26 de outubro de 2014

Opinião do Blog: quem ganhou e quem perdeu nas eleições e algumas breves palavras sobre o pleito


Uma análise amadora deste blog. 
Logo de início lembrando que, apesar da diferença no geral não ser muito alta, na prática Dilma ganhou em quase todo o Brasil. Aécio conseguiu a votação que conseguiu graças sobretudo a São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e um pouco ao Sul, região mais rica e conservadora.
Enfatizando que Aécio mais uma vez perdeu em sua base, Minas, que governou por oito anos. Sintomático.

Quem ganhou:
1 - O povo de forma geral. Em diversos níveis. Sobretudo na superação do cerco midiático contra a candidatura Dilma. Souberam discenir que a vida melhorou em relação ao governo do PSDB. E deram voto de confiança que vai continuar melhorando, contra o retrocesso representado pelas práticas do candidato da situação midiática. Destaque para os trabalhadores que não perderam seus empregos e para os jovens que poderão almejar um bom trabalho, inclusive com a manutenção dos concursos públicos (o estado mínimo do PSDB não admite isso).

2 - Os partidos mais à esquerda e os movimentos e instituições populares não governamentais que talvez pela primeira vez se uniram, superando divergências, em apoio à Dilma, contra a candidatura de Direita. Com certeza terão papel importante na formulação de políticas públicas no segundo mandato de Dilma.

3- Alguns nomes de oposição mais à esquerda que não só declaram seu voto em Dilma, como trabalharam para ela no segundo turno. Destacaria dois componentes do PSOL carioca que no futuro poderão ter papel primordial na continuidade das propostas sociais do PT: o Deputado Estadual Marcelo Freixo e o Deputado Federal Jean Willis.

4 - Obviamente Dilma, Lula e o PT. Depois de 12 anos de "desconstrução" contínua pela mídia representada pela Veja, Época, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Rede Globo, etc., que vieram construindo - direta e indiretamente - o "ódio ao PT", é quase um milagre que tenham conseguido furar o bloqueio e mostrar a verdade para a maioria dos eleitores. Ajudou o programa eleitoral da Dilma que mostrou as realizações de quatro anos que nunca apareceram na TV e que muita gente nem tinha ideia. A maioria dos eleitores percebeu também as armações por trás de boa parte das denúncias de corrupção e estranhou também que nunca tenha ocorrido absolutamente nada de anormal nos oito anos FHC. Em outras palavras, como diz Dilma, casos de corrupção que venham à tona é uma vitória de um governo que “não varre nada para debaixo do tapete”, ao contrário dos governos tucanos estaduais e federais (como o lendário "engavetador geral da república").

Quem perdeu:
1 - De cara, a grande mídia manipuladora (citada acima). Não se conformam que nos últimos anos vem perdendo continuamente o seu poder de controlar corações e mentes. Por trás disso a questão da detenção do poder, do dinheiro, do status da elite contra a ascensão das camadas antes na base da pirâmide. Seu maior medo é a criação por Dilma e pelo Congresso de um marco regulatório da atuação das empresas de comunicação, como existe na maioria dos países civilizados. É que isso diminuiria ainda mais o seu poder de manipular as informações, criaria o direito de resposta do cidadão que se sentisse atingido por infâmias e distorções.

2 - Os partidos de Direita de forma geral. Depois do quase desaparecimento do DEMo, agora é o PSDB que corre o risco de virar nanico. De grande, só sobrou São Paulo (com trocadilho, please) de seu antigo império.

4 - Os perigosos fundamentalistas que aderiram a Aécio deste sempre. Incluem-se neste caso os neopentecostais eleitos e não eleitos, a bancada policialesca ‘da bala’, os ultra-direitistas que são contra os avanços sociais de igualdade de direitos, etc. Teriam vida mais fácil com Aécio pois são contra transformar homofobia em crime, contra a criação de uma rede de proteção à mulher obrigada a abortar, contra a união de pessoas do mesmo sexo, a favor de repressão policialesca mais dura, intolerância contra quem pensa diferente, etc.

