"A tática é conhecida, já foi tentada outras vezes e por isso o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, saiu a campo no fim de semana, criticou a “politização” com que tentam explorar a Operação Lava Jato / Juízo Final sobre a Petrobras e fez uma seríssima advertência à oposição: “o resultado das urnas já foi dado. A oposição não pode usar as prisões (ocorridas no caso) para criar um 3º turno”.
É isso, o significado dos fatos ocorridos na última 6ª feira vai muito além da prisão de empreiteiros e executivos de suas empresas e da estatal. Até a presidenta Dilma, da Austrália, onde participou da cúpula do G-20, previu que o episódio “mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada”. Disse, também, ser preciso cautela principalmente na exploração e acusações do caso.
Daí a importância da fala do ministro da Justiça, que já ressaltara alguma vezes antes o cuidado que a oposição deve ter para não usar a operação Lava Jato – em execução já há meses – como um novo terreno de disputa, um 3º turno eleitoral. “Eu repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação. De tentar carimbar forças políticas ‘A’, ‘B’ ou ‘C’ para que se possa ter prolongamento de palanque eleitoral”, afirmou Cardozo.
Respeito do governo à autonomia da PF e do MP permite-lhes investigar
A operação Lava Jato é resultado da autonomia que os governos petistas deram à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público (MP) de investigar. Ela prova aos brasileiros que a presidenta Dilma e o PT não admitem qualquer tipo de irregularidade e não “dão moleza” para os corruptores, sejam eles de que lugar forem.
“O governo não mudará um milímetro da sua conduta na perspectiva de exigir investigação, de apurar, doa a quem doer, seja quem for. Falo isso para repelir, com veemência, tentativas de se construir, em cima dessa investigação, um 3º turno eleitoral. Aliás, postura muito ruim, que não contribui para os avanços da investigação”, insistiu o ministro da Justiça.
Governo continuará a exigir investigação, destaca presidenta Dilma
Outro ponto importante dessa discussão é a imagem da Petrobras, a maior e mais importante empresa brasileira. É importante separar as irregularidades ocorridas com as empresas privadas da história e a capacidade da estatal. Não podemos deixar que o PSDB faça, sem contestação, essa exploração política em cima da empresa.
É por isso que a presidenta Dilma pediu cuidado para separar as empresas das pessoas que nelas trabalham envolvidas no escândalo. “Não se pode condenar as empresas. Temos que condenar as pessoas, dos dois lados, dos corruptos e dos corruptores”, afirmou. E complementou: “não significa que todos os atos da Petrobras sejam corrupção”. A presidenta insistiu que a investigação ainda está em curso e, portanto, não se pode falar em culpados, mas em investigados. E advertiu: é imprescindível “tipificar a culpa” de cada um, sob pena de permitir a impunidade.
“Não há culpa genérica – concluiu ela -, nem se pode sair por aí já condenando A, B, C ou D. Não dá para demonizar todas as empreiteiras desse país. São grandes empresas e, se A, B, C ou D praticaram malfeitos, pagarão por isso. Agora, isso não significa que a gente vai colocar um carimbo na empresa”."
Fonte: Blog do Zé Dirceu
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