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Lula e PT exibem cautela, mas trabalham para tentar definir eleição no domingoPartido quer aproveitar divisão dos votos de Aécio Neves e Marina para decidir fatura; ex-presidente diz que militantes não podem 'dar moleza' na reta final da campanha
por Eduardo Maretti, da RBA
"São Paulo – O PT resiste a admitir publicamente, mas trabalha com a perspectiva de aproveitar a divisão dos votos dos adversários Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) na reta final da campanha para tentar definir a reeleição da presidenta Dilma Rousseff no primeiro turno, no próximo domingo. “Vamos primeiro pensar em ganhar as eleições, para depois saber em qual turno”, disse cauteloso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à RBA, após caminhada na Capela do Socorro, zona sul de São Paulo, com a participação do candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, e várias lideranças petistas.
No discurso dirigido à militância do partido, o ex-presidente conteve o otimismo. “A gente tem que trabalhar muito, a gente não pode dar moleza, porque se pensar que já ganhou os adversários podem atropelar”, afirmou.
Ao mesmo tempo, o partido tenta motivar a militância por uma difícil reviravolta no estado de São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB), segundo as pesquisas, segue com margem suficiente para se eleger no primeiro turno.
O prefeito de São Bernardo do Campo e coordenador da campanha de Dilma em São Paulo, Luiz Marinho, diz ainda apostar na possibilidade de surpresas no quadro eleitoral paulista, principalmente como consequência da ascensão da candidatura presidencial no estado. Mas, para haver segundo turno, é certo que nem Padilha, nem o candidato do PMDB, Paulo Skaf, podem cair ou roubar votos um do outro. “Pode ser que ao abrir as urnas Padilha tenha 20% ou mais. Se Padilha subir, chegar ou ultrapassar esse patamar e Skaf não cair, poderemos ter segundo turno”, prevê.
Mesmo na hipótese de ocorrer esse cenário favorável à oposição a Alckmin, não se pode prever quem iria ao segundo turno, Skaf ou Padilha.
Padilha discorda de que as atividades do partido na reta final estejam privilegiando a Grande São Paulo em detrimento do interior do estado, onde Alckmin e o PSDB são difíceis de ser superados. “Estamos com atividades no estado inteiro, com ministros circulando no interior, Dilma esteve na Baixada santista, vai a São José dos Campos na sexta-feira. Lula esteve no interior, eu passei pelo interior inteiro. Mas é lógico que está havendo uma concentração nessa reta final na periferia, na região metropolitana, porque é onde está a população que sofre com o mundo da propaganda do atual governador Alckmin”, afirmou à imprensa na Capela do Socorro.
O secretário municipal de Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo, Paulo Frateschi, avalia como “muito difícil” prever hoje uma eventual vitória de Dilma Rousseff no próximo domingo. No entanto, ele faz contas. “Cada ponto da Marina que trazemos é dobrado. Estamos perto de virar a eleição aqui em São Paulo. Se ganharmos três pontos no estado, temos condições de ganhar no primeiro turno”, calcula.
No início de setembro, segundo o Datafolha, Dilma perdia por 19 pontos de diferença para Marina, desvantagem que caiu para oito pontos na semana passada. Esta semana, segundo sondagem do Ibope, as duas estão empatadas no maior colégio eleitoral do país."
Fonte: Rede Brasil Atual
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