30 de novembro de 2013

Wim Mertens


Acho que poucos dos nossos 17 leitores já ouviram falar de Wim Merterns e menos ainda ouviram sua música.
Mas não estão sozinhos. Por exemplo, é praticamente desconhecido nos EUA.
Ele é compositor. E pianista. E musicólogo. E sociólogo. Formado também em Ciências Políticas.
Por seu estilo, é muito convidado a compor trilhas para documentários e filmes. Mas não esperem ver sua música em "filmes pipoca".
Segundo a Wikipedia, "o estilo musical de Mertens tem evoluído continuamente durante o curso de sua prolífica carreira. A partir da música experimental e vanguardista e sempre gravitando em torno do estilo minimalista, normalmente, no entanto, preservando a base melódica para as incursões que faz".
Complicada e ao mesmo tempo simplificada essa explicação.
Eu adoro a música de Wim Mertens e por isso selecionei três para ver o que vocês acham.
Em tempo: ele nasceu na Bélgica, tem 60 anos e é produtor da BRT, uma empresa belga estatal de radio e televisão. Outro nível... 





29 de novembro de 2013

Saúde: Sobre gorduras, carne vermelha, colesterol, carboidratos e doenças cardíacas

Olha aí mais uma daquelas conclusões "preliminares" sobre boa e má alimentação que me acostumei a ver nos últimos vinte anos.
O que é vilão hoje é mocinho amanhã. E vice-versa.
A ciência só tem embaralhado a cabeça das pessoas nos últimos tempos.
Comer de forma variada e sem excessos parece ser a melhor opção. Sem esquecer a atividade física.
Gordura na dieta

A relação entre carnes vermelhas, colesterol e doenças cardíacas não é definitiva. Os vilões podem ser os carboidratos
por Drauzio Varella — publicado 27/11/2013

"Gordura na dieta virou pecado capital. Os xiitas da alimentação saudável consideram fraqueza de caráter ir à churrascaria.
A relação entre colesterol, proporção de gordura animal nas refeições e ataques cardíacos foi estabelecida a partir de dois inquéritos epidemiológicos: Seven Cities Study e Framingham Study.

A partir dos anos 1970, os serviços de saúde norte-americanos adotaram a política de reduzir o consumo de gorduras para, no máximo, 30% das calorias diárias, e o de gordura animal (saturada) para 10%, recomendações em seguida adotadas no mundo inteiro.

Nenhum estudo mais recente, no entanto, foi capaz de demonstrar a existência da associação entre o consumo de carne vermelha e o risco de doenças cardiovasculares. Sabemos apenas que as carnes processadas podem aumentar a probabilidade de ataques cardíacos e diabetes, relação causal atribuída à presença de nitratos e de teores exagerados de sódio nesses alimentos.

A guerra à gordura animal teve consequências inesperadas. Nos últimos 30 anos, a população americana reduziu de 40% para 30% a proporção de calorias ingeridas sob a forma de gordura, justamente o período em que se alastrou pelo país a epidemia de obesidade. Como explicar?

Talvez a razão principal seja a de que a retirada da gordura deixe a comida insossa. Para compensar, as refeições ficaram mais ricas em carboidratos e a indústria acrescentou açúcar aos alimentos.

As evidências apontam os açúcares como fatores de risco para a instalação da chamada síndrome metabólica, combinação traiçoeira de hiperglicemia, hipertensão arterial, aumento de triglicérides, diminuição da fração HDL do colesterol e aumento da circunferência abdominal.

Em artigo recém-publicado no British Medical Journal, Aseem Malhotra, do Croydon University Hospital, faz o seguinte comentário: “Hoje, dois terços das pessoas admitidas em hospitais com o diagnóstico de infarto do miocárdio apresentam a síndrome metabólica.

Mas 75% desses pacientes têm níveis de colesterol total absolutamente normais. Talvez o colesterol não seja o verdadeiro problema”.

O autor prossegue: “Apesar da crença geral de que o colesterol elevado represente fator de risco para doença coronariana, diversos estudos populacionais independentes demonstraram que níveis baixos de colesterol total estão associados ao aumento da mortalidade geral e da mortalidade por eventos cardiovasculares, indicando que colesterol alto não é fator de risco para a população saudável”.

Trouxe esse tema para a coluna, caro leitor, para ilustrar a reviravolta na literatura sobre o colesterol. Cada vez mais pesquisadores de renome contestam a conduta de reduzir os níveis de colesterol com medicamentos. A argumentação é consistente: não está demonstrado que essa estratégia faça cair a mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas saudáveis de qualquer idade."

Fonte: Carta Capital - Saúde

Musa da Semana: Meyrielle Abrantes

Na semana passada corrigimos uma injustiça aqui do blog: nunca antes tínhamos homenageado musas do norte do Brasil.
Vejam as escolhidas no post da semana passada.
Continuamos por esse caminho, abordando desta vez o nosso querido nordeste.
É claro que aproveitamos uma ótima oportunidade: a bela Meyrielle Abrantes, Miss Pernambuco em 2003, foi a escolhida como destaque na edição deste mês da revista Playboy.
Ela nasceu em um município que pertence à Região Metropolitana de Recife e que faz parte da chamada Zona da Mata (de altitude mais elevada) de Pernambuco. A cidade chama-se Vitória de Santo Antão, que deve se orgulhar da moça.
A morena de 30 anos teve uma "união estável" de 10 anos com Senador Jarbas Vasconcelos (71 anos) que terminou em 2013.
Agora planeja vôos mais amplos.
Com vocês, Meyrielle Abrantes.
E viva o Nordeste!











28 de novembro de 2013

A história pouco divulgada do helicóptero com 450 kg de Cocaína

O tratamento privilegiado dado pela mídia a Aécio no caso dos Perrellas
Por Paulo Nogueira do Diário do Centro do Mundo

Aécio e os Perrelas
"Aécio Neves é um cara de sorte.

Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da mídia.

Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo, não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas.

Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo.

Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista tratar alguém ou algum assunto.

Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre os patrões dos jornalistas.

Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil, é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.

Pode evitar intermediários, os jornalistas propriamente ditos.

Poderosos desta natureza enfeitiçam os jornalistas das grandes companhias. Se telefonam, eventualmente, para um jornalista, em vez de ir direto ao patrão, o jornalista se sente desvanecido, homenageado, premiado.

Sou importante.

O jornalista premiado vai contar detalhes do telefonema a seu círculo de amizades, provavelmente com algum enfeite que o coloque numa posição mais elevada que a realidade.

Bem, tudo isso para explicar, a quem não conseguiu entender, por que Aécio vem sendo tão poupado no caso do helicóptero dos Perrellas.

Foi uma apreensão extraordinária de cocaína. Não é todo dia que a polícia apreende quase 500 quilos.

E isso se deu na ‘jurisdição’ de Aécio. Os Perrellas são amigos e aliados políticos de Aécio.

Há fotos que mostram a imensa camaradagem entre Aécio e os Perrelas, pai e filho. São unidos pela paixão ao Cruzeiro, do qual Perrella pai foi presidente, fora as conveniências políticas.

