28 de novembro de 2012

2014, 2016, 2018: já iniciou-se a tentativa de desqualificação

Ontem postei charge e nota sobre as eleições de 2014. 
Para entender melhor é necessário clicar no link indicado onde o "Conversa Afiada" (Paulo Henrique Amorim) mostra texto em que o alvo foi a Dilma em virtude dos últimos acontecimentos. Isso depois de Dirceu, Genoino e Lula.
Fiquei me perguntando porque tantos ataques neste momento. 

Primeiro atribuo à estratégia fracassada de influir decisivamente nas eleições deste ano. Sendo a maior derrota (deles) em São Paulo, onde aconteceu uma vitória pessoal do Lula. E isso não foi pouca coisa. Abalou as estruturas. Eles não levavam fé que fosse acontecer.
Mas analisando mais a fundo criei o seguinte cenário de terror (para aqueles que vocês sabem quem são, parodiando a referência ao vilão Valdemort de Harry Potter).
Imaginem que, em 2014, a Dilma se candidate a reeleição. E ganha. Lula se candidata a Governador de São Paulo. E ganha.
Em 2016 Haddad se candidata a reeleição. E ganha.
Em 2018 Lula, ao invés de se candidatar para reeleição em São Paulo, opta por ser candidato à Presidente. E ganha. O candidato que ele indicou para o Governador de São Paulo ganha também.
Em um cenário desse, oposição raivosa e PIG ensadecido vão cometer suicídio em massa. Daí que começou a batalha (por parte deles) para que isso não venha a ocorrer.
E a estratégia está clara: "desconstruir" Lula, Dilma e o PT para o "povão". É uma corrida contra o tempo.
Mas o "povão" não é mais bobo não.
Venceremos, independente de ser este cenário ou não.

Mas fiquemos atentos.

3 comentários:

Anônimo disse...

CARTA MAIOR:

Folha de S Paulo: jornalismo à la domínio dos fatos

A Suprema Corte do país acaba de se avocar mais uma prerrogativa: a de violar a lógica da história democrática brasileira.
Roberto Jefferson, que dispensa apresentações, pivô das denúncias que levaram à montagem daquilo recebeu o nome de fantasia de 'mensalão', foi objetivamente liberado pelas togas do STF nesta 4ª feira.
A pena que lhe foi atribuída, sete anos e 14 dias, tem a precisão do relojoeiro esperto; coisa feita para encher os olhos mas aliviar o ônus. Permitir-lhe-á ficar longe de qualquer instituição prisional para exercer livremente aquilo que sempre fez e sabe fazer.
A mesma condescendência já havia sido dispensada antes ao deputado do PR, Waldemar da Costa Neto, outro cuja folha de bons serviços à nação brasileira é conhecida, embora menos festejada.
A contrapelo desse indulto sugestivo, mas em tom de júbilo incontido,o Globo da 3ª feira espocou em manchete faiscante: "Tremembé, cidade do interior paulista, à espera de mensaleiros'.
Quais?
O texto é claro no alvo da mira: ' (...) Cidade pequena encravada na região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, Tremembé já vive as expectativas de ser o provável destino dos mensaleiros, como está sendo chamada a turma liderada pelo ex-ministro José Dirceu (...) Enquanto José Dirceu e seus companheiros não chegam, Tremembé segue sua rotina", garante-se o jornal, como se iniciasse a cobrança regressiva do grande dia.
Devemos à Suprema Corte sob a batuta do agora presidente Joaquim Barbosa esse conjunto de uma harmonia desconcertante: Jefferson e Waldemar, livres; e José Dirceu, condenado sem provas, cuja vida foi posta na ponta da baioneta da ditadura militar por lutar pela democracia, vai para Tremembé - pelo menos assim o Globo prefixou. Em se tratando do Judiciário que aprendemos a conhecer em sua fina sensibilidade aos holofotes, significa um passo e tanto.
A reportagem do Globo pode ser encarada como um recado às togas: estamos aqui, ministros. Equipes e câmeras de prontidão no aquecimento para o grande dia. Um símbolo do PT será emoldurado pelas grades, em cena e horário naturalmente desfrutáveis pelo Jornal Nacional, como o foram todos os capítulos da Ação 470.
O empenho do dispositivo midiático é manter acesa a chama.
Cercá-la de cuidados para que contradições flagrantes, como a que foi reiterada hoje, na absolvição daquilo que avulta como o paradigma de um escroque, não empalideçam a demonização arduamente construída ao longo da novela.
Para tanto, o símbolo representado por José Dirceu deve ser regularmente aspergido de lama até que o desfecho se materialize na escalada do JN e no jogral das manchetes do dia seguinte.
É disso que cuida a cobertura jornalística nos dias que correm. Trata-se de convencer a opinião pública de que repousa nas entranhas da Operação Porto Seguro a 'chave do porão'.Aquela capaz de escancarar o quarto escuro dentro do qual Lula, Dirceu e todos os corruptos do país, que naturalmente serão sempre do PT, debatem novos e velhos golpes.
Na busca sôfrega das pistas para confirmar as manchetes a lógica muitas vezes atrapalha. Demita-se a lógica.

