimente porque a vida das outras pessoas pode parecer melhor que a sua ... Mas será mesmo?
27 de junho de 2014
"Imagina na Copa": A culpa era da 'imprensa estrangeira'
Reportagem exibida na noite de quinta-feira (ontem, 26) pelo Jornal Nacional sobre a mudança de humor da imprensa internacional ao noticiar a Copa do Mundo no Brasil pode ser vista como a maneira da Globo de pedir desculpas. Da bancada, o editor-chefe e âncora do principal noticiário da emissora atribui "especialmente" aos jornais e revistas estrangeiros a publicação de "críticas ácidas" sobre o evento.
"Durante meses, os atrasos e os problemas de organização da Copa do Mundo foram assuntos de muitas reportagens no Brasil e no exterior. Existia no ar uma consequência generalizada quanto à consequência dos atrasos, das obras não concluídas e os jornais estrangeiros eram especialmente ácidos nas críticas. Mas o fato é que, aos poucos, desde o início desse Mundial, isso tem mudado", diz Bonner.
O que não fica claro, no entanto, é que boa parte do mau humor veio da imprensa brasileira, que estampava em suas manchetes manifestações contra o Mundial que reuniam dezenas de pessoas e ressaltava principalmente os atrasos e os "tapumes" nas obras de infraestrutura, diminuindo — se não ignorando — os números positivos que o evento trouxe para o País.
Com o início da Copa, as coisas mudaram. Viu-se que as manifestações previstas ocorreram em número bem menor que o esperado, não atrapalhando a organização do evento, e que o clima é, principalmente, de hospitalidade e festa. Alguns jornais da mídia familiar brasileira já desembarcaram até mesmo da teoria do caos da Copa, que eles próprios criaram (leia mais aqui).
"Muitos problemas que antes eram previstos para a Copa do Mundo no Brasil não se confirmaram. Aos poucos, o tom crítico da imprensa internacional foi mudando com reportagens que retratam também o clima festivo desse Mundial", disse ontem a correspondente da Globo em Nova York Elaine Bast. Ela mostra a cobertura primeiro negativa de algumas publicações internacionais, e depois positivas, após o início da Copa.
A conclusão pode sair do título de uma dessas reportagens. "Não era para tanto", escreveu o jornal espanhol El País."
Fonte: Brasil 247 ("JN: mau humor com Copa era coisa de estrangeiros").
"Experimento Sociológico Viral": 40 pessoas se estapeiam pela primeira vez
A Internet tem proporcionado todo tipo de 'experimentos sociológicos' bizarros.
Ainda bem que tem gente de bom humor. Ou tão bizarros quanto.
Lembram-se da "experiência" de filmar pessoas desconhecidas entre si se beijando pela primeira vez e que virou viral?
Este aqui fez uma paródia e convidou desconhecidos para se 'estapear' em frente as câmeras.
Engraçado.
Mas não me perguntem onde isso vai parar.
Musa da Semana: As Musas da Roy Lichtenstein
Arte polêmica, nem sempre muito bem entendida, como as musas...
Wikipedia: Roy Fox Lichtenstein (Nova Iorque, 27 de outubro de 1923 — Nova Iorque, 29 de setembro de 1997) foi um pintor americano identificado com a Pop Art.
Na sua obra, procurou valorizar os cliches das histórias em quadrinhos como forma de arte, colocando-se dentro de um movimento que tentou criticar a cultura de massa.
O seu interesse pelas histórias em quadrinhos (HQ), como tema artístico, começou provavelmente com uma pintura do rato Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Nos seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características da banda desenhada e dos anúncios comerciais, e reproduziu à mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou uma técnica pontilhista conhecida como Pontos Ben-Day para simular os pontos reticulados das histórias. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Os seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstracção.
Muitas ilustrações de Lichtenstein eram copiadas de artistas de histórias em quadrinhos como Jack Kirby e Russ Heath sem lhes dar créditos.
Na sua obra, procurou valorizar os cliches das histórias em quadrinhos como forma de arte, colocando-se dentro de um movimento que tentou criticar a cultura de massa.
O seu interesse pelas histórias em quadrinhos (HQ), como tema artístico, começou provavelmente com uma pintura do rato Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Nos seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características da banda desenhada e dos anúncios comerciais, e reproduziu à mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou uma técnica pontilhista conhecida como Pontos Ben-Day para simular os pontos reticulados das histórias. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Os seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstracção.
Muitas ilustrações de Lichtenstein eram copiadas de artistas de histórias em quadrinhos como Jack Kirby e Russ Heath sem lhes dar créditos.
26 de junho de 2014
STF: analisando a postura atual (e anterior) sobre Dirceu e Genoíno
Vitória de Dirceu deve ser comemorada mas derrota de Genoíno mostra que não é preciso exagerar nos festejos.
STF: A derrota de uma vergonha
Por Paulo Moreira Leite
"Deve-se comorar a votação de 9 a 1 que garantiu a José Dirceu o direito de trabalhar fora da Papuda. Quem ainda não perdeu a capacidade de reconhecer o valor da liberdade e a importância da Justiça, deve sentir-se um pouco mais feliz desde ontem. Respire: há oxigênio no ar.
Não se deve exagerar nos festejos, porém. Basta recordar a derrota de José Genoíno em seu pedido de prisão domiciliar para compreender isso.
Ontem, o STF garantiu o acesso de Dirceu - e de outros presos em situação semelhante - a uma jurisprudência firmada há quinze anos pelo Judiciário brasileiro. Tem garoto que poderá votar em outubro e era um bebê de colo e mamadeira quando isso já funcionava.
Os ministros não definiram uma nova garantia, nem esclareceram uma dúvida. Nada inventaram. Nada descobriram. Corrigiram uma situação vergonhosa, que estava diante do nariz do país inteiro desde 15 de novembro, quando um avião da Polícia Federal levou os prisioneiros para Brasília.
Troféu da AP 470, Dirceu ficou trancafiado na Papuda por sete meses quando tinha, desde o primeiro dia, direito a regime semiaberto, definido no momento em que sua sentença transitou em julgado. Esse direito até foi confirmado em fevereiro, mais tarde, quando o STF concluiu que não havia provas para sustentar a condenação por quadrilha. E mesmo assim Dirceu só teve o direito assegurado ontem. Deve começar a trabalhar na segunda-feira.