A pergunta vem sendo feita por muita gente na única e real tribuna livre jornalística nacional, a internet: e se o helicóptero fosse de um amigo de Dirceu? E se houvesse fotos de Dirceu com os Perrellas como as que existem de Aécio?

Como estaria se comportando o Jornal Nacional? E qual seria a próxima capa da Veja?

Causou indignação, na internet, a ausência da apreensão espetacular – pelo volume, pelos proprietários do helicóptero etc – no Jornal Nacional no dia em que o assunto surgiu.

O JN certamente terá outros jornalistas capazes de distinguir uma notícia que pede, suplica por 30 segundos de atenção ou mais.

Mas um telefonema ao dono pode evitar que qualquer reportagem vá ao ar. Ou, ao menos, pode retardá-la na esperança de que o assunto morra.

Quem acredita que a não inclusão do helicóptero foi uma decisão meramente jornalística do JN acredita em tudo, para parafrasear Wellington.

Não se trata de incriminar, levianamente, ninguém.

Mas a amizade entre Aécio e os Perrellas é notícia, e omitir isso ao tratar do assunto é um pecado jornalístico em que o leitor é a vítima.

Indiretamente, e por força da internet, brasileiros fora de Minas puderam conhecer um pouco mais da política mineira.

Perrella, o pai, é acusado de não declarar uma fazenda avaliada em 60 milhões de reais. A fazenda, apenas para efeito de comparação, representa cerca de 80% do total do Mensalão, tal como os juízes do STF e a mídia afirmaram.

Isto tem um nome: corrupção.

Aécio combateu a corrupção em Minas? Investigou uma história esquisita como a de seu amigo Perrella? Há denúncias dele que envolvem até a negociação de jogadores.

Mesmo o silêncio inexpugnável da mídia, mesmo a proteção dada a Aécio, mesmo com tudo que se faz e fez para impedir que os brasileiros tenham informações relevantes sobre seus líderes – mesmo com tudo isso, a sociedade aprendeu muita coisa no episódio do helicóptero.

Graças a algo que rompeu o monopólio da voz dos poderosos da mídia etc: a internet."

Humor de Quinta - De volta às tirinhas: Homens & Mulheres








27 de novembro de 2013

De novo as estratégias da "seletividade" das notícias

Não se usa mais "manipular" de forma direta. 
O esquema mais "zona de conforto" é omitir ou selecionar o que vai ao ar de cada lado.
É claro que é tudo manipulação mesmo. Da cabeça dos incautos.

Seletividade da Globo no noticiário sobre denúncias envolvendo tucanos
por Helena Sthephanowitz na Rede Brasil Atual
"O Jornal Nacional da TV Globo de terça-feira (26) teve uma, digamos assim, recaída na edição de um debate político que se deu em duas entrevistas coletivas diferentes.

De um lado, o senador Aécio Neves e a cúpula do PSDB convocaram repórteres para acusar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de fazer dossiês políticos contra adversários, por causa do aparecimento de nomes de altos tucanos paulistas como supostos beneficiários do esquema de propinas por licitações combinadas do Metrô e da CPTM. O esquema foi confessado por executivos de multinacionais como Siemens e Alstom, escândalo que ganhou o apelido de “trensalão”.

Do outro lado, o ministro Cardozo também convocou a imprensa, mas para rebater as acusações feitas por Aécio. Ao seu lado estavam o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinicius Marques de Carvalho.

Pois o telejornal da Globo selecionou “os melhores momentos” de Aécio, e os “piores momentos” de Cardozo. Na edição que foi ar, as críticas mais contundentes de Aécio foram as escolhidas para serem levadas ao público. Já a declaração mais contundente de Cardozo, em que ele disse “… a época dos engavetadores gerais de denúncias já acabou no Brasil há alguns anos. E eu me recuso a ser um engavetor geral de denúncias” foi suprimida pelo Jornal Nacional, que mostrou apenas as partes mais insossas do que foi dito pelo ministro.

Citamos recaída, porque existe precedentes que vêm, por exemplo, do episódio já fartamente conhecido e admitido da edição do debate nas eleições presidenciais de 1989, entre Lula e Collor em que a emissora manipulou as imagens e contribuiu decisivamente para a eleição deste último.

Na mesma edição de terça-feira, outra estranheza: não foi noticiada a apreensão de 450 quilos de cocaína em um helicóptero da empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG). Afinal não é todo dia que se vê um helicóptero da família de um senador ser flagrado pela polícia com carga tão exótica.


A TV Record correu atrás da notícia, entrevistou o advogado do piloto Rogério Almeida Antunes que, preso, contradisse a versão do deputado de que a aeronave teria sido usada sem seu conhecimento. O piloto afirmou que fez duas ligações para Gustavo Perrella e foi autorizado a transportar a carga, oferecendo o sigilo telefônico como prova. Alega porém ter sido informado que seriam implementos agrícolas e que o deputado também não sabia tratar-se de drogas.

Os problemas do deputado Perrella não se resumem ao incidente. Descobriu-se que o piloto foi nomeado para um cargo na Assembleia Legislativa mineira. Segundo o que disse o advogado, seu cliente era um funcionário fantasma no serviço público, pois não comparecia ao trabalho no Legislativo, ficando à disposição da empresa Limeira Agropecuária, de propriedade do deputado, como piloto. Gustavo Perrella confirmou a nomeação dizendo que o havia demitido na segunda-feira.

Não se sabe dos bastidores que levaram a Globo a esconder uma notícia que, se envolvesse integrantes do PT, por exemplo, dificilmente deixaria de noticiar. O que se sabe é que o senador Zezé Perrella é do grupo político do senador do PSDB Aécio Neves. Chegou ao senado como suplente de Itamar Franco, eleito com apoio do tucano nas eleições de 2010.

Zezé Perrella foi presidente do Cruzeiro Esporte Clube e ainda é influente entre os atuais cartolas do time. A TV Globo mantém negócios regulares com o Cruzeiro pelos direitos de transmissão dos jogos de futebol – interesses ampliados agora que o time mineiro disputará a Copa Libertadores no ano que vem.

Voltando a falar em recaídas, lembremos que a emissora também blindou durante muito tempo o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira contra denúncias de corrupção em sua gestão. Em entrevista à revista Piauí, Teixeira disse que chegou a retaliar a Globo, mudando o horário de jogos da Seleção Brasileira para atrapalhar a grade de programação, quando a emissora divulgava notícias contra ele.

Enfim, a emissora dos Marinho acrescenta mais um item à coleção de fatos a explicar à opinião pública e sobre que justificativas encontra para omitir informações relevantes sobre políticos com os quais mantém relações."

Anat Fort Trio

Uma pianista que descobri recentemente e que tenho ouvido muito chama-se Anat Fort.
Uma música ao mesmo tempo jazzística, acessível, contemporânea, relaxante e atemporal. Um "colorido mosaico de sons".
Recomendo o CD Anat Fort Trio "And If" da gravadora alemã ECM Records.
Outra opção é o também ótimo "A Long Story".
Bom também para um dia cinzento...






