Sustentabilidade Planetária, Politica, Educação, Musica, Cultura, Arte e Etica.
30 de setembro de 2014
A tentativa de blindagem de Marina para que haja segundo turno
Mídia tenta conter queda de Marina
Por Altamiro Borges no Blog do Miro
"Os resultados das últimas pesquisas dispararam o sinal de alerta da direita nativa. O maior temor, neste momento, é que a eleição seja definida já no primeiro turno, em 5 de outubro, com a vitória de Dilma Rousseff. Diante deste perigo, que desmoralizaria a oposição midiático-política, já está em curso uma operação para garantir o segundo turno. Pouco importa quem será o candidato. O próprio PSDB já não acredita na reação do cambaleante Aécio Neves. Marina Silva tornou-se a salvação da direita tupiniquim. Tanto que a mídia oposicionista já faz esforços para estancar a sangria da ex-verde. As críticas que foram desferidas contra ela, ainda na esperança de salvar o tucano, já sumiram dos jornalões e dos noticiários da tevê.
No debate da Record, no domingo (28), ficou patente que Marina Silva sonegou a verdade – para não dizer mentiu, que é muito forte e pode até causar choros teatrais – sobre seu voto na CPMF. Nas quatro ocasiões em que esta proposta de contribuição para custear a saúde foi ao Senado, ela votou contra, inclusive se rebelando contra a orientação do seu ex-partido, o PT. A omissão da verdade, porém, não rendeu manchetes nos jornais e nem comentários ácidos nos telejornais. Pelo contrário. O esforço da mídia oposicionista, justamente apelidada de Partido da Imprensa Golpista (PIG), é para evitar expor as contradições e dissimulações desta velha representante da “nova política”.
A Folha desta terça-feira, por exemplo, apresenta a candidata-carona do PSB como vítima de ataques levianos e abre espaço para suas desculpas esfarrapadas: “Marina tenta explicar posição sobre CPMF”. Explicar o que? Já O Globo e o Estadão evitam dar destaque para o episódio em que a ex-verde foi pega na mentira. Nos telejornais, o assunto também já foi arquivado. Outros temas cabeludos também desapareceram do noticiário – como as fontes do jatinho fantasma em que ela viajou mais de dez vezes, ou as fontes dos rendimentos das suas palestras. Nesta terça-feira, o jornal O Globo até publicou uma reportagem reveladora sobre as ligações perigosas de Marina Silva. Mas sem dar o devido realce à revelação.
Os R$ 7 milhões do Itaú e da Natura
Segundo o jornalista Thiago Herdy, dos R$ 7 milhões arrecadados desde 2010 pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), uma das ONGs de Marina Silva, 97,1% vieram de dois empresários que têm participação ativa em sua campanha: Neca Setubal, a herdeira do Itaú que coordena seu programa de governo, e Guilherme Leal, um dos sócios da indústria de cosméticos Natura. Cada um contribuiu com cerca de R$ 3,4 milhões. O jornal só evitou destacar que as duas poderosas empresas foram autuadas pela Receita Federal durante o governo Dilma. Elas foram acusadas de sonegação de impostos. O Itaú teria surrupiado R$ 18,7 bilhões no processo de incorporação do Unibanco; já a Natura deve R$ 628 milhões.
Para a mídia tupiniquim, que adora promover a escandalização da política, estes e outros fatos seriam suficientes para aprontar o maior escarcéu – com manchetes garrafais, capas tenebrosas da revista “Veja” e comentários hidrófobos dos “calunistas” dos telejornais. Mas a velha imprensa é bastante seletiva no seu denuncismo. Só faz quando lhe interesse politicamente. No caso de Marina Silva, qualquer novo ataque pode acelerar o seu derretimento eleitoral, já apontado nas pesquisas, e abortar o segundo turno. Este seria o pior dos mundos para os barões da mídia! Para a velha imprensa, a única coisa que importa nesta semana decisiva é bater duro e sujo em Dilma Rousseff.
Como afirmou Lula num comício em São Paulo, “essa semana será a semana das mentiras. Vocês vão ver quantas mentiras vão ser contadas na imprensa. Vocês não têm que acreditar porque todas as vezes que aparece um candidato que tenta fazer as coisas para o povo mais humilde, ele é achincalhado pela elite brasileira que não quer que a gente faça”. O alerta do ex-presidente é corretíssimo!"
Enquanto isso, no litoral baiano...
O amigo Luiz Fernando marcou suas férias para este período.
Bem fez ele.
Esta época é ótima pois as temperaturas estão ideais (nem frio nem calorão), o índice pluviométrico é neutro e os lugares não estão lotados. E de quebra se livra desta tensão eletiva.
Em resumo, está lá pelas bandas do litoral baiano, postando de vez em quando algumas fotos bem atraentes, bom fotógrafo de ótima sensibilidade que é.
Selecionei algumas delas para dar um pouquinho de inveja, colocar água na boca, mas feliz por ter amigos que estão podendo aproveitar bons momentos em paz, em locais lindos, depois de tantas lutas diárias ao longo do ano.
Para quem ficar curioso com relação ao local exato, é lá pelas bandas da Ilha de Boipeba e arredores.
Se conferirem no mapa ao lado vão poder identificar a região.
Se conferirem no mapa ao lado vão poder identificar a região.
Praia de Tassimirim em Boipeba. Vamos para esse paraíso também? |
Algumas palavras sobre as ações deste blog em relação às eleições de domingo
Temos um acesso médio de mil pessoas diariamente.
Não achamos ideal para um blog ficar apenas copiando e colando matérias, artigos, crônicas e notícias de outros blogs, sites, redes sociais, etc.
Não achamos ideal para um blog ficar apenas copiando e colando matérias, artigos, crônicas e notícias de outros blogs, sites, redes sociais, etc.
Isso pode até ser feito, mas não exclusivamente.
Não fazemos isso com frequência aqui e quando fazemos é quase sempre com comentários prévios - introdutórios ao assunto - de nossa parte.
No entanto, nas últimas semanas, estas que precedem as eleições, mudamos os costumes.
É que mergulhamos de corpo e alma no sentido claro de ajudar a candidatura Dilma a esclarecer a campanha sistemática da grande mídia - via distorção com viés negativo e meias verdades - contra o governo do PT. Esclarecendo que não somos nem nunca fomos filiados ao PT.
"Desconstruir" a imagem de Marina também tem sido um dos objetivos deste blog. Não no sentido pejorativo que os marqueteiros de Marina querem dar (afinal eles vem tentando "desconstruir" Dilma com apoio do P.I.G. há meses, muito antes da campanha começar). Mas apenas mostrando as contradições do seu discurso da "nova política".
O mesmo com Aécio, mas este nem precisa muito esforço: basta lembrar que ele é do partido do FHC. O PSDB governou o país por oito anos e o programa de TV de Aécio não detalha nada do que PSDB fez de positivo para os brasileiros neste período. Porque será?
Mas voltando ao tema inicial do post, é que toda vez que pensamos em um assunto e encontramos um tempinho para escrever, olhamos aqui à direita - em nossas sugestões de outros blogs - e verificamos que alguém já escreveu com mais propriedade, conhecimento e capacidade sobre aquele tema.
Não dá para competir com os ótimos jornalistas Altamiro Borges (Blog do Miro), Paulo e Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo), Miguel do Rosário (O Cafezinho), Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Viana (Escrevinhador), Fernando Brito (Tijolaço), etc.
E ainda bem que não dá para competir. É bom ter gente deste porte do nosso lado. Do lado do povo brasileiro que mais necessita da ajuda do estado. Do lado de um governo que tirou o pais do mapa da fome da ONU, onde o Brasil esteve desde sempre, sem que os governos anteriores se preocupassem com isso.
Assim, nos desculpem tanto "copiar" e "colar". É que, com ajuda desses caras, estamos fazendo a nossa humilde parte de disseminar informações imprescindíveis para nossos leitores poderem fazer sua própria análise.
E se optarem - aqueles que estão ainda indecisos ou que estão com Marina ou Aécio mas não tem o voto consolidado - pela candidatura de Dilma, tenham a consciência tranquila: estarão apoiando um governo que tirou mais de 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza extrema. E isso é o mais importante.
Dicionário eleitoral (para ingênuos)
A semântica das urnas
Você é um marciano recém-chegado? Descubra aqui como separar o joio do trigo – ou entender o que é verdade e o que é só interesse no calor da temporada eleitoral
por Nirlando Beirão — publicado 28/09/2014
"Desde a primeira eleição de Lula, em 2002, o discurso político ganhou um léxico próprio. Vários conceitos dos tempos da Guerra Fria foram reciclados, outros claramente copiam a retórica da neodireita norte-americana reunida no Tea Party. O objetivo central dessa linguagem é tirar o PT do poder a qualquer custo. A cada campanha, o rosário de termos se renova, embora certas palavras nunca percam sua importância (corrupção, aparelhamento do Estado etc.). A seguir, como distinguir no palavrório que aquece as campanhas a verdade factual do discurso criado para escamotear os interesses, a fraude e a má-fé.
Alternância do poder
• Você passa a defendê-la com convicção religiosa, quando o partido do qual é inimigo permanece no poder, ao longo de reeleições sucessivas, ainda que avalizadas democraticamente pelo voto. O primeiro passo é atacar a reeleição, instituída, aliás, criada de uma maneira bem marota pelo ex-presidente Fernando Henrique , na esteira do projeto de 20 anos de poder do PSDB e à base da compra de votos no Parlamento. Um golpe constitucional sem nenhuma sutileza democrática a beneficiar o mandatário em exercício, o qual, por mera coincidência, você apoia. Alternância só é necessária quando se está fora do poder. Caso contrário, atrapalha o aperfeiçoamento da democracia. Em São Paulo, ela é especialmente execrada. Os paulistas preferem perpetuar um mesmo grupo político, enquanto bradam contra o risco de uma ditadura em nível federal.
Aparelhamento do Estado
• Quem aparelha o Estado são os adversários. Duvida? Basta ler jornais e revistas, sempre muito zelosos em fiscalizar os adversários, ainda que só a eles, e acusar o partido no poder, desde que não seja o de sua preferência, de “aparelhar o Estado”. Isso significa, basicamente, o seguinte: o partido no poder nomeia para os cargos de confiança pessoas... de sua confiança. Você reclama, iracundo: o Estado faz a festa da “companheirada”. A imprensa partidariamente engajada trata de denunciar a “farra das nomeações”. Dá para imaginar a perplexidade do leitor: o que queriam os jornalões? Que o partido no poder nomeasse adversários?
A vigilância ética é de mão única: se um presidente da República simpático a você nomeia para um importante cargo na área de energia um genro, não é por nada, seus maldosos, apenas uma coincidência. Quando o partido que você apoia aparelha o Estado com a sua companheirada, tenha certeza: os apadrinhados são gente de bem, de notório saber e reputação ilibada. Se aquele diretor da estatal nomeado por você ou pelos seus for pego mais tarde com a mão na botija, é um caso de cooptação estimulado pelo clima corrupto instaurado por seus adversários.
Bolivariano
• Se você se interessa pela sorte dos pobres, excluídos e vítimas de discriminação, a ponto de criar programas sociais compensatórios de emergência, é bolivariano. Se a política externa que você defende não se rebaixa aos ditames da Casa Branca, busca parcerias com nações fora da órbita imperial do dólar e do euro e chega ao cúmulo de lançar as bases de um FMI dos emergentes, trata-se de “ilusão bolivariana”. Bolivariano é o neocomunista. O comunismo morreu, mas o anticomunismo continua a gerar bons negócios. Embora o termo seja démodé, um bolivariano pode ser chamado de populista, na falta de termo melhor. Antônimo: Racionais. São os almofadinhas da Escola de Chicago e da PUC-Rio que não ligam para a sorte da maioria, mas se apegam fervorosamente a crenças que a realidade teima em desmentir. Estado mínimo, por exemplo.
Choque de gestão
• Significa cortar salários, promover demissões em massa e diminuir o investimento público, com base na teoria de que Estado mínimo é Estado eficiente. Faz muito sucesso entre aqueles que não sofrem os seus efeitos imediatos. No choque de gestão não cabem as migalhas assistencialistas do Bolsa Família, um jeito de perpetuar a miséria, não de reduzi-la, conforme a tese. Recomenda-se, porém, não ser explícito. Melhor dizer que os programas sociais “serão aperfeiçoados”.
