República Renascer da terceira idade - Santos |
Chamamos atenção para o cada vez maior envelhecimento da população.
O que é ótimo graças à melhor qualidade de vida, medicamentos e tratamentos avançados, etc.
A questão é que na maioria das vezes alguém mais jovem vai ter que em algum momento dar apoio a esses idosos.
O problema é que as famílias brasileiras estão cada vez menores e todos envolvidos no mercado de trabalho e com os problemas de suas próprias (novas) famílias.
Tempos atrás as famílias eram grandes e sempre tinha um ou outro em condições de assumir a tarefa ou se dividia entre os membros e agregados.
Preferencialmente, nada de asilos.
Agora a tendência é contratar cuidadores, mas nem sempre isso é possível.
Em países ricos há opções de condomínios especiais com toda a infra-estrutura para quem pode pagar.
Mas e no Brasil? Como chegaremos lá? Torna-se cada vez mais uma questão de estado, de saúde pública, um tema social urgente.
Um início de luz no fim do túnel pode ser visto em Santos, onde a Prefeitura criou "Repúblicas de Idosos" que funcionam de forma interessante.
Cito abaixo algumas informações e depoimentos que recolhi da reportagem que pode ser conferida na íntegra aqui. (G1 Santos e Região).
Em Santos, idosos aliviam solidão e mantêm vida ativa em repúblicas
Moradores convivem em sistema semelhante às casas de estudantes.
Ideia de moradia coletiva tornou-se referência para outras cidades.
"Gosto de viver aqui porque a gente é livre para fazer o que quiser, não tem ninguém para controlar a hora, que horas você sai. Vivemos como em família". A declaração de Maria Alicia Costa, de 85 anos, resume como é viver em uma das repúblicas de idosos em Santos, no litoral de São Paulo.
A idosa mora na república Renascer há 12 anos. Sua chegada à casa, assim como a maioria dos moradores, foi por falta de opção. “Trabalhei durante muito tempo tomando conta de uma senhora. Quando ela morreu não tive mais onde ficar”, conta a aposentada que nunca se casou. Maria Alicia tem um irmão que vive em Santa Catarina, com quem mantém contato.
A primeira república de idosos surgiu em 1995 em Santos. As três unidades da cidade abrigam 29 idosos, com idades entre 60 e 87 anos, e funciona como a de estudantes. Cada morador paga uma mensalidade de R$ 76,72 e dividem as contas de água e luz, o que gera despesa mensal de aproximadamente R$ 100.
Alguns são aposentados, outros ainda trabalham fora. O que recebem de renda é usado para suas próprias contas como, lazer, remédios, alimentação e outras despesas.
Maria Arlete Silva têm 71 anos e vive há 10 anos na república. Com duas irmãs na cidade, ela diz que conheceu o local por intermédio de uma amiga que vive no lar. “Tentei morar com minhas irmãs, mas não deu certo”, conta a aposentada.
Já Odete Leite, 74 anos, que vive há quatro anos na república Renascer, diz que a chegada não foi por acaso. “Quando meu marido ainda era vivo, li uma matéria falando sobre a república de idosos. Achei interessante, cortei e guardei, pensando que um dia poderia precisar”, diz ela, que buscou o recorte quando foi necessário. “Falei com a Celiana, eles foram na minha casa, viram que eu precisava e eu vim pra cá”.
Para morar no local, o idoso precisa morar em Santos, ter no mínimo 60 anos, ter independência física e psicológica e receber de 1 a 2 salários mínimos. A pessoa não deve ter família, ou não manter um bom relacionamento.
Divisão de tarefas
Os moradores das repúblicas cuidam da limpeza e organização de tarefas, que são feitas por todos. Cada um tem suas responsabilidades, que são revezadas para que todos façam um pouco de tudo. Tudo é decidido em grupo. As casas possuem regulamentos e estatutos decididos pelos idosos, e que muda de acordo com as necessidades da maioria.
Cada morador cuida de sua própria refeição. Uns preparam em casa, outros comem em restaurantes ou nas unidades do Bom Prato, onde almoçam por R$ 1. “Às vezes, eles saem daqui para almoçar em São Vicente, só para andar”, explica a chefe de departamento da Prefeitura de Santos.
Fora as reuniões periódicas com assistentes sociais e com a coordenação das repúblicas, a casa dos idosos é exclusiva deles. A prefeitura organiza cursos fora das repúblicas, para não atrapalha a rotina dos idosos que não queiram participar, além de passeios. “Mantemos assim, para que eles se sintam a vontade. Aqui só vem quem eles querem e quando querem”, acrescenta Celiana.
Em 2011 uma equipe do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome esteve na cidade para preparar um manual com orientações técnicas para que outras cidades desenvolvam ações semelhantes."
2 comentários:
Muito boa iniciativa para resolução, ainda que parcial, de um problema que muitos vivenciam ou vão vivenciar um dia.
Mas continua o problema em relação a idosos que são dependentes. Bom programa mas que precisa ser ampliado para esse público.
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