Anônimo disse...

Os supremos juízes da Suprema Corte não revogaram a história da luta democrática brasileira? Não redesenharam um país em que Roberto Jefferson merece condescendência e José Dirceu é bandido?
As togas da suprema instância não demitiram os fatos? Por que o jornalismo há de se ater a eles? O país e a mídia vivem agora sob o império das ilações.Eis aí uma contribuição inesperada, porém marcante da Corte ao aperfeiçoamento das instituições democráticas e do currículo das escolas de jornalismo.
Na verdade, virtuoses no ramo já praticam com impressionante desembaraço o cânone da notícia inspirado na assertiva das togas que se dispensaram do elemento essencial de uma sentença: provas.
Na edição impressa da quarta- feira, 28-22, o jornal Folha de S. Paulo deu aula-magna de como aplicar a jurisprudência à estrutura de um texto, para dissimular um editorial em notícia.
O procedimento não é novo, mas o jornalismo à la 'dompinio dos fatos' desfruta agora do exemplo inapelável que vem de cima. As togas fizeram escola.
Acompanhe como funciona o verdadeiro manual de redação nesta tentativa de afirmar, sem dispor de provas, os vínculos entre o ex-ministro José Dirceu e a 'Operação Porto Seguro'. Siga:
No título, antecipa-se a criminalização, assim: "Procuradora e denunciante citam Dirceu".
No destaque, abaixo do título, reforça-se a indução reiterativa:
"O nome do ex-ministro José Dirceu foi duplamente envolvido no caso apurado pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal".
No corpo da matéria, as 'provas' que sustentam a manchete:
1) "A procuradora federal Suzana Fairbanks afirma que Dirceu era procurado para resolver questões como se ainda fosse ministro: "[Era] Uma pessoa que tinha poder de decisão lá dentro [do governo]";
2) Em seguida, o texto incorpora a entrevista ao "Jornal Nacional" do delator do esquema, o ex-auditor do TCU, Cyonil da Cunha Borge (veja aqui, outro primor do gênero 'jornalismo à la Supremo')
Trecho incorporado pela pela matéria da Folha: " Cyonil disse que Paulo Rodrigues Vieira, tido como um dos cabeças do esquema, o convidou para participar de um aniversário de Dirceu e citou o nome do petista ao oferecer a propina".
Por fim, escondidos no artigo, sem peso nem influencia na manchete, os fatos:
1) (...) "Fairbanks afirma que não há troca direta de mensagens entre a ex-assessora (Rosemary Noronha) e Dirceu";
2) Também não há o nome de Lula: "Conversa dela com o Lula não existe", diz. "Nem áudio, nem emails."
3) Sobre o delator, a promotora afirmou (...) "É um corrupto que sofreu um golpe. Levou um calote. Não recebeu o pagamento todo, como tinham combinado, e resolveu entregar o esquema todo' .
No arremate, seis linhas para o famoso 'o outro lado', em nome do qual avoca-se o direito de fazer qualquer coisa.

Anônimo disse...


Quinta-Feira, 29 de Novembro de 2012

Mídia & toga: a confraria do domínio do fato

BLOG DAS FRASES
Saul Leblon

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