Crises e bonanças internacionais
• As crises servem de justificativa para governos amigos. Se uma administração aliada vai mal, a culpa é do cenário externo. Inverte-se a lógica no caso dos adversários. Se a gestão inimiga vai bem, as condições internacionais a favoreceram. Caso se saia mal, é resultado exclusivo da incompetência de quem está no poder, que mente descaradamente ao evocar os efeitos deletérios globais, mesmo quando se trata da maior debacle planetária desde o início do século XX.
Coligações e governabilidade
• Seu partido, no poder ou quando em disputa eleitoral, consegue seduzir legendas de aluguel para uma teia de alianças convenientes para garantir a governabilidade ou engrossar o tempo no horário eleitoral gratuito? Parabéns, você é uma figura de aguda sensibilidade política, negociador de fino trato. Seu adversário fez o mesmo? Denuncie a falta de escrúpulos, a atroz barganha de princípios por conveniências, da honradez pela ambição. Conte sempre com os amigos na mídia para corroborar a sua tese. Aquele seu ex-ministro do PMDB que era honrado, mas mudou de lado, será descrito como um homem desprezível.
Corrupção
• Prática entranhada nos governos... dos outros. Infelizmente, a corrupção às vezes ganha fatos comprovados e nomes ilustres de aliados seus. Mas não se preocupe. Vale o mesmo do item Coligações. A mídia amiga estará a postos para jogar esse tipo de acusação, obviamente gratuita e injusta, para debaixo do tapete. Há corruptos e corruptos. Aqueles do partido adversário expõem uma maquinação coletiva, um assalto aos cofres públicos, uma quadrilha organizada e perene, destino manifesto da tal legenda e da administração partidária. Os seus representam casos isolados, sem nenhuma relação com as práticas e princípios de sua agremiação. Também vale dizer que a corrupção desenfreada dos adversários é um mal tão grande que afeta até gente da sua base. É a tal falta de exemplo “de cima”.
Corruptores
• Sem eles não existe corrupção. Como alguns podem eventualmente (ou frequentemente) financiar candidaturas amigas, melhor esquecer o assunto.
Delação premiada
• Ela só tem valor se for vazada cirurgicamente para atingir os nossos concorrentes. Se, no meio do lamaçal, surgir o nome de um aliado, diga que as revelações são açodadas e precisam ser apuradas a fundo, doa a quem doer. Quanto ao fato de o vazamento ser também um crime, de responsabilidade, inclusive, do ministro da Justiça, caso envolva a Polícia Federal, bem… esqueça.
Deus
Entidade abstrata, costuma irromper muito concretamente na cena política em anos eleitorais. Todo mundo simula acreditar em Deus, em especial quem não crê. A história da humanidade mostra, porém, que piores costumam ser aqueles que acreditam. Relegar a fixação da meta de inflação e a taxa de juros às interpretações de um I Ching errático que tenha na Bíblia uma plataforma não parece combinar com as práticas de um Estado leigo e não confessional. Bíblia na qual se confia cegamente, mesmo quando se afronta o conhecimento adquirido pelos seres humanos ao longo dos tempos. Ela é sempre propícia a uma leitura seletiva, que permite pular os versículos sobre os fariseus.
Dossiês
• Se a mídia está do seu lado, fique tranquilo. O esforço de reportagem visará descobrir quem produziu dossiês caluniosos contra você e os seus. Editoriais e colunistas vão denunciar as “baixarias” de campanha (ver o próximo item). Não importa se o dossiê não é um dossiê, mas denúncias comprovadas e comprováveis. Mas, se a imprensa te enxergar como inimigo, se cuide. Tudo poderá ser usado contra você, de declarações sem lastro de notórios bandidos a contas falsas no exterior ou fichas “frias” na polícia.
Liberdade de expressão
• É o direito inapelável, intocável, irreversível dos meios de comunicação de exprimir o pensamento único de seus proprietários, em consonância com seus interesses pecuniários e sua pauta eleitoral. É facultado o direito de mentir e distorcer. Em temporadas eleitorais, a toada de uma nota só torna-se uma obsessão, de forma a impedir que vaze para o noticiário algum acorde dissonante por parte da ralé das redações ou dos candidatos do outro lado. Quando os adversários pretendem exercer, eles também, a liberdade de expressão, valem-se de um eufemismo: quem responde a seus desmandos defende a censura.
Marqueteiros
• Se um adversário sobe nas pesquisas de intenção de voto, é hora de atribuir o preocupante sucesso à ação mistificadora dos marqueteiros. Vale dizer, eles são capazes de botar em pé um pacote vazio de ideias e até eventualmente eleger “um poste”. Nesse caso, não convém lembrar que o seu candidato igualmente possui um exército de experts em bruxarias político-eleitorais, pois isso comprometeria o argumento de que o candidato, aquele que você e a imprensa do privilégio apoiam, apenas expõe suas ideias reais, é de uma espontaneidade radical e nunca se deixaria manipular por técnicas artificiais de persuasão ou pela maquiagem mercadológica. Os adversários, estes sim, fazem o que for preciso para chegar ao poder, ou para mantê-lo (verbete Alternância de Poder). Você e os seus nunca participam de uma eleição para ganhar, mas em nome de um bem maior. Mensagens subliminares são a maior especialidade dos inimigos. Uma doutora em semi-óptica, perdão, semiótica, alerta a respeito das novas ciclovias, traçadas pelo prefeito inimigo de São Paulo, para “o efeito das cores sobre o nosso sistema nervoso central” e sugere que a cor escolhida “não passa de uma descarada propaganda vermelha do PT”. Em todo o mundo, as faixas para bicicletas costumam ser vermelhas, mas não importa.
Medidas eleitoreiras
• Há eleições no Brasil de dois em dois anos. Em ano eleitoral, as ações de um adversário não passam de “medidas eleitoreiras”. As suas são decisões de um governante comprometido com suas funções. Medida eleitoreira é, portanto, uma decisão tomada para aparentemente melhorar a vida do eleitor, não piorá-la, mas, como quem administra o benefício é um adversário, você insiste: embora benéfica, a decisão só busca o voto. Não seria o caso de se aprovar uma lei para impedir um governante de tomar qualquer decisão em ano eleitoral? Ver também o verbete Bolivariano.
Opinião pública
• Entidade espectral, de contornos indefinidos, da qual a minoria oligárquica se apropria, dizendo-se sua porta-voz, por mais que essa minoria não tenha a menor intenção de representar uma vontade coletiva, apenas o seu próprio interesse, e no fundo até nutra profundo desprezo por essa mesma opinião pública. Getúlio Vargas, com aquela sua sintonia com o verdadeiramente popular, disse: “Sinto engulhos quando ouço a Federação das Indústrias falar em nome do povo”. Os industriais cederam lugar para a mídia.
Serviços públicos
• Em junho de 2013, o Brasil levantou-se e saiu às ruas para protestar, a partir do estopim do aumento da tarifa do transporte coletivo, contra as mazelas do serviço público prestado nas áreas da saúde, educação, transporte e segurança. Culpou-se “o governo”. A mídia partidária leu “governo federal”. No momento em que a explosão espontânea concluiu que todos os poderes mereciam ser devidamente cobrados e que a péssima qualidade dos serviços privados (telefonia, bancos etc.) também passou a ser contestada, os meios de comunicação passaram a dizer que os protestos tinham “perdido o foco” e sido capturados por “vândalos” e “baderneiros”.
Velha política
• Só os adversários a praticam. Pera aí, você não está aliado ou aliada àquele oligarca sulista ou ao barítono piauiense defensor de pobres banqueiros? São eles que me apoiam, não o contrário, dirá. Resposta alternativa: a pureza de seus princípios automaticamente os transformará em “homens de bem”. Para governar (ver o item Governabilidade) não será necessário atender aos pedidos pragmáticos e não programáticos de sua base? A distribuição de cargos se baseará em critérios republicanos, retrucará (ler também Aparelhamento do Estado). Mas você não abandonou velhas bandeiras pelo apoio de quem antes você combatia? Você não mudou de lado? Neste momento, chore."
Fonte: CartaCapital
Você é um marciano recém-chegado? Descubra aqui como separar o joio do trigo – ou entender o que é verdade e o que é só interesse no calor da temporada eleitoral
por Nirlando Beirão — publicado 28/09/2014
Alternância do poder
• Você passa a defendê-la com convicção religiosa, quando o partido do qual é inimigo permanece no poder, ao longo de reeleições sucessivas, ainda que avalizadas democraticamente pelo voto. O primeiro passo é atacar a reeleição, instituída, aliás, criada de uma maneira bem marota pelo ex-presidente Fernando Henrique , na esteira do projeto de 20 anos de poder do PSDB e à base da compra de votos no Parlamento. Um golpe constitucional sem nenhuma sutileza democrática a beneficiar o mandatário em exercício, o qual, por mera coincidência, você apoia. Alternância só é necessária quando se está fora do poder. Caso contrário, atrapalha o aperfeiçoamento da democracia. Em São Paulo, ela é especialmente execrada. Os paulistas preferem perpetuar um mesmo grupo político, enquanto bradam contra o risco de uma ditadura em nível federal.
Aparelhamento do Estado
• Quem aparelha o Estado são os adversários. Duvida? Basta ler jornais e revistas, sempre muito zelosos em fiscalizar os adversários, ainda que só a eles, e acusar o partido no poder, desde que não seja o de sua preferência, de “aparelhar o Estado”. Isso significa, basicamente, o seguinte: o partido no poder nomeia para os cargos de confiança pessoas... de sua confiança. Você reclama, iracundo: o Estado faz a festa da “companheirada”. A imprensa partidariamente engajada trata de denunciar a “farra das nomeações”. Dá para imaginar a perplexidade do leitor: o que queriam os jornalões? Que o partido no poder nomeasse adversários?
A vigilância ética é de mão única: se um presidente da República simpático a você nomeia para um importante cargo na área de energia um genro, não é por nada, seus maldosos, apenas uma coincidência. Quando o partido que você apoia aparelha o Estado com a sua companheirada, tenha certeza: os apadrinhados são gente de bem, de notório saber e reputação ilibada. Se aquele diretor da estatal nomeado por você ou pelos seus for pego mais tarde com a mão na botija, é um caso de cooptação estimulado pelo clima corrupto instaurado por seus adversários.
Bolivariano
• Se você se interessa pela sorte dos pobres, excluídos e vítimas de discriminação, a ponto de criar programas sociais compensatórios de emergência, é bolivariano. Se a política externa que você defende não se rebaixa aos ditames da Casa Branca, busca parcerias com nações fora da órbita imperial do dólar e do euro e chega ao cúmulo de lançar as bases de um FMI dos emergentes, trata-se de “ilusão bolivariana”. Bolivariano é o neocomunista. O comunismo morreu, mas o anticomunismo continua a gerar bons negócios. Embora o termo seja démodé, um bolivariano pode ser chamado de populista, na falta de termo melhor. Antônimo: Racionais. São os almofadinhas da Escola de Chicago e da PUC-Rio que não ligam para a sorte da maioria, mas se apegam fervorosamente a crenças que a realidade teima em desmentir. Estado mínimo, por exemplo.
Choque de gestão
• Significa cortar salários, promover demissões em massa e diminuir o investimento público, com base na teoria de que Estado mínimo é Estado eficiente. Faz muito sucesso entre aqueles que não sofrem os seus efeitos imediatos. No choque de gestão não cabem as migalhas assistencialistas do Bolsa Família, um jeito de perpetuar a miséria, não de reduzi-la, conforme a tese. Recomenda-se, porém, não ser explícito. Melhor dizer que os programas sociais “serão aperfeiçoados”.
Crises e bonanças internacionais
• As crises servem de justificativa para governos amigos. Se uma administração aliada vai mal, a culpa é do cenário externo. Inverte-se a lógica no caso dos adversários. Se a gestão inimiga vai bem, as condições internacionais a favoreceram. Caso se saia mal, é resultado exclusivo da incompetência de quem está no poder, que mente descaradamente ao evocar os efeitos deletérios globais, mesmo quando se trata da maior debacle planetária desde o início do século XX.
Coligações e governabilidade
• Seu partido, no poder ou quando em disputa eleitoral, consegue seduzir legendas de aluguel para uma teia de alianças convenientes para garantir a governabilidade ou engrossar o tempo no horário eleitoral gratuito? Parabéns, você é uma figura de aguda sensibilidade política, negociador de fino trato. Seu adversário fez o mesmo? Denuncie a falta de escrúpulos, a atroz barganha de princípios por conveniências, da honradez pela ambição. Conte sempre com os amigos na mídia para corroborar a sua tese. Aquele seu ex-ministro do PMDB que era honrado, mas mudou de lado, será descrito como um homem desprezível.