5 - Marina Silva, a Rede e o PSB. Três nomes que antes eram ligados aos avanços sociais jogaram a própria biografia na lata do lixo ao aderirem de forma oportuna à candidatura conservadora de Aécio. Marina conseguiu o feito de em uma tacada só dividir o partido Rede que estava se organizando e quase destruir o histórico PSB, que vai ter que renascer das cinzas para sobreviver. Salvou-se o ex-presidente do partido, Roberto Amaral, que deixou a presidência para apoiar Dilma mantendo a coerência das ideias do partido que ajudou a criar. Nesta mesma linha parabéns ao Bresser-Pereira, um dos fundadores do PSDB que declarou apoio à Dilma alegando que seu ex-partido traiu os ideais da social-democracia.

Agora cabe a Dilma trabalhar para tapar as feridas abertas por esta disputa extrema. Falo isso em nome da governabilidade a partir do 2015 e contra possíveis tentativas dos que perderam de criar um “terceiro turno” no congresso e no “tapetão” jurídico.

Comemorar neste momento mas pensar na continuidade buscando uma união nacional uma vez que, se o Brasil já era dividido antes dessas eleições, as fronteiras ficaram mais nítidas agora.

Aos eleitores de um lado e outro também tirar lições importantes desta luta dos últimos meses. O Brasil cada vez mais tem de ser um país de todos, sem ódios ou ressentimentos. Só a união nos impulsionará para frente.

Ao final de tudo a democracia tem de sempre falar mais alto, para o bem de todos os brasileiros e brasileiras.

E o nosso blog se orgulha de ter participado ativamente desse processo de esclarecimento, atingindo piques de dois mil acessos diários. A todos agradecemos a audiência, independente de que lado estavam. A nosso ver cumprimos nossa obrigação em nosso humilde espaço. Foram mais de 120 dias de luta.

No final, valeu! Coração valente feliz e aliviado por todos os brasileiros.

E vamos em frente que 2018 é logo ali!

12 comentários:

Jefferson disse...

Vitória Marquinho!
Parabéns por sua luta no blog e no Face que eu acompanhei o tempo todo.
Fizeram muita covardia com Dilma, mas o povão ficou do lado dela!
Valeu!!!!

Marcos Oliveira disse...

A verdade venceu a mentira
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

De que adiantaram as SUV’s desfilando com adesivos de Aécio enquanto os eleitores deste depredavam carros com adesivos de Dilma?

De que adiantou os eleitores de Aécio agredirem um cadeirante ou insultarem cidadãos que ousavam mostrar opinião diferente?

De que adiantou a Veja inventar e espalhar uma calúnia e debochar da Justiça quando esta puniu seu crime eleitoral?

De que adiantou “o mercado” derrubar suas cotações para chantagear o povo, julgando-o besta?

De que adiantaram anos de terrorismo econômico da mídia, alardeando desgraças como desemprego ou racionamento de energia?

De que adiantaram as demonstrações de arrogância dessa elite decadente que se horroriza ao ver gente humilde comprando na mesma loja ou voando no mesmo avião?

De que adianta tentar enganar um povo que, após 12 anos de inclusão social, tornou-se muito mais esperto e não se deixa mais enganar?

Na democracia, o princípio mais elementar é o de que o voto do banqueiro vale o mesmo que o do faxineiro do banco.

Essa gente perdeu as quatro últimas eleições presidenciais por uma única razão: não entende o princípio democrático basilar: um homem, um voto.

Hoje, o povo brasileiro demonstrou maturidade. Não se deixou abalar. A maioria permaneceu silenciosa, só vendo a direita exibir sua bocarra arreganhada, suas garras fétidas.

O Brasil venceu. E os eleitores de Aécio Neves, também. Foram salvos de muito sofrimento, anda que não saibam.

Por isso, entoem comigo:

Viva o PT!

Viva Lula!

Viva Dilma!

Viva a Democracia!

Viva o povo Brasileiro!

Alice in Wonderland disse...

Decidi em cima da hora e graças a este blog.
Fico feliz com a decisão acertada e parabenizo o blog!

PAULO HENRIQUE AMORIM disse...

Dilma 52 x 48 Aécio.
PT 4 x 0 PSDB
Vitória do povo, pelo povo e para o povo !

