Do meu Face:
Terminou o debate.
Para quem precisava tirar uma diferença entre 6 e 8 pontos (segundo as pesquisas) o Aecionever teria que se esmerar mais.
Dilma foi na calma e bem. Para ela, neste debate, um empate técnico no limite da margem de erro já estava de bom tamanho.
Ao contrário do Aecínico, que precisava ganhar no limite da margem do desespero. E ele ficou no óbvio ululante.
Do Roberto Moraes:
A meu juízo as diferenças entre os candidatos ficaram claras. São posições antagônicas e distintas.
Como falamos antes, o debate expôs diferenças para escolha dos eleitores, embora, eu não tenha dúvida de que o esquema de colocar os tais "indecisos" seja um favorecimento para a oposição, porque coloca como se todos os problemas fossem da alçada do governo federal, não considerando a questão federativa brasileira.
A questão de saneamento e habitação, por exemplo são municipais e estaduais, apenas com apoio federal, aliás como já tem sido feito, embora se possa ter direcionamentos diversos, conforme a orientação do governo federal.
Considerando o geral do debate, e o que pode alterar o quadro atual, eu avalio que é muito pequeno. Dilma foi bem no debate, de forma similar aos debates anteriores, reafirmando suas posições de maior preocupação com a população. Aécio fez questionamentos próprios de quem é oposição, mas sem ser convincente.
O tema educação é sempre um tema muito valorizado, e neste item Dilma tem mais o que mostrar, enquanto Aécio fala de proposições, com dificuldades de mostrar o que já fez no estado que governou.
Outro tema muito citado foi a segurança pública cuja atribuição principal que envolve a vida das pessoas é do governo estadual.
Aécio ao final fez um discurso que parece mais adequado para quem pensa em eleições futuras, ao dizer que travou o bom combate. Pode ser força de expressão, mas leva ao expectador mais atento a interpretar que ele pode não considerar mais viável a sua eleição, mesmo que possa ter tido uma leve vantagem no debate, o que acho discutível.
Enfim, é difícil considerar que as pessoas que efetivamente estavam indecisas, não estas discutivelmente escolhidas pela Globo, tenham se decidido majoritariamente para um dos dois candidatos.
Assim, se as pesquisa estiverem corretas, o debate favoreceu à Dilma que entrou neste últimos dias com seus apoiadores com mais empolgação nesta reta final. A conferir!
Do Marcelo Siqueira:
Debate morno, sem muitas emoções. Dilma bem preparada para responder a todos os ataques do Néscio. Enfim, tudo o que a Dilma e o PT queriam. A entrevista final do Néscio foi de um desânimo que foi quase uma aceitação pública da derrota. Dilma demonstrou serenidade e confiança. Aparentemente os trackings dos partidos já identificaram a vitória da Dilma. Amanhã veremos as 18h a pesquisa Ibope e Datafolha.
4 comentários:
Debate na Globo: De cara, Dilma neutraliza a bala de prata
por Luiz Carlos Azenha
A famosa “bala de prata”, que poderia modificar os votos dos indecisos, foi neutralizada de cara pela presidente Dilma Rousseff, já na abertura do debate da TV Globo.
Ela atacou a credibilidade não só da revista Veja, como também da IstoÉ, que mais uma vez neste fim de semana fez jus ao apelido jocoso de QuantoÉ.
Diríamos que este foi o debate do alprazolam, a droga que é o sossega leão dos ansiosos.
Aécio Neves cometeu algumas gafes, como quando se referiu ao inexistente Ministério do Desenvolvimento Econômico ou disse que é um orgulho ter um pedaço do Nordeste “incrustrado” em nosso território, Minas Gerais. Reproduziu, assim, o preconceito comum de uma pequena fatia dos mineiros em relação às terras cantadas por Guimarães Rosa.
Por outro lado, o senador foi bem quando disse que a melhor forma de combater a corrupção é tirando o PT do poder. Foi bem, ainda, quando disse que o governo de FHC “tirou a inflação das costas do brasileiro”. Friso: do ponto-de-vista da retórica.
Já Dilma foi muito feliz quando popularizou seu discurso e recorreu a uma frase do humorista José Simão, segundo o qual os tucanos criaram, em São Paulo, o programa “Meu banho, minha vida”.
Além disso, a candidata governista insistiu nas coisas que realmente importam não só para os indecisos, mas para os brasileiros em geral: emprego e salário. No frigir dos ovos, é isso o que conta. O grande terror de qualquer brasileiro, em qualquer tempo, é o desemprego.
No conjunto da obra, Dilma fez o necessário para impedir uma grande surpresa de última hora. Se de fato Aécio precisava de uma grande virada para vencer as eleições de domingo, não teve êxito.
Se a capa de Veja foi a bala de prata da oposição, melhor caracterizá-la como um tiro no pé.
Dilma passou pelo teste da Globo
Por Renato Rovai, em seu blog:
O debate da Globo tem características diferentes dos de outras TVs e portais. Ele conta com a presença dos chamados indecisos. Esses eleitores fazem perguntas mais programáticas, mas ao mesmo tempo quebram um pouco o ritmo do enfrentamento entre os candidatos. Até por isso, o debate da Globo foi menos eletrizante que os anteriores. E isso favoreceu a presidenta Dilma.
O primeiro bloco foi o mais quente. Como já era esperado, Aécio Neves foi pra cima de Dilma usando a capa da Veja logo de cara. Dilma se saiu de forma tranquila, mas muito firme. Disse que vai processar a revista e deixou meio claro que se tratava de uma tentativa de golpe eleitoral.
Nos outros blocos, o ritmo de ataques diminuiu. E o debate ficou mais tranquilo e programático. De qualquer forma, ainda houve tempo para Aécio trazer à baila o mensalão e perguntar a Dilma o que ela achava do fato de Zé Dirceu estar preso.