Corrupção
• Prática entranhada nos governos... dos outros. Infelizmente, a corrupção às vezes ganha fatos comprovados e nomes ilustres de aliados seus. Mas não se preocupe. Vale o mesmo do item Coligações. A mídia amiga estará a postos para jogar esse tipo de acusação, obviamente gratuita e injusta, para debaixo do tapete. Há corruptos e corruptos. Aqueles do partido adversário expõem uma maquinação coletiva, um assalto aos cofres públicos, uma quadrilha organizada e perene, destino manifesto da tal legenda e da administração partidária. Os seus representam casos isolados, sem nenhuma relação com as práticas e princípios de sua agremiação. Também vale dizer que a corrupção desenfreada dos adversários é um mal tão grande que afeta até gente da sua base. É a tal falta de exemplo “de cima”.
Corruptores
• Sem eles não existe corrupção. Como alguns podem eventualmente (ou frequentemente) financiar candidaturas amigas, melhor esquecer o assunto.
Delação premiada
• Ela só tem valor se for vazada cirurgicamente para atingir os nossos concorrentes. Se, no meio do lamaçal, surgir o nome de um aliado, diga que as revelações são açodadas e precisam ser apuradas a fundo, doa a quem doer. Quanto ao fato de o vazamento ser também um crime, de responsabilidade, inclusive, do ministro da Justiça, caso envolva a Polícia Federal, bem… esqueça.
Deus
Entidade abstrata, costuma irromper muito concretamente na cena política em anos eleitorais. Todo mundo simula acreditar em Deus, em especial quem não crê. A história da humanidade mostra, porém, que piores costumam ser aqueles que acreditam. Relegar a fixação da meta de inflação e a taxa de juros às interpretações de um I Ching errático que tenha na Bíblia uma plataforma não parece combinar com as práticas de um Estado leigo e não confessional. Bíblia na qual se confia cegamente, mesmo quando se afronta o conhecimento adquirido pelos seres humanos ao longo dos tempos. Ela é sempre propícia a uma leitura seletiva, que permite pular os versículos sobre os fariseus.
Dossiês
• Se a mídia está do seu lado, fique tranquilo. O esforço de reportagem visará descobrir quem produziu dossiês caluniosos contra você e os seus. Editoriais e colunistas vão denunciar as “baixarias” de campanha (ver o próximo item). Não importa se o dossiê não é um dossiê, mas denúncias comprovadas e comprováveis. Mas, se a imprensa te enxergar como inimigo, se cuide. Tudo poderá ser usado contra você, de declarações sem lastro de notórios bandidos a contas falsas no exterior ou fichas “frias” na polícia.
Liberdade de expressão
• É o direito inapelável, intocável, irreversível dos meios de comunicação de exprimir o pensamento único de seus proprietários, em consonância com seus interesses pecuniários e sua pauta eleitoral. É facultado o direito de mentir e distorcer. Em temporadas eleitorais, a toada de uma nota só torna-se uma obsessão, de forma a impedir que vaze para o noticiário algum acorde dissonante por parte da ralé das redações ou dos candidatos do outro lado. Quando os adversários pretendem exercer, eles também, a liberdade de expressão, valem-se de um eufemismo: quem responde a seus desmandos defende a censura.
Marqueteiros
• Se um adversário sobe nas pesquisas de intenção de voto, é hora de atribuir o preocupante sucesso à ação mistificadora dos marqueteiros. Vale dizer, eles são capazes de botar em pé um pacote vazio de ideias e até eventualmente eleger “um poste”. Nesse caso, não convém lembrar que o seu candidato igualmente possui um exército de experts em bruxarias político-eleitorais, pois isso comprometeria o argumento de que o candidato, aquele que você e a imprensa do privilégio apoiam, apenas expõe suas ideias reais, é de uma espontaneidade radical e nunca se deixaria manipular por técnicas artificiais de persuasão ou pela maquiagem mercadológica. Os adversários, estes sim, fazem o que for preciso para chegar ao poder, ou para mantê-lo (verbete Alternância de Poder). Você e os seus nunca participam de uma eleição para ganhar, mas em nome de um bem maior. Mensagens subliminares são a maior especialidade dos inimigos. Uma doutora em semi-óptica, perdão, semiótica, alerta a respeito das novas ciclovias, traçadas pelo prefeito inimigo de São Paulo, para “o efeito das cores sobre o nosso sistema nervoso central” e sugere que a cor escolhida “não passa de uma descarada propaganda vermelha do PT”. Em todo o mundo, as faixas para bicicletas costumam ser vermelhas, mas não importa.
Medidas eleitoreiras
• Há eleições no Brasil de dois em dois anos. Em ano eleitoral, as ações de um adversário não passam de “medidas eleitoreiras”. As suas são decisões de um governante comprometido com suas funções. Medida eleitoreira é, portanto, uma decisão tomada para aparentemente melhorar a vida do eleitor, não piorá-la, mas, como quem administra o benefício é um adversário, você insiste: embora benéfica, a decisão só busca o voto. Não seria o caso de se aprovar uma lei para impedir um governante de tomar qualquer decisão em ano eleitoral? Ver também o verbete Bolivariano.
Opinião pública
• Entidade espectral, de contornos indefinidos, da qual a minoria oligárquica se apropria, dizendo-se sua porta-voz, por mais que essa minoria não tenha a menor intenção de representar uma vontade coletiva, apenas o seu próprio interesse, e no fundo até nutra profundo desprezo por essa mesma opinião pública. Getúlio Vargas, com aquela sua sintonia com o verdadeiramente popular, disse: “Sinto engulhos quando ouço a Federação das Indústrias falar em nome do povo”. Os industriais cederam lugar para a mídia.
Serviços públicos
• Em junho de 2013, o Brasil levantou-se e saiu às ruas para protestar, a partir do estopim do aumento da tarifa do transporte coletivo, contra as mazelas do serviço público prestado nas áreas da saúde, educação, transporte e segurança. Culpou-se “o governo”. A mídia partidária leu “governo federal”. No momento em que a explosão espontânea concluiu que todos os poderes mereciam ser devidamente cobrados e que a péssima qualidade dos serviços privados (telefonia, bancos etc.) também passou a ser contestada, os meios de comunicação passaram a dizer que os protestos tinham “perdido o foco” e sido capturados por “vândalos” e “baderneiros”.
Velha política
• Só os adversários a praticam. Pera aí, você não está aliado ou aliada àquele oligarca sulista ou ao barítono piauiense defensor de pobres banqueiros? São eles que me apoiam, não o contrário, dirá. Resposta alternativa: a pureza de seus princípios automaticamente os transformará em “homens de bem”. Para governar (ver o item Governabilidade) não será necessário atender aos pedidos pragmáticos e não programáticos de sua base? A distribuição de cargos se baseará em critérios republicanos, retrucará (ler também Aparelhamento do Estado). Mas você não abandonou velhas bandeiras pelo apoio de quem antes você combatia? Você não mudou de lado? Neste momento, chore."
Fonte: CartaCapital
Os escândalos pré-fabricados destas eleições
Depois da tentativa com a Petrobras é a vez do factóide do doleiro, na semana das eleições.
E ainda tem o segundo turno. Quer dizer, se tiver segundo turno.
Os eleitores estão ficando escolados nessas armações diversas sem provas desde a época do Collor.
E isso pode beneficiar Dilma, levando-a a liquidar a fatura ainda no dia 05.
"(...) O frisson do momento é a delação premiada de Alberto Youssef. Mas quem é Youssef? Um mergulho num passado não tão distante mostra que ele foi um dos doleiros usados pelo então operador do caixa do PSDB, Ricardo Sérgio, para “externalizar”, num linguajar ao gosto da legenda, propinas da privatização selvagem dos anos 1990.
Youssef é velho de guerra tanto em delitos com em delação premiada. Já fez uma em 2004, na época da CPI do Banestado, quando se comprometeu a nunca mais sair da linha. O tamanho de sua confiabilidade aparece em sua situação atual. Está preso de novo. Quem diz é o Ministério Público: “Mesmo tendo feito termo de colaboração com a Justiça (…), voltou a delinquir, indicando que transformou o crime em verdadeiro meio de vida.” É num sujeito com tal reputação que oposicionistas apostam suas fichas."
Por Ricardo Melo. Leia o artigo todo aqui.
29 de setembro de 2014
Vox Populi: Dilma 40, Marina 24, Aécio 18
Segundo turno: Dilma 46 x Marina 39; Dilma 48 x Aécio 38.
São tantas pesquisas nesta reta final que a gente até se perde.
O fato é que Marina continua caindo, Aécio estacionado e Dilma subindo.
Se tivessem mais duas semanas até as eleições, era líquida e certa a fatura no primeiro turno.
Mas Dilma tem apenas cinco dias.
Difícil mas não impossível.
As análises sobre a contínua queda de Marina tem como alguns dos fatores a aproximação dela com Malafaia, com o PSDB e as contradições de suas declarações.
Já Aécio não consegue a virada porque nem os mineiros estão querendo saber das ideias neoliberais do alto tucanato. Mas se Marina não estancar a queda, Aécio pode virar. Se Dilma não levar no primeiro turno...
Sobre a subida de Dilma, a sua performance nos debates, entrevistas e no programa eleitoral mostrando o que a mídia nunca mostrou, tem sido as principais forças que a estão alavancando.
São tantas pesquisas nesta reta final que a gente até se perde.
O fato é que Marina continua caindo, Aécio estacionado e Dilma subindo.
Se tivessem mais duas semanas até as eleições, era líquida e certa a fatura no primeiro turno.
Mas Dilma tem apenas cinco dias.
Difícil mas não impossível.
As análises sobre a contínua queda de Marina tem como alguns dos fatores a aproximação dela com Malafaia, com o PSDB e as contradições de suas declarações.
Já Aécio não consegue a virada porque nem os mineiros estão querendo saber das ideias neoliberais do alto tucanato. Mas se Marina não estancar a queda, Aécio pode virar. Se Dilma não levar no primeiro turno...
Sobre a subida de Dilma, a sua performance nos debates, entrevistas e no programa eleitoral mostrando o que a mídia nunca mostrou, tem sido as principais forças que a estão alavancando.
Debate de ontem(2): 'A Grande Derrotada'
Marina foi a grande derrotada do debate da Record
Por Renato Rovai
"O debate da Record teve o seu melhor momento no primeiro bloco, quando os candidatos pareciam estar com sangue nos olhos para mostrar as diferenças entre seus projetos. Foi neste momento, muito provavelmente de maior audiência, que Marina Silva foi disparada a pior no enfrentamento com seus adversários diretos. Dilma e Aécio foram muito melhores do que ela.
A candidata do PSB parecia muito nervosa e como se carregasse o mundo nas costas. Falava de forma ríspida e com olhar perdido. Não conseguiu responder de forma clara a pergunta de Dilma sobre o fato de ter afirmado que votara a favor da CPMF, quando o registro do Senado aponta que ela votou não em quatro momentos diferentes.
Dilma e Aécio falaram para os seus eleitores e certamente não perderam votos. Ambos podem, ao contrário, herdar eleitores que podem ter se decepcionado com Marina no enfrentamento de hoje.
Na parte debaixo da tabela quem se saiu melhor foi Luciana Genro (Psol), que conseguiu se diferenciar de Eduardo Jorge, mostrando que ele apesar de posições progressistas foi secretário de Serra e Kassab, e ao mesmo tempo também tirou uma casquinha de Marina, mostrando que ela faz um discurso de nova política, mas mantém posições bem tradicionais.
Genro, porém, patinou feio no seu embate final com Levy Fidelix. Ela chamou o candidato do aerotrem pra debater união homo afetiva e ele fez um dos discursos mais bizarros desta campanha eleitoral, chegando a comparar homossexuais com pedófilos. Na respost dele, por duas vezes Luciana ameaçou um sorrisinho de canto de lábio,. E na réplica preferiu falar que ninguém mais ali defendia a família do que ela, ao invés de lhe passar uma descompostura histórica.
O que fica deste debate da Record é que se Marina não se preparar melhor para o da Globo, corre o risco de ficar de fora do segundo turno. Aécio tem conseguido bons desempenhos nos últimos encontros. Ou seja, vem melhorando. Marina, ao contrário, vem piorando. Nos primeiros, debates seu discurso parecia diferente, mobilizador. Agora, Marina tem parecido mais velha política do que seus adversários, Fala, fala e não responde nada de forma objetiva. Muito ao estilo Odorico Paraguassu, personagem de O Bem Amado.
