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7 de novembro de 2013
Copa de 2014: a imprudência e arrogância da Espanha (ou: o episódio Diego Costa)
DIEGO COSTA E A ESPANHA
Por Mauro Santayana
“Cada uno es hijo de sus obras.” - a antiga advertência, de Don Quixote de La Mancha, que nos alerta para a conseqüência das más decisões, parece ter sido, nos últimos anos, totalmente esquecida pela Espanha.
Mesmo com uma dívida externa de quase 200%, 27% de desemprego, quase 100% de dívida interna líquida, e cerca de 20 bilhões de euros em reservas, Castela continua imprudente e arrogante.
E como não pode mais exibir duvidosos galardões econômicos, passou a exercitar sua proverbial petulância em outras áreas, como o futebol, por exemplo.
Antes da Copa das Confederações, os jornais espanhóis diziam que a “Roja” ia dar uma “lição” ao Brasil. Acabaram levando, de volta para casa, duas. Uma de futebol, e a outra de patriotismo, antes, durante e depois da final, no Maracanã, quando perderam de 3 x 0.
Sem entender que não estavam colhendo mais do que semearam antes – fora a antipatia futebolística, muitos torcedores não se esquecem das expulsões de brasileiros daquele país - os jornais espanhóis preferiram justificar as vaias recebidas por aqui com um suposto “apavoramento” do Brasil com a sua seleção.
E, como a Espanha não aceitou a derrota, continua o clima de confrontação. O último capítulo da picuinha foi o convite a Diego Costa para jogar pela seleção espanhola. Convocado também pelo Brasil, ele optou pela Espanha e a CBF pediu a cassação de sua nacionalidade brasileira.
Envolvido com corrupção e com a ditadura, Marin não é – para dizer o mínimo – um exemplo de cidadão, mas, infelizmente, é preciso reconhecer que, hoje em dia, as pessoas trocam de passaporte como trocam de camisa.
A nacionalidade brasileira não é um direito, mas uma honra e um privilégio. Defender a bandeira de outra nação, em um campo de batalha ou de futebol, deveria determinar – para quem o faz - o irreversível direito de ser feliz em seu novo país e em sua nova condição.
Por ingenuidade ou interesse, Diego Costa foi usado como instrumento de uma briga que o Brasil não começou.
A “Fúria”, para jogar a Copa, não precisava dele. E isso é reconhecido até por parte da opinião publica espanhola. Ao ver aceito seu convite, Del Bosque ficou em uma sinuca de bico. Se trouxer o jogador para o Brasil, depois de ter escolhido a Espanha, estará obrigado a colocá-lo em campo, aumentando a pressão da torcida brasileira contra o time espanhol.
No final do torneio, se Diego Costa jogar mal e a Espanha perder, Del Bosque será execrado em seu país. Se ele jogar bem, e marcar, a versão que vai ficar é a de que a Espanha não ganhou por seus próprios méritos, mais sim porque tinha um brasileiro jogando em sua seleção.
Dessa vez, os cartolas espanhóis quiseram crescer e aparecer, na mídia, criando nova polêmica com o Brasil, país anfitrião da Copa e Pentacampeão do mundo. Com essa jogada, o mais provável, é que eles e seu treinador acabem se dando mal."
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3 comentários:
O Mauro Santayana não deve acompanhar o futebol espanhol onde Diego Costa é o artilheiro do Campeonato Nacional e o destaque do Atletico de Madri. Como os outros atacantes espanhóis estão em baixa (Villa e Torres), Del Bosque precisa de uma alternativa no ataque. Vários brasileiros defenderam seleções de outros países como Mazola, Tulio Tanaka, Cacau, Pepe e Deco, sem esta confusão atual. A Espanha, mesmo em crise, com desemprego e recessão, tem uma qualidade de vida muito superior a do Brasil.
Mas vão ser muito vaiados no Brasil. A seleção espanhola e Diego. E isso vai pesar.
O Mauro Santayana não quis comparar o nível social da Espanha com o do Brasil e sim com sua própria história. Há uma década tem gente se suicidando lá por não conseguir emprego e perder a casa. A salvação deles tem sido o futebol que começa a dar sinais de deterioração também. A Copa das Confederações foi o primeiro grande sinal. Se deixarem, hoje a Espanha se divide em uns quatro países!
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