26 de novembro de 2013

O pós-julgamento

Interessante a análise, que faz um paralelo do momento atual com situações e personagens históricos de nosso país e tenta vislumbrar o que se desenha em um preocupante futuro.

O barbosismo, o PT e o pós-julgamento
Por Saul Leblon

"O conservadorismo brasileiro construiu uma narrativa e a cercou de um cão de guarda.

Era forçoso que tivesse a pegada agressiva das mandíbulas que travam e não soltam para dar conta das cores extremadas do enredo.

O intento foi bem sucedido mas o epílogo, inconcluso, está longe de entregar tudo o que prometeu.

Joaquim Barbosa foi o homem certo, no lugar certo, na hora certa quando se tratou de tanger a AP 470 na direção das manchetes que a conceberam.

O que se concebeu, a partir de um crime eleitoral de caixa 2 , foi consumar aquilo que as urnas sonegavam: aleijar moralmente o campo progressista brasileiro; sepultar algumas de suas principais lideranças.

Na verdade, o intercurso entre campanha política e financiamento privado já havia punido o êxito progressista nos seus próprios termos.

Subtraindo-lhe práticas, projetos e um horizonte ideológico, de cuja regeneração depende agora o seu futuro e a capacidade de liderar o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.

A prisão de lideranças petistas, cercada da ilegalidade e da manipulação sabidas, não marca apenas um divisor no partido.

Ela coincide com uma transição de ciclo econômico mundial que impõe um novo repertório de escolhas estratégicas ao país e ao PT.

Os limites assimilados na chegada ao poder talvez não sejam mais suficientes para se manter à frente dele nessa travessia.

Em postagem em seu blog, antes da prisão, o ex-ministro José Dirceu resumiu o paradoxo ao criticar aqueles que hoje –a exemplo do que se fez até 2008-- endossam a panaceia ortodoxa do choque de juros e de cortes orçamentários.

“Para fazer isso não precisam de nós’, advertiu o ex-chefe da Casa Civil de Lula.

Quem - e o quê - ditará a agenda brasileira no pós-julgamento da AP 470 não é uma inquietação exclusiva do lado que ficou no banco dos réus.

A emissão conservadora sabe que saturou um capítulo da disputa com a prisão algo decepcionante dos alvos mais graúdos.

Parte do conservadorismo, porém, fica com água na boca.

E sonha alto quando vê Joaquim Barbosa ladrar como se a teoria do domínio do fato, agora, significasse um dote imanente para atropelar réus, juízes e cardiopatas com a mesma truculência biliosa exibida durante o julgamento.

Delirantes enxergam um Carlos Lacerda negro nos palanques de 2014.

Finalmente, o elo perdido, a ponte capaz de suprir o vazio de carisma à direita e de injetar paixão ao discurso antipetista: o barbosismo.

O engano conservador pode custar mais caro ao país do que custaria ao PT ter o algoz como rival.

Joaquim Barbosa tem de Lacerda apenas uma rudimentar mimetização de incontinência colérica.

Tribuno privilegiado, o original catalisou a oposição a Vargas. Ainda assim, o talentonão foi suficiente para evitar os desdobramentos que se seguiram ao suicídio de 1954.

Os desdobramentos foram de tal ordem que adiaram por uma década o golpe esmagado por Getúlio com um único tiro.

É verdade que Lacerda , a exemplo de Barbosa hoje, foi também uma construção midiática.

Ancorado nessa alicerce, construiu um carisma que insuflou a classe média contra a corrupção, os sindicatos, os inimigos do capital estrangeiro e o desgoverno populista.

Contra Vargas, sua voz ecoava simultaneamente na Rádio Globo, dos Marinhos e na Mayrink Veiga; a presença inflamada do udenista sacudia também a audiência da TV Tupi, de Assis Chateaubriant, a TV Rio e a TV Record, da família Machado de Carvalho.

Dispunha ainda do jornal Tribuna da Imprensa, criado em 1949, com o dinheiro do anti-getulismo local e estrangeiro.

A voz de Lacerda era o que hoje é o Jornal Nacional, da Globo: a narrativa da direita endereçada a todo o Brasil.

Por trás da retórica vulcânica, todavia, existia um substrato de aparente pertinência que sustentava o belicismo das suas inserções.

Ao confronto internacional marcado pela consolidação comunista na China e a construção do Muro de Berlim, superpunha-se a emergência da Revolução cubana.

Seja pela maior proximidade, seja pelos laços culturais, as transformações em Cuba granjeariam enorme receptividade na luta latino-americana contra o subdesenvolvimento e o apetite leonino do capital estrangeiro.

Hoje, ao contrário, a exacerbação conservadora só se sustenta pela instabilidade que o colapso do seu próprio ideário –ainda sem resposta à altura-- acarreta urbi et orbi.

E esse é o ponto fundamental da disputa no pós-AP 470.

Colérico-dependente, Joaquim Barbosa está muito distante das credenciais para se apresentar como a personificação do salvador da pátria, diante dos desafios que se avizinham.

O maneirismo é a única relação que existe entre o barbosismo e o lacerdismo.
Ou o janismo.

Maneirismo é a simulação afetada do original.

Quanto mais se esmera em exacerbar as referências do que não é, maior o artificialismo que exala.

Mas isso só ficará definitivamente claro se o foco do debate for deslocado a partir de agora para o que é principal – e o que é principal requer do campo progressista algo mais do que a busca inercial do voto em 2014."

Fonte: Carta Maior

Nota da Associação Juízes para a Democracia

Kenarik Boujikian, desembargadora no Tribunal de Justiça de São Paulo e co-fundadora da Associação Juízes para a Democracia (AJD)

"A Associação Juízes para a Democracia, entidade não governamental, cujos objetivos estatutários, dentre outros, são: o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito; a realização substancial, não apenas formal, dos valores, direitos e liberdades do Estado Democrático de Direito; a defesa da independência do Poder Judiciário não só perante os demais poderes como também perante grupos de qualquer natureza, internos ou externos à Magistratura vem a público para:

a) Manifestar sua preocupação com notícias que veiculam que o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, estaria fazendo pressão para a troca de juízes de execução criminal e

b) Requerer que ele dê os imprescindíveis esclarecimentos.

A acusação é uma das mais sérias que podem pesar sob um magistrado que ocupa o grau máximo do Poder Judiciário e que acumula a presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), na medida que vulnera o Estado Democrático de Direito.

Inaceitável a subtração de jurisdição depositada em um magistrado ou a realização de qualquer manobra para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz.

O povo não aceita mais o coronelismo no Judiciário.

A Constituição Federal e documentos internacionais garantem a independência judicial, que não é atributo para os juízes, mas para os cidadãos.

Neste tema sempre bom relembrar a primorosa lição de Eugenio Raúl Zaffaroni:  A independência do juiz … é a que importa a garantia de que o magistrado não esta submetido às pressões do poderes externos à própria magistratura, mas também implica a segurança de que o juiz não sofrerá as pressões dos órgãos colegiados da própria judicatura” ( Poder Judiciário, Crise, Acertos e Desacertos, Editora Revista dos Tribunais).

