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"O empreendimento, que elevará a capacidade nacional de refino em 230 mil barris de petróleo por dia (bpd), já deu início à operação de diversos de seus sistemas e unidades, obedecendo ao sequenciamento planejado de partida da planta. Conheça a refinaria e veja o que já está em operação"
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Novo cenário de custos leva gigantes do petróleo a encolher operações (1)
Data: 07/11/2014
Fonte: Wall Street Journal e AEPET
Autor: Daniel Gilbert , de Houston e Justin Scheck
A exploração de areias betuminosas no Canadá é um dos projetos caros da Shell.
Com a queda dos preços do petróleo, as grandes petrolíferas enfrentam um desafio que no passado seria uma heresia: a necessidade de encolher.
Mesmo antes de os preços da commodity nos Estados Unidos começarem a recuar para perto de US$ 80 por barril, em meados do ano, as três maiores companhias de petróleo do mundo ocidental já registravam margens de lucro menores que dez anos atrás, quando vendiam petróleo e gás natural pela metade do preço atual, segundo análise do The Wall Street Journal.
Apesar de terem lucrado juntas US$ 18,9 bilhões no terceiro trimestre, Exxon MobilCorp. , Royal Dutch Shell PLC e Chevron Corp. estão agora engavetando planos de expansão e vendendo operações com margens mais baixas.
A razão para a mudança está no custo crescente de extrair petróleo e gás. Exxon, Chevron e Shell, assim como a BP PLC, têm lucros menores hoje do que tinham há dez anos. Combinadas, as quatro petrolíferas registraram, na média, uma margem de lucro de 26% sobre suas vendas de óleo e gás nos últimos 12 meses, comparado com 35% há dez anos, de acordo com a análise.
A anglo-holandesa Shell informou, na semana passada, que sua produção de petróleo e gás caiu ante dez anos atrás e alertou para novas quedas nos próximos dois anos. A produção da americana Exxon recuou para seu menor nível em cinco anos, depois que ela se desvencilhou de campos menos lucrativos no Oriente Médio. A Chevron, que também é sediada nos EUA e cuja produção ficou estável em 2013, está adiando grandes investimentos devido a preocupações com custos.
Já a britânica BP PLC fez um corte mais agressivo, tendo vendido US$ 40 bilhões em ativos desde 2010, principalmente para pagar despesas jurídicas e de limpeza ligadas ao vazamento de petróleo no Golfo do México.
É verdade que a meta de longo prazo das empresas é produzir mais. Na semana passada, Exxon e Chevron reafirmaram planos para elevar a produção até 2017.
“Se voltarmos dez anos no tempo, a ideia de cortar gastos porque o petróleo estava em US$ 80 [o barril] deixaria todo mundo espantado”, diz Dan Pickering, um dos presidentes do banco de investimento Tudor, Pickering, Holt & Co. “A lucratividade inerente ao setor diminuiu.”
Não são só as grandes que estão se retraindo. No mundo todo, petrolíferas cancelaram ou adiaram mais de US$ 200 bilhões em projetos desde o início de 2013, segundo estimativa da firma de pesquisa Sanford C. Bernstein.
No passado, a prioridade das grandes petrolíferas era descobrir e explorar novas reservas de petróleo e gás o mais rápido possível, tanto para substituir reservas esgotadas como para mostrar a investidores que as empresas ainda podiam crescer.
Mas o tamanho das empresas significava que apenas projetos imensos, complexos e caros poderiam ter algum impacto sobre suas reservas e receitas.
Como resultado, Exxon, Shell e Chevron exploraram desde grandes formações de areias betuminosas no Canadá até as estepes frias da Ásia Central, perfurando poços a grandes profundidades no Golfo do México e construindo fábricas para liquefazer gás natural numa ilha remota da Austrália. As três investiram juntas cerca de US$ 500 bilhões entre 2009 e 2013, gastando três vezes mais por barril que concorrentes menores que se concentram em formações de xisto nos EUA.
Novo cenário de custos leva gigantes do petróleo a encolher operações (2)
Alguns dos maiores projetos ainda não começaram a produzir. Enquanto os investimentos das seis maiores petrolíferas na exploração de petróleo e gás subiram 80% entre 2007 e 2013, segundo a JBC Energy Markets, a produção conjunta de petróleo e gás recuou 6,5% no período.
Vários grandes projetos, porém, devem entrar em operação dentro de um ano, o que pode melhorar o fluxo de caixa e os lucros, dizem analistas.
Durante décadas, o setor de petróleo dependeu do que o diretor financeiro da Shell, Simon Henry, chama de “passado colonial” para ter acesso a reservas volumosas de baixo custo em lugares como o Oriente Médio. Isso começou a mudar na década de 70, diz ele, quando os governos começaram a endurecer as negociações com as empresas.
