Começa hoje (daqui a pouco) no julgamento do "mensalão" as argumentações da defesa. Resta saber se o Jornal Nacional vai dar 20 minutos por dia na cobertura dessas defesas, mostrando o que os advogados falaram e não fazendo uma "análise".
Hoje vi em dois blogs uma tese nova (para mim) sobre a ligação do esquema do Cachoeira com o mensalão. Se for isso mesmo, a oposição e os meios de comunicação vão ter de abordar, mesmo atingindo setores de direita. E o STF vai ter de considerar.
Selecionei uns tópicos e indico os links.
CPMI do Cachoeira levanta dados que se cruzam com o ‘mensalão’ e alertam ao STF
(...) "Uma das linhas de investigação mais consistentes, segundo promotor do
MPF que também prefere manter o anonimato para evitar qualquer dano ao
processo contra o esquema criminoso de Cachoeira,
é aquela que liga a quadrilha do contraventor a um processo de
financiamento de campanhas eleitorais e de enriquecimento ilícito de
seus cúmplices similar ao outro, controlado pelo publicitário Marcos
Valério, principal réu na AP 470. Enquanto Cachoeira “abastecia
os cofres de seus aliados políticos à direita”, em legendas como o
PSDB, o DEM e o PPS, “Marcos Valério trabalhava para setores da base
aliada na montagem de um possante caixa 2, pronto a irrigar
candidaturas ligadas ao conjunto de siglas de apoio ao governo”,
constata o promotor público em conversa com o CdB, neste domingo.
– A teoria de uma conspiração no Palácio do Planalto, à época do
primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, montada
para comprar parlamentares e perpetuar o governo petista no poder,
mostra-se cada vez mais frágil diante dos fatos ocorridos. Não há
nenhuma novidade. O que ocorreu em 1994, em escala anabolizada, vinha
desde 1998 com o sistema de caixa 2 montado por Marcos Valério em Minas
Gerais, destinado a pagar as contas de campanha do então candidato
Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Ele desviava quantias vultosas do Erário por
meio de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro – argumenta o
promotor."
Esse esquema, batizado de ‘mensalão mineiro’, também chamado de
‘mensalão tucano’ ou ‘valerioduto tucano’, teve início na campanha para
a eleição de Azeredo – um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional
– ao governo de Minas Gerais. O caso está detalhado em denúncia
formulada pela Procuradoria Geral da República ao STF contra Azeredo
que, segundo os autos, seria “um dos principais mentores e principal
beneficiário do esquema implantado”. Azeredo é acusado de “peculato e
lavagem de dinheiro”. Uma solução idêntica, mas de dimensões nacionais,
administrada também por Valério, teria servido como fonte financiadora
para uma série de operações destinadas ao pagamento de dívidas de
campanha dos partidos ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT).
(...) Na
oposição – após décadas na condução dos destinos do país e próspero na
formulação das políticas criminosas que deram origem ao Best seller do jornalista Amaury Ribeiro Jr, Privataria Tucana – o PSDB, que conheceria por dentro o funcionamento da trama criminosa, teria em Cachoeira
o seu principal agente para denunciar a corrupção de funcionário dos
Correios, Maurício Marinho, e detonar a mais consistente tentativa de
derrubar um governante eleito no país, desde a queda do então
presidente Fernando Collor, em 1990.
– Era a oportunidade exata para bater pesado no governo, com o apoio da revista (semanal de ultradireita) Veja e demais meios conservadores de comunicação que o apoiam, entre eles os diários conservadores paulistano Folha de S. Paulo e carioca O Globo – relembra a fonte.
A tentativa falhou. Tanto a popularidade de Lula quanto a renúncia do
então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reduziram a pressão
pela abertura de um processo de impedimento do presidente da República,
como se chegou a ventilar na época."
(...) " A retórica de Gurgel, no entanto, enfrenta agora as críticas, ainda que
reservadas, de ministros do STF e de autoridades que acompanharam a
sustentação oral da semana passada. Ficou evidente, na peça de
acusação, a falta de provas consistentes contra Dirceu, apontado como
“mentor intelectual” do que o procurador classifica de o “mais atrevido
caso de corrupção e desvio de recursos no Brasil com o objetivo de
comprar parlamentares”. Diante dos fatos, a Corte Suprema se divide. Os
vários pontos frágeis do relatório de Gurgel, que o deixam próximo a
“uma peça de ficção”, segundo comentou um dos ministros do Supremo,
reservadamente, deixam dúvidas suficientes para que os magistrados
votem pela absolvição dos principais réus no processo." (...)
Leiam mais em Com Texto Livre e Correio do Brasil.
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