Não por outro motivo existem e devem existir regras claras e transparentes para a designação de juízes, modos de acesso ao cargo, que não podem ser alterados por pressão das partes ou pelo Tribunal.

O presidente do STF tem a obrigação de prestar imediato esclarecimento à população sobre o ocorrido, negando o fato, espera-se, sob pena de estar sujeito à sanção equivalente ao abuso que tal ação representa.

A Associação Juízes para a Democracia aguarda serenamente  a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal."

Kenarik Boujikian, presidenta da Associação Juízes para a Democracia.
São Paulo, 25 de novembro de 2013.

iDiots

Esse eu vi lá no DocVerdade.
É uma animação em stop motion de 4 minutos.
O tema é a dependência dos smartphones e redes sociais e a estratégica obsolescência programada de que, em maior ou menor grau, direta ou indiretamente, todos somos vítimas.
É bom frisar que os "iDiots" do título pode ter mais de um sentido e que muitas das vítimas estão bem felizes assim. Este é o mundo deles, que acaba sendo o nosso.
Quem puder, sobretudo das gerações mais antigas que se sentem desconfortáveis com isso, que fuja para o mundo real.

25 de novembro de 2013

OAB rompeu o silêncio?!!

"25 de Novembro de 2013 às 18:49
247 - Acaba de ser aprovada, por unanimidade, uma moção de repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. O documento é uma resposta aos abusos cometidos pelo chefe do Poder Judiciário na execução das penas dos condenados no processo do chamado "mensalão". A cobrança à OAB foi feita no início desta tarde por um ex-presidente da entidade, José Roberto Batochio, em reportagem publicada pelo 247. O estopim foi a pressão para que o juiz titular da Vara de Execuções Penais, Ademar Vasconcelos, fosse substituído por Bruno Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB do Distrito Federal." AQUI

"Pleno da OAB requer manifestação do CNJ sobre substituição de juíz

Salvador (BA) - O Conselho Pleno da OAB aprovou por aclamação o envio pela diretoria da entidade, de ofício requerendo a análise do Conselho nacional de Justiça (CNJ), sobre a regularidade da substituição de magistrado da Vara de Execuções Criminais. A decisão do Pleno foi motivada pela recente substituição do juiz responsável pela execução das penas da AP 470."
LEIA AQUI

A importância da espiritualidade para a saúde

O teólogo e escritor Leonardo Boff vez por outra marca presença aqui no blog nos brindando sempre com textos que nos pedem reflexão e que podem nos ajudar em muitos aspectos de nossas vidas.
Este é um deles.
Bom para ler com calma nesta noite de segunda-feira chuvosa (pelo menos por estas bandas).
Para complementar inseri uma música no post (que não está no original). Vocês podem apertar o 'play' e ficar ouvindo enquanto fazem a leitura.
Só isso já vai fazer bem. É o Steven Halpern (aqui com o David Darling). Qualquer dia falamos sobre a música deles.



A importância da espiritualidade para a saúde
"Via de regra todos os operadores de saúde foram moldados pelo paradigma científico da modernidade que operou uma separação drástica entre corpo e mente e entre ser humano e natureza. Criou as muitas especialidades que tantos benefícios trouxeram para o diagnóstico das enfermidades e  também para as formas de cura.

Reconhecido este mérito,  não se pode esquecer que se perdeu a visão de totalidade: o ser humano inserido no todo maior da sociedade, da natureza e das energias cósmicas e a doença como uma fratura nesta totalidade e a cura como uma reintegração nela.

Há uma instância em nós que responde pelo cultivo desta totalidade, que zela pelo  Eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade. Espiritualidade é o cultivo daquilo que é próprio do espírito que é sua capacidade de projetar visões unificadoras, de relacionar tudo com tudo, de ligar e re-ligar todas as coisas entre si e com a Fonte Originária de todo ser.

Se espírito é relação e vida, seu oposto não é matéria e corpo mas a morte como ausência de relação. Nesta acepção, espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a  expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a  novos conhecimentos.

Neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Verificaram empiricamente que sempre que se captam os contextos mais globais ou ocorre uma experiência significativa de totalidade ou também quando que se abordam de forma existencial (não como objeto de estudo) realidades últimas, carregadas de sentido e que produzem atitudes  de veneração, de devoção e de respeito, se verifica uma aceleração das vibrações em hertz dos neurônios aí localizados. Chamaram a este fenômeno de “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”(Zohar, QS: Inteligência espiritual, 2004). Trata-se de uma espécie de órgão interior pelo qual se capta a presença do Inefável dentro da realidade.

Este fato constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Realidade Fontal sustendando todas as coisas. Dá-se conta de que  pode, surpreendetemente, entabular um diálogo e buscar uma comunhão íntima com ela. Tal possibilidade o dignifica, pois o espiritualiza e o leva a graus mais altos de percepção do Elo que liga e re-liga todas as coisas. Sente-se inserido no Todo.

Este “ponto Deus” se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto Deus”, tirar as cinzas  que uma cultura demasiadamente racionalista e materialista o cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore na vida das pessoas.

No termo, espiritualidade não é pensar Deus mas sentir Deus mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração.  Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentidos de existir.

Que importância emprestamos  a esta dimensão espiritual no cuidado da saúde e da doença? A espiritualidade possui uma força curativa própria. Não se trata de forma nenhuma de algo mágico e esotérico. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válidas como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras  dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão, de misericórida e de indignação face às injustiças deste mundo como o faz exemplarmente o Papa Francisco.

Além  de reconhecer todo o valor das terapias conhecidas existe ainda um supplément d’ame como diriam os franceses. Ela quer sinalizar  um complemento daquilo que já existe mas que o reforça e enriquece com fatores  oriundos de outra fonte de cura. O modelo estabelecido de medicina não detém, por certo, o monopólio do diagnóstico e da  cura. É aqui que encontra o seu lugar a espiritualidade.

A espiritualidade reforça na pessoa, em primeiro lugar, a confiança nas energias regenerativas da vida, na competência do médico/a e no cuidado diligente ou do enfermeiro/a. Sabemos pela psicologia do profundo e da transpessoal, do valor terapêutico da confiança na condução normal da vida. Confiar significa fundamentalmente afirmar: a vida tem sentido, ela vale a pena, ela detém uma energia interna que a autoalimenta, ela é preciosa. Essa confiança pertence a uma visão espiritual do mundo.

Pertence à espiritualidade, a convicção de que a realidade que captamos é maior do que as análises nos dizem. Podemos ter acesso a ela pelos sentidos interiores, pela intuição e pelos secretos caminhos da razão cordial. Percebe-se que há uma ordem subjacente à ordem sensível, como o sustentava sempre o grande físico quântico, prêmio Nobel, David Bohm, aluno predileto de Einstein.

Esta ordem subjacente responde pelas ordens visíveis e ela sempre pode nos trazer surpresas. Não raro, os próprios médicos/as se surpreendem, com a rapidez com que alguém se recupera ou mesmo como situações, normalmente, dadas como irreversíveis, regridem e acabam levando à  cura. No fundo é crer que o invisível e o imponderável é parte do visível e do previsível.

Pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida não termina na morte, mas se transfigura através dela. Nossos sonhos de voltar à vida normal deslancham energias positivas que contribuem na regeneração da vida enferma.

Força maior, entretanto, é a fé de sentir-se na palma da  mão de Deus. Entregar-se, confiadamente, à sua vontade, desejar ardentemente  a cura mas também acolher serenamente sua vontade de chamar-nos  para si: eis a presença da energia espiritual. Não morremos, Deus vem nos buscar e nos levar para onde pertencemos desde sempre, para a sua Casa e para o seu convívio. Tais convicções espirituais funcionam como fontes de água viva, geradoras de cura e de potência de vida. É o fruto da espiritualidade."

Leonardo Boff escreveu com Jean-Yves Leloup e outros, Espírito e Saúde, Vozes 2007.

A Bolha

Uma meditação audiovisual sobre a vida, o destino, as forças da gravidade e como se libertar de todo o peso existencial.
Ou: Não é verdade. Isso não é nada mais do que alguns belos recursos visuais.

Música: Holy Other - In Difference

Mensalão (a farsa): Quem vai pagar a conta?

Globo dá sinais de que, se farsa ruir, Barbosa é quem vai pagar a conta
por Helena Sthephanowitz
"Conquistada a condenação dos réus da Ação Penal 470, o chamado mensalão, a Globo agora quer transferir o ônus do golpismo para o STF, mais especificamente para Joaquim Barbosa. Não parece ser por virtude, mas por esperteza, que William Bonner passou um minuto no Jornal Nacional de  quarta-feira (20) lendo a notícia: "Divulgada nota de repúdio contra decisão de Joaquim Barbosa".

O manifesto é assinado por juristas, advogados, lideranças políticas e sociais repudiando ilegalidades nas prisões dos réus do mensalão efetuadas durante o feriado da Proclamação da República, com o ministro Joaquim Barbosa emitindo carta de sentença só 48 horas depois das ordens de prisão.

O locutor completou: "O manifesto ainda levanta dúvidas sobre o preparo ou boa-fé do ministro Joaquim Barbosa, e diz que o Supremo precisa reagir para não se tornar refém de seu presidente".

A TV Globo nunca divulgou antes outros manifestos em apoio aos réus, muito menos criticando Joaquim Barbosa, tampouco deu atenção a reclamações de abusos e erros grotescos cometidos no julgamento. Pelo contrário, endossou e encorajou verdadeiros linchamentos. Por que, então, divulgar esse manifesto, agora?

É o jogo político, que a Globo, bem ou mal, sabe jogar, e Joaquim Barbosa, calouro na política, não. E quem ainda não entendeu que esse julgamento foi político do começo ao fim precisa voltar ao be-a-bá da política. O PT tinha um acerto de contas a fazer com a questão do caixa dois, mas parava por aí no que diz respeito aos petistas, pois tiveram suas vidas devassadas por adversários, que nada encontraram. O resto foi um golpe político, que falhou eleitoralmente, e transformou-se numa das maiores lambanças jurídicas já produzidas numa corte que deveria ser suprema.

A Globo precisava das cabeças de Dirceu e Genoino porque, se fossem absolvidos, sofreria a mesma derrota e o mesmo desgaste que sofreu para Leonel Brizola em 1982 no caso Proconsult, e o STF estaria endossando para a sociedade a tese da conspiração golpista perpetrada pela mídia oposicionista ao atual governo federal.

A emissora sabe dos bastidores, conhece a inocência de muitos condenados, sabe da inexistência de crimes atribuídos injustamente, e sabe que haverá uma reviravolta aos poucos, inclusive com apoios internacionais. A Globo sabe o que é uma novela e conhece os próximos capítulos desta que ela também é protagonista.

Hoje, em tempos de internet, as verdades desconhecidas do grande público não estão apenas nas gavetas da Rede Globo, como acontecia na ditadura, para serem publicadas somente quando os interesses empresariais de seus donos não fossem afetados. As verdades sobre o mensalão já estão escancaradas e estão sendo disseminadas nas redes sociais. A Globo, o STF e Joaquim Barbosa têm um encontro marcado com essas verdades. E a emissora já sinaliza que, se ela noticiou coisas "erradas", a culpa será atribuída aos "erros" de Joaquim Barbosa e do então procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Joaquim Barbosa, homem culto, deve conhecer a história de Mefistófeles de Goethe, a parábola do homem que entregou a alma ao demônio por ambições pessoais imediatas. Uma metáfora parecida parece haver na sua relação com a TV Globo. Mas a emissora parece que está cobrando a entrega antes do imaginado."

Fonte: Rede Brasil Atual

MANIFESTO DE REPÚDIO ÀS PRISÕES ILEGAIS

Para: POVO BRASILEIRO

"A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal de mandar prender os réus da Ação Penal 470 no dia da proclamação da República expõe claro açodamento e ilegalidade. Mais uma vez, prevaleceu o objetivo de fazer do julgamento o exemplo no combate à corrupção.

Sem qualquer razão meramente defensável, organizou-se um desfile aéreo, custeado com dinheiro público e com forte apelo midiático, para levar todos os réus a Brasília. Não faz sentido transferir para o regime fechado, no presídio da Papuda, réus que deveriam iniciar o cumprimento das penas já no semiaberto em seus estados de origem. Só o desejo pelo espetáculo justifica.

Tal medida, tomada monocraticamente pelo ministro relator Joaquim Barbosa, nos causa profunda preocupação e constitui mais um lamentável capítulo de exceção em um julgamento marcado por sérias violações de garantias constitucionais.

A imprecisão e a fragilidade jurídica dos mandados expedidos em pleno feriado da República, sem definição do regime prisional a que cada réu teria direito, não condizem com a envergadura da Suprema Corte brasileira.

A pressa de Joaquim Barbosa levou ainda a um inaceitável descompasso de informação entre a Vara de Execução Penal do Distrito Federal e a Polícia Federal, responsável pelo cumprimento dos mandados.

O presidente do STF fez os pedidos de prisão, mas só expediu as cartas de sentença, que deveriam orientar o juiz responsável pelo cumprimento das penas, 48 horas depois que todos estavam presos. Um flagrante desrespeito à Lei de Execuções Penais que lança dúvidas sobre o preparo ou a boa fé de Joaquim Barbosa na condução do processo.

Um erro inadmissível que compromete a imagem e reputação do Supremo Tribunal Federal e já provoca reações da sociedade e meio jurídico. O STF precisa reagir para não se tornar refém de seu presidente.

A verdade inegável é que todos foram presos em regime fechado antes do “trânsito em julgado” para todos os crimes a que respondem perante o tribunal. Mesmo os réus que deveriam cumprir pena em regime semiaberto foram encarcerados, com plena restrição de liberdade, sem que o STF justifique a incoerência entre a decisão de fatiar o cumprimento das penas e a situação em que os réus hoje se encontram.