Se você quiser mais detalhes do debate, eu fiz uma cobertura online pelo meu Twitter. Passa lá no @renato_rovai e dá uma olhada na minha Timeline."
Fonte: Portal Forum
Dilma: faltam 4 pontinhos para fechar no 1° turno!
"Na pesquisa CNT/MDA divulgada agora há pouco, Dilma Rousseff subiu para 40,4% das intenções de voto, 4,4 pontos a mais que no levantamento divulgado na semana passada. Marina Silva teria com 25,2%, com redução de 2,2 pontos em relação à pesquisa anterior. Aécio Neves (PSDB) aproximou-se de Marina, com 19,8% e aumento de 2,2 pontos.
No segundo turno, onde Marina e Dilma apareciam empatadas tecnicamente na pesquisa anterior (42% para Dilma, 41% para Marina) a diferença agora é de nove pontos: Dilma tem 47,7% das intenções de voto, enquanto Marina aparece com 38,7%.
Numa escolha entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, ela tem a preferência de 49,1% dos eleitores e o tucano aparece com 36,8%. E quando se simula a disputa de segundo turno entre Marina e Aécio, ela tem 41,1% das intenções de voto, contra 36% do candidato do PSDB.
Em uma semana, a avaliação positiva do governo cresceu para 41%, fração dos dos entrevistados o consideram ótimo ou bom. Antes, o índice estava em 37,4%. A avaliação negativa (ruim/péssimo) passou de 25,1%, do levantamento anterior, para 23,5% no divulgado nesta segunda-feira. A aprovação do desempenho pessoal de Dilma Rousseff também cresceu e chegou a 55,6%. Os eleitores que a desaprovam caíram de 43,8% para 40,1%.
A rejeição de Marina Silva ultrapassou a de Dilma Rousseff. Agora, a candidata do PSB, em quem 38,7 % não votariam de jeito nenhum tem a rejeição de 42,5%. Já Dilma, que era rejeitada por 43,9% agora tem um índice de 41,1%.
Reparem: o intervalo entre as duas pesquisas foi de uma semana. O mesmo intervalo que temos até a eleição.
Fonte: Tijolaço
Para encerrar, uma boa do Face:
No segundo turno, onde Marina e Dilma apareciam empatadas tecnicamente na pesquisa anterior (42% para Dilma, 41% para Marina) a diferença agora é de nove pontos: Dilma tem 47,7% das intenções de voto, enquanto Marina aparece com 38,7%.
Numa escolha entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, ela tem a preferência de 49,1% dos eleitores e o tucano aparece com 36,8%. E quando se simula a disputa de segundo turno entre Marina e Aécio, ela tem 41,1% das intenções de voto, contra 36% do candidato do PSDB.
Em uma semana, a avaliação positiva do governo cresceu para 41%, fração dos dos entrevistados o consideram ótimo ou bom. Antes, o índice estava em 37,4%. A avaliação negativa (ruim/péssimo) passou de 25,1%, do levantamento anterior, para 23,5% no divulgado nesta segunda-feira. A aprovação do desempenho pessoal de Dilma Rousseff também cresceu e chegou a 55,6%. Os eleitores que a desaprovam caíram de 43,8% para 40,1%.
A rejeição de Marina Silva ultrapassou a de Dilma Rousseff. Agora, a candidata do PSB, em quem 38,7 % não votariam de jeito nenhum tem a rejeição de 42,5%. Já Dilma, que era rejeitada por 43,9% agora tem um índice de 41,1%.
Reparem: o intervalo entre as duas pesquisas foi de uma semana. O mesmo intervalo que temos até a eleição.
Fonte: Tijolaço
Para encerrar, uma boa do Face:
O debate de ontem(1): "Entre a banqueira e o socialista, há uma Prada"
Dilma aciona tratoraço contra Marina e Aécio para tentar vitória no primeiro turno; fala de Fidelix causa indignação
por Luiz Carlos Azenha no Viomundo
"Sorteada para fazer a primeira pergunta no debate promovido pela TV Record, no domingo à noite, a candidata Dilma Rousseff acionou o tratoraço contra a adversária Marina Silva. No preâmbulo da pergunta, disse que a candidata do PSB “mudou de partido” e de posição e perguntou porque Marina, quando senadora, “votou quatro vezes contra a criação da CPMF”, o imposto do cheque já extinto cujos recursos eram voltados exclusivamente para o orçamento da Saúde.
Marina não respondeu diretamente à pergunta.
Eram 11h50 da noite quando, num dos intervalos do debate, entrou um comercial de 15 segundos da campanha de Dilma batendo na mesma tecla. Depois de demonstrar que Marina falou uma coisa em um debate anterior — que apoiava a CPMF — e de mostrar os registros de votos contrários dela no Senado, o narrador concluiu: “Agora, falar que fez o que nunca fez, isso tem nome”. O comercial leva o telespectador a concluir que Marina mentiu.
A agressividade de Dilma Rousseff, que buscou confrontos diretos com Marina e Aécio Neves (PSDB) durante o debate da Record, é reveladora da estratégia petista na reta final. Expressa a crença na cúpula da campanha de que é possível garantir a vitória já no primeiro turno.
As pesquisas mais recentes mostram que Dilma cresceu tomando votos de Marina e convencendo indecisos. Na mais recente pesquisa Datafolha a presidente atingiu 45% dos votos válidos. Para chegar aos 50%, é indispensável que continue ganhando votos diretamente de Marina no mesmo ritmo que ganhou na semana passada.
A audiência do debate na Record demonstra interesse do eleitor na reta final. O programa bateu em 10 pontos, chegou a líder da audiência na Grande São Paulo e quando terminou, por volta das 12h30 de segunda-feira, estava em segundo lugar com 8 pontos. Cada ponto equivale a cerca de 100 mil domicílios da região metropolitana.
A estratégia dos marqueteiros de Dilma Rousseff tem sido a de usar os debates para produzir trechos de fala que serão reaproveitados no programa eleitoral da candidata, de mais de 12 minutos. Por isso, no debate da Record Dilma falou mais de uma vez em sua estratégia para combater a corrupção atacando a impunidade.
É a defesa antecipada numa semana que deve ser marcada por novas denúncias de corrupção envolvendo a coalizão governista, como é tradicional desde que o ex-presidente Lula assumiu o Planalto, em 2003.
Em 2006 e 2010, os eleitores foram às urnas em meio às denúncias de escândalos propagados pela mídia corporativa, especialmente pela coalizão Globo-Abril-Folha-Estadão.
Uma dica de que novas denúncias virão foi dada pelo próprio candidato Aécio Neves, que durante o debate na Record confrontou Dilma, lembrando que uma revista “de credibilidade” — certamente ele se referia à Veja — tinha noticiado que a campanha do PT em 2010 teria pedido dinheiro, através do ex-ministro Antonio Palocci, ao esquema montado na Petrobras pelo então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, com a participação do doleiro Alberto Youssef.
Desta feita, tudo indica que a “bala de prata” normalmente disparada pela mídia em véspera de votação será relacionada ao doleiro Youssef, que desde o escândalo do Banestado operou amplamente nos bastidores da política e do empresariado brasileiros.
No debate da Record, Aécio argumentou que só o dinheiro desviado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, daria para colocar 450 mil crianças em creches e construir 50 mil casas do Minha Casa, Minha Vida. Com isso, sinalizou que na reta final deverá concentrar seus esforços para chegar ao segundo turno usando o tradicional “mar de lama” contra os governistas.
O tucano relacionou o desperdício de recursos públicos essenciais com a corrupção na Petrobras durante resposta à candidata Dilma, que quis saber se Aécio assumia o compromisso público de não privatizar a petrolífera.
Para a presidente, bater ao mesmo tempo em Marina e Aécio faz sentido, para evitar que o tucano fique com os eleitores que desistirem da candidata do PSB.
No embate com Aécio, Dilma sugeriu que por trás das denúncias contra a Petrobras existem os que pretendem enfraquecer a estatal para depois vendê-la. Teve a oportunidade de encaixar dois fatos notórios, o de que os tucanos venderam ações da petrolífera na bolsa de Nova York e tentaram mudar o nome da empresa para Petrobrax.
Marina Silva usou seu tempo no debate para dizer que vem sendo vítima de boatos: desmentiu que pretende mexer com o Bolsa Família e com o direcionamento do crédito público, que sustenta tanto o crédito rural quanto programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.
Foram entrevistas de assessores de Marina Silva que levaram outros economistas, como André Biancarelli, da Unicamp, a sustentar que mudanças no direcionamento de crédito poderiam colocar em risco setores importantes da economia brasileira.
Durante o debate na TV Record, em um dos embates que travou com Marina, a presidente Dilma lembrou que o crédito direcionado dos bancos públicos representa mais de R$ 1,3 trilhão.
Não há qualquer dúvida de que o programa de governo de Marina Silva considera “exausto” o modelo de crédito que vigiu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. É só conferir.
Segundo o programa da coalizão liderada pelo PSB, um dos objetivos de Marina será o de reduzir o custo do crédito para as classes mais baixas.
Durante o debate, além de reclamar de que é vítima de boatos infundados, Marina Silva prometeu extinguir o papel do BNDES como favorecedor “de meia dúzia” de empresários, reafirmando acusação que já foi rebatida pelo assessor da presidência, Fábio Kerche, que acusou Marina de ser “imprecisa” sobre a atuação do BNDES 4 vezes em uma única frase.
*****
Demonstrando qual será o foco dos ataques contra Marina nos próximos dias, ainda na madrugada a equipe de Dilma distribuía por e-mail o seguinte texto:
Marina diz que votou a favor da CPMF, mas votou contra, e Dilma diz que ‘governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme’.
Durante o debate entre candidatos à Presidência da República promovido pela Rede Record, Dilma Rousseff questionou a constante mudança de posicionamento da candidata Marina Silva sobre assuntos importantes ao País, e afirmou que “Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”.
A candidata do PSB afirmou ter votado a favor do Fundo de Combate à Pobreza, cuja composição seria feita por meio de recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e impostos sobre cigarro. Contudo, Marina Silva votou contra a CPMF. Registros do site do Senado Federal (“votações nominais”) mostram que Marina ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002, a candidata do PSB não registrou seu voto, o que, no caso de propostas de emenda constitucional, equivale a ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos “sim” para a aprovação.
Confira abaixo a tramitação da CPMF no Senado e os votos da então Senadora Marina Silva:
PEC 40/1995: Dispõe sobre a instituição de contribuição social para o financiamento das ações e serviços de saúde. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 12/1996).
Votação em 1º turno (18/10/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (08/11/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 34/1998: Prorroga, alterando a alíquota, a cobrança da contribuição a que se refere o artigo 74 do ato das disposições constitucionais transitórias por 36 meses. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 21/1999).
Votação em 1º turno (06/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (19/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 18/2002: Altera os artigos 100 e 156 da Constituição Federal e o artigo 81 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e acrescenta os artigos 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Prorroga a vigência da CPMF até 31/12/2004). Proposta foi aprovada.
Votação (04/06/2002) = Senadora Marina Silva estava presente no plenário, mas não registrou voto.
*****
Nos bastidores do debate, quando os bancos e banqueiros foram citados pela primeira vez, a platéia buscou registrar a reação da educadora Neca Setubal, acionista do Banco Itaú, que chegou junto com a candidata Marina Silva. Entre Neca e o presidente do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, uma cadeira vazia foi ocupada por uma bolsa. “Entre a banqueira e o socialista, há uma Prada”, observou uma ferina observadora da cena.
A baixaria da noite ficou por conta do candidato Levy Fidelix, do PRTB. Quando debatia com Luciana Genro (PSOL) sobre a união civil de iguais, Fidelix afirmou que “dois iguais não fazem filho e o aparelho excretor não reproduz”. “Vamos enfrentar essa minoria”, conclamou ele, se dizendo avô e pai com “vergonha na cara”. Fidelix sugeriu que “esses que tem esse problema”, os homossexuais, busquem atendimento psicológico, mas não por perto.
O candidato do PRTB produziu outras frases folclóricas no debate da Record. Disse, por exemplo, que o Brasil corre o risco de uma “invasão bolivariana” e que enfraquecer o Exército brasileiro é parte de uma estratégia calculada do governo Dilma para permitir o sucesso de tal invasão.