A Presidenta Dilma Rousseff, do PT, está reeleita.

Com 98% das urnas apuradas, Dilma já alcançou 51,45% dos votos, contra 48,55% de seu adversário, Aécio Neves (PSDB).

Essa é a quarta vitória consecutiva do Partidos dos Trabalhadores diante dos tucanos do PSDB: duas vezes com Lula (contra o Padim Pade Cerra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006), e outras duas de Dilma Rousseff (novamente contra o Padim Pade Cerra, em 2010, e, agora em 2014, contra o Aecínico).

Serão mais quatro anos de Governo do povo, pelo povo e para o povo !

Marcos Oliveira disse...

Dilma enfrenta e derrota golpistas
Da Rede Brasil Atual:

Foi uma vitória maiúscula. A reeleição de Dilma Vana Rousseff (PT) escreve muitos capítulos inéditos e carrega uma força simbólica que, se não é maior que a das demais disputas vencidas pelo PT no plano federal, é única. A mulher nascida em Belo Horizonte em 1947 mais uma vez deixa de joelhos, boquiaberta, a repressão que lhe tentou cassar os direitos políticos.

Se havia alguma dúvida de que esta era uma eleição do candidato do sistema patriarcal brasileiro contra todo o resto, a edição do Jornal Nacional na véspera eliminou qualquer margem de ingenuidade. Jornalismo mandou lembrança, William Bonner. Dividida entre interesses públicos e privados, a emissora dos Marinho atendeu novamente a seu chamado de classe ao exibir reportagem sobre supostas denúncias de que Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva teriam ciência de um esquema de pagamento de propinas utilizando verbas da Petrobras.

Tentou um desfecho sujo para uma temporada eleitoral eleição suja. Sob o pretexto de um “ataque” à sede do Grupo Abril, o Jornal Nacional dedicou seis minutos a narrar a “denúncia” da revista Veja, uma publicação que nunca esteve tão à altura da alcunha de “mídia golpista”. Lá pelas tantas aparecia a figura de Aécio Neves, candidato do PSDB dado a vitórias no tapetão. Fosse tão ético quanto jura ser, o tucano teria se recusado a ecoar uma reportagem feita com base num depoimento inventado – seu suposto autor, o doleiro Alberto Youssef, desmentiu que tenha feito as declarações difundidas pela publicação semanal.

Mas Aécio, a exemplo do Jornal Nacional, atendeu a seu DNA de classe, uma elite financeira que há muito chegou à conclusão de que vale qualquer coisa para tirar o PT do poder. Têm razão as pessoas que comparam essa disputa com a de 1989. Não pelo acirramento, nem pelo embate ideológico, mas pela tentativa da Globo de se fazer protagonista de um pleito do qual não é partícipe – ou, legalmente, não o é.

A divulgação de reportagem contra Dilma na véspera da eleição não se deu ao acaso: a “denúncia” já era de conhecimento público na véspera, quando os Marinho não a quiseram levar ao ar. Não quiseram por um motivo óbvio: a presidenta teria tempo de apresentar sua versão no debate daquela noite ou de buscar direito de resposta no Tribunal Superior Eleitoral, como o obtido contra a Veja.

A última edição do Jornal Nacional antes das eleições não pode ser enxergada fora de contexto. São 12 anos de bombardeio, quatro em particular, 2014 em particularíssimo. A vitória de Dilma não é uma derrota apenas de Aécio e do PSDB. É da mídia tradicional, que investiu até o último grama de força para bater no PT, chegando ao ponto da desestabilização da democracia. É do mercado financeiro, que nos últimos três meses praticou um rally eleitoral e encontrou no tucano um porta-voz de sua vontade de ter um governo que deixe a especulação comer solta. É de Marina Silva e do PSB, que, sob o pretexto da não neutralidade maltrataram suas histórias e alinharam-se à força neoliberal que tanto combateram. É do ódio visceral a um partido, de um sentimento mais vomitado e gritado do que explicado.

Marcos Oliveira disse...