Terá tranquilidade quando sair à rua? Irá enfrentar repórteres hostis, cidadãos insuflados, a turma do VTNC? Vamos ver. A prisão injusta, o desrespeito aos direitos de um cidadão não constituem fatos isolados. Criam intolerâncias, estimulam posturas inadequadas e mesmo violentas. A historiadora Lynn Hunt explica que o espírito democrático e o respeito dos direitos humanos são uma invenção belíssima do século XVIII. Mas só funciona em sociedades onde homens e mulheres são ensinados a respeitar os direitos do outro, a sentir empatia – que é diferente de concordância – por eles.
Ministro do governo Lula, um dos principais arquitetos do Partido dos Trabalhadores, adversário da ditadura desde os tempos de estudante da PUC paulista, Dirceu passou sete meses na condição de perseguido político.
Como foi demonstrado por Ricardo Lewandowski, e admitido de viva voz pelo presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, Dirceu fez parte da lista de réus que teve a pena agravada artificialmente e assim foi trancafiado, como um pária, um marginal, um criminoso que representa perigo para a sociedade. Condenado por chefiar uma ex-quadrilha, foi o alvo principal das grandes aberrações do julgamento. Também era a motivação maior para denúncias que seriam risíveis, se não fossem trágicas, de contar com privilégios e regalias na cadeia.
Ao longo da AP 470, Dirceu foi o protagonista do teatro do mensalão sem que se pudesse demonstrar – juridicamente – seu papel no enredo. A teoria do domínio do fato entrou na denúncia para que pudesse ser condenado. O fatiamento da denúncia serviu para que a acusação pudesse ligar Dirceu a cada um dos réus. O desmembramento não podia ser aceito porque iria permitir a Dirceu ser julgado de acordo com a Constituição: como um réu comum, sem privilégios que, usados de forma perversa, permitiram que fosse condenado sem recurso. (Quando não foi impedido de recorrer, ganhou).
Ao recusar o direito de José Genoíno cumprir sua pena sob regime domiciliar, o STF tomou uma decisão política. Poucos ministros, ao longo do processo, deixaram de pronunciar palavras bonitas para homenagear Genoíno – o que ajuda a lembrar que a Justiça não precisa de sentimentalismo, nem de frases grandioloquentes, mas de firmeza em relação a princípios e direitos.
Num processo de corrupção, o sobrado onde Genoíno mora com a família, comprado a prestações na Caixa Econômica, é a contra-prova de uma existência dedicada à luta honesta por suas convicções. A tentativa de criminalizar empréstimos tomados pelo PT, que ele assinou na condição de presidente da legenda, ficou desmoralizada quando a própria Polícia Federal provou que eram empréstimos autênticos, que sairam do banco para pagar despesas do partido.
Se foi absurdo condenar Genoíno, em 2012, a maioria formada para negar seu pedido de prisão domiciliar, ontem, não faz bem ao STF. Mostrou que, mesmo ausente do plenário, a caminho da aposentadoria, Joaquim Barbosa e aquilo que representa - o apoio incondicional dos meios de comunicação - tem seu lugar no tribunal.
Os sucessivos laudos assinados depois que Genoíno foi preso mostram que os médicos estão divididos e, sem pretender apostar na avaliação de X, Y ou Z, a prudência e o espírito de Justiça recomendam que, em dúvida, decide-se a favor do réu. Juízes tomam partido num debate médico?
Confesso que é natural ouvir juízes falarem de legislação e jurisprudência. Explicarem a constituição, a lei ordinária. Mesmo assim, não é fácil.
O próprio barroquismo da linguagem da maioria dos atestados mostra o tamanho da dúvida dos próprios doutores.
Os médicos da Câmara de Deputados produziram dois laudos. Um resumido, ótimo para ser lido na TV, desfavorável a Genoíno. Outro, completo, com ponderações que favoreciam o regime domiciliar. Até a primeira junta médica montada por Joaquim Barbosa, para responder ao médico particular que examinou o prisioneiro após sua chegada a Papuda, também fez diversas ressalvas.
Arte e ciência da vida de todos nós, a medicina não costuma ficar melhor quando é atingida por pressões políticas – como recordam estudiosos do ciclo militar, quando doutores eram convocados para assinar falsos atestados de óbito e até para examinar as condições de um prisioneiro depois da tortura.
Não. Estamos muito longe disso. O país vive outro tempo.
Mas cabe uma lição. Neste regime democrático construído pela luta de homens e mulheres - como Dirceu e Genoíno - também é preciso manter os princípios, defender direitos e entender que nenhuma conquista está assegurada por antecipação e nenhuma vitória é para sempre."
Fonte: IstoÉ
STF: A derrota de uma vergonha
Por Paulo Moreira Leite
"Deve-se comorar a votação de 9 a 1 que garantiu a José Dirceu o direito de trabalhar fora da Papuda. Quem ainda não perdeu a capacidade de reconhecer o valor da liberdade e a importância da Justiça, deve sentir-se um pouco mais feliz desde ontem. Respire: há oxigênio no ar.
Não se deve exagerar nos festejos, porém. Basta recordar a derrota de José Genoíno em seu pedido de prisão domiciliar para compreender isso.
Ontem, o STF garantiu o acesso de Dirceu - e de outros presos em situação semelhante - a uma jurisprudência firmada há quinze anos pelo Judiciário brasileiro. Tem garoto que poderá votar em outubro e era um bebê de colo e mamadeira quando isso já funcionava.
Os ministros não definiram uma nova garantia, nem esclareceram uma dúvida. Nada inventaram. Nada descobriram. Corrigiram uma situação vergonhosa, que estava diante do nariz do país inteiro desde 15 de novembro, quando um avião da Polícia Federal levou os prisioneiros para Brasília.
Troféu da AP 470, Dirceu ficou trancafiado na Papuda por sete meses quando tinha, desde o primeiro dia, direito a regime semiaberto, definido no momento em que sua sentença transitou em julgado. Esse direito até foi confirmado em fevereiro, mais tarde, quando o STF concluiu que não havia provas para sustentar a condenação por quadrilha. E mesmo assim Dirceu só teve o direito assegurado ontem. Deve começar a trabalhar na segunda-feira.
Terá tranquilidade quando sair à rua? Irá enfrentar repórteres hostis, cidadãos insuflados, a turma do VTNC? Vamos ver. A prisão injusta, o desrespeito aos direitos de um cidadão não constituem fatos isolados. Criam intolerâncias, estimulam posturas inadequadas e mesmo violentas. A historiadora Lynn Hunt explica que o espírito democrático e o respeito dos direitos humanos são uma invenção belíssima do século XVIII. Mas só funciona em sociedades onde homens e mulheres são ensinados a respeitar os direitos do outro, a sentir empatia – que é diferente de concordância – por eles.
