Lucifer! Ou: Good Times

Não pessoal. Não vou tratar agora das eleições deste ano, com essa discussão de estado laico, religiões, etc. Sei que o título é meio assustador e poderia ser até irônico aliar as coisas, mas não é por aí.
Este é um post da série "Retrospectiva", em que estamos comemorando os cinco anos do blog.
Na verdade este era um post que eu nem estava me lembrando como significativo mas ele tem uma característica diferencial.
Desde que foi postado, no início de 2011, tem sempre alguém comentando alguma coisa em épocas diferentes. Já são diversos comentários de leitores realizados em 2011, 2012, 2013 e 2014.
Interessante como um assunto musical que eu achava que ninguém ia se ligar muito vem demonstrando ao longo do tempo que não é bem assim. E estamos falando de uma canção pop dos anos 70!
Bom dividir isso. Saber que tem gente que tem bom gosto e se interessa por pesquisar curiosidades.
Como os comentários passaram a fazer parte do próprio post, resolvi reproduzi-los no espaço principal, logo depois da música.
Agradecemos a todos que vem participando ao longo desses anos neste e em outros posts.

Self Pity
Em post anterior citei o duo norte-americano Alessi que fez sucesso no Brasil a partir da colocação de suas músicas em trilhas de novelas.
Não me lembrei dessas músicas “do nada”. É que, mexendo lá no fundo de uma das gavetas de CDs, achei um (Good Times IV) que havia gravado há alguns anos. Nele, só músicas românticas dos anos 70, como nos demais volumes desta série que deve ter uns 15 discos.
A canção “Sad Songs” estava lá. Junto com muitas outras. Mas não se preocupem, não vou postar aqui (pelo menos agora) mais algumas dúzias de músicas antigas.
Por enquanto só uma, ok?
É que tem uma historinha interessante. Acho.
Vamos lá.
Lúcifer é o capeta, certo? O diabo, o tinhoso, satanás, etc.
Então como uma cantora de música romântica se chama Lucifer?
A música “Self Pity” (autopiedade, pena de si mesmo) estava no mesmo CD de “Sad Songs”, mas foi trilha de outra novela, também de 1978, chamada “Te Contei?”.
A canção é muito bonita e eu sempre me perguntava porque diabos (epa!) o nome daquela cantora era Lucifer.
Passaram-se mais de 30 anos e estava eu hoje ouvindo a música e conclui que, agora com as facilidades da Internet, seria possível desvendar esse antigo mistério.
Sem me alongar mais, vamos às conclusões:
- Lucifer era uma banda e não a cantora. Ela era a vocalista.
- O nome dela é Margriet Eshuys e tanto ela como a banda são da Holanda, cantando em inglês.
- “Self Pity” fez sucesso no Brasil e um pouco na Inglaterra. Margriet se separou da banda e seguiu carreira solo.
- Lucifer é o próprio, mas ele não era sempre assim. Antes da queda, quando ainda no céu, era um Querubim chamado Lucifer que tem como significado “portador da luz” ou algo assim. Wikipedia: “Lúcifer (em hebraico, heilel ben-shachar, הילל בן שחר; em grego na Septuaginta, heosphoros) é uma palavra do Latim (lucem ferre) que quer dizer "portador de luz", representa a estrela da manhã (a estrela matutina), a estrela D'Alva, o planeta Vênus, mas também foi o nome dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro de Ezequiel, no capítulo 28. Nos dias de hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja origem é o hebraico Shai'tan, que significa simplesmente adversário). Atualmente discute-se a probabilidade de Lúcifer ter sido um Rei Assírio da Babilônia[1].
(...) Segundo a Igreja católica, Lúcifer era o mais forte e o mais belo de todos os Querubins. Então, Deus lhe deu uma posição de destaque entre todos os seus auxiliares. Segundo a mesma, ele se tornou orgulhoso de seu poder, que não aceitava servir a uma criação de Deus, "O Homem", e revoltou-se contra Deus.”
Bem, é isso. Vamos então ver e ouvir Lucifer, o grupo (no caso, "portador de luz") holandês com a cantora Margriet, e a música que motivou toda essa pesquisa.
Falta do que fazer, né? Né não. É que sou meio maníaco-obsessivo com essa história de música e quase não tenho tempo de pesquisar essas coisas que gosto. Essa levou mais de 30 anos...



Em tempo, para quem não conhece segue o final (final?) da história do Lúcifer (que não é o da canção): “O Arcanjo Miguel liderou as hostes de Deus na luta contra Lúcifer e suas legiões de anjos revoltosos; já os anjos leais a Deus o derrotaram e o expulsaram do céu, juntamente com seus seguidores. Desde então, o mundo vive esta guerra eterna entre Deus e o Diabo; de seu lado Lúcifer e suas legiões tentam corromper o homem; do outro lado Deus, os anjos, arcanjos, querubins e Santos travam batalhas diárias contra as forças de Lúcifer.”
Não tem nada a ver com essa bela música romântica, não acham?
Me lembrei agora de um filme sobre esse assunto (ou próximo): “Constantine”. Mas é outra história...
 

