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O que me levou a ir até o centro da cidade ontem com um sol dos diabos, literalmente. Estava tão quente que acho que vi o capeta em uma esquina olhando uma vitrine decorada. Pode ser que estivesse delirando por causa do vapor quente, mas a figura com chifres parecia estar lá. Se bem que ter chifres não é garantia de ser o capeta. Resolvi apenas fazer um ajuste na pulseira do relógio e voltar pra casa. Vou ter que morrer em uma grana maior no shopping só por causa do ar condicionado, que acredito ser evitado pela figura dos quintos.
O calor lembra o aquecimento global e é bom saber que em Doha foi decidido que o acordo de Kyoto foi prorrogado até 2020 mas não adianta muito se isso corresponde apenas a 15% das emissões: Estados Unidos e China, os maiores poluidores, estão fora.
Longe de torcer por isso mas a pergunta é quantos furacões Sandy (não a cantora bonitinha e sem sal) serão necessários para haver conscientização. O tufão Bopha não vale porque foi nas Filipinas e ninguém se importa quando a catástrofe é em país do 13º mundo.
O mesmo para incêndios monumentais em Bangladesh como o que destruiu mais uma fábrica de roupas de grife que compramos nos shoppings (com ar e sem capeta). Por via das (separado) dúvidas resolvi olhar em algumas poucas camisas do meu armário onde haviam sido fabricadas. Por sorte nenhuma em Bangladesh: tinha China, Peru e Ilhas Maurício. Não me perguntem onde ficam as Ilhas Maurício (desconfio que seja na costa leste africana) mas sei que as marcas são da França e Estados Unidos.
O que não redime o Brasil (nem eu). Ano passado uma grife espanhola com lojas em shoppings chics por aqui (a primeira letra é Z) foi acusada de contratar empresas terceirizadas que utilizavam bolivianos em São Paulo para fazer as roupas. Trabalhavam em condições precárias e a troco de quase nada. Talvez precise repensar a ausência do gramunhão em shoppings.
Mas se grifes americanas (made in China) despertam uma certa consideração por aqui o mesmo não se pode dizer de certos cidadãos americanos que estão se borrando de medo do fim do mundo no dia 21 deste mês. Acreditem, a NASA teve que ir à TV e abrir um site explicando que o mundo ainda vai durar muito, mesmo com o aquecimento global. Tem gente lá fazendo estoque de comida, água e dinheiro por causa dos Maias. O que não vai adiantar muito se o mundo acabar mesmo. Pelo menos não estão torrando grana nem se estressando com as compras de Natal. Só rezando.
Falando em oração, bem fez a Dilma que não reza pela cartilha da revista inglesa The Economist que mandou ela demitir o Mantega. Se opinião de revista neoliberal valesse alguma coisa a Europa da The Economist não estaria na vala que está. Dilma foi muito educada. Se fosse eu, perderia a compostura e repetiria frase que o genial alucinado Tom Zé gosta de utilizar: "Senhores editores, vão pra porra"! Ainda bem que não sou presidente da república.
No mais, o domingo está indefinido. Acordei com o objetivo de ir ao clube que tem muito verde e uma grande piscina refrescante (as praias devem estar lotadas) só que o calor de ontem parece que vai dar lugar a chuvas e queda de temperatura. Não sei. Acho que vou mesmo ao shopping resolver logo essa questão natalina e tirar a limpo se nas lojas de grife tem algum chifrudo olhando as vitrines (me refiro ao senhor das trevas, bem entendido, que com aquelas luzes todas deve ser obrigado a usar óculos escuros - marca Ray Ban, Carrera ou Ralph Lauren).
Bom domingo e boa semana.
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