Abordamos bastante aqui o julgamento do chamado "mensalão", incluindo a forma como foi feito (tipo espetáculo midiático), o período (às vésperas das eleições), seus possíveis desdobramentos, etc.
Bem vocês viram o que veio depois, mostrando Barbosa como "salvador da pátria".
Não adiantou muito para as eleições, vide a vitória do PT em São Paulo.
E certas 'intempéries' do Barbosa desmontaram alguns planos da grande mídia.
De qualquer forma a coisa toda não acabou.
Nem para os réus, nem para a mídia, nem para a oposição.
Sabem como é, 2014 já chegou (conforme também temos repetido aqui).
Vejam, por exemplo, o evento que aconteceu nesse fim de semana.
Barbosa vai a palanque de Aécio em MG e aumenta rumores sobre 'mosca azul'
Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual
"O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, participou hoje (21/04) de uma cerimônia oficial pelo feriado de Tiradentes, organizada pelo governo de Minas Gerais, em Ouro Preto. Convidado como orador do evento, Barbosa recebeu o Grande Colar, homenagem máxima oferecida a personalidades que, segundo o governo estadual, ajudaram no desenvolvimento de Minas e do Brasil, além de acompanhar e ser acompanhado o tempo todo pelo senador Aécio Neves, candidato do PSDB às eleições presidenciais do ano que vem.
Mas, se oficialmente o presidente da instância máxima do Judiciário do país honrou com sua presença um evento institucional, por outro lado é evidente que aquilo é também um palanque político (todo mundo sabe disso), e o espectro da exploração política do julgamento do mensalão recomendaria que Barbosa mantivesse distância de tal cerimônia.
A delicadeza da situação é constatada pela ausência em Ouro Preto de outro senador mineiro, o aecista Clésio Andrade, réu no processo do mensalão tucano em Minas, ex-sócio do publicitário Marcos Valério, e vice-governador de Aécio Neves entre 2003 e 2006. Também não deu as caras outro ex-governador, o deputado Eduardo Azeredo (PSDB), um dos pivôs do esquema que o STF ainda não se dispôs a julgar.
Ganhou a esperteza política de Aécio, que marca território entre os eleitores que acreditam que Barbosa seja um arauto do combate à corrupção. Mas em se tratando do próprio Barbosa, que frequentemente tem sido protagonista de sucessivos episódios de conflitos entre outras instâncias do Judiciário e com veículos da velha mídia, que apesar de tudo ainda o apóia, o desgaste pode ser grande e uma nova saraivada de críticas pode estar a caminho.
Sabe-se lá se é a famosa picada da mosca azul, que leva pessoas a desejarem mais e mais poder, ou se é a esperteza dos tucanos mineiros que plantam notinhas pela imprensa espalhada pelo país, para depois checar os resultados junto à opinião pública, mas depois desse ato, corre a notícia de que Barbosa seria vice de Aécio. Melhor não duvidar."
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