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4 de dezembro de 2013
Genoino: “Não tenho patrimônio nem riqueza material” (um pouco de sua história, depois da renúncia de ontem)
3 comentários:
Paulo Henrique Amorim
disse...
GENOINO RENUNCIA PARA NÃO SER CASSADO Mesa da Câmara de Henrique Alves iria degolá-lo.
A Mesa da Câmara se reuniu a portas fechadas e não permitiu a entrada de ninguém que da Mesa não fizesse parte.
O deputado André Vargas, do PT do Paraná, apresentou moção para que a Mesa não examinasse a cassação de Genoino até que se esgotasse o prazo de 90 dias de prisão domiciliar recomendado pelos médicos e referendado pelo Procurador-Geral da República.
A Mesa, sob a liderança de Henrique Alves, do PMDB, decidiu rejeitar a proposta de Vargas e cassar Genoino.
Nenhum trabalhador brasileiro pode ser demitido em licença médica.
A Mesa da Câmara de Henrique Alves considerou a cassação razoável.
COMO JANGO, GENOINO TERÁ O MANDATO DE VOLTA “O crime do Genoino foi ser Presidente do PT e ajudar a eleger o Lula em 2002. Dirceu também paga por isso, já que não conseguiram (ainda) pegar o Lula, o “safo” – PHA
Transmitido ao vivo pelo Conversa Afiada, por volta das 19h, o líder do PT na Câmara e irmão de José Genoino, José Guimarães (CE), subiu à tribuna para expor a posição da bancada do partido sobre a renuncia ao mandato do deputado.
Com a presença do presidente da casa, Henrique Alves, Guimarães lembrou o caminho percorrido, da família pobre no Ceará e das lutas do irmão pelo socialismo, pela democracia e pelo projeto vitorioso do PT.
Reforçou a biografia de Genoino ao falar da “trajetória de vida dedicada à construção desse país” e dos “quase 30 anos de parlamento”.
Disse que a vida digna do parlamentar é reconhecida pelo Brasil.
Como homem generoso e defensor das causas mais justas.
Recorreu à frase de Ulysses Guimarães que, certa vez, definiu Genoino como quem “expressava o sentimento de muitos que não têm vez, nem voz”.
Recordou a recente homenagem ao ex-presidente João Goulart. “Assim como fizemos com o Jango, talvez um dia possamos devolver o mandato a Genoino”
Lamentou o fato de o “sertanejo que honrou a esquerda brasileira” não ter o direito de ir à Câmara renunciar ao mandato, como deveria ser.
Leu trechos da carta da renuncia, daquele que ainda faz parte da geração que não fugiu e nem foge à luta.
” É um militante que deixa a condição de deputado, mas não deixa a condição de militante respeitado”.
“O seu legado não será esquecido”.
Após dias de exposição e crueldade midiática, Genoino chegou a fazer uma confissão.
“Eu não posso mais suportar uma tortura dessa”, disse Genoino a Guimarães.
Acabo de ler que o deputado Genoino renunciou a seu mandato [leia a carta de renúncia no final do post]. Estou chocado, me sinto extorquido em minha condição de cidadão brasileiro.
Quando eu tinha sete anos, acompanhei pelo rádio a notícia do suicídio do presidente Vargas, cuja deposição foi orquestrada pela mídia conservadora, e não se deve esquecer, por um órgão paramilitar e parajudicial, chamado “a República do Galeão”.
O que era a “República do Galeão”? Era um misto de futuro DOI-Codi, onde inclusive se torturou, e tribunal de exceção, onde se espezinharam direitos mínimos da cidadania e das garantias individuais, em nome de “investigar” o “mar de lama” supostamente varguista e o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda.
Seus inquisidores oficiantes eram oficiais da Aeronáutica, movidos pela mesma sanha que em abril de 64 assassinaria o tenente-coronel aviador Alfeu de Alcântara Monteiro.
Hoje vemos a mesma sanha linchativa na mídia conservadora, incapaz de aceitar, quanto mais deglutir suas sucessivas derrotas eleitorais.
Vemos o Supremo Tribunal Federal transformado numa “República do Galeão” ad hoc, devido à volúpia de poder de seu presidente.
Não houve tortura física, é evidente. Mas houve tortura moral. O estalido das algemas. A humilhação do transporte algemado. A condução ao presídio. Quem já viveu isto, sabe. Tudo indevido. Aliás, ilegal, como a “República do Galeão”.
Depois, a discussão de uma junta médica sobre o estado de saúde de quem não tem direito a estado de saúde – junta bovina no seu comportamento de quem está sob a canga da pressão midiática, jurídica e linchativa.
Nunca – nunca desde os tempos do laudo de suicídio atribuído a Cláudio Manoel da Costa no processo dos Inconfidentes – a imagem médica no Brasil navegou tão baixo. A situação da junta médica examinando se Genoino podia continuar na cadeia ou não remete àquela dos médicos que examinavam os torturados para saber se eles podiam continuar a ser torturados ou não.
Ah, mas agora não se tortura, dirão os falsos Catões hipocráticos. Uma ova. Quem não ouviu falar de tortura moral? Nos cárceres estalinistas muitas vezes sequer se tocava no prisioneiro. Só se destruía a sua personalidade.
Genoino renuncia. Quem é Genoino? Os dados da vida pública de Genoino são conhecidos. Acrescentarei apenas que Genoino é o dedicado pai de família e vizinho (ex-vizinho, moro em Berlim) da Vila Indiana, Butantã, São Paulo, companheiro das reuniões de pais e mestres da Escola da Vila, na rua Barroso Neto. Nada mais tenho a acrescentar, além de minha indignação pessoal. E que voto nele, assim que puder.