Ministro do governo Lula, um dos principais arquitetos do Partido dos Trabalhadores, adversário da ditadura desde os tempos de estudante da PUC paulista, Dirceu passou sete meses na condição de perseguido político.
Como foi demonstrado por Ricardo Lewandowski, e admitido de viva voz pelo presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, Dirceu fez parte da lista de réus que teve a pena agravada artificialmente e assim foi trancafiado, como um pária, um marginal, um criminoso que representa perigo para a sociedade. Condenado por chefiar uma ex-quadrilha, foi o alvo principal das grandes aberrações do julgamento. Também era a motivação maior para denúncias que seriam risíveis, se não fossem trágicas, de contar com privilégios e regalias na cadeia.
Ao longo da AP 470, Dirceu foi o protagonista do teatro do mensalão sem que se pudesse demonstrar – juridicamente – seu papel no enredo. A teoria do domínio do fato entrou na denúncia para que pudesse ser condenado. O fatiamento da denúncia serviu para que a acusação pudesse ligar Dirceu a cada um dos réus. O desmembramento não podia ser aceito porque iria permitir a Dirceu ser julgado de acordo com a Constituição: como um réu comum, sem privilégios que, usados de forma perversa, permitiram que fosse condenado sem recurso. (Quando não foi impedido de recorrer, ganhou).
Ao recusar o direito de José Genoíno cumprir sua pena sob regime domiciliar, o STF tomou uma decisão política. Poucos ministros, ao longo do processo, deixaram de pronunciar palavras bonitas para homenagear Genoíno – o que ajuda a lembrar que a Justiça não precisa de sentimentalismo, nem de frases grandioloquentes, mas de firmeza em relação a princípios e direitos.
Num processo de corrupção, o sobrado onde Genoíno mora com a família, comprado a prestações na Caixa Econômica, é a contra-prova de uma existência dedicada à luta honesta por suas convicções. A tentativa de criminalizar empréstimos tomados pelo PT, que ele assinou na condição de presidente da legenda, ficou desmoralizada quando a própria Polícia Federal provou que eram empréstimos autênticos, que sairam do banco para pagar despesas do partido.
Se foi absurdo condenar Genoíno, em 2012, a maioria formada para negar seu pedido de prisão domiciliar, ontem, não faz bem ao STF. Mostrou que, mesmo ausente do plenário, a caminho da aposentadoria, Joaquim Barbosa e aquilo que representa - o apoio incondicional dos meios de comunicação - tem seu lugar no tribunal.
Os sucessivos laudos assinados depois que Genoíno foi preso mostram que os médicos estão divididos e, sem pretender apostar na avaliação de X, Y ou Z, a prudência e o espírito de Justiça recomendam que, em dúvida, decide-se a favor do réu. Juízes tomam partido num debate médico?
Confesso que é natural ouvir juízes falarem de legislação e jurisprudência. Explicarem a constituição, a lei ordinária. Mesmo assim, não é fácil.
O próprio barroquismo da linguagem da maioria dos atestados mostra o tamanho da dúvida dos próprios doutores.
Os médicos da Câmara de Deputados produziram dois laudos. Um resumido, ótimo para ser lido na TV, desfavorável a Genoíno. Outro, completo, com ponderações que favoreciam o regime domiciliar. Até a primeira junta médica montada por Joaquim Barbosa, para responder ao médico particular que examinou o prisioneiro após sua chegada a Papuda, também fez diversas ressalvas.
Arte e ciência da vida de todos nós, a medicina não costuma ficar melhor quando é atingida por pressões políticas – como recordam estudiosos do ciclo militar, quando doutores eram convocados para assinar falsos atestados de óbito e até para examinar as condições de um prisioneiro depois da tortura.
Não. Estamos muito longe disso. O país vive outro tempo.
Mas cabe uma lição. Neste regime democrático construído pela luta de homens e mulheres - como Dirceu e Genoíno - também é preciso manter os princípios, defender direitos e entender que nenhuma conquista está assegurada por antecipação e nenhuma vitória é para sempre."
Fonte: IstoÉ
Humor de Quinta (2): Música, Virtuosismo e Humor
Trata-se do Quarteto de Câmara alemão Salut Salon, formado por quatro musicistas muito bem humoradas.
As músicas são facilmente reconhecíveis (Vivaldi, Bertolt Brecht, Kurt Weill) e o destaque fica por conta da performance das moças.
25 de junho de 2014
Jan Garbarek
Ontem foi feriado na cidade em que trabalho (não a que resido).
Dia de São João, padroeiro do município.
Hoje o feriado é no Rio, por conta de jogo da Copa.
Além de ver o ótimo Italia x Uruguai, tirei alguns CDs da estante para ouvir enquanto lia um bom livro que comentarei aqui oportunamente.
Um deles foi "Visible World" (1996, lançado pela alemã ECM Records - Edition of Contemporary Music), do saxofonista norueguês Jan Garbarek, um dos músicos que mais admiro na atualidade. Em alguns de seus discos toca também flautas, sintetizadores e percussão.
Trabalha com melodias, minimalismos, experimentos sonoros, silencios, 'sons meditativos', música sacra, etc.
Ótimo para ouvir em uma tarde fria, como em Oslo, sua terra natal. Ou no nosso inverno, com um vinho rosé.
"Um dos mais importantes saxofonistas dos anos 1970, 1980, 1990, em parte por sua contribuição ao quarteto europeu de Keith Jarrett, mas sobretudo pela criação de uma estética que privilegia a melodia e a sensibilidade, assim como pela mistura bem sucedida com a world music. Garbarek tornou-se de fato uma figura do jazz "europeu", atento ao silêncio e à lentidão" (John Fordham no livro "ECM and European Jazz", p.14).
Recomendo sem restrições, a não ser que você seja ligado apenas à música popular que toca no radio.