As frases de Fidelix sobre a união civil causaram repúdio e indignação nas redes sociais. Ele confundiu deliberadamente homossexualismo com pedofilia. Curiosamente, não foi cobrado na réplica pela candidata do PSOL. Os demais candidatos também não se manifestaram sobre o assunto nas entrevistas pós-debate."
por Luiz Carlos Azenha no Viomundo
"Sorteada para fazer a primeira pergunta no debate promovido pela TV Record, no domingo à noite, a candidata Dilma Rousseff acionou o tratoraço contra a adversária Marina Silva. No preâmbulo da pergunta, disse que a candidata do PSB “mudou de partido” e de posição e perguntou porque Marina, quando senadora, “votou quatro vezes contra a criação da CPMF”, o imposto do cheque já extinto cujos recursos eram voltados exclusivamente para o orçamento da Saúde.
Marina não respondeu diretamente à pergunta.
Eram 11h50 da noite quando, num dos intervalos do debate, entrou um comercial de 15 segundos da campanha de Dilma batendo na mesma tecla. Depois de demonstrar que Marina falou uma coisa em um debate anterior — que apoiava a CPMF — e de mostrar os registros de votos contrários dela no Senado, o narrador concluiu: “Agora, falar que fez o que nunca fez, isso tem nome”. O comercial leva o telespectador a concluir que Marina mentiu.
A agressividade de Dilma Rousseff, que buscou confrontos diretos com Marina e Aécio Neves (PSDB) durante o debate da Record, é reveladora da estratégia petista na reta final. Expressa a crença na cúpula da campanha de que é possível garantir a vitória já no primeiro turno.
As pesquisas mais recentes mostram que Dilma cresceu tomando votos de Marina e convencendo indecisos. Na mais recente pesquisa Datafolha a presidente atingiu 45% dos votos válidos. Para chegar aos 50%, é indispensável que continue ganhando votos diretamente de Marina no mesmo ritmo que ganhou na semana passada.
A audiência do debate na Record demonstra interesse do eleitor na reta final. O programa bateu em 10 pontos, chegou a líder da audiência na Grande São Paulo e quando terminou, por volta das 12h30 de segunda-feira, estava em segundo lugar com 8 pontos. Cada ponto equivale a cerca de 100 mil domicílios da região metropolitana.
A estratégia dos marqueteiros de Dilma Rousseff tem sido a de usar os debates para produzir trechos de fala que serão reaproveitados no programa eleitoral da candidata, de mais de 12 minutos. Por isso, no debate da Record Dilma falou mais de uma vez em sua estratégia para combater a corrupção atacando a impunidade.
É a defesa antecipada numa semana que deve ser marcada por novas denúncias de corrupção envolvendo a coalizão governista, como é tradicional desde que o ex-presidente Lula assumiu o Planalto, em 2003.
Em 2006 e 2010, os eleitores foram às urnas em meio às denúncias de escândalos propagados pela mídia corporativa, especialmente pela coalizão Globo-Abril-Folha-Estadão.
Uma dica de que novas denúncias virão foi dada pelo próprio candidato Aécio Neves, que durante o debate na Record confrontou Dilma, lembrando que uma revista “de credibilidade” — certamente ele se referia à Veja — tinha noticiado que a campanha do PT em 2010 teria pedido dinheiro, através do ex-ministro Antonio Palocci, ao esquema montado na Petrobras pelo então diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, com a participação do doleiro Alberto Youssef.
Desta feita, tudo indica que a “bala de prata” normalmente disparada pela mídia em véspera de votação será relacionada ao doleiro Youssef, que desde o escândalo do Banestado operou amplamente nos bastidores da política e do empresariado brasileiros.
No debate da Record, Aécio argumentou que só o dinheiro desviado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, daria para colocar 450 mil crianças em creches e construir 50 mil casas do Minha Casa, Minha Vida. Com isso, sinalizou que na reta final deverá concentrar seus esforços para chegar ao segundo turno usando o tradicional “mar de lama” contra os governistas.
O tucano relacionou o desperdício de recursos públicos essenciais com a corrupção na Petrobras durante resposta à candidata Dilma, que quis saber se Aécio assumia o compromisso público de não privatizar a petrolífera.
Para a presidente, bater ao mesmo tempo em Marina e Aécio faz sentido, para evitar que o tucano fique com os eleitores que desistirem da candidata do PSB.
No embate com Aécio, Dilma sugeriu que por trás das denúncias contra a Petrobras existem os que pretendem enfraquecer a estatal para depois vendê-la. Teve a oportunidade de encaixar dois fatos notórios, o de que os tucanos venderam ações da petrolífera na bolsa de Nova York e tentaram mudar o nome da empresa para Petrobrax.
Marina Silva usou seu tempo no debate para dizer que vem sendo vítima de boatos: desmentiu que pretende mexer com o Bolsa Família e com o direcionamento do crédito público, que sustenta tanto o crédito rural quanto programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida.
Foram entrevistas de assessores de Marina Silva que levaram outros economistas, como André Biancarelli, da Unicamp, a sustentar que mudanças no direcionamento de crédito poderiam colocar em risco setores importantes da economia brasileira.
Durante o debate na TV Record, em um dos embates que travou com Marina, a presidente Dilma lembrou que o crédito direcionado dos bancos públicos representa mais de R$ 1,3 trilhão.
Não há qualquer dúvida de que o programa de governo de Marina Silva considera “exausto” o modelo de crédito que vigiu durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. É só conferir.
Segundo o programa da coalizão liderada pelo PSB, um dos objetivos de Marina será o de reduzir o custo do crédito para as classes mais baixas.
Durante o debate, além de reclamar de que é vítima de boatos infundados, Marina Silva prometeu extinguir o papel do BNDES como favorecedor “de meia dúzia” de empresários, reafirmando acusação que já foi rebatida pelo assessor da presidência, Fábio Kerche, que acusou Marina de ser “imprecisa” sobre a atuação do BNDES 4 vezes em uma única frase.
*****
Demonstrando qual será o foco dos ataques contra Marina nos próximos dias, ainda na madrugada a equipe de Dilma distribuía por e-mail o seguinte texto:
Marina diz que votou a favor da CPMF, mas votou contra, e Dilma diz que ‘governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme’.
Durante o debate entre candidatos à Presidência da República promovido pela Rede Record, Dilma Rousseff questionou a constante mudança de posicionamento da candidata Marina Silva sobre assuntos importantes ao País, e afirmou que “Governar requer firmeza, coragem, posições claras e atitude firme. Não dá para improvisar”.
A candidata do PSB afirmou ter votado a favor do Fundo de Combate à Pobreza, cuja composição seria feita por meio de recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e impostos sobre cigarro. Contudo, Marina Silva votou contra a CPMF. Registros do site do Senado Federal (“votações nominais”) mostram que Marina ficou contra o tributo em 1995 e em 1999. Em 2002, a candidata do PSB não registrou seu voto, o que, no caso de propostas de emenda constitucional, equivale a ser contrário, uma vez que é preciso ter 49 votos “sim” para a aprovação.
Confira abaixo a tramitação da CPMF no Senado e os votos da então Senadora Marina Silva:
PEC 40/1995: Dispõe sobre a instituição de contribuição social para o financiamento das ações e serviços de saúde. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 12/1996).
Votação em 1º turno (18/10/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (08/11/1995) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 34/1998: Prorroga, alterando a alíquota, a cobrança da contribuição a que se refere o artigo 74 do ato das disposições constitucionais transitórias por 36 meses. Proposta foi aprovada e transformada em lei (Emenda à Constituição nº 21/1999).
Votação em 1º turno (06/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
Votação em 2º turno (19/01/1999) = Senadora Marina Silva votou contra
PEC 18/2002: Altera os artigos 100 e 156 da Constituição Federal e o artigo 81 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e acrescenta os artigos 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (Prorroga a vigência da CPMF até 31/12/2004). Proposta foi aprovada.
Votação (04/06/2002) = Senadora Marina Silva estava presente no plenário, mas não registrou voto.
*****
Nos bastidores do debate, quando os bancos e banqueiros foram citados pela primeira vez, a platéia buscou registrar a reação da educadora Neca Setubal, acionista do Banco Itaú, que chegou junto com a candidata Marina Silva. Entre Neca e o presidente do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, uma cadeira vazia foi ocupada por uma bolsa. “Entre a banqueira e o socialista, há uma Prada”, observou uma ferina observadora da cena.
A baixaria da noite ficou por conta do candidato Levy Fidelix, do PRTB. Quando debatia com Luciana Genro (PSOL) sobre a união civil de iguais, Fidelix afirmou que “dois iguais não fazem filho e o aparelho excretor não reproduz”. “Vamos enfrentar essa minoria”, conclamou ele, se dizendo avô e pai com “vergonha na cara”. Fidelix sugeriu que “esses que tem esse problema”, os homossexuais, busquem atendimento psicológico, mas não por perto.
O candidato do PRTB produziu outras frases folclóricas no debate da Record. Disse, por exemplo, que o Brasil corre o risco de uma “invasão bolivariana” e que enfraquecer o Exército brasileiro é parte de uma estratégia calculada do governo Dilma para permitir o sucesso de tal invasão.
As frases de Fidelix sobre a união civil causaram repúdio e indignação nas redes sociais. Ele confundiu deliberadamente homossexualismo com pedofilia. Curiosamente, não foi cobrado na réplica pela candidata do PSOL. Os demais candidatos também não se manifestaram sobre o assunto nas entrevistas pós-debate."
Pode dar 1º turno!
Apesar das críticas do Merval (o Ataulfo) ao tracking do Paulo Henrique Amorim, até agora as tendências apontadas pelo "DataCaf" tem acertado.
São acompanhadas depois, com bom atraso, pelo Datafalha (ou Datatrolha, escolham) e Globope.
Além disso as bolsas amanheceram nesta segunda em queda e o dólar está em alta hoje.
Como a galera dos altos investimentos neoliberais sabe das coisas antes da gente, simples mortais, isso é um bom sinal para nosotros, los pobres.
Além disso, os textos críticos e irônicos do PHA em seu Conversa Afiada são ótimos!
DataCaf do fim de semana:
Vai no primeiro turno ! Mais uma potoca da Bláblá e ela volta a 2010.
"As equipes do DataCaf se atrasaram um pouco, mas conseguiram produzir, na segunda-feira de manhã, o tracking elaborado entre sábado e domingo, em especial homenagem ao Ataulfo (no ABC).
Ele andou dizendo por aí que o tracking do DataCaf não tem a consistência técnica do Globope e do Datafalha.
Taí, nisso ele tem razão.
Nossa tecnologia é outra.
Aqui a gente controla a “margem de erro”.
Não tem esse negócio de levar pra lá e pra cá, conforme a demanda …
Sendo assim, o amigo navegante pode começar a se acostumar à hipótese cada vez mais plausível de que o Ataulfo será dispensado de eleger o Aecioporto no segundo turno.
Primeiro, porque o Aecioporto do Titio não iria ao segundo turno, nem em São João del-Rei.
Segundo, porque não deve haver segundo turno.
Dilma está com 43 e a Bláblá, em decadência acelerada, sonora, tem 23.
Aecioporto chegou a gloriosos 16 pontos, o que é compatível com a audiência dos comentários do Ataulfo na GloboNews e na CBN.
É o que dá pra fazer …
Quer brincar de segundo turno, Montenegro ?
Quer dizer que a Bláblá ganha no segundo ?
Pois, segundo esse DataCaf, no segundo turno a Dilma teria 47 contra 39 da Bláblá.
Tem uma semana ainda de campanha.
Com mais um comercial como esse da CPMF, a Bláblá acaba como em 2010.
Como uma nuvem passageira.
E o PSDB fica do tamanho da UDN.
Só existe em São Paulo.
De onde comandará a resistência de 1932 !
Quem mandou levar o FHC para o palanque?"
Por Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada
Leia também: Ibovespa sinaliza que Dilma pode ganhar em 1º turno
A íntegra da entrevista de Dilma aos blogueiros
A presidenta da República e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, concedeu, na tarde da última sexta-feira (26), entrevista aos blogueiros Renato Rovai (Revista Fórum e Blog do Rovai), Conceição Oliveira (Blog Maria Frô), Kiko Nogueira (Diário do Centro do Mundo), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Conceição Lemes (Viomundo), Miguel do Rosário (Cafezinho), Paulo Moreira Leite (247) e Altamiro Borges (Blog do Miro).
Durante a conversa, Dilma foi questionada sobre temas normalmente deixados em segundo plano pela mídia tradicional, como regulação da mídia, violência policial, política carcerária, reforma política, entre outros.
Direto do Palácio do Alvorada, cerca de 600 mil internautas acompanharam a transmissão pela internet, segundo o site Muda Mais.
