26 de agosto de 2014

Marina Silva e o Estado Mínimo (ou: a grande defensora da política de FHC)

Até Aécio esconde FHC, Marina já o defendeu em 2010 e agora adota o discurso do Estado Mínimo

Por Maria Frô

Tem gente surpresa com Neca Itaú e os economistas neoliberais na campanha de Marina, ex-PT, ex-PV, ex-Rede partido travestido de não partido e que sequer conseguiu assinaturas para ser aprovado e pós-morte de Eduardo Campos PSB. Vocês se esqueceram de 2010?
Marina em diferentes momentos, mas em especial em debate questionada pelo saudoso Plínio de Arruda Sampaio que a chamava de ecocapitalista já defendia as privatizações de FHC e cortes públicos (veja matéria do Valor, abaixo de 2010).
Sabem o que significa corte nos gastos públicos? Significa menos médicos, menos crianças na escola, porque significa menos bolsa família, menos hospitais, menos Fies, menos Ciência sem Fronteiras, menos infra-estrutura, menos escolas, hospitais, ferrovias, aeroportos, menos mobilidade urbana, menos trens e metrôs, menos UPA, menos creches, menos emprego.
Significa mais concentração de renda, significa jogar a reconstrução do país com inclusão social na lata do lixo. Esse é o projeto político da ex-petista e da ex-ambientalista Marina Silva.
Marina defende privatizações de FHC e cobra corte nos gastos públicos
Fernando Taquari, Valor
17/05/2010
Em um discurso voltado para os empresários, a senadora Marina Silva (AC), pré-candidata do PV à Presidência da República, defendeu hoje as privatizações do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), cobrou uma redução dos juros e dos gastos públicos e destacou que estuda a possibilidade de fazer uma constituinte exclusiva para promover reformas estruturantes, como a tributária.
As privatizações foram acertadas e já estão estabelecidas como um conceito, que não foi revisto pelo presidente Lula”, disse Marina. A senadora, no entanto, ressalvou que, apesar dos benefícios, houve falta de transparência no processo de privatização. Marina revelou que o plano de governo do PV ainda está em fase de elaboração e, por isso, não há uma solução em relação a uma possível privatização dos aeroportos. “Não temos um marco regulatório para fazer a parceria público-privada. A mesma discussão se aplica ao caso dos portos”, afirmou. Para uma plateia de 350 empresários, a pré-candidata também reiterou o compromisso com a política econômica, sobretudo no controle da inflação por meio de metas. Segundo ela, o controle dos preços não pode ser feito somente com o aumento dos juros porque pode inibir os investimentos da iniciativa privada. “É preciso controlar a inflação por outro mecanismo, como, por exemplo, a redução dos gastos públicos”, avaliou a senadora. Sobre a diminuição da carga tributária, Marina ressaltou que estuda a possibilidade de criar uma constituinte exclusiva de seis meses a um ano para promover reformas estruturantes no país.
A senadora rechaçou a ideia de que fez um discurso com o objetivo de atrair os votos dos empresários ao defender as reivindicações do setor. Ela observou que apenas se posicionou a favor de um Estado mobilizador, capaz de suprir as necessidades do país naquilo que a iniciativa privada não tiver condições de prover.
Por fim, a pré-candidata do PV minimizou o resultado da pesquisa CNT Sensus, divulgada hoje, que a coloca em terceiro lugar, com 7,3% das intenções de voto. “É apenas o começo e um bom começo. Diria que tem muita água para rolar debaixo dessa ponte”. No levantamento, Dilma Rousseff (PT) está com 35,7% das preferências, enquanto José Serra (PSDB) tem 33,2%.

Um comentário:

Renato Rovai disse...

Coordenador de Marina faz piada de mau gosto ao explicar história do avião
Por Renato Rovai

O deputado federal e candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, Márcio França, também se tornou desde ontem o coordenador financeiro da campanha de Marina Silva.

Márcio França é um político experiente. Foi duas vezes prefeito de São Vicente, está há um bom tempo no Congresso e é o grande nome do PSB no estado. Não é um outsider da política. E não tem nada a ver com nova política. É o que há um tempo se costumava chamar de raposa felpuda. Um político mais do que tradicional.

Por isso, a resposta de França sobre os documentos do avião em que Eduardo Campos estava só pode ser creditado ao diversionismo. Falar que o partido e a campanha não sabem quem era o dono do jatinho porque os documentos estavam dentro dele é chamar a todos nós de estúpidos. De idiotas.

Marina pode fazer de conta que não ouviu isso. Mas essa declaração é de um bizarrismo incrível. É algo inacreditavelmente cafajeste. Afinal, morreram sete pessoas e uma série de outras poderiam ter morrido. Algumas delas que correram risco de vida estão com suas casas absolutamente destruídas.

O mínimo que este avião tem que ter é um dono para que o seguro possa vir a ser acionado e para que ele também possa responder na investigação que certamente será realizada da tragédia.

O PSB tem que dar explicações decentes. E parar de tratar essa história na base da palhaçada. Se Marina não quiser sair chamuscada politicamente do episódio o melhor que tem a fazer é abordar o tema de maneira menos leniente. Ela era candidata a vice na chapa de Campos e por pouco não estava naquele voo. Além disso, usou aquela aeronave em vários momentos.

Ao que parece vão querer transformar essa história em algo qualquer. Num mero detalhe. E não é. Um jatinho não é um tico-tico ou uma bicicleta. É algo para poucos. E quem empresta ou doa um objeto desses pra uma campanha tem muito a explicar sobre a operação. Se é que esse alguém existe…