Formação no disco "Visible World":
Jan Garbarek - saxofone soprano, saxofone tenor, teclados, percussão
Rainer Brüninghaus - piano, sintetizador (faixas 3, 4, 5, 7, 10-12)
Eberhard Weber - baixo (faixas 2, 3, 7, 8, 11 e 12)
Manu Katché - bateria (faixas 2, 3, 11 e 13)
Marilyn Mazur - bateria (faixas 6, 7 e 9), percussão (1, 4, 5, 8, 9, 11-13 e 15)
Trilok Gurtu - tabla (faixa 13)
Mari Boine - vocal (faixa 14)
Rainer Brüninghaus - piano, sintetizador (faixas 3, 4, 5, 7, 10-12)
Eberhard Weber - baixo (faixas 2, 3, 7, 8, 11 e 12)
Manu Katché - bateria (faixas 2, 3, 11 e 13)
Marilyn Mazur - bateria (faixas 6, 7 e 9), percussão (1, 4, 5, 8, 9, 11-13 e 15)
Trilok Gurtu - tabla (faixa 13)
Mari Boine - vocal (faixa 14)
24 de junho de 2014
Dia de São João - Festas Juninas
Hoje, 24 de junho, é dia de São João, data mais importante do calendário das festas juninas.
Tradição do interior brasileiro que migrou para cidades maiores a partir da valorização nas escolas fundamentais e de ensino médio. Quem nunca participou de uma dança de quadrilha em sua época de estudante?
A sobrevivência desta tradição também é devido a fatores financeiros. Muitas cidades tem sua economia incrementada nesta época, sendo talvez Campina Grande na Paraíba o maior exemplo.
Ainda bem que persistem em diversos pontos essas celebrações aos três santos católicos, uma vez que muitas tradições vem desaparecendo mesmo no interior do país. A Folia de Reis é uma delas.
Essas celebrações juninas tem sua conexão com festas pagãs, o chamado solstício de inverno. Não é à toa que é a época das "simpatias", sobretudo para o casamenteiro Santo Antônio.
Apesar de nos remeter a uma coisa eminentemente brasileira, as festas juninas são comemoradas em diversos países do mundo, sobretudo em nações do norte da Europa. Não é para menos, pois surgiram na Idade Média. Mas devem ter características próprias, diferentes das nossas.
As danças, barraquinhas, jogos, comidas e doces, músicas, são um dos grandes referenciais de minha infância e de muita gente. Infelizmente passa o tempo e sinto que já não venho frequentando mais esses encontros.
Acho que diminuíram mesmo. E os filhos cresceram.
Vale lembrar que boa parte das realizações dessas festas se deve à iniciativas individuais ou de grupos que valorizam a tradição dos encontros festivos.
Um exemplo é o titular deste blog, Luiz Felipe, que durante décadas organizou com amigos em seu sítio no interior festas alegres e de celebração do encontro familiar e de amizade.
Este ano as festas juninas foram eclipsadas pela realização da Copa do Mundo no Brasil e não era para esperar coisa diferente, pois a Copa é talvez o evento mais assistido no planeta. Ainda mais sendo no Brasil.
Fica o registro deste 24 de junho, não só neste espaço como também para sempre em nossa memória afetiva, de nossa infância e adolescência, de tempos que não voltam...
Anavam, anarriê!
Tradição do interior brasileiro que migrou para cidades maiores a partir da valorização nas escolas fundamentais e de ensino médio. Quem nunca participou de uma dança de quadrilha em sua época de estudante?
A sobrevivência desta tradição também é devido a fatores financeiros. Muitas cidades tem sua economia incrementada nesta época, sendo talvez Campina Grande na Paraíba o maior exemplo.
Ainda bem que persistem em diversos pontos essas celebrações aos três santos católicos, uma vez que muitas tradições vem desaparecendo mesmo no interior do país. A Folia de Reis é uma delas.
Essas celebrações juninas tem sua conexão com festas pagãs, o chamado solstício de inverno. Não é à toa que é a época das "simpatias", sobretudo para o casamenteiro Santo Antônio.
Apesar de nos remeter a uma coisa eminentemente brasileira, as festas juninas são comemoradas em diversos países do mundo, sobretudo em nações do norte da Europa. Não é para menos, pois surgiram na Idade Média. Mas devem ter características próprias, diferentes das nossas.
As danças, barraquinhas, jogos, comidas e doces, músicas, são um dos grandes referenciais de minha infância e de muita gente. Infelizmente passa o tempo e sinto que já não venho frequentando mais esses encontros.
Acho que diminuíram mesmo. E os filhos cresceram.
Vale lembrar que boa parte das realizações dessas festas se deve à iniciativas individuais ou de grupos que valorizam a tradição dos encontros festivos.
Um exemplo é o titular deste blog, Luiz Felipe, que durante décadas organizou com amigos em seu sítio no interior festas alegres e de celebração do encontro familiar e de amizade.
Este ano as festas juninas foram eclipsadas pela realização da Copa do Mundo no Brasil e não era para esperar coisa diferente, pois a Copa é talvez o evento mais assistido no planeta. Ainda mais sendo no Brasil.
Fica o registro deste 24 de junho, não só neste espaço como também para sempre em nossa memória afetiva, de nossa infância e adolescência, de tempos que não voltam...
Anavam, anarriê!
23 de junho de 2014
Os 10 maiores micos da Copa do Mundo do Brasil (até agora...)
Não, não é um post que fala da péssima atuação do Cristiano Ronaldo (que até está machucado, façamos justiça). Nem da eliminação prematura de seleções como Inglaterra e Espanha. Coisas do futebol que podem acontecer com qualquer seleção. Ainda mais nesta que está surpreendendo a cada jogo.
É sobre outros micos.
Na Copa do Mundo do Brasil, foram embora pro chuveiro mais cedo aqueles que torceram pelo fracasso do país.
Confira alguns micos da elite e da mídia.
Por Najla Passos
"A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.
E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.
Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, as manifestações perderam força, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.
Confira, então, os principais micos do mundial... pelo menos até agora!
1 - O fracasso do #NãoVaiTerCopa
Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!
2 – A vênus platinada ladeira abaixo
Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.
3 – #CalaABocaGalvão
Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!
4 – A enquadrada na The Economist
A revista britânica The Economista, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem "Traffic and tempers", publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.
5 – O assassinato da semiótica
Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!
6 – A entrevista com o “falso” Felipão
Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo - sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico...
7 – A “morte do pai” do jogador marfinense
O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. "Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.
8 – “Vai pra casa, Renan!”
Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!
9 – O fiasco do “padrão Fifa”
Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador.
Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!
10 – Sou “coxinha” e passo recibo!
Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidenta Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”."
Fonte: Carta Maior
É sobre outros micos.
Na Copa do Mundo do Brasil, foram embora pro chuveiro mais cedo aqueles que torceram pelo fracasso do país.
Confira alguns micos da elite e da mídia.
Por Najla Passos
"A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.
E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.
Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, as manifestações perderam força, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.
Confira, então, os principais micos do mundial... pelo menos até agora!
