Falando no Congresso Nacional do PT, presidenta enumera políticas públicas de inclusão social e cita Mandela para falar de conciliação com forças opositoras
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 13/12/2013 10:50, última modificação 13/12/2013 11:49
PEDRO LADEIRA/FOLHAPRESS
Lula e Dilma, durante 5º Congresso Nacional do PT, em Brasília: pactos, avanços e problemas relembrados
Brasília – Falando como integrante do PT, a presidenta Dilma Rousseff participou do 5º Congresso Nacional da legenda citando o líder sul-africano Nelson Mandela para defender as alianças políticas como meio de se alcançar as mudanças que o país experimenta desde a fundação do partido. "Da mesma forma que Mandela, uma fonte de inspiração para as lutas libertárias no mundo todo,conseguiu fazer da política de conciliação uma forma de luta e de se construir uma nova nação, o PT está completando 34 anos com uma trajetória de conquistas antes tidas como impossíveis", disse Dilma.
A presidenta destacou ainda a ascensão de brasileiros à classe média, a redução da desigualdade e o acesso a bens de consumo para um número maior de pessoas. “Escutei ao longo da minha juventude que era impossível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo e estamos fazendo isso. Reduzimos a taxa de desemprego, estamos com a inflação dentro da meta estabelecida e jamais esqueceremos que a inflação pesa mais sobre aqueles mais pobres.”
De acordo com a presidenta, o Brasil de hoje é um país diferente. “O contraste entre o país que nos foi entregue e o que nós temos hoje é abissal. Hoje o Brasil é forte e grande, superou obstáculos e fala de igual para igual com todos os outros países.”
Das ruas
Em seu discurso, Dilma lembrou os pactos definidos pelo seu governo logo após os protestos e atos públicos de junho passado – da responsabilidade fiscal, da reforma política, da educação, da saúde e da mobilidade urbana –, criticou indiretamente os Estados Unidos por causa das denúncias de espionagem eletrônica sobre outros governos, inclusive o Brasil e voltou a rechaçar as críticas sobre o modelo de partilha adotado para a concessão do campo de exploração petrolífera de Libra.
“Tratar como privatização é mentira e tentativa de criar confusão onde não existe. O modelo de partilha tem o grande mérito de trazer para o governo os recursos do petróleo. Do total, 75% irá para o governo e 25% para as empresas e as empresas aceitaram essas regras porque sabem que há muito óleo e de boa qualidade para extrair", defendeu. A presidenta estima uma receita de R$ 1 trilhão em 35 anos e lembra que 50% desses recursos serão destinados à educação. "Antes ficávamos só com os royalties, agora não, ficaremos com os royalties e com estes recursos. Isso não tem a menor semelhança com qualquer processo de privatização em nenhum lugar do mundo”, acentuou.
Fonte: Rede Brasil Atual
Fonte: Rede Brasil Atual
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Questão de origem
'Problema é de classe social', diz Lula sobre ataques ao PT, ao governo e à economia
Na abertura do quinto congresso nacional do partido, ex-presidente afirma que vai rodar o país para reeleger Dilma Rousseff
Brasília – Apresentando-se como “comandado” do PT para a campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (12) que os frequentes ataques aos petistas, ao governo e à condução da economia ocorrem mais por um problema de classe social do que pelo erros que o partido tenha cometido nesses quase 11 anos no comando do país.
Falando para um grupo de 600 delegados na abertura do 5º Congresso Nacional do PT, em Brasília, Lula destacou os avanços do Brasil na última década, sobretudo nas áreas social e econômica, e disse que alguns grupos empresariais, políticos e midiáticos sentem-se "incomodados" por essas conquistas.
"O problema não é econômico, o problema é de pele, é de classe social", disse ele, ao lado de Dilma, do governador Agnelo Queiroz (DF), do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e vários ministros, deputados, senadores e outras autoridades.
“Se eu tivesse fracassado como imaginavam, diriam que era porque eu era um coitadinho de um operário, que não estava preparado. Fizeram um país para governar por mais de 20 anos e quem está governando há 12 anos somos nós. Um dia pegaram uma jovem de 20 anos, prenderam-na, torturaram-na, e depois a soltaram. Alguns anos depois essa jovem rebelde vira presidenta da República desse país. Isso não é uma coisa simples de compreender”, frisou.
Lula disse que o país “está dando certo naquilo que outros não conseguiram acertar” e fazendo, em pouco tempo, “o que pensavam fazer em muito”. O ex-presidente criticou os empresários que divulgam a tese segundo a qual investidores estrangeiros estariam preferindo outros países devido a supostos problemas na economia brasileira.
“Quero entender qual é o país que está melhor que o nosso Brasil. Alguns países estão bem porque começaram décadas antes de nós, mas nenhum país está bem como o nosso. Não há nenhum país que tenha registrado 4,8 milhões de empregos formais em três anos, que tenha mais responsabilidade fiscal do que nós”. frisou.
De acordo com Lula, o PT tem sido vítima das suas virtudes e dos seus defeitos. Ele foi bastante ovacionado quando comparou os ataques aos condenados na Ação Penal 470, conhecida por processo do mensalão, a episódios mais graves envolvendo figuras da oposição ligadas ao PSDB.
“Se forem comparados os erros do PT com os dos outros partidos, notamos uma desproporcionalidade na divulgação. Basta ver as notícias sobre o emprego do José Dirceu no hotel e da cocaína num helicóptero, que se percebe uma desproporcionalidade na divulgação dos dois assuntos”, afirmou. Ele referia-se à apreensão de 450 quilos de pasta de cocaína num helicóptero pertencente ao deputado estadual mineiro Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrella (PDT), ambos ligados ao presidenciável tucano Aécio Neves.
Responsabilidade
O ex-presidente destacou que a reeleição de Dilma terá o efeito de continuar as mudanças que estão sendo feitas pelo PT, mas para isso o partido precisa estar mais integrado com as bases e com a sociedade.
Lula lembrou que o fato de mais de 400 mil filiados terem comparecido ao chamado do PT para participar do Processo de Eleições Diretas (PED), no mês passado, é sinal de que muita coisa boa está acontecendo no Brasil. E reiterou aos novos dirigentes empossados que precisam percorrer o país no ano que vem. “Preparem-se para viajar conosco do Oiapoque ao Chuí e deixar o PT mais forte”, reiterou.
Num recado claro aos dirigentes, o ex-presidente pediu alerta e apoio para o próximo ano. “Não se iludam que cada coisa, quanto melhor fizermos, mais aumentará a ira da oposição contra nós. Tudo isso deixa as pessoas em dúvida sobre o que vai acontecer nesse país. Temos uma responsabilidade de reeleger a Dilma presidenta e para isso precisamos ter uma boa bancada de deputados federais, aumentar o número de senadores, eleger governadores e deputados estaduais”.
Sobre a intensificação das alianças, o ex-presidente ressaltou que o ideal seria escolher a chapa toda do PT, mas na política real isso não é possível, motivo pelo qual, é importante construir as alianças necessárias à governabilidade.
“Temos que trabalhar e construir alianças, pois não teremos uma eleição fácil. Não vamos esperar moleza: estas eleições precisam de dedicação e muito compromisso de nossa parte. Teremos que ir para a rua”, conclamou.
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