Revista Forum
Durante a conversa, Dilma foi questionada sobre temas normalmente deixados em segundo plano pela mídia tradicional, como regulação da mídia, violência policial, política carcerária, reforma política, entre outros.
Direto do Palácio do Alvorada, cerca de 600 mil internautas acompanharam a transmissão pela internet, segundo o site Muda Mais.
Revista Forum
28 de setembro de 2014
Hildegard Angel: porque Dilma Rousseff é a minha candidata
Não me representa quem não tem programa, nem coerência, nem ideologia e cujo único projeto é ganhar
Publicado em 26/09/2014
"Os tons do cenário se alternam em torno do Lago de Bourget, na Savoia francesa. Dias amanhecem cinzentos, com raios prata filtrados pelas nuvens, penetrando as águas límpidas, diz-se que das mais puras da Europa. Outros são dias fulgurantemente azuis, iluminando o biombo de montanhas que cerca o lago, cobertas por pinheiros e plátanos de várias tonalidades de verde, espetáculo indescritível, visão de cortar o fôlego de qualquer olhar. Que privilégio estar aqui, viver aqui, escolher amadurecer por aqui!
Foi na contemplação dessa beleza que o poeta Lamartine escreveu sua obra-prima: Le Lac. Suas estrofes podem ser encontradas por toda a parte na região. Em Aix Les Bains, na parede do Casino ou gravadas em placas de aço de sinalização, na marina onde tremulam velas de barcos ancorados; em Tresserve, inscritas em pedras convidativas para casais apaixonados namorarem, em algum parque à beira do lago; na fachada de uma casinha singela e centenária em Chambery.
Uma delas:
“Ô Temps ! suspends ton vol, et vous, heures propices !
Suspendez votre cours:
Laissez-nous savourer les rapides délices
Des plus beaux de nos jours !”…
“Ó Tempo! suspenda teu voo, e vós, Horas Propícias! / Suspendam vosso curso: / Deixem-nos saborear as rápidas delícias / Dos mais belos de nossos dias!” – Suspirou em seu poema o inspirado Alphonse de Lamartine.
Esqueci-me, entretanto, de quando jovem fazer o mesmo pedido ao Tempo ou às Horas Propícias, diante do magnífico Lago de Bourget, onde escolheu viver minha doce e amorosa irmã.
Minha alternativa de vida foram as águas sempre turbulentas do meu país. Correntezas ingratas e contraditórias.
Vivemos momento de águas encrespadas no Brasil. Iemanjá deve estar nervosa, descompensada. Pela primeira vez vejo empresários de alto porte desancarem abertamente governo e governante, fazerem ameaças, descerem de sobre seus convenientes muros.
Banqueiros, presidentes de multinacionais, de entidades classistas tomam posição com todas as letras, em escancarado português.
Jornalistas “vaselina” de notória tradição jogam sobre a conta do governo da presidenta Dilma a responsabilidade por “roubalheiras”. O jogo é pesado.
Em saudável exercício democrático, a direita finalmente aparenta correr riscos em nome de suas convicções. O que me leva a ficar preocupadíssima!…
Se a velha e precavida extrema direita não está mais se equilibrando sobre o muro é porque se julga em solo firme no lado que escolheu pisar. Ocorre que nas únicas e poucas vezes em que ela falou francamente aconteceu de ser às vésperas de algum golpe de Estado. Estava muito bem respaldada, não precisava de muro.
No seu vocabulário, muro. Fio da navalha, no meu.
Os livros de História contam que a direitona foi toda franqueza, coragem e virulência quando planejou destronar Getúlio. Agiu da mesma forma no pré 64, falando grosso e empinando o peito como um Baixo profundo.
Vamos, no próximo dia 5, para um novo embate nas urnas. Cinco décadas se passaram desde o último golpe de estado. As novas gerações não viram, não sabem, ignoram. Em nome da boa saúde mental, muitos da velha geração se esqueceram daqueles anos linha dura. Outros não se lembram porque já morreram. Alguns outros foram mortos. Os que se omitiram, não viram ou não quiseram ver. Os coniventes até gostaram. Os sucessores dos vilões se empenham em lhes retocar as imagens. Os herdeiros das cicatrizes dessas tragédias carregam a missão pesada de alardeá-las, para que não se repitam.
Não, não há clima para novo golpe, todos dizem e repetem. Contudo, uma ditadura não precisa se originar obrigatoriamente de um golpe de Estado de generais – com escaramuças quase anedóticas na tomada do poder, como foram aquelas de 1964 -, e suas consequências nefastas em todos os aspectos: humanos, culturais, morais, econômicos, cívicos.
Hoje, são os grandes interesses financeiros internacionais, e também os nacionais, que desejam se tornar os ditadores do Brasil. De cara, anunciam pretender reverter conquistas históricas de nosso povo, como as leis do trabalho – a CLT; pretender entregar a exploração do Pré-Sal às empresas estrangeiras e, consequentemente, seu lucro, (indo por terra a esperança de educação e saúde para todos os brasileiros); pretender a autonomia do Banco Central, expondo o povo à face mais selvagem do capitalismo.
Não gosto de rótulos. Direita, esquerda, centro. Você não precisa ser, obrigatoriamente, totalmente de direita, de esquerda, de centro.
Capitalismo, socialismo, comunismo, sinceramente, qualquer que seja o sistema econômico, ele poderá ser nocivo ou construtivo, dependendo do peso que tenha, na balança do governante, o Fator B.
Não, não falo do Fator P, Fator Previdenciário, que calcula aposentadorias por tempo, contribuição, idades e também está em pauta nesta campanha.
O Fator B ao qual me refiro é o Fator Bondade. Não haverá sistema econômico, regime de governo, posição ideológica, projeto político, que contemple um governo neste milênio atormentado, que mereça alguma simpatia ou atenção se não priorizar o ser Humano, sua felicidade, seu bem estar, deixando em segundo plano a voracidade do lucro, a malignidade das ambições de poucos privilegiados, que atuem em detrimento de milhões de vidas humanas.
Por esse singelo motivo, não me representa quem não tem programa, nem coerência, nem ideologia e cujo único projeto é ganhar, custe o que custar, ligue-se a quem se ligar, colocando como prioridade na balança a equação perversa que soma o Fator L, de Lucro desmedido em detrimento do bem estar do povo, + o Fator I, de Indiferença com as vidas humanas, + o Fator P, de privilégios para muito poucos.
Também não me representa quem terceiriza às seitas pentecostais razões do progresso científico (células tronco), do casamento entre homossexuais e a questão da mulher, quando o aborto é a quinta causa de morte feminina neste templo da hipocrisia chamado Brasil, onde a mulher rica (somente ela) pode abortar em segurança na sexta e, no domingo, ir orar na igreja de sua devoção.
Todos esses motivos só reafirmam minha confiança na continuidade do programa empreendido por Dilma Rousseff, minha candidata."
Por Hildegard Angel em seu blog
P,S. deste blog: Também por esses motivos Dilma Rousseff é a nossa candidata!
Publicado em 26/09/2014
"Os tons do cenário se alternam em torno do Lago de Bourget, na Savoia francesa. Dias amanhecem cinzentos, com raios prata filtrados pelas nuvens, penetrando as águas límpidas, diz-se que das mais puras da Europa. Outros são dias fulgurantemente azuis, iluminando o biombo de montanhas que cerca o lago, cobertas por pinheiros e plátanos de várias tonalidades de verde, espetáculo indescritível, visão de cortar o fôlego de qualquer olhar. Que privilégio estar aqui, viver aqui, escolher amadurecer por aqui!
Foi na contemplação dessa beleza que o poeta Lamartine escreveu sua obra-prima: Le Lac. Suas estrofes podem ser encontradas por toda a parte na região. Em Aix Les Bains, na parede do Casino ou gravadas em placas de aço de sinalização, na marina onde tremulam velas de barcos ancorados; em Tresserve, inscritas em pedras convidativas para casais apaixonados namorarem, em algum parque à beira do lago; na fachada de uma casinha singela e centenária em Chambery.
Uma delas:
“Ô Temps ! suspends ton vol, et vous, heures propices !
Suspendez votre cours:
Laissez-nous savourer les rapides délices
Des plus beaux de nos jours !”…
“Ó Tempo! suspenda teu voo, e vós, Horas Propícias! / Suspendam vosso curso: / Deixem-nos saborear as rápidas delícias / Dos mais belos de nossos dias!” – Suspirou em seu poema o inspirado Alphonse de Lamartine.
Esqueci-me, entretanto, de quando jovem fazer o mesmo pedido ao Tempo ou às Horas Propícias, diante do magnífico Lago de Bourget, onde escolheu viver minha doce e amorosa irmã.
Minha alternativa de vida foram as águas sempre turbulentas do meu país. Correntezas ingratas e contraditórias.
Vivemos momento de águas encrespadas no Brasil. Iemanjá deve estar nervosa, descompensada. Pela primeira vez vejo empresários de alto porte desancarem abertamente governo e governante, fazerem ameaças, descerem de sobre seus convenientes muros.
Banqueiros, presidentes de multinacionais, de entidades classistas tomam posição com todas as letras, em escancarado português.
Jornalistas “vaselina” de notória tradição jogam sobre a conta do governo da presidenta Dilma a responsabilidade por “roubalheiras”. O jogo é pesado.
Em saudável exercício democrático, a direita finalmente aparenta correr riscos em nome de suas convicções. O que me leva a ficar preocupadíssima!…
Se a velha e precavida extrema direita não está mais se equilibrando sobre o muro é porque se julga em solo firme no lado que escolheu pisar. Ocorre que nas únicas e poucas vezes em que ela falou francamente aconteceu de ser às vésperas de algum golpe de Estado. Estava muito bem respaldada, não precisava de muro.
No seu vocabulário, muro. Fio da navalha, no meu.
Os livros de História contam que a direitona foi toda franqueza, coragem e virulência quando planejou destronar Getúlio. Agiu da mesma forma no pré 64, falando grosso e empinando o peito como um Baixo profundo.
Vamos, no próximo dia 5, para um novo embate nas urnas. Cinco décadas se passaram desde o último golpe de estado. As novas gerações não viram, não sabem, ignoram. Em nome da boa saúde mental, muitos da velha geração se esqueceram daqueles anos linha dura. Outros não se lembram porque já morreram. Alguns outros foram mortos. Os que se omitiram, não viram ou não quiseram ver. Os coniventes até gostaram. Os sucessores dos vilões se empenham em lhes retocar as imagens. Os herdeiros das cicatrizes dessas tragédias carregam a missão pesada de alardeá-las, para que não se repitam.
Não, não há clima para novo golpe, todos dizem e repetem. Contudo, uma ditadura não precisa se originar obrigatoriamente de um golpe de Estado de generais – com escaramuças quase anedóticas na tomada do poder, como foram aquelas de 1964 -, e suas consequências nefastas em todos os aspectos: humanos, culturais, morais, econômicos, cívicos.
Hoje, são os grandes interesses financeiros internacionais, e também os nacionais, que desejam se tornar os ditadores do Brasil. De cara, anunciam pretender reverter conquistas históricas de nosso povo, como as leis do trabalho – a CLT; pretender entregar a exploração do Pré-Sal às empresas estrangeiras e, consequentemente, seu lucro, (indo por terra a esperança de educação e saúde para todos os brasileiros); pretender a autonomia do Banco Central, expondo o povo à face mais selvagem do capitalismo.
Não gosto de rótulos. Direita, esquerda, centro. Você não precisa ser, obrigatoriamente, totalmente de direita, de esquerda, de centro.
Capitalismo, socialismo, comunismo, sinceramente, qualquer que seja o sistema econômico, ele poderá ser nocivo ou construtivo, dependendo do peso que tenha, na balança do governante, o Fator B.
Não, não falo do Fator P, Fator Previdenciário, que calcula aposentadorias por tempo, contribuição, idades e também está em pauta nesta campanha.
O Fator B ao qual me refiro é o Fator Bondade. Não haverá sistema econômico, regime de governo, posição ideológica, projeto político, que contemple um governo neste milênio atormentado, que mereça alguma simpatia ou atenção se não priorizar o ser Humano, sua felicidade, seu bem estar, deixando em segundo plano a voracidade do lucro, a malignidade das ambições de poucos privilegiados, que atuem em detrimento de milhões de vidas humanas.
Por esse singelo motivo, não me representa quem não tem programa, nem coerência, nem ideologia e cujo único projeto é ganhar, custe o que custar, ligue-se a quem se ligar, colocando como prioridade na balança a equação perversa que soma o Fator L, de Lucro desmedido em detrimento do bem estar do povo, + o Fator I, de Indiferença com as vidas humanas, + o Fator P, de privilégios para muito poucos.