1 - O fracasso do #NãoVaiTerCopa
Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!
2 – A vênus platinada ladeira abaixo
Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.
3 – #CalaABocaGalvão
Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!
4 – A enquadrada na The Economist
A revista britânica The Economista, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem "Traffic and tempers", publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.
5 – O assassinato da semiótica
Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!
6 – A entrevista com o “falso” Felipão
Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo - sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico...
7 – A “morte do pai” do jogador marfinense
O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. "Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.
8 – “Vai pra casa, Renan!”
Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!
9 – O fiasco do “padrão Fifa”
Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador.
Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!
10 – Sou “coxinha” e passo recibo!
Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidenta Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”."
Fonte: Carta Maior
Caos na Copa: sem saída, grande mídia desembarca de sua "teoria do caos". Ou: a enganação do "imagina na Copa"
Neste fim de semana, Estado de S. Paulo, Folha e até Veja reconhecem o erro dos que previram caos durante o Mundial de 2014; na Folha, "prenúncio de que Copa seria o 'fim do mundo' não aguentou 3 dias"; no Estado, "apesar de problemas, Copa vence o caos"; em Veja, a mesma que previa que os estádios ficariam prontos apenas em 2038, "Só alegria até agora"; será que você foi enganado pelos arautos do "Imagina na Copa"?
"A mídia familiar brasileira reconhece: seus leitores foram enganados nos meses que antecederam a Copa do Mundo de 2014. Sabe aquele bordão, o Imagina na Copa? Ou a teoria de que os estádios não ficariam prontos e haveria caos nos aeroportos? Era apenas terrorismo midiático, com óbvias intenções políticas.
Não é exatamente isso o que dizem os jornais deste domingo, mas, assim, poderia ser escrita a história de como grandes conglomerados de mídia desembarcaram da teoria do caos na Copa.
No Estado de S. Paulo, a reportagem de Lourival Sant'anna informa que "apesar de problemas, Copa vence o caos". "Está tendo Copa sim e o Brasil não está fazendo tão feio", diz o texto, sem esconder sua má-vontade com o próprio País. "O resultado é surpreendente: nos pontos em que se temiam mais problemas, como os aeroportos, o transporte e a segurança pública, as coisas estão indo relativamente bem".
Na Folha, Nelson de Sá diz que "prenúncio de que Copa seria o 'fim do mundo' não aguentou três dias". A reportagem, no entanto, transfere para a mídia internacional os ataques ao Brasil, como se veículos internacionais não formassem suas opiniões e consensos a partir do que recebem de informação da mídia nativa. "Do início do ano até a abertura da Copa do Mundo, a imagem do Brasil foi alvo de um ataque de histeria da mídia ocidental", é a frase que abre a reportagem da Folha. Mas onde será que a mídia ocidental se informava sobre o Brasil?
Entre os profetas do caos que tiram o time de campo, até Veja, aquela que previa a entrega dos estádios apenas em 2038, deu uma guinada. Na capa deste fim de semana, o título "Só alegria até agora". No entanto, na chamada de capa, a revista adverte que é melhor aproveitar a festa, "pois legado duradouro, esqueça". Ou seja: como se estádios e aeroportos fossem desaparecer depois do Mundial.
A verdade, pura e simples, é que leitores foram enganados. E alguns que se deixaram enganar agora estão arrependidos, como a colunista Mariliz Pereira Jorge, da Folha, que caiu na esparrela do caos, deixou de tirar férias, de comprar ingressos e de aproveitar a #copadascopas. "Chega o ano em que a Copa é no Brasil. Sempre quis uma Copa no Brasil. Vou tirar férias, passar o mês viajando pelo país, assistir a todos os jogos possíveis, fazer festa na rua, me embebedar abraçada com gente desconhecida. Broxei junto com o clima anti-copa e não fiz nada para participar dela. Ela chegou e eu fiquei de fora", disse ela (leia mais aqui)."
Fonte: Brasil 247
22 de junho de 2014
A Convenção do PT: Brasil quer seguir mudando
Só assim para a verdade ser restabelecida.
Lula e Dilma empolgam apenas por dizer o que a grande mídia tenta transformar: conquistas em fracassos.
Dilma: "A Copa está dando uma goleada nos pessimistas".
Lembrando: Lula trouxe a Copa.
Lula e Dilma empolgam apenas por dizer o que a grande mídia tenta transformar: conquistas em fracassos.
Dilma: "A Copa está dando uma goleada nos pessimistas".
Lembrando: Lula trouxe a Copa.
'Esse povo que vai aos jogos do Brasil não sabe torcer'
O fato: só uma pequena parte que conseguiu ingressos no Brasil são de torcedores efetivos.
A grande maioria é de 'vips' (a galera da grana, à direita, os 'não vai ter Copa') que não sabem alentar a seleção.
Ironia. Como dizem os mexicanos, a seleção acaba se sentindo fora de casa. Se a seleção pegar o Chile, por exemplo, isso vai ficar claro como ficou contra o México.
Não adianta apenas cantar o hino no início.
As outras torcidas sul-americanas estão dando 'um banho'.
"Durante o programa 'Linha de Passe na Copa', o comentarista Mauro Cezar Pereira analisou a participação dos torcedores durante do jogos do Brasil no mundial. Ele comparou a torcida das partidas da seleção com as arquibancadas dos jogos de clubes, que tem a presença garantida de torcida organizada."
A grande maioria é de 'vips' (a galera da grana, à direita, os 'não vai ter Copa') que não sabem alentar a seleção.
Ironia. Como dizem os mexicanos, a seleção acaba se sentindo fora de casa. Se a seleção pegar o Chile, por exemplo, isso vai ficar claro como ficou contra o México.
Não adianta apenas cantar o hino no início.
As outras torcidas sul-americanas estão dando 'um banho'.
"Durante o programa 'Linha de Passe na Copa', o comentarista Mauro Cezar Pereira analisou a participação dos torcedores durante do jogos do Brasil no mundial. Ele comparou a torcida das partidas da seleção com as arquibancadas dos jogos de clubes, que tem a presença garantida de torcida organizada."
21 de junho de 2014
Copa: as "previsões" não concretizadas e o sucesso
Nós já abordamos isso aqui e acho que tá todo mundo percebendo. Mas ver isso no Globo é difícil.
Não é tanta surpresa porque foi escrito pelo Arnaldo Bloch, um dos poucos que ainda dá para ser respeitado ali.
Aliás nem posso falar muito do jornal porque parei de comprá-lo diariamente como fazia há tempos.