Comentários feitos no post original a partir de janeiro de 2011:

JC disse...
    hehehehehehe...
    Só vc para desencavar essas histórias.
    A música é legal e eu tinha a mesma dúvida.
    Abs.
    17 janeiro, 2011 17:19 

Maniacos por Filme disse...
    Parabéns pelo seu "post".
    Eu resolvi pesquisar sobre Lucifer e "Self-Pity" e você além de me fornecer as informações que eu buscava, escreveu de um modo muito divertido.
    30 março, 2011 19:50
 
dani boy disse...
    A batalha nos ceus entre os anjos rebelados é possivel ter uma noção assistindo cavaleiros do zodiaco.
    Agora que musica tesão heinn..
    17 abril, 2011 21:17
 
Anônimo disse...
    Poxa voce gosta mesmo de velharia, eu também adoro, e também confesso que fiquei surpreso com essa banda, mas tudo bem.Agora te faço um novo desafio , tente descobrir quem canta com o Ray Charles a músia SWEET MEMORIES, e mais mais quem faz dueto com a Robert Flack na musica THE CLOSER EYES GET TO YOU, e por fim, na música NEVER GONNA LET YOU GO quem canta com o Sergio mendes, um abraço. ¨pauloroberto080998@hotmail.com
    08 junho, 2011 09:20
 
joão carlos disse...
    Afinal quem é a cantora que canta Sweet Memories com Ray Charles ? Faço essa pergunta há 40 anos e nunca ninguém me respondeu, voce se atreveria Luis Felipe. Agradeço se me responder. 
João Carlos de Freitas
    09 fevereiro, 2012 23:30

Marcos Oliveira disse...
    Olá João Carlos.
    Obrigado por 'frequentar' o nosso blog.
    Aqui é o Marcos, colaborador do Blog do Luiz Felipe Muniz.
    O problema de descobrir o nome da cantora é que não se trata de um dueto oficial e sim de uma participação dela como backing vocals.
    O disco que contém essa música é "Love Country Style" de 1970.
    O nome da cantora é Clydie King.
    Veja aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Clydie_King
    (As backing vocalist (selected):
    * Ray Charles: Love Country Style - King duetted with Charles on "Sweet Memories")
    Espero ter resolvido a sua dúvida de 40 anos!
    Abraço.
    10 fevereiro, 2012 09:39 

Vicente de Paula disse...
    Carai, véi... demorei um ano a mais do que o João Carlos, pra saber sobre a Klydie King em Sweet Memories. Demorei mas cheguei lá... Nada como a persistência.
    Abraço a todos.
    05 fevereiro, 2013 18:43
 
Carlos Goncalves disse...
    Nossaa, eu tb estava ouvindo o Good times revival e vim tirar essa duvida! kkkkk e encontrei vc! acho que o Sergio Bocca e fa dessa musica!obrigado pelo esclarecimento, vc ja ouviu o programa do Sergio na net? http://sergiobocca.com.br/ muito legal!! abracoss
    25 maio, 2013 05:58 

Adam Victor Nazareth Brandizzi disse...
    Pô, que post excelente! É impressionante como tem pouca informação sobre Lucifer na internet, mas agora está explicado: era um grupo holandês que fez sucesso no Brasil mas não no mundo anglófono... É, nesses casos é difícil ter conteúdo mesmo.
    Obrigado, pessoal. Adorei saber disso :)
    27 outubro, 2013 21:08
 
Luiz Cordeiro disse...
    Não confundir com a banda americana de Rochester, New York, de mesmo nome e com um som entre Grand Funk e Uriah Heep, de altíssimo nível,da primeira metade dos anos 70. Essa, holandesa, com Self Pity é muito boa,mas é de um outro estilo, muito mais pop romântico...ainda prefiro a americana.
    10 novembro, 2013 18:16

Anônimo disse...
    só faltou ver a tradução da musica e seu significado.Isso é importante.
    26 julho, 2014 12:23 

Alessandra disse...
    Olá! Sempre gostei dessa música, encontrei no pen drive de um primo, e quando vi o nome da banda, fiquei curiosa. Ainda bem que encontrei esse blog, pois pude sanar minha curiosidade. Parabéns.
    12 agosto, 2014 21:22 

luiz disse...
    eu ja sabia q era uma banda de rock europeia liderada por uma mulher, porque um amigo contemporaneo da musica me falou...so nao imaginava q ela era tao linda! S2, eh a primeira vez que vejo o clipe, acreditem eu nunca pensei em procurar no youtube pq achava que nao existia! kkkk...
    Pra quem fez o desafio, fiquem de olhos abertos porque Sergio Mendes dificilmente cantava musicas, ele era maestro e musico, tocava piano e fazia os arranjos de suas musicas, ou seja, quase nunca cantava...no caso Never gonna let you go tem as participações de dois cantores pouco conhecidos nossos, Joe Pizzulo e Leza Miller
    04 setembro, 2014 14:35

P.S.: Para este post (que já está muito loooongo) não ficar muito parecido com o original, insiro mais dois sucessos pop de holandenses dos anos 70 e que muita gente nem sabe que são daquele país. Sim a Holanda fez muita coisa boa em Rock Progressivo, Hard Rock e Pop naqueles tempos.

Hoje em dia não sei. Aliás acho que em lugar nenhum se faz música boa como naquela época. Mas esta é uma opinião de alguém com 55 anos.

As canções podem soar ultrapassadas e os videos também, mas a habilidade de criar melodias com um sentido emocional não se vê muito nos tempos atuais. Na opinião deste humilde e ultrapasado ouvinte.

Vamos lá: Maggie Macneal e Pussycat. Qualquer dia comento mais sobre estes.