3 de abril de 2013

Desordem Alimentar

A temperatura diminuiu (finalmente) e com isso o ânimo para encarar uma boa guloseima ou alimento salgado aumenta.
Um bom churrasco, um hambúrguer com batatas fritas, os chocolates que sobraram da páscoa, um rodízio de pizza, um delicioso bolo com uma leve cobertura...
Nada mal.
Ou um pouco mal sim.
Não se pode dizer que alimentos muito ricos em carbohidratos, açúcares, gorduras saturadas, sal, etc. fazem bem a saúde não é mesmo?
Bem, estamos cansados de saber disso mas a vida corrida das cidades vão impondo novos hábitos que às vezes fica dificil se livrar.
Mas não custa nada lembrar mais uma vez.
Segue parte de matéria sobre o assunto publicado recentemente na Revista Planeta.

Você é o que você come: 40 anos anos de desordem alimentar
(...)

"Nesses últimos 40 anos, a vida nas cidades mudou. As mulheres entraram no mercado de trabalho e o hábito de comer na rua se consolidou. Substituímos os alimentos tradicionais, com hidratos de carbono complexos, fibras, vitaminas e minerais, por outros com hidratos de carbono de absorção rápida: alimentos processados, refrigerantes, salgadinhos com alto teor de gordura saturada e gordura trans – a chamada junk food, a comida pré-fabricada turbinada por produtos químicos. Mais de 80% dos brasileiros, de todas as idades, seguem, hoje, dieta inadequada. Ao mesmo tempo, com a melhoria na distribuição de renda e o aumento da prosperidade, o consumo per capita de bovinos atingiu 37,5 quilos em 2010, 5% a mais do que em 2009, apesar de uma alta de 38% no preço.
Fiéis às nossas raízes, felizmente continuamos comendo o tradicional feijão com arroz, uma mistura proteica rica em minerais e vitaminas. Mas ingerimos carne vermelha em excesso, e apenas um em cada dez brasileiros se alimenta com frutas, legumes e verduras recomendáveis. Acrescente-se a isso doses excessivas de gordura saturada, sal e açúcar – este, usado e abusado no cafezinho, alimento mais ingerido no país. As informações são da Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009).
As calorias baratas que lotam os supermercados contribuem com números recorde de doenças relacionadas à alimentação. “Há hoje mais obesos e pessoas com sobrepeso no mundo do que famintos. Os custos para o sistema de saúde e o comprometimento da qualidade de vida são imensos: será que as empresas não têm nada a ver com isso?”, pergunta o professor da FEA-USP Ricardo Abramovay, autor de Muito Além da Economia Verde. “Estamos plantando uma bomba-relógio nos corpos das crianças do mundo inteiro”, afirma Raj Patel, autor de Stuffed & Starved – The Hidden Battle for the World Food System (Cheios & Famintos – A Batalha Secreta Pelo Sistema Mundial de Alimentos), de 2007. “Hoje, os mexicanos tomam mais Coca-Cola que leite. O resultado é que um em cada dez mexicanos está diabético.”

De volta para casa
Diante da pressão das mudanças climáticas e do agravamento do desequilíbrio ambiental, o país parece estar se sensibilizando. Os conceitos de agroecologia, consumo responsável, bem-estar animal, segurança alimentar e nutricional, economia e finanças solidárias – que cada vez mais povoam nosso universo – esboçam um cenário em que sociedade, governo e empresas percebem ser necessário reorientar a alimentação do brasileiro." (...)
Leiam a matéria completa aqui.

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