Mais que uma violação de garantia, o caso do ex-presidente do PT José Genoino é dramático diante de seu grave estado de saúde. Traduz quanto o apelo por uma solução midiática pode se sobrepor ao bom senso da Justiça e ao respeito à integridade humana.

Tais desdobramentos maculam qualquer propósito de fazer da execução penal do julgamento do mensalão o exemplo maior do combate à corrupção. Tornam também temerária a decisão majoritária dos ministros da Corte de fatiar o cumprimento das penas, mandando prender agora mesmo aqueles réus que ainda têm direito a embargos infringentes.

Querem encerrar a AP 470 a todo custo, sacrificando o devido processo legal. O julgamento que começou negando aos réus o direito ao duplo grau de jurisdição conheceu neste feriado da República mais um capítulo sombrio.

Sugerimos aos ministros da Suprema Corte, que na semana passada permitiram o fatiamento das prisões, que atentem para a gravidade dos fatos dos últimos dias. Não escrevemos em nome dos réus, mas de uma significativa parcela da sociedade que está perplexa com a exploração midiática das prisões e temem não só pelo destino dos réus, mas também pelo futuro do Estado Democrático de Direito no Brasil."

19 de Novembro de 2013

Juristas e advogados:

- Celso Bandeira de Mello – jurista, professor emérito da PUC-SP

- Dalmo de Abreu Dallari – jurista, professor emérito do USP

- Pedro Serrano – advogado, membro da comissão de estudos constitucionais do CFOAB

- Pierpaolo Bottini – advogado

- Marco Aurélio de Carvalho – jurista, professor universitário e secretário do setorial jurídico do PT.

- Antonio Fabrício – presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e Diretor Financeiro da OAB/MG

- Bruno Bugareli – advogado e presidente da comissão de estudos constitucionais da OAB-MG

- Felipe Olegário – advogado e professor universitário

- Gabriela Araújo – advogada

- Gabriel Ciríaco Lira – advogado

- Gabriel Ivo – advogado, professor universitário e procurador do Estado.

- Jarbas Vasconcelos – presidente da OAB/PA

- Luiz Guilherme Conci – jurista, professor universitário e presidente coordenação do Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos do CFOAB

- Marcos Meira – advogado

- Rafael Valim – advogado e professor universitário

- Weida Zancaner- jurista e advogada

Apoio dos partidos e entidades:

- Rui Falcão – presidente nacional do PT

- Renato Rabelo – presidente nacional do PCdoB

- Vagner Freitas – presidente nacional da CUT

- Adílson Araújo – presidente nacional da CTB

- João Pedro Stédile – membro da direção nacional do MST

Fonte: Revista Forum

24 de novembro de 2013

Richard Burmer

Um dos mestres do que eu considero ser a terceira geração da música eletrônica-ambiental, Richard Burmer morreu prematuramente aos 50 anos, em 2006.
Vejo suas criações de forma um pouco diferente dos "ambientais" de sua geração. 
Menos dark, mais luminoso.
Mais impressionista, menos expressionista.
Embora "espacial", preocupava-se com a melodia.
Parecia ter uma visão espiritualista de suas criações.








Terapia de Casal

Hoje não é dia de humor de quinta, mas vi este vídeo do pessoal do Porta dos Fundos e achei ótimo.

Mais uma hilária produção em cima do filme "A Queda" (as últimas horas de Hitler)

Nessa, a Globo foi a bola da vez.

23 de novembro de 2013

A Primeira e a Segunda Vez de José Dirceu



POR QUE JOSÉ DIRCEU SORRIU PELA SEGUNDA VEZ?
Breno Altman

"Os punhos erguidos de Genoino e Dirceu, ao se apresentarem à Polícia Federal no dia da República, tiraram do sério os áulicos da direita pátria. Os articulistas de aluguel do conservadorismo não esconderam sua frustração. Ansiavam por ver os líderes petistas algemados, vergados e humilhados. Mas foram obrigados a engolir o retrato de dois homens dispostos a enfrentar, com dignidade e valentia, o preço que lhes foi imposto.

Nem mesmo a saúde debilitada de Genoino, o primeiro a se entregar, arrebatou-lhe a integridade que, nessas horas, faz a diferença entre homens e ratos. Logo foi seguido por Dirceu. O mesmo gesto, horas depois, sem qualquer combinação prévia. Ambos exclamaram, em silêncio, a disposição de lutar contra os abutres da nação, não importa as condições a que estejam submetidos.

A imagem levou a malta reacionária ao ódio indecoroso, mas aqueceu o coração dos que aceitavam desanimados o julgamento de exceção do chamado “mensalão”. Animou a solidariedade entre as forças progressistas. Deixou escancarado o fosso histórico e moral entre os réus e seus verdugos. Pavimentou emocionalmente o longo caminho para que se restabeleça a verdade e a justiça.

Nas horas seguintes já estava claro que o presidente do STF optara pelo caminho da ilegalidade e do arbítrio, pisoteando decisões da própria Corte Suprema e violando direitos legais dos presos. Talvez imaginasse que sua atitude seria respaldada pela passividade dos que poderiam resistir. A firmeza de Genoino e Dirceu, porém, serviu de exemplo para milhares e milhares que vão dizendo basta ao arbítrio togado. Afinal, eles se entregaram sem rendição e estabeleceram a altura do sarrafo para o comportamento de seus pares.

Além do punho ao alto, no entanto, houve um sorriso. O mesmo de quase 45 anos passados, quando o líder estudantil de 68 mostrava as algemas na foto da turma libertada em troca do embaixador norte-americano.

Da primeira vez, Dirceu saía do cárcere, mas eternamente banido. Na segunda, começava a cumprir sua sentença. Nenhum dos dois deve ter sido sorriso de felicidade, mas possivelmente tivessem ambos o mesmo sentido histórico.

O fato é que Dirceu aparenta chegar ao outono de sua vida – para o bem e para o mal, dirão alguns – com a mesma alma de sobrevivente que carregava na sua juventude. Como se estivesse imbuído da missão de contar para a história que sua causa, a causa de sua geração, é invencível.

As manifestações cariocas dos últimos meses, quando reprimidas violentamente pela polícia militar, jocosamente repetem dois mantras. Quando se põem em movimento, cantam a pleno pulmão: “Olha eu aqui de novo!” Na hora da retirada, mesmo debaixo de pauladas, não perdem o humor e gritam: “Amanhã vai ser maior!”
Preso e sem voz, nas duas vezes restou a Dirceu o punho e os lábios mudos. Como se cantasse, ao sorrir, os mesmos cânticos da garotada de hoje. “Olha eu aqui de novo! Amanhã vai ser maior!”"

Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

Trailer de Ninfomaníaca

Taí um dos trailers de Nymphomaniac que nós já comentamos aqui.
Apenas mais um hiperpolêmico filme do genial (e estranho) Lars Von Trier, uma das figuras chaves do movimento "Dogma" da Escandinávia nos anos 90.