Ainda assim, as petrolíferas continuaram tentando produzir mais petróleo. No fim dos anos 90, “seria inaceitável dizer que a produção iria cair”, diz Henry. Na época, as empresas estavam tentando agradar os investidores com promessas de elevar a produção e cortar investimentos. “Prometemos tudo”, diz Henry. Agora, diz, “estamos colhendo o que plantamos”.
A Shell tem “cerca de um terço da carteira desses ativos gerando retorno zero”, disse o diretor-presidente da empresa, Ben van Beurden, em entrevista recente ao WSJ. Os projetos da Shell deveriam ter uma margem de lucro de pelo menos 10%, segundo ele. “Se isso significar uma empresa substancialmente menor, estou preparado para fazer isso”, disse.
No fim de 2013, a Shell cancelou um projeto de US$ 20 bilhões para converter gás natural em diesel no Estado americano da Louisiana. Neste ano, interrompeu um projeto de gás na Arábia Saudita, onde investiu milhões de dólares. Ela também reduziu a exploração de campos de xisto nos EUA e Canadá e desistiu de suas metas de produção.
No início do ano, a Exxon deixou uma licença expirar em Abu Dhabi, onde extraiu petróleo por 75 anos, e vendeu uma participação num campo de petróleo no sul do Iraque porque não oferecia retornos vantajosos. A Exxon está investindo “não para aumentar o volume, mas para agregar valor”, disse na sexta-feira o diretor de relações com os investidores, Jeff Woodbury.
Até a Chevron, que ainda promete aumentar a produção até 2017, reduziu suas projeções no início do ano. Para cortar custos, a empresa adiou planos de desenvolver um grande campo de gás no Reino Unido. Ela recentemente adiou um projeto de exploração marítima na Indonésia.
A reavaliação que as empresas estão fazendo também vem do fato de que estavam gastando mais que faturando. Em nove dos dez últimos trimestres, a Exxon, por exemplo, gastou mais com dividendos, recompra de ações e custos de capital e exploração do que gerou com suas operações e vendas de ativos.
Embora as operações de refino tenham atenuado o golpe da queda nos preços, as petrolíferas já indicaram que precisarão se endividar mais se o produto ficar ainda mais barato. O petróleo nos EUA caiu 2,2% ontem, para US$ 78,78 o barril, afetado pelo anúncio da Arábia Saudita de que vai reduzir os preços que cobra dos EUA e elevar os que cobra da Ásia, seu principal mercado, pela primeira vez em cinco meses.
Patricia Yarrington, diretora financeira da Chevron, diz que a empresa planeja seguir adiante com seus projetos principais e está disposta a recorrer à sua reserva de US$ 14,2 bilhões em dinheiro para pagar dividendos e recomprar ações. Não estamos incomodados no momento”, diz. “Obviamente não podemos fazer isso por um longo período.”
Enquanto isso, no Brasil (e apesar do cenário mostrado acima), a Petrobras continua avançando!
A investigação sobre a Petrobrás nos EUA
Por Miguel do Rosário, em O Cafezinho
Eu traduzi o artigo publicado ontem no Financial Times, sobre as investigações abertas por autoridades americanas sobre a Petrobrás. É um artigo curto, baseado em fontes anônimas.
Apesar da nossa imprensa, partidária como sabemos que ela é, falar que isso “afetará” a imagem da empresa, eu acho que todas as investigações sobre a estatal, no médio e longo prazo, farão bem à transparência e às práticas corporativas da Petrobrás.
Conhecemos Dilma como a conhecemos, ela fará da Petrobrás um modelo internacional de prática corporativa.
Alguém imagina como são as práticas corporativas das estatais russas, chinesas, ucranianas, africanas?
Certamente, não são modelos de prática corporativa anticorrupção.
Nem o Pentágono escapa das acusações de corrupção. O parafuso de 50 dólares do Pentágono é uma piada famosa nos EUA.
Na Petrobrás, agora temos as seguintes investigações:
2 CPIs no Congresso.
2 auditorias privadas, uma no Brasil outra nos EUA.
1 investigação interna da própria Petrobrás.
Todos os meios de comunicação usando todas as suas forças para investigar a Petrobrás, porque lhes interessa politicamente desgastar o governo.
2 investigações de autoridades norte-americanas.
Sejamos sinceros, que corporação, no mundo, resistiria a tantas investigações?
A Petrobrás resiste.
Naturalmente, há que se tomar cuidado para que a investigação de autoridades dos EUA não seja politizada, sob influência das petrolíferas americanas que querem desgastar a Petrobrás e o governo brasileiro para aumentar sua participação na exploração do pré-sal.
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