Também não me representa quem terceiriza às seitas pentecostais razões do progresso científico (células tronco), do casamento entre homossexuais e a questão da mulher, quando o aborto é a quinta causa de morte feminina neste templo da hipocrisia chamado Brasil, onde a mulher rica (somente ela) pode abortar em segurança na sexta e, no domingo, ir orar na igreja de sua devoção.
Todos esses motivos só reafirmam minha confiança na continuidade do programa empreendido por Dilma Rousseff, minha candidata."
Por Hildegard Angel em seu blog
P,S. deste blog: Também por esses motivos Dilma Rousseff é a nossa candidata!
Mauritis Cornelis Escher
E em nossa série "cinco anos de blog", trecho de um post que fizemos em 2011 sobre o genial Escher.
"(...) Não sei se todos vocês conhecem a obra desse holandês que viveu entre 1898 e 1972. Meu primeiro contato com as obras dele foram ainda nos anos 1970 por conta de umas capas de discos e pelo interesse pelo estilo Surrealista. Não que Escher possa ser categorizado nesse gênero, mas sua obra faz referência ao mesmo.
Mauritis Cornelis Escher foi um gênio que explorava em suas pinturas princípios matemáticos, ilusões de ótica, padrões repetitivos, etc. Havia muito simbolismo também e é um desafio desvendar esses símbolos e metáforas intelectuais e emocionais.
Recentemente aconteceu no Rio uma grande exposição do artista. Acho que atualmente está em São Paulo. Chama-se "O Mundo Mágico de Escher".
Conforme já falei não existem muitas obras de Escher que tenham como referência as estações do ano, além da citada. Mas a passagem do tempo representada por esse inverno-primavera não deixa de ser uma espécie de enigma e as emoções provocadas por momentos assim também são mágicas e de difícil explicação racional. Tudo conforme as obras de Escher. Por isso resolvi colocar aqui, além de "Três Mundos", algumas outras obras do pintor holandês (...)."
27 de setembro de 2014
Eleições: "um tiro de espoleta"
Veja produziu um tiro de espoleta
Jovens, chegou a hora!
por Gilson Caroni Filho, no Viomundo
"Não costumo comentar pesquisas, mas a de ontem, do Datafolha, me obriga a abrir uma exceção. Dilma cresceu nas pesquisas com intenções de voto que migraram de Marina para ela. Os analistas da grande imprensa rapidamente arrumaram uma explicação: “a candidata da Rede perdeu votos nos extratos mais pobres”. É o desejo se confundindo com a análise. É a tentativa de ocultar o mais significativo: parcela da juventude que estava com Marina da Silva entendeu que ela nada mais é que “a velha direita” disfarçada de “nova política”. Mas vocês, jovens que são, sabem o que é velho, mesmo que o disfarce tenha maquiagem da grande mídia.
Tentaram instrumentalizá-los nas suas legítimas manifestações de junho do ano passado. Mas ali, com o apoio inestimável da Mídia Ninja, vocês começaram a entender que queriam transformá-los em massa de manobra para interesses reacionários. Pregavam ódio à política. No primeiro momento, vocês até que se confundiram ao gritar “não à política”. Mas com o tempo, afirmaram, mais uma vez, que só se aprende na ação, se deram conta de que a alternativa que lhes propunham era dizer sim a uma imprensa, que abandonou o jornalismo, para virar panfleto partidário do PSDB.
A opção que lhes ofereciam era deixar tudo com o mercado e ficarem brincando com celulares, aplicativos e joguinhos. E foi aí, mostrando que não se deixariam infantilizar, que se deu o que chamarei de “a grande recusa”: vocês estão começando a vida, mas não são mais crianças. São jovens cidadãos que não estão acorrentados ao cabresto dos fetiches. Conheceram as ruas e entenderam que é nela que se faz a grande política.
Confesso que na minha juventude era muito mais fácil optar por um caminho. As coisas eram claras ou escuras, pois vivíamos sob uma ditadura brutal. Para vocês, foi mais difícil: vivemos uma crise de representação e todos se dizem democratas, velhos corruptos falam de uma indignação que não sentem e escravocratas resolveram posar de vestais da República.
Mostrando discernimento, aprenderam a ler a grande imprensa e passaram a ignorá-la. A edição da revista “Veja” desta semana é um exemplo. Prometeu um “tiro de prata” e produziu uma matéria patética, um tiro de espoleta que evidencia a tarefa dos estudantes jornalismo: recriar a imprensa, pois a que aí está jogou sua credibilidade no ralo.
Por fim, e isso foi maravilhoso, compreenderam que nada é mais novo e revolucionário do que dar continuidade a três governos que reduziram substancialmente as desigualdades com políticas de inclusão. Nada é mais importante do que continuar tirando milhões de pessoas da miséria, dando-lhes condições de frequentar uma escola e, posteriormente, ingressar em uma faculdade. Vocês, mais do que eu, sabem como é rica a convivência, em ambiente acadêmico, de pessoas de classe média alta com jovens oriundos de comunidades carentes. Como o a gente aprende com isso, como vencemos preconceitos. E é isso que faremos juntos: continuaremos vencendo preconceitos e construindo um mundo novo.
Em vários artigos os concitei à reflexão. Hoje é diferente. Venho aqui para externar meu orgulho pelos jovens que não se renderam ao discurso do ressentimento, do ódio de classe reproduzido pela mídia, por algumas escolas, igrejas e alguns professores portadores de discursos pseudomodernos.
Meu orgulho é como pai, avô e professor. Seguiremos unidos até a vitória. Um grande abraço."
Jovens, chegou a hora!
por Gilson Caroni Filho, no Viomundo
"Não costumo comentar pesquisas, mas a de ontem, do Datafolha, me obriga a abrir uma exceção. Dilma cresceu nas pesquisas com intenções de voto que migraram de Marina para ela. Os analistas da grande imprensa rapidamente arrumaram uma explicação: “a candidata da Rede perdeu votos nos extratos mais pobres”. É o desejo se confundindo com a análise. É a tentativa de ocultar o mais significativo: parcela da juventude que estava com Marina da Silva entendeu que ela nada mais é que “a velha direita” disfarçada de “nova política”. Mas vocês, jovens que são, sabem o que é velho, mesmo que o disfarce tenha maquiagem da grande mídia.
Tentaram instrumentalizá-los nas suas legítimas manifestações de junho do ano passado. Mas ali, com o apoio inestimável da Mídia Ninja, vocês começaram a entender que queriam transformá-los em massa de manobra para interesses reacionários. Pregavam ódio à política. No primeiro momento, vocês até que se confundiram ao gritar “não à política”. Mas com o tempo, afirmaram, mais uma vez, que só se aprende na ação, se deram conta de que a alternativa que lhes propunham era dizer sim a uma imprensa, que abandonou o jornalismo, para virar panfleto partidário do PSDB.
A opção que lhes ofereciam era deixar tudo com o mercado e ficarem brincando com celulares, aplicativos e joguinhos. E foi aí, mostrando que não se deixariam infantilizar, que se deu o que chamarei de “a grande recusa”: vocês estão começando a vida, mas não são mais crianças. São jovens cidadãos que não estão acorrentados ao cabresto dos fetiches. Conheceram as ruas e entenderam que é nela que se faz a grande política.
Confesso que na minha juventude era muito mais fácil optar por um caminho. As coisas eram claras ou escuras, pois vivíamos sob uma ditadura brutal. Para vocês, foi mais difícil: vivemos uma crise de representação e todos se dizem democratas, velhos corruptos falam de uma indignação que não sentem e escravocratas resolveram posar de vestais da República.
Mostrando discernimento, aprenderam a ler a grande imprensa e passaram a ignorá-la. A edição da revista “Veja” desta semana é um exemplo. Prometeu um “tiro de prata” e produziu uma matéria patética, um tiro de espoleta que evidencia a tarefa dos estudantes jornalismo: recriar a imprensa, pois a que aí está jogou sua credibilidade no ralo.
Por fim, e isso foi maravilhoso, compreenderam que nada é mais novo e revolucionário do que dar continuidade a três governos que reduziram substancialmente as desigualdades com políticas de inclusão. Nada é mais importante do que continuar tirando milhões de pessoas da miséria, dando-lhes condições de frequentar uma escola e, posteriormente, ingressar em uma faculdade. Vocês, mais do que eu, sabem como é rica a convivência, em ambiente acadêmico, de pessoas de classe média alta com jovens oriundos de comunidades carentes. Como o a gente aprende com isso, como vencemos preconceitos. E é isso que faremos juntos: continuaremos vencendo preconceitos e construindo um mundo novo.
Em vários artigos os concitei à reflexão. Hoje é diferente. Venho aqui para externar meu orgulho pelos jovens que não se renderam ao discurso do ressentimento, do ódio de classe reproduzido pela mídia, por algumas escolas, igrejas e alguns professores portadores de discursos pseudomodernos.
Meu orgulho é como pai, avô e professor. Seguiremos unidos até a vitória. Um grande abraço."
Vesperal de sábado: curta-metragens para uma calma tarde de fim de semana
Falta tempo para ver todos os filmes que gostaríamos mas, navegando por servidores de videos, descobrimos pequenas pérolas de curtíssima duração, podendo ser ficção, animação e sobre lugares.
Selecionei quatro para esta tarde de sábado. Rapidinho.
Uma senhora bem-nascida e um jovem cavaleiro estão brincando na floresta quando se deparam com Excalibur, que os leva a um jogo juvenil de sedução.
Um passeio pelas belas terras, montanhas, lagos e mares escoceses.
A palavra 'Pontus' (título do filme) significa mar profundo. Filho da mãe natureza.
Filmado na região do Mar Negro, entre a Europa Cental e a Ásia.
Uma pequena história sobre um encontro em um mundo abstrato, estilizado como as pinturas de Giorgio De Chrico (que gostava de pintar cidades, predios e áreas livres vazios...).
Um homem vai encontrar uma mulher em abstrato vôo pela cidade. Será que os amantes se conheceram?
Um momento de descuido é o suficiente para fazê-lo perder os sentidos. E a sua chance.
Mudanças no universo do trabalho
No início de nossa participação aqui no blog do Luiz Felipe Muniz, trazíamos muitas palestras que julgávamos de interesse geral.
Com o passar do tempo e a diminuição do mesmo de forma "livre", diminuímos e praticamente eliminamos este tópico.
Sem entrar em maiores detalhes desta situação, resolvemos relembrar aquela época postando breve entrevista do Silvio Meira, falando sobre as mudanças no universo do trabalho.Cientista Chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) fala sobre "Os 6 Cs do futuro do trabalho". Segundo Meira, há mudanças intensas no mundo do trabalho que ainda não foram compreendidas pelas empresas e pela sociedade, que seguem adotando modelos de trabalho há muito superados.
Porque o PSDB deixou o Planalto em 2002 e nunca mais conseguiu voltar
Acordando a memória perdida sobre FHC
Livro essencial para a campanha presidencial, "Brasil Privatizado" ajuda a entender por que PSDB deixou o Planalto em 2002 e nunca mais conseguiu voltar
Por Paulo Moreira Leite
"A leitura de “Brasil Privatizado — Um balanço do desmonte do Estado” ajuda a reconstruir uma memória essencial para o debate da campanha de 2014.
Numa conjuntura em que a candidatura de Aécio Neves começa a dar sinal de vida, e Marina Silva mantem-se de pé graças a transfusão permanente de apoio de lideranças do PSDB, é sempre útil lembrar como se encontrava o Brasil no final de dois governos de Fernando Henrique Cardoso e entender por que o último presidente tucano deixou Brasília com 13% de popularidade negativa.
Em 254 páginas, Aloysio Biondi (1936-2000), mestre maior do jornalismo econômico brasileiro, deixou um trabalho único para se desfazer mitos criados naquela época. Enquanto os principais jornais e revistas atravessaram os oito anos de FHC multiplicando elogios de natureza ideológica — e também interesseira — à gigantesca transferência de empresas estatais para o setor privado, Aloysio Biondi enfrentava, há uma decada e meia, o debate que interessava a maioria dos brasileiros.