"O longa vai contar as experiências sexuais de uma mulher de 50 anos, interpretada por Charlotte Gainsbourg. O diretor - conhecido por outros filmes polêmicos, como Dogville, Anticristo e Melancolia - abriu mão de dar o corte final do filme, que foi feito por produtores. Isso porque sua versão era de 5 horas, inviável ao mercado. Von Trier nem teria visto a versão final (com cerca de quatro horas, que serão divididas em dois filmes).
Na imagem coletiva, aparecem os atores Charlotte Gainsbourg, Shia LaBeouf, Connie Nielsen, Stellan Skarsgård, Jamie Bell, Stacy Martin, Christian Slater, Uma Thurman e Willem Dafoe."

22 de novembro de 2013

Bandeira de Mello fala ao PT! Deu no Viomundo.

 

 "Bandeira de Mello: “Se eu fosse do PT, pediria que o presidente do Supremo fosse processado”

Bandeira de Mello: " José Dirceu e José Genoíno foram levados para Brasília por exibição do presidente do Supremo, que saiu de foco por uns dias e quis voltar"
Direitos foram violados pelo STF”, diz jurista
por Luiz Felipe Albuquerque
Do Brasil de Fato SP

O julgamento do caso do “Mensalão” foi político e inconstitucional, na avaliação de Celso Antônio Bandeira de Mello, que é reconhecido como um dos mais brilhantes e respeitados juristas brasileiros.
Professor Emérito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- -SP), Bandeira completa 77 anos na próxima semana envergonhado com o papel cumprido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento.
“Esse julgamento é viciado do começo ao fim. Agora, os vícios estão se repetindo, o que não é de estranhar. Não vejo nenhuma novidade nas violações de direitos. Confesso que fiquei escandalizado com o julgamento”, diz.
Nesta semana, 11 condenados do processo foram presos, como o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, e o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu. Bandeira critica o “açodamento” das prisões e considera “gravíssimo” o tratamento dado a Genoíno, que passou recentemente por uma cirurgia no coração e está doente.
A prisão dos condenados da ação antes do julgamento dos embargos infringentes cumpriu o rito jurídico?
Houve um açodamento. Começaram a cumprir em regime fechado mesmo aqueles que deveriam estar em regime semiaberto. A meu ver, todo o julgamento foi ilegal. Diria até inconstitucional. A começar, por suprimir uma instância, quando fizeram todos serem julgados no STF, o que não era o caso. Esse julgamento é viciado do começo ao fim. Agora, os vícios estão se repetindo, o que não é de estranhar. Não vejo nenhuma novidade nas violações de direitos. Confesso que fiquei escandalizado com o julgamento.
Por que José Dirceu e José Genoíno foram levados para Brasília, se trabalham em São Paulo?
Foi por exibição do presidente do Supremo [Joaquim Barbosa] , que saiu de foco por uns dias e quis voltar. Mas é uma mera interpretação subjetiva. Só posso dizer que é uma coisa lamentável. Não há nada que justifique. Em princípio, eles deveriam cumprir a pena o mais próximo possível das residências deles. Se eu fosse do PT ou da família pediria que o presidente do Supremo fosse processado. Ele parece mais partidário do que um homem isento.
Genoíno deveria receber um tratamento diferente pelo fato de estar doente?
É gravíssimo. Tenho quase 80 anos de idade e nunca na minha vida vi essas coisas se passarem. Nunca. Ele tinha que ter um tratamento em função do estado de saúde dele. É o cúmulo o que está se passando. É vergonhoso.
Genoíno e Dirceu dizem que são inocentes e que são presos políticos em plena democracia. Como o senhor avalia isso?
Eles têm razão: foi um julgamento político. Não foi um julgamento com serenidade e isenção como deveria ter sido. Basta ver as penas que eles receberam, piores do que de indivíduos que praticaram crimes com atos de crueldade e maldade.
José Dirceu foi condenado com base na teoria do domínio do fato. Existem provas concretas que o condenasse?
Esse é outro absurdo. Não existe nenhuma prova concreta que justifique essa atitude. É simplesmente um absurdo e um retrocesso no Estado de Direito. Primeiro, o próprio elaborador dessa teoria [o jurista alemão Claus Roxin] já afirmou que foi mal aplicada. Segundo, essa teoria é uma bobagem, pois contraria princípios do Estado de Direito. Uma pessoa é inocente até que se prove o contrário. Isso é uma conquista da civilização. Portanto, são necessárias provas de que realmente a pessoa praticou um crime ou indícios fortíssimos. Sem isso, não tem sentido.
Genoíno foi condenado por ter assinado um cheque de um empréstimo como presidente do PT. Depois, o valor foi pago pelo partido. Esse procedimento justifica a condenação dele?
Não justifica. As condenações foram políticas. Foram feitas porque a mídia determinou. Na verdade, o Supremo funcionou como a longa manus da mídia. Foi um ponto fora da curva.
E a atuação do ministro Joaquim Barbosa?
Certamente, ele foi o protagonista principal, mas não foi o único, porque não podia ter feito tudo sozinho. Quem brilhou nesse episódio foi o ministro Ricardo Lewandowski, que foi execrado pela mídia e pela massa de manobra que essa mesma mídia sempre providencia. Se o Judiciário desse sanções severíssimas à mídia, como multas nos valores de R$ 50 milhões ou 100 milhões, agiriam de outro jeito. Mas com as multinhas que recebem, não se incomodam a mínima.
Você acredita em uma contra ofensiva em relação ao Poder Judiciário, diante das contradições cada vez mais evidentes nesse episódio?
Acho muito difícil, porque a mídia faz e desfaz o que ela bem entende. Na verdade, foi ela a responsável por tudo isso. O Supremo não foi mais que as longa manus da mídia.

 

Extra-Virgem?

O Azeite cada vez mais se firma como um alimento nobre.
Além do sabor dado aos pratos, já foi comprovado que trata-se de produto funcional, que atua beneficamente na saúde de pessoas de todas as idades. 
Aliás contribui para longevidade com qualidade de vida. Vejam a dieta mediterrânea, por exemplo.
Sabemos que o recomendável é o do tipo extra-virgem (ainda estou usando o hífem) , com acidez menor que 0,5%.
Mas olhem o que a Associação Pró-Teste nos apresenta depois de ter feito diversos estudos com as principais marcas disponíveis em nosso mercado.
É bom que as marcas se expliquem, porque muitos usam o azeite até como remédio (para aumentar o bom colesterol, por exemplo).
Azeites: extravirgens só no rótulo
31/10/2013
A PROTESTE testou 19 marcas de azeites extravirgens e constatamos que, 7 são virgens e 4 têm indícios de fraude contra o consumidor, já que pelos padrões da lei, não podem ser considerados azeites. 

Se você costuma optar pelos azeites extravirgens por acreditar que eles sejam mais puros, saborosos e saudáveis, é melhor tomar cuidado, pois você pode estar sendo enganado.
Das marcas de azeites que testamos, boa parte dos que se dizem "extravirgens", na verdade, não passa de "virgens" e alguns são até "lampantes".