E deu tempo também de Dilma perguntar se houve falta de planejamento no caso da falta de água de São Paulo, já que no Nordeste também não chove , mas não falta água. E aí veio a melhor tirada da noite. Dilma citou o humorista José Simão e disse que do jeito que a coisa estava indo os tucanos iam lançar o plano Meu Banho, Minha Vida.
Não houve grandes vencedores no debate desta noite. Mas eu diria que Dilma pode até ter ganhado por pontos.E que como já estava em vantagem, esse resultado foi excelente para ela
Hoje, em várias cidades brasileiras a militância petista foi às ruas de vermelho e criou um clima de vitória. Quando essa onda se forma é muito difícil revertê-la. Se Aécio começou com pequena vantagem no segundo turno, Dilma passa pelo debate da Globo como a grande favorita.
É claro que numa eleição dessas é de alto risco fazer previsões, mas este blogueiro cravaria todas suas parcas economias na vitória de Dilma no domingo.
Dilma deve ser reeleita presidenta da República, ganhando de toda a mídia, do PSDB, de Marina, da família Campos, de parte do PMDB e de toda a direita truculenta.
Não é pouca coisa.
Dilma deve ganhar de todos eles e com o apoio do PSoL e de quase todos os movimentos sociais brasileiros sérios.
Também não é pouca coisa.
A humana contra o robô
Por Miguel do Rosário
Acho que o debate de hoje, como esperávamos, foi um risco tremendo para Dilma. Um risco necessário, porém.
A presidenta chega completamente exausta ao final de uma disputa agressiva.
Mas com uma excelente campanha, orgânica e autêntica, que produziu uma inédita união das esquerdas, que cobrarão duramente de seu governo maior ousadia e mais sinalização a um conjunto de mudanças.
Dilma e Aécio começaram visivelmente nervosos, sentindo o peso do cansaço, da pressão e, sobretudo, do astral opressivo da Globo.
Até William Bonner se embananou, esquecendo uma das tréplicas de Aécio.
Aécio se comportou com a desenvoltura artificial de um humanóide treinado para política desde a infância.
Com 17 anos já tinha empregos dentro do governo. Seu pai era um deputado federal da ditadura, e deu ao filho uma carteira de policial que, certamente, lhe permitia dar carteirada em qualquer um.
Dilma teve uma vida dura, cheia de traumas e derrotas.
As vitórias que ela colheu não vieram do poder econômico e político de sua família, mas da confiança do povo brasileiro.
Aécio respira arrogância de classe por todos os poros, e por isso as classes altas se agarram a ele como a um igual.
Na Globo, o tucano sabia estar em casa. O ambiente lhe era propício.
As agressões da mídia são quase todas contra Dilma. Nenhuma contra Aécio.
Ele ainda vem falar de “campanha sórdida”, o que é uma espécie de justificativa para derrota que seus militantes já estão alardeando.
Como prevíamos, Aécio iniciou a entrevista citando a reportagem da revista Veja, cujo nome ele até evitou declinar, provavelmente por saber que é um nome queimado junto a muita gente.
Aécio repetiu a postura de todo tucano ao final de eleição presidencial: papagaiando a Veja ou a Globo.
Dilma conseguiu se sair muito bem da primeira pergunta de Aécio, o presentinho da Veja ao filhinho de papai. Com palavras firmes e uma postura ao mesmo tempo indignada e serena, ela conseguiu neutralizar brilhantemente o ataque de Aécio. Foi a sua melhor performance neste debate.
Tanto é que o tema corrupção só voltou vários blocos depois, quando o tucano tenta encurralar Dilma lhe perguntando sobre Dirceu. A presidenta também soube se esquivar dessa armadilha, contra-atacando com os escândalos tucanos.
Aliás, o Jornal da Globo também não mencionou a mentirada da Veja, o que sinaliza uma completa desmoralização da revista. E também uma preocupação da Globo em não ultrapassar o sinal, ainda mais quando Dilma parece tão perto da vitória.
A presidenta teve alguns momentos bons. Outros nem tanto.
Claro que ela poderia ter sido muito melhor. A pergunta sobre água poderia ter sido formulada de maneira muito mais consistente, porque de fato não há explicação plausível para o que São Paulo tem vivido.
Mas a tirada sobre o programa social tucano, Meu Banho Minha Vida, deverá explodir nas redes sociais. Foi bola dentro.
Dilma demonstrou, sobretudo, humanidade. É uma pessoa como nós, nervosa, simples e preocupada.
O risinho cínico de Aécio, típico de um playboy, mais obecado em passar a (falsa) impressão de vencedor do que em tocar a alma brasileira, retrata perfeitamente as razões de sua possível derrota no domingo.
Numa democracia, assim como na arte, não vencem os que se portam como campeões.
Em geral, esses são os medíocres.
O povo gosta dos humildes, daqueles em quem eles identificam as angústias e os temores de que ele mesmo, o povo, é vítima diária.
Dilma é uma senhora preocupada. Mas não está preocupada com sua imagem pessoal, como Aécio.
Seu interesse não é posar de vencedora.
Não é expor um riso cínico de boyzinho truculento.
Ela está preocupada com um projeto, que é muito maior que ela.
Um projeto do qual ela é só uma modesta e diligente representante.
Suponho que, daqui em diante, a campanha vai explodir para todos os lados.
Boatos, mentiras, denúncias falsas, denúncias verdadeiras.
Haverá uma overdose de informação que certamente cansará o eleitor.
Dificilmente haverá mudança de voto brusca.
A onda Dilma já cresceu. O momento é dela estourar nas urnas.
O momento é de ter fé na democracia e confiança no povo brasileiro.
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