Nem sei como anda ou como sobrevive.
Mas ontem um amigo me mandou mensagem recomendando que lesse a coluna do Arnaldo, aí fui lá e comprei a edição de sábado.
Reproduzimos aqui com uma ressalva em relação ao item 10. Imaginem se a Dilma falasse alguma coisa na abertura da Copa. Como se comportariam aqueles "educados vips" que a xingaram como se estivessem na casa deles?!
Me lembrei de mais uma: no item 11 é bom lembrar que a abertura foi organizada pela Fifa e costumam ser mesmo sempre fraquinhas. Se deixassem por conta do Brasil poderiam chamar a Deborah Colker para preparar. Aí sim seria um show!
É bom lembrar: o povo aderiu à Copa massivamente. E quem trouxe foi o Lula!
A Copa do avesso do avesso do avesso...
Povo ordeiro, estádios lotados, turistas felizes, Espanha eliminada, seleções latinas dando show... Socorro!
"O futebol é uma caixinha de surpresas: a frase mais surrada do “bárbaro esporte bretão” (expressão mais gasta que a reputação do Joseph Blatter) está mais atual do que nunca, nesta que já é a Copa do Mundo menos óbvia jamais vista. Uma “copa do tudo ao contrário”, ou muito pelo contrário e ainda há controvérsias. Segue um pequeno apanhado das evidências e das exceções à regra.
1) Ao contrário do que se previa e até do que muitos desejavam, a Copa está funcionando, não houve nenhuma tragédia aeroportuária, nenhum nó urbano intransponível, nenhum colapso infraestrutural de proporções catastróficas. Os incidentes são pontuais e de pequena escala, alguns, aliás, protagonizados por torcidas estrangeiras e por cambistas nórdicos e americanos.
2) O povo brasileiro, ora ordeiro, ora zoneiro, está contagiando os turistas e até as seleções. Como disse o técnico da Holanda, o melhor do Brasil na Copa são os brasileiros. Os turistas copeiros não estão nem aí para aeroporto (aliás, a aviação mundial já colapsou faz tempo em qualquer país), não ligam para engarrafamento nem desmaiam com uma fila ou outra: eles querem pular, beber em botequim, subir morro, caminhar de cuecas com bandeirões, viver a vida.
3) O pânico de uma grande convulsão social, de uma revolução, o medo burguês de “a favela descer” ou de uma grande onda de manifestações fazer o país e a Copa pararem, por enquanto, demonstra-se completamente infundado. Os grandes movimentos, respeitáveis, necessários e saudáveis, conduzidos pela geração Facebook e pela classe média, e ignorados pelo proletariado que faz marmita e tem que acordar às 5 da manhã para levar o leite das crianças, por ora, ficaram nos anais de 2013.
4) Ao contrário do que se preconizou, todos os estádios sem exceção estão lotados em todos os jogos, as cidades estão cheias de turistas, os hotéis estão estufados. O tal do medo estrangeiro de um Brasil perigoso e letal, na iminência de uma guerra civil generalizada ou de um colosso anárquico, ficou no terreno da ficção.
5) O boicote nacional à Copa deve estar escondido em algum bunker. Os brasileiros aderiram em massa ao Mundial, nos bares e lares, nas fan fests e nas florestas onde até as araras e os quatás estão gritando de entusiasmo. Até porque mesmo os que torcem contra o Brasil têm que ver os jogos para exercer o ofício.
6) A Espanha, que estava entre as quatro favoritas, saiu da Copa na segunda rodada. O tic-tac da irresistível campeã do mundo emperrou, virou um relógio mole de Dalí, um Rolex de camelô, um carrilhão de filme de terror. A Fúria é um escrete de velhinhos cansados com um esquema cansado e manjado e risível.
7) A Holanda, depois de beber todas e receber visitas íntimas e se estatelar na praia (eles podem fazer isso sem pirar, pois vivem numa sociedade livre e já são meio pirados mesmo) goleou a Espanha por 5 x 1 e todo mundo gritou “pintou o campeão”. Que surpresa! Mas... no jogo seguinte, provavelmente depois de beber todas de novo, fazer amor em meio ao labor e tomar chá de erva, levou um esquenta da Austrália e já não é mais aquela. O avesso do avesso. Mas isso pode mudar na próxima rodada. e teremos o avesso do avesso do avesso e assim por diante indefinidamente.
8) As alegres e criativas e aguerridas seleções africanas não estão jogando nada nem surpreendendo ninguém. Na verdade, a grande alegria está vindo... das equipes das Américas do Sul e Central!, que há muito vinham abafadas pelo absolutismo europeu. Mas como esta é a Copa do tudo ao contrário, o Chile está bombando, o Uruguai Hemp está moderno, a Colômbia está voando, a Argentina está fazendo deverzinho de casa, México e Costa Rica estão pimpões e o Brasil... bom, o Brasil é exceção, mas Felipão é pai.
9) Pela primeira vez na história dos mundiais, o estádio de abertura é o estádio mais feio da Copa, quiçá o mais feio do mundo, o mais feio de todos os tempos, e permanecerá o mais feio até o fim dos tempos. A semelhança de seu projeto arquitetônico arrojado e conceitual com o design de uma impressora vagabunda vendida de segunda mão na Saara já é uma evidência atestada nas redes sociais mundo adentro, e afora.
10) Nunca antes numa Copa do Mundo o chefe de Estado não discursa na abertura, nem diz a frase “declaro aberto o Mundial”.
11) Nunca antes uma festa de abertura de Mundial foi tão chata, feia, pobre, patética, sem imaginação, sem a cara do país, sem nada que não seja digno de lamento.
12) Nunca antes uma música oficial da Copa do Mundo foi tão escandalosamente feia.
13) Revogam-se todas as disposições em contrário, ou muito pelo contrário.
14) Para não ficar no 13, adicionamos mais um item. Aliás, um abraço pro Zagallo."
Fonte: The Globe
Não é tanta surpresa porque foi escrito pelo Arnaldo Bloch, um dos poucos que ainda dá para ser respeitado ali.
Aliás nem posso falar muito do jornal porque parei de comprá-lo diariamente como fazia há tempos.
Nem sei como anda ou como sobrevive.
Mas ontem um amigo me mandou mensagem recomendando que lesse a coluna do Arnaldo, aí fui lá e comprei a edição de sábado.
Reproduzimos aqui com uma ressalva em relação ao item 10. Imaginem se a Dilma falasse alguma coisa na abertura da Copa. Como se comportariam aqueles "educados vips" que a xingaram como se estivessem na casa deles?!
