20 de setembro de 2014

Novos dados da Pnad reafirmam a trajetória de queda das desigualdades e mantêm as principais tendências verificadas nesta década

Quem nunca cometeu alguma falha no trabalho diário que atire a primeira pedra.
Mas cá para nós, muito estranho que erros grosseiros - praticamente todos desfavoráveis às ações do governo - tenham ocorrido pela primeira vez às vésperas das eleições.
Em tempo: o analista da Globonews que ficou comentando (ou comemorando) o aumento do índice de Gini, que mostrava um aumento da desigualdade, agora vai ter que usar o mesmo tempo para comentar a diminuição da desigualdade social (conforme já vem acontecendo desde o início dos governos Lula e Dilma)
É claro que vão preferir procurar algum aspecto negativo - por menor que seja - nos novos números...


GOVERNO TOMARÁ MEDIDAS DISCIPLINARES APÓS ERRO NA PNAD
"Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse neste sábado (20) que o governo pode tomar medidas disciplinares, após o erro cometido pelo IBGE nos cálculos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013; segundo ela, as possíveis ações só serão definidas após a conclusão de uma comissão de sindicância, a ser criada para apurar a falha; "O governo ficou chocado com esse erro. É um erro gravíssimo que foi cometido", disse Belchior, em coletiva com outros ministros
247 -

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse neste sábado (20) que o governo pode tomar medidas disciplinares, após o erro cometido pelo IBGE nos cálculos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. Segundo a ministra, as possíveis ações só serão definidas após a conclusão de uma comissão de sindicância, a ser criada para apurar a falha.

"O governo ficou chocado com esse erro. É um erro gravíssimo que foi cometido", disse Belchior. Segundo a ministra, a presidente Dilma Rousseff foi comunicada do erro logo após do alerta do IBGE e ficou perplexa: "Ela ficou absolutamente perplexa de como o IBGE pode cometer um erro tão básico".

Miriam participou de coletiva de imprensa com outros três ministros: Henrique Paim, da Educação; Marcelo Néri, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e Teresa Campelo, de Desenvolvimento Social.

Além do grupo que investigará o erro de cálculo, ela disse que será criada uma comissão de especialistas para “avaliar a consistência da Pnad”. Sobre a permanência da presidente do IBGE, Wasmália Bivar, à frente do cargo diante da gravidade do erro, Belchior disse que não há nada definido. Na sexta-feira, Wasmália afirmou não estar confortável no cargo, após a falha.

Na quinta-feira o governo minimizou os dados originais, que mostravam um leve aumento do nível de desigualdade no país. Pelos novos cálculos, a desigualdade no Brasil caiu, conforme havia dito o ministro Marcelo Néri na semana passada.

Abaixo matéria da Agência Brasil:

Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse hoje (20) que o governo irá esperar a conclusão do trabalho da comissão de sindicância, que irá apurar o erro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, para tomar providências sobre possíveis afastamentos de responsáveis do órgão.

A comissão terá 30 dias para analisar os fatos e a responsabilidade funcional e será formada por integrantes da Casa Civil, dos ministérios do Planejamento e da Justiça e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Segundo a ministra, o governo “ficou chocado com o erro”, considerado gravíssimo. Além da comissão de sindicância, um grupo de especialistas independentes irá avaliar a consistência da Pnad de 2013, para ver se há algum outro problema no estudo. Os nomes devem ser divulgados na próxima terça-feira (23).

Ontem (19), o IBGE divulgou uma correção da análise de dados da Pnad, divulgada na última quinta-feira (18), o que levou a erro em alguns resultados das estimativas. O índice de Gini, que mede a desigualdade no país, em 2012 estava em 0,496 e, em 2013, caiu para 0,495, o que mostra redução na desigualdade, ao invés do aumento para 0,498 divulgado anteriormente.

O erro ocorreu porque foi superestimada a população das regiões metropolitanas de sete estados que têm mais de uma região metropolitana, onde foi considerado o peso da região metropolitana do estado inteiro, e não apenas o da capital. Isso influenciou no cálculo de dados como o índice de Gini. Outros dados como o rendimento da população, taxas de analfabetismo e de desocupação também sofreram alterações.

Miriam Belchior destacou a rapidez com que o IBGE corrigiu os dados. “Isso não apaga o erro, que é gravíssimo, mas colocou à disposição da sociedade de forma transparente o mais rápido possível, as informações corrigidas.”

Segundo a ministra, ao ser informada do erro do IBGE, a presidenta Dilma Rousseff demonstrou perplexidade por um erro básico como o fato de não ter sido feito um processo de checagem e rechecagem dos dados. Para a ministra, não há problemas de orçamento e de pessoal no IBGE. “Houve um problema técnico básico de não ter sido feita a checagem dos dados”, destacou.

Ontem, a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, pediu desculpas a toda a sociedade pelo erro, mas afirmou que, do ponto de vista significativo, os resultados não mudaram substancialmente.

Também participam da coletiva a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o ministro da Educação, Henrique Paim, e o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri. Em nota divulgada durante a coletiva, o governo afirma que os novos dados da Pnad reafirmam a trajetória de queda das desigualdades e mantêm as principais tendências verificadas nesta década."
Fonte: Brasil 247

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