3 comentários:
GENOINO RENUNCIA
PARA NÃO SER CASSADO
Mesa da Câmara de Henrique Alves iria degolá-lo.
A Mesa da Câmara se reuniu a portas fechadas e não permitiu a entrada de ninguém que da Mesa não fizesse parte.
O deputado André Vargas, do PT do Paraná, apresentou moção para que a Mesa não examinasse a cassação de Genoino até que se esgotasse o prazo de 90 dias de prisão domiciliar recomendado pelos médicos e referendado pelo Procurador-Geral da República.
A Mesa, sob a liderança de Henrique Alves, do PMDB, decidiu rejeitar a proposta de Vargas e cassar Genoino.
Nenhum trabalhador brasileiro pode ser demitido em licença médica.
A Mesa da Câmara de Henrique Alves considerou a cassação razoável.
COMO JANGO, GENOINO
TERÁ O MANDATO DE VOLTA
“O crime do Genoino foi ser Presidente do PT e ajudar a eleger o Lula em 2002. Dirceu também paga por isso, já que não conseguiram (ainda) pegar o Lula, o “safo” – PHA
Transmitido ao vivo pelo Conversa Afiada, por volta das 19h, o líder do PT na Câmara e irmão de José Genoino, José Guimarães (CE), subiu à tribuna para expor a posição da bancada do partido sobre a renuncia ao mandato do deputado.
Com a presença do presidente da casa, Henrique Alves, Guimarães lembrou o caminho percorrido, da família pobre no Ceará e das lutas do irmão pelo socialismo, pela democracia e pelo projeto vitorioso do PT.
Reforçou a biografia de Genoino ao falar da “trajetória de vida dedicada à construção desse país” e dos “quase 30 anos de parlamento”.
Disse que a vida digna do parlamentar é reconhecida pelo Brasil.
Como homem generoso e defensor das causas mais justas.
Recorreu à frase de Ulysses Guimarães que, certa vez, definiu Genoino como quem “expressava o sentimento de muitos que não têm vez, nem voz”.
Recordou a recente homenagem ao ex-presidente João Goulart. “Assim como fizemos com o Jango, talvez um dia possamos devolver o mandato a Genoino”
Lamentou o fato de o “sertanejo que honrou a esquerda brasileira” não ter o direito de ir à Câmara renunciar ao mandato, como deveria ser.
Leu trechos da carta da renuncia, daquele que ainda faz parte da geração que não fugiu e nem foge à luta.
” É um militante que deixa a condição de deputado, mas não deixa a condição de militante respeitado”.
“O seu legado não será esquecido”.
Após dias de exposição e crueldade midiática, Genoino chegou a fazer uma confissão.
“Eu não posso mais suportar uma tortura dessa”, disse Genoino a Guimarães.
Tudo isso, depois de resistir a tantas outras.
A volta da “República do Galeão”
por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual
Acabo de ler que o deputado Genoino renunciou a seu mandato [leia a carta de renúncia no final do post]. Estou chocado, me sinto extorquido em minha condição de cidadão brasileiro.
Quando eu tinha sete anos, acompanhei pelo rádio a notícia do suicídio do presidente Vargas, cuja deposição foi orquestrada pela mídia conservadora, e não se deve esquecer, por um órgão paramilitar e parajudicial, chamado “a República do Galeão”.
O que era a “República do Galeão”? Era um misto de futuro DOI-Codi, onde inclusive se torturou, e tribunal de exceção, onde se espezinharam direitos mínimos da cidadania e das garantias individuais, em nome de “investigar” o “mar de lama” supostamente varguista e o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda.
Seus inquisidores oficiantes eram oficiais da Aeronáutica, movidos pela mesma sanha que em abril de 64 assassinaria o tenente-coronel aviador Alfeu de Alcântara Monteiro.
Hoje vemos a mesma sanha linchativa na mídia conservadora, incapaz de aceitar, quanto mais deglutir suas sucessivas derrotas eleitorais.
Vemos o Supremo Tribunal Federal transformado numa “República do Galeão” ad hoc, devido à volúpia de poder de seu presidente.
Não houve tortura física, é evidente. Mas houve tortura moral. O estalido das algemas. A humilhação do transporte algemado. A condução ao presídio. Quem já viveu isto, sabe. Tudo indevido. Aliás, ilegal, como a “República do Galeão”.
Depois, a discussão de uma junta médica sobre o estado de saúde de quem não tem direito a estado de saúde – junta bovina no seu comportamento de quem está sob a canga da pressão midiática, jurídica e linchativa.
Nunca – nunca desde os tempos do laudo de suicídio atribuído a Cláudio Manoel da Costa no processo dos Inconfidentes – a imagem médica no Brasil navegou tão baixo. A situação da junta médica examinando se Genoino podia continuar na cadeia ou não remete àquela dos médicos que examinavam os torturados para saber se eles podiam continuar a ser torturados ou não.
Ah, mas agora não se tortura, dirão os falsos Catões hipocráticos. Uma ova. Quem não ouviu falar de tortura moral? Nos cárceres estalinistas muitas vezes sequer se tocava no prisioneiro. Só se destruía a sua personalidade.
Genoino renuncia. Quem é Genoino? Os dados da vida pública de Genoino são conhecidos. Acrescentarei apenas que Genoino é o dedicado pai de família e vizinho (ex-vizinho, moro em Berlim) da Vila Indiana, Butantã, São Paulo, companheiro das reuniões de pais e mestres da Escola da Vila, na rua Barroso Neto. Nada mais tenho a acrescentar, além de minha indignação pessoal. E que voto nele, assim que puder.
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