Me lembrei de mais uma: no item 11 é bom lembrar que a abertura foi organizada pela Fifa e costumam ser mesmo sempre fraquinhas. Se deixassem por conta do Brasil poderiam chamar a Deborah Colker para preparar. Aí sim seria um show!
É bom lembrar: o povo aderiu à Copa massivamente. E quem trouxe foi o Lula!
A Copa do avesso do avesso do avesso...
Povo ordeiro, estádios lotados, turistas felizes, Espanha eliminada, seleções latinas dando show... Socorro!
"O futebol é uma caixinha de surpresas: a frase mais surrada do “bárbaro esporte bretão” (expressão mais gasta que a reputação do Joseph Blatter) está mais atual do que nunca, nesta que já é a Copa do Mundo menos óbvia jamais vista. Uma “copa do tudo ao contrário”, ou muito pelo contrário e ainda há controvérsias. Segue um pequeno apanhado das evidências e das exceções à regra.
1) Ao contrário do que se previa e até do que muitos desejavam, a Copa está funcionando, não houve nenhuma tragédia aeroportuária, nenhum nó urbano intransponível, nenhum colapso infraestrutural de proporções catastróficas. Os incidentes são pontuais e de pequena escala, alguns, aliás, protagonizados por torcidas estrangeiras e por cambistas nórdicos e americanos.
2) O povo brasileiro, ora ordeiro, ora zoneiro, está contagiando os turistas e até as seleções. Como disse o técnico da Holanda, o melhor do Brasil na Copa são os brasileiros. Os turistas copeiros não estão nem aí para aeroporto (aliás, a aviação mundial já colapsou faz tempo em qualquer país), não ligam para engarrafamento nem desmaiam com uma fila ou outra: eles querem pular, beber em botequim, subir morro, caminhar de cuecas com bandeirões, viver a vida.
3) O pânico de uma grande convulsão social, de uma revolução, o medo burguês de “a favela descer” ou de uma grande onda de manifestações fazer o país e a Copa pararem, por enquanto, demonstra-se completamente infundado. Os grandes movimentos, respeitáveis, necessários e saudáveis, conduzidos pela geração Facebook e pela classe média, e ignorados pelo proletariado que faz marmita e tem que acordar às 5 da manhã para levar o leite das crianças, por ora, ficaram nos anais de 2013.
4) Ao contrário do que se preconizou, todos os estádios sem exceção estão lotados em todos os jogos, as cidades estão cheias de turistas, os hotéis estão estufados. O tal do medo estrangeiro de um Brasil perigoso e letal, na iminência de uma guerra civil generalizada ou de um colosso anárquico, ficou no terreno da ficção.
5) O boicote nacional à Copa deve estar escondido em algum bunker. Os brasileiros aderiram em massa ao Mundial, nos bares e lares, nas fan fests e nas florestas onde até as araras e os quatás estão gritando de entusiasmo. Até porque mesmo os que torcem contra o Brasil têm que ver os jogos para exercer o ofício.
6) A Espanha, que estava entre as quatro favoritas, saiu da Copa na segunda rodada. O tic-tac da irresistível campeã do mundo emperrou, virou um relógio mole de Dalí, um Rolex de camelô, um carrilhão de filme de terror. A Fúria é um escrete de velhinhos cansados com um esquema cansado e manjado e risível.
7) A Holanda, depois de beber todas e receber visitas íntimas e se estatelar na praia (eles podem fazer isso sem pirar, pois vivem numa sociedade livre e já são meio pirados mesmo) goleou a Espanha por 5 x 1 e todo mundo gritou “pintou o campeão”. Que surpresa! Mas... no jogo seguinte, provavelmente depois de beber todas de novo, fazer amor em meio ao labor e tomar chá de erva, levou um esquenta da Austrália e já não é mais aquela. O avesso do avesso. Mas isso pode mudar na próxima rodada. e teremos o avesso do avesso do avesso e assim por diante indefinidamente.
8) As alegres e criativas e aguerridas seleções africanas não estão jogando nada nem surpreendendo ninguém. Na verdade, a grande alegria está vindo... das equipes das Américas do Sul e Central!, que há muito vinham abafadas pelo absolutismo europeu. Mas como esta é a Copa do tudo ao contrário, o Chile está bombando, o Uruguai Hemp está moderno, a Colômbia está voando, a Argentina está fazendo deverzinho de casa, México e Costa Rica estão pimpões e o Brasil... bom, o Brasil é exceção, mas Felipão é pai.
9) Pela primeira vez na história dos mundiais, o estádio de abertura é o estádio mais feio da Copa, quiçá o mais feio do mundo, o mais feio de todos os tempos, e permanecerá o mais feio até o fim dos tempos. A semelhança de seu projeto arquitetônico arrojado e conceitual com o design de uma impressora vagabunda vendida de segunda mão na Saara já é uma evidência atestada nas redes sociais mundo adentro, e afora.
10) Nunca antes numa Copa do Mundo o chefe de Estado não discursa na abertura, nem diz a frase “declaro aberto o Mundial”.
11) Nunca antes uma festa de abertura de Mundial foi tão chata, feia, pobre, patética, sem imaginação, sem a cara do país, sem nada que não seja digno de lamento.
12) Nunca antes uma música oficial da Copa do Mundo foi tão escandalosamente feia.
13) Revogam-se todas as disposições em contrário, ou muito pelo contrário.
14) Para não ficar no 13, adicionamos mais um item. Aliás, um abraço pro Zagallo."
Fonte: The Globe
Relaxando no início do Inverno
Tem alguns amigos entre nossos 17 leitores que pedem que eu retorne com aquelas seleções de músicas românticas (ou não) dos anos 70/80 que fazia quase todo fim de semana há tempos.
Ainda estou devendo. A série retorna em breve.
Por enquanto, para acalmar os ânimos neste início de inverno...
A raiva da direita
Por que a direita anda mais raivosa do que nunca?
Por Antonio Lassance (*)
Os barões das grandes corporações midiáticas perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso uma ampla opinião pública direitista.
"Faz tempo que as campanhas eleitorais são espetáculos dantescos, movidos por baixarias sem limites. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral fica muitas vezes cuidando da perfumaria, os dinossauros reinam.
Mas há algo de novo nesta campanha.
A começar do fato de que boa parte da perversidade de campanha seguia, antes, o seguinte roteiro: denúncias na imprensa, primeiro em jornais e revistas, que depois se propagavam na tevê e no rádio e, finalmente, ganhavam a rua pela ação dos cabos eleitorais.