Da mesma forma que foi um dos críticos mais competentes do milagre do regime militar, brigando com a esquerda que não queria enxergar o crescimento, e com direita que não admitia contradições que iriam gerar a década perdida de 1980, Alyisio Biondi foi atrás dos fatos em vez de privilegiar opiniões e convicções. O livro mostra números e medidas de natureza política que permitiram a transferência de uma parcela imensa da riqueza construída por várias gerações de braileiros para bolsos privados, em grande parte estrangeiros — a preços amigos e saldo em suaves prestações,além de muitas acrobacias contábeis que permitiram transformar perdas reais em ganhos fictícios.
Debatendo, em oito páginas de números e tabelas, aquilo que o governo dizia ter arrecadado com as privatizações — R$ 85,2 bilhões — e aquilo que era possível contabilizar como favorecimento aos novos proprietários na forma de investimentos prévios, dívidas perdoadas, juros não cobrados, e outros benefícios, Biondi mostra o seguinte: no final, se chegou a uma conta negativa — R$ 87,6 bilhões. Na prática, sustenta, o país perdeu R$ 2,4 bi. Você pode até achar que o investimento valeu a pena, que não havia outro jeito, que somos mesmo um país de vira-latas e botocudos. Também pode explicar que, mais uma vez, o que se queria era fazer o bolo crescer — com a farinha do povo e o fermento do contribuinte — para depois ser dividido, e que isso não aconteceu porque, sabe como é….Mas o dado está lá.
Na dúvida, o mestre escreve um artigo chamado “Como falsificar balanços.” Ajuda.
O livro permite acompanhar um processo de desnacionalização que não tornou o Brasil nem mais rico nem mais próspero, ainda que tenham ocorrido, mudanças, como a telefonia celular, que estavam na agenda do capitalismo global e dificilmente deixariam de chegar a um mercado como o brasileiro, de uma forma ou de outra. Biondi faz o favor de combinar a economia e a política. Fala de um país que tornou-se mais dependente e submisso, num processo que foi muito além dos negócios para envolver os poderes da nação definir seu destino com soberania. “Queremos o Brasil de volta”, proclamava Biondi, como lembra Janio de Freitas, autor do préfácio.
Para quem gosta de criticar Lula/Dilma pelos empréstimos do BNDES para empresas barsileiras investirem no Porto de Mariel, em Cuba, há uma surpresa desagradável. Ao mesmo tempo em que mantinha a proibição das estatais receberem empréstimos do BNDES, medida que tinha o efeito óbvio de contribuir para sua asfixia e sucateamento, em 1997 Fernando Henrique Cardoso, assinou decreto — que Biondi trata ironicamente como “revolucionário” — autorizando o BNDES a conceder empréstimos a grupos estrangeiros. Dias depois, recorda, um grupo norte-americano usou dinheiro do BNDES para tornar sócio da CEMIG, a estatal mineira de energia.
Em outra medida de última hora que mostrou-se de inteiro agrado aos novos proprietários, e logo se revelaria uma péssima ideia para consumidores, o governo decidiu mudar o modelo das empresas de energia. A novidade principal é que o Estado deixou de participar ativamente da gestão das empresas privatizadas, ampliando a liberdade dos novos proprietários para definir prioridades e políticas de crescimento conforme suas metas de lucro. Abandonando qualquer função interna — salvaguarda que fora prometida ao Congresso Nacional — o Estado ficou na função de fiscalização, assegurando “autonomia total para as multinacionais agirem de acordo com seus interesses,” diz Biondi, que registra a medida como um “passa-moleque” dos novos proprietários nas autoridades brasileiras. ” Curiosidade. Você pode nem acreditar mas os textos do livro se encerram dois anos antes do Brasil enfrentar o apagão e os rigores do racionamento.
“A sociedade brasileira ainda näo acordou para uma “brutal realidade”, escreve Biondi, refletindo o pessimismo da época: “o Brasil já se tornou um país inviável.”
Antecipando o ambiente de velório que marcou os anos finais de Fernando Henrique, ele afirma: “o Brasil já está com o futuro comprometido. Já foi colocado num beco sem saída pela política de terra arrasada a que se deu o nome de plano Real.”
Um ponto relevante do livro é mostrar que o governo FHC estava longe de receber apoio unânime à política de privatizações, ainda que ela fosse apresentada como único caminho possível para o desenvolvimento e a atualização tecnológica.
Enquanto os aliados de FHC tratavam protestos de vários setores da sociedade como puro folclore de “dinossauros do Muro de Berlim”, Biondi reproduz longos trechos de um artigo do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira que ajuda a dar realismo a discussão. Ele próprio fundador do PSDB, interlocutor dos principais debates econômicos de sua geração, em janeiro de 2000 Bresser faz afirmações que ajudam a entender por que, em 2014, ele declarou que irá votar em Dilma Rousseff. Três frases de Bresser, há 14 anos:
“Não percebemos que o liberalismo econômico é muito bonito em teoria mas que na prática nenhum país desenvolvido o pratica integralmente.”
Ou ainda: “O princípio seguido pelos países ricos é simples: faça como eu digo, não como eu faço. E o princípio adotado por nossas elites é igualmente simples: ‘Faça como eles dizem que eu eu devo fazer, não como eles fazem.”
E mais: “Nós permitimos a desnacionalização de grandes empresas brasileiras e de grandes bancos. Decididamente, enlouquecemos.”
Falando de um governo que ainda se encontrava no início do segundo mandato, Biondi acusou FHC de destruir a alma nacional, o sonho coletivo.” Foi um dos primeiros a registrar que, do ponto de vista social, a privatização a brasileira mostrou-se mais iníqua que o processo conduzido por Margaret Tatcher na Inglaterra — onde trabalhadores e parcelas menos endinheiradas da população puderam ficar com uma parcela considerável do bolo, enquanto no Brasil os subsídios foram utilizados para permitir o controle de grandes grupos economicos sobre as empresas privatizadas, com poucas concessões para a plebe, em casos bem específicos. Mais conservadores do que Tatcher? Pois é.
Num artigo escrito em junho de 2000, poucos meses antes de sua morte, Aloysio Biondi fala do ambiente político do país. Denuncia matérias pautadas pelo governo para desmoralizar a oposição. Adverte: “quem quiser saber realmente o que está acontecendo com a economia do país deve ler sempre as últimas quatro linhas das notícias. É ali que os jornalistas escondem o que é importante.”
Mas o mestre se permite algum otimismo. “Pode-se sentir que há mudanças no ar,”escreve, antes de acrescentar: “O longo período de passividade — de longe, muito mais tenebroso do que os anos da ditadura militar — parece aproximar-se do fim. ”
A primeira edição de Brasil Privatizado foi lançada pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores, e atingiu uma venda espetacular, de 126 000 exemplares. Aloysio Biondi era um jornalista sem partido político, mas este fato ilustra as dificuldades para se travar um verdadeiro debate de ideias no Brasil daquele tempo. Em 2014, o livro é publicado pela Geração Editorial, que também publicou me livro A Outra História do Mensalão.”
Depois de assumir funções executivas nos principais jornais do país, Aloysio Biondi tinha uma coluna no Diário Popular, escreveu textos na Bundas, de Ziraldo.
Na Caros Amigos ele publicou o texto em que dizia que “o longo periodo de passividade parece encontrar-se no fim.” "
Fonte: Brasil 247
26 de setembro de 2014
Apesar do insano esforço em contrário da mídia, Dilma continua subindo
Datafolha: Dilma sobe 3 pontos e chega a 40%. Marina tem 27% e Aécio, 18%
"Presidenta amplia diferença em relação a Marina em seis pontos no levantamento do instituto. No segundo turno, petista supera pessebista por 47% a 43%
Levantamento do instituto Datafolha divulgado na noite desta sexta-feira (26) mostra que a presidenta Dilma Rousseff (PT) ampliou a diferença para a segunda colocada, Marina Silva (PSB), em seis pontos, em relação à pesquisa anterior. A petista passou de 37% para 40%, enquanto a pessebista perdeu três pontos, passando de 30% para 27%. Aécio Neves (PSDB) oscilou positivamente um ponto, dentro da margem de erro, e chegou a 18%. Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (Psol) e Eduardo Jorge (PV) tem 1% cada um. Os outros candidatos têm, somados, 1%, indecisos somam 6% e brancos e nulos, 5%.
Na simulação para o segundo turno, Dilma tem 47% e Marina, 43%. Na sondagem anterior, a ex-senadora aparecia na frente, em situação de empate técnico, e vencia a petista por 46% a 44%. Em uma hipótese de segundo turno com Aécio, a presidenta vence por 50% a 39%
O Datafolha realizou 11.474 entrevistas em 402 municípios nos dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%."
P.S. do Blog: em conta-gotas o Datatrolha e o Globope vão tendo que reconhecer o que já vem sendo mostrado nos trakings diários há semanas: Marina cai, Dilma sobe e Aécio estaciona na lanterna. Aliás esse não ganha nem em Minas. E Marina nem no Acre.
"Presidenta amplia diferença em relação a Marina em seis pontos no levantamento do instituto. No segundo turno, petista supera pessebista por 47% a 43%
Levantamento do instituto Datafolha divulgado na noite desta sexta-feira (26) mostra que a presidenta Dilma Rousseff (PT) ampliou a diferença para a segunda colocada, Marina Silva (PSB), em seis pontos, em relação à pesquisa anterior. A petista passou de 37% para 40%, enquanto a pessebista perdeu três pontos, passando de 30% para 27%. Aécio Neves (PSDB) oscilou positivamente um ponto, dentro da margem de erro, e chegou a 18%. Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (Psol) e Eduardo Jorge (PV) tem 1% cada um. Os outros candidatos têm, somados, 1%, indecisos somam 6% e brancos e nulos, 5%.
Na simulação para o segundo turno, Dilma tem 47% e Marina, 43%. Na sondagem anterior, a ex-senadora aparecia na frente, em situação de empate técnico, e vencia a petista por 46% a 44%. Em uma hipótese de segundo turno com Aécio, a presidenta vence por 50% a 39%
O Datafolha realizou 11.474 entrevistas em 402 municípios nos dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%."
P.S. do Blog: em conta-gotas o Datatrolha e o Globope vão tendo que reconhecer o que já vem sendo mostrado nos trakings diários há semanas: Marina cai, Dilma sobe e Aécio estaciona na lanterna. Aliás esse não ganha nem em Minas. E Marina nem no Acre.
Sons da Alemanha
Para os curiosos e interessados no tema, talvez uma das coisas mais difícéis de serem explicadas e catalogadas no campo da música popular, seja o rock alemão dos anos 1970 (com algumas vertentes apelidades de Krautrock, mas esta é uma longa história que conto outro dia).
Muitos livros já foram escritos (claro que nenhum editado no Brasil), provavelmente nenhum conclusivo.
Tudo foi feito ali naquele período, mas nada como estilo estanque: folk, eletrônica (simplesmente inventavam instrumentos), música concreta, colagens, sons pesados, música erudita, experimentalismos diversos, ambientalismos, etc.
Eventualmente tudo junto, tudo misturado. Eventualmente como uma linha única, impenetrável.
Assunto quase infinito.
Talvez haja apenas um consenso: ainda marcados psicologicamente pelo trauma das duas grandes guerras, os criativos músicos alemães daquela época não queriam saber do passado. Se voltavam para o futuro, para a vanguarda. Mesmo quando disfarçados de música pop, como nesta pequena pérola do Kraftwerk, mais robóticos, como andróides industriais do que os conterrâneos e também eletrônicos do Tangerine Dream, esses voltados mais para viagens mentais, espaciais, como estranhas e belas paisagens de mundos desconhecidos.
Ao vivo, direto de Brasília: entrevista de Dilma Rousseff aos blogueiros
Cliquem na seta para ver a transmissão ao vivo.
A entrevista deve acontecer entre 15:30h e 17:30h.
Musa da Semana: Niege Menegat
O nome dela é este mesmo: Niege Menegat.
Quem? Pode colocar a letra 'a' no final do sobrenome.
Ou Menecat.
De onde? Pela cor dos cabelos... lá dos Pampas. Mais precisamente, Passo Fundo.
Profissão? Formada em Administração, trabalhou no mercado financeiro.
A Bolsa de Valores não sabe o que está perdendo se ela seguir mesmo a profissão de modelo.
Como podem verificar, a revista Sexy não dormiu no ponto ao selecioná-la para estampar a capa de edição deste mês.
A maioria das fotos aqui postadas foram registradas no Balneário Camboriú, onde ela mora atualmente.
Junto da natureza, da praia, nesta primavera já com cara de verão.
Curioso que, mudando a ordem de uma das letras do seu nome (para Neige), teremos como tradução a palavra "neve", em francês.
Vale uma visita, não acham? Me refiro ao balneário.
Assinar:
Postagens (Atom)