É de todo um sistema repressor da democracia. O segundo turno clareou o que estava em jogo. De um lado alinharam-se movimentos sociais comprometidos com avanços, centrais sindicais em busca de melhorias para a vida do trabalhador, partidos que carregam no histórico a tentativa de transformação do país. De outro estiveram meios de comunicação a serviço da especulação financeira, representantes de segmentos fundamentalistas apavorados com qualquer avanço social, partidos que carregam no histórico a marca do elitismo e da divisão de classes.

A vitória de Dilma, por isso, jamais poderá ser entendida como um sucesso alcançado sozinho. É o êxito que coroa uma união de forças progressistas. É o êxito das ideias democráticas sobre o ideário que considera que Brasil bom é o que se divide entre pobres e ricos e que vê como intento autoritário a proposta de ampliar a participação popular, já que o exercício do sistema político deve se dar entre quatro paredes.

É esta corrente que a presidenta terá de encabeçar no exercício do mandato. Se a primeira vitória foi celebrada por trazer no bojo a maior base aliada da história no Congresso, a segunda deve ser motivo de comemoração para a esquerda por uma rara união. União que só poderá ser mantida mediante avanços institucionais em diversas áreas.

A reeleição da presidenta carrega o poder simbólico da foto em que aparece, menina, com gesto imponente perante militares que representavam a tortura e a cassação de seus ideais. Deixou a repressão de joelhos ao sobreviver às sevícias, retomar sua militância política, se tornar secretária no Rio Grande do Sul, ministra de Lula, presidenta do Brasil e uma das mulheres mais influentes do mundo.

Ao longo dos quatro anos, e particularmente desde julho, foi submetida a uma surra inesquecível. As cicatrizes, carregará para sempre. Tentarão deixar outras marcas, buscando agora um terceiro turno que já haviam tentado em 2010, ao tratar por ilegítima uma vitória obtida com a superação de dificuldades, mentiras, acusações. Dilma deixou a repressão de joelhos, mais uma vez. Não será perdoada, e terá de travar uma batalha definitiva contra os fantasmas do passado.

Anônimo disse...

E o povo, no discurso da Dilma, passando agora, cantou: "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo". Ao vivo, para todo o Brasil, em rede nacional, em pleno Fantástico, na GLOBO!!!! Ai, que delícia... hehehehe

Marcos Oliveira disse...

Rodrigo Constantino propõe divisão do Brasil em dois

http://www.viomundo.com.br/politica/rodrigo-constantino-propoe-divisao-brasil-em-dois.html

Maria Inês disse...

Parabéns Marcos e Luiz Felipe pelo grande trabalho neste blog.
Sei que deve ser cansativo, tenso e vocês tem que se expor muito.
No final podem comemorar e dividir com Dilma esta grande vitória!
Bjs.

Luiz Felipe Muniz disse...

Parabens Marquinhos, mais uma vez vc foi um gigante no acompanhamento e nos necessários e urgentes esclarecimentos.

A história do Brasil fica definitivamente marcada por este processo eleitoral, já dito por muitos como o mais duro desde 64!

O Blog uma vez mais mostrou a que veio e conseguiu reunir o que de melhor foi ponderado e explorado no campo das ideias e opíniões de relevo e fundamentação, frente a avassaladora força de uma mídia de massa que impera no Brasil com um viés absurdo de desinformação e pré-conceito cultural, racial e de classes sociais!

Mais uma vez, parabéns Marcos Cardozo e sigamos em frente porque o Brasil urge avançando veloz, e blog pode muito contribuir com a jornada!

Grande abraço, Luiz Felipe Muniz de Souza

Marcos Oliveira disse...

Valeu caro amigo.
Você, com a criação do blog a mais de cinco anos, já direcionando as ideias que seriam defendidas pelo mesmo, foi o artífice para que chegássemos a este ponto. Agradeço o convite para participar deste espaço naquela época e que geraram os frutos colhidos agora. A vitória é nossa. É do Brasil!
Grande abraço!

Marcos Oliveira disse...

E mais uma vez agradecemos a todos que comentaram e que frequentaram nosso blog nos últimos três meses, quando abordamos quase exclusivamente política. Foi um período estressante mas que no final valeu a pena!