Agora, o roteiro é: denúncias pela imprensa, mas divulgadas primeiro via internet; propagação pelas redes sociais; repetição pela tevê e pelo rádio e, por último, sua consolidação pelo colunismo e editorialismo da imprensa tradicional.
Embora essa imprensa ainda seja, normalmente, a dona da informação, seu impacto é cada vez menos medido pela audiência do próprio meio - que anda em declínio em praticamente todos os veículos tradicionais - e mais pela sua capacidade de propagação pela internet - blogs, redes sociais e canais de vídeo, principalmente pelo Youtube. E a versão que se propaga da notícia acaba sendo tão ou mais importante do que a notícia em si.
Antes, as pesquisas de opinião calibravam os rumos das campanhas. Nesta eleição, a internet é quem tende a ditar o ritmo. As pesquisas vão servir para aferir, tardiamente, o impacto de alguns assuntos que ganharam peso na guerrilha virtual.
Antes, o trabalho de amaldiçoar pra valer os adversários políticos era feito pelos cabos eleitorais que batiam de porta em porta. Agora, os cabos eleitorais que caçam votos perambulam pelos portais de internet, pelos canais de vídeo e entram nos endereços dos eleitores pelas redes sociais.
Uma outra diferença, talvez tão decisiva quanto essa, é que a direita resolveu aparecer. Antes, o discurso da direita era de que não existia mais esse negócio de "direita x esquerda".
A direita, finalmente, saiu do armário e anda mais raivosa do que nunca. Em parte, a raiva vem do medo de que, talvez, ela tenha perdido o jeito de ganhar eleições e de influenciar os partidos.
Por outro lado, a direita imagina que a atual campanha petista está mais vulnerável que em outras épocas. A raiva é explicada, nesse aspecto, pelo espírito de "é agora ou nunca".
Os bombardeios midiáticos raivosos têm assumido feições mais pronunciadamente ideológicas.
Ao contrário de outras eleições, os ataques têm não só mentiras, xingamentos e destemperos verbais de todos os tipos. Têm uma cara de pensamento de direita.
Querem não apenas desbancar adversários. Querem demarcar um campo.
Não é só raiva contra um partido. É ódio de classe contra tudo e contra todos os que se beneficiam (e nem tanto quanto deveriam) de algumas das políticas governamentais.
É ódio contra sindicatos de trabalhadores, organizações comunitárias, movimentos de excluídos (Sem Terra, Sem Teto), grupos em defesa de minorias e de direitos humanos que priorizam a crítica a privilégios sociais e aos desníveis socioeconômicos mais profundos.
A mídia direitista tem desempenhado um papel central. Sua principal missão é orientar os ataques para que eles tenham consequência política e ideológica no seio da sociedade brasileira.
Como sempre, a mídia é diretamente responsável por articular atores dispersos e colocá-los em evidência, conforme uma pauta predeterminada.
Embora seja uma característica recorrente, no Brasil, a mídia tradicional comportar-se como partido de oposição, nos últimos anos ela parece seguir uma nova estratégia.
Os barões das grandes corporações midiáticas brasileiras, com a ajuda de seus ideólogos, perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso formar uma ampla opinião pública direitista.
Antes mesmo de cobrar que os partidos se comportem e assumam o viés de direita, é preciso haver uma base social que os obrigue a agir enquanto tal.
A mídia tradicional entendeu que os partidos oposicionistas são erráticos em seus programas e na sua linha política não por falta de conservadorismo de suas principais lideranças, mas pela ausência de apelo social em sua pregação.
Em função disso, coisas como o Instituto Millenium se tornaram de grande importância. O Millenium tem, entre seus mantenedores e parceiros, a Abert (controlada pelas organizações Globo) e os grupos Abril, RBS e Estadão. O instituto é também sustentado por outras grandes empresas, como a Gerdau, a Suzano e o Bank of America.
O Millenium tenta fazer o amálgama entre mídia, partidos e especialistas conservadores para gerar um programa direitista consistente, politicamente atraente e socialmente aderente.
O colunismo midiático, em todas as suas frentes, é outro espaço feito sob medida para juntar jornalistas, especialistas e lideranças partidárias dedicadas a reforçar alguns interesses contrariados por algumas políticas públicas criadas nos últimos 12 anos.
A estratégia midiática de reinvenção da direita brasileira representa, no fundo, uma tentativa desesperada e consciente dessa mesma mídia de reposicionar-se nas relações de poder, diante da ameaça de novos canais de comunicação e de novos atores que ganharam grande repercussão na opinião pública.
Com seu declínio econômico e o fim da aura de fonte primordial da informação, o veneno em seus anéis tornou-se talvez seu último trunfo no jogo político."
(*) Antonio Lassance é cientista político.
Créditos da foto: Charge de Vitor Teixeira
Fonte: Carta Maior
20 de junho de 2014
Documentário: "Pedais Pensantes"
"Em uma megalópole dominada pelo carro, um grupo de pessoas batalha pelo direito da bicicleta não só como meio de transporte, mas também como ferramenta poderosa de transformação individual e coletiva.
Em "Pedais Pensantes", alguns dos principais cicloativistas de São Paulo questionam a realidade atual e propõe um novo conceito de cidade e cidadania tendo a bicicleta como elemento central."
Com André Pasqualini, Arturo Alcorta, Marcelo Siqueira, Renata Falzoni, Teresa D'Aprile e Thiago Benicchio.
Musa da Semana: Musas da Copa 2014 (2)
Inéz Sains, repórter mexicana |
Toda Copa aparece aparece algum site (ou diversos) mostrando possíveis musas do mundial e também belas mulheres com pintura corporal representando os países que participarão do evento.
Este ano não poderia ser diferente, ainda mais sendo no Brasil.
Privilegiamos neste post algumas com as pinturas das cores de alguns países.
Mas destacamos também algumas musas que estão despontando e que desta vez são repórteres. Sobretudo de países latinos.
Este ano não poderia ser diferente, ainda mais sendo no Brasil.
Privilegiamos neste post algumas com as pinturas das cores de alguns países.
Mas destacamos também algumas musas que estão despontando e que desta vez são repórteres. Sobretudo de países latinos.
De volta às musas que fazem reportagens para TVs estrangeiras:
Outra vez a Inéz Sains |
Jhendely Nnunes, do Chile |
Outra mexicana: Mariana Gonzalez |
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