A primeira obra a tratar com seriedade a música brega (ou cafona) dos anos 70 foi "Eu não sou cachorro, não" (título de uma música do Valdick Soriano) do pesquisador Paulo César Araújo.
Há tempos já falamos desse livro aqui.
Nele Araújo vê a questão cultural, a visão das elites e o papel político no período da ditadura dos cantores execrados pelos críticos musicais e pela "inteligência" nacional.
Não estou com tempo de desenvolver esse interessante tema aqui agora, mas precisava citar isso apenas para indicar um caminho de pesquisa para quem se interessar.
Na verdade eu não poderia iniciar essa série sem afirmar que as coisas não são tão simples assim.
Como nunca dei muita importância para os críticos musicais no que se refere às minhas escolhas e como gosto demais de música, o resultado é esse: eu gosto disso! Mas não conta prá ninguém, pois se não vão começar a dizer que eu sou um imbecil. E eu juro que não sou. Acho.
Fernando Mendes foi um dos primeiros a abordar temas espinhosos para a crítica.
Que tal em plena década de 70 fazer uma canção dizendo que está apaixonado por garota que tem uma deficiência física? Isso é atraso? Não seria vanguarda?
Mas a música que eu mais gosto dele não é muito conhecida, é "A Desconhecida" (desculpem o trocadilho brega). E foi essa que eu selecionei.
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