A PROTESTE já realizou quatro testes com esse produto, e, este foi o que teve pior resultado, com o maior número de fraudes contra o consumidor. Verificamos se havia produtos adulterados, ou seja, comercializados fora das especificações estabelecidas por lei. E, também que preço e renome nem sempre são sinônimos de maior qualidade. O melhor do teste foi, de fato, o que custa mais caro entre os testados. Porém, nossa avaliação mostra que há outros produtos de boa qualidade que custam bem menos.

Fizemos a análise sensorial em laboratório reconhecido pelo Conselho Oleico Internacional (COI). Eles avaliaram a qualidade das amostras quanto ao aroma, à textura e ao sabor de acordo com parâmetros técnicos. Segundo a legislação, em azeites extravirgens não podem ser encontrados defeitos na análise sensorial.

As propriedades antioxidantes do azeite de oliva são o principal atrativo do produto, devido ao efeito benéfico à saúde. Mas para que o azeite mantenha suas características, é importante que ele não seja misturado a outras substâncias.

Os quatro produtos desclassificados pela entidade são, na verdade, uma mistura de óleos refinados, com adição de outros óleos e gorduras. Em diversos parâmetros de análise, essas marcas apresentaram valores que não estão de acordo com a legislação vigente. Os testes realizados indicaram que os produtos não só apresentam falta de qualidade, como também apontaram a adição de óleos de sementes de oleaginosas, o que caracteriza a fraude.

Outros sete não chegam a cometer fraude como esses, mas também não podem ser vendidos como extra-virgens.

A entidade ressalta que o consumidor paga mais caro, acreditando estar comprando o melhor tipo de azeite e leva para casa um produto de qualidade inferior.

É considerado fraude o produto vendido fora das especificações estabelecidas por lei.

Para as análises, foram considerados parâmetros físico-químicos para detectar possíveis adulterações: espectrofotometria (presença de óleos refinados); quantidade de ceras, estigmastadieno, eritrodiol e uvaol (adição de óleos obtidos por extração com solventes); composição em ácidos graxos e esteróis (adição e identificação de outros óleos e gorduras); isômeros transoleicos, translinoleicos, translinolênicos e ECN42 (adição de outras gorduras vegetais).

A entidade vai notificar o Ministério Público, a Anvisa e o Ministério da Agricultura, exigindo fiscalização mais eficiente. Nos três testes anteriores foram detectados problemas. Em 2002, foram avaliados os virgens tradicionais e foi encontrada fraude. Em 2007, a situação se repetiu com os extra-virgens. Em 2009, uma marca que dizia ser extravirgem não correspondia à classificação. Para a Proteste, isso demonstra que os fabricantes ainda não são alvos da fiscalização necessária.

Analisamos diversos parâmetros físico-químicos para detectar possíveis fraudes:
Presença de óleos refinados;
Adição de óleos obtidos por extração com solventes;
Adição e identificação de outros óleos e gorduras;
Adição de outras gorduras vegetais;

Na análise sensorial, apenas oito marcas tinham qualidade de azeite extravirgem de acordo com os especialistas. Entre as outras, sete alcançaram defeitos que, pela legislação, as caracterizavam como azeites virgens. São elas:
Borges
Carbonell
Beirão
Gallo
La Espanhola
Pramesa
Serrata

As quatro marcas com problemas de fraude foram também consideradas, pela análise sensorial, como azeites lampantes. São elas:
Tradição
Quinta da Aldeia
Figueira da Foz
Vila Real

Confiram também: Azeites: a escolha certa

Musa(s) da Semana: Maria Azêdo e Tatiane Barros

Reparei que aqui no Blog, ao escolhermos a Musa da Semana, acabamos involuntariamente optando por gatas do Primeiro Mundo ou, no caso das brasileiras, do Sul-Sudeste 'maravilha'.
A pergunta que não se cala: e as do norte do Brasil?
Com certeza há mulheres bonitas em todos os recantos deste país. Talvez faltem é fotos e informações disponíveis delas.
Mas vamos corrigir em alto estilo.
O verão está chegando e com ele sol, praias e carnaval. Bem, com essa frase acabamos voltando para o centro-sul-litoral outra vez.
Mas não vamos cair nessa armadilha.
O local desta vez é Parintins. Parintins?!
Parintins é um município brasileiro no interior do estado do Amazonas, próximo à divisa com o estado do Pará, Região Norte do país. Está situado na mesorregião do Centro Amazonense e microrregião de mesmo nome e localiza-se a leste da capital do estado, distando desta cerca de 369 quilômetros.
É lá que acontece o Festival Folclórico de Parintins: uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho. O festival é uma apresentação a céu aberto de diversas associações folclóricas, sendo o ponto mais importante do evento atualmente a disputa entre dois bois folclóricos, o Boi Garantido, de cor vermelha, e o Boi Caprichoso, de cor azul. A apresentação ocorre no Bumbódromo. O Festival de Parintins se tornou um dos maiores divulgadores da cultura local. Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações.
Pois acidentalmente nos demos com um ensaio feito pelo site Paparazzo com duas musas: uma do Boi Caprichoso (Maria Azêdo) e outra do Garantido (Tatiane Barros).
São elas as musas da semana do blog e que valem uma viagem até o "Norte Maravilha"!

Tatiane Barros
Maria Azêdo








21 de novembro de 2013

Humor de Quinta (2): Culinária

Nota da Central Única dos Trabalhadores sobre Joaquim Barbosa, José Genoino e o Julgamento da Ação 470

Joaquim Barbosa abusou: quer ver Genoino morto
21/11/2013
Prisões ilegais e arbitrárias agravaram o estado de saúde do companheiro José Genoino
Escrito por: Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

"Depois de oito anos de execração pública, decisões arbitrárias, autoritárias e sem base legal, o julgamento da Ação Penal 470 terminou com o mais deprimente espetáculo de violação de direitos constitucionais: a prisão ilegal, em pleno feriado de Proclamação da República, dos companheiros José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares.

Condenados – sem nenhuma prova – a regime semiaberto foram colocados em regime fechado durante quatro dias, por ordem da autoridade máxima do Poder Judiciário, Joaquim Barbosa. O ministro não teve o menor pudor em deixar de cumprir sua obrigação, que é preservar o Estado de Direito, o cumprimento das regras democráticas e da Carta Magna do País. Expediu os mandados de prisão contra os companheiros sem encaminhar, como lhe cumpria fazer, a carta de sentença de cada um deles, e foi para o Rio de Janeiro comemorar o feito com a sua torcida. Uma ilegalidade que deixou o juiz da Vara das Execuções Criminais de Brasília sem saber o que fazer. Resultado: encaminhou todos para Papuda, em Brasília, enquanto Barbosa se divertia no Rio.

Entre tantas ilegalidades, a prisão de Genoino, um cidadão com um currículo e uma biografia exemplares e que está extremamente doente, precisando de cuidados médicos constantes, é uma crueldade que deixa claro o ressentimento, o desejo de vingança que move Joaquim Barbosa.

Nem Barbosa, nem tampouco a mídia conservadora do País esperavam uma reação tão forte e sistemática da sociedade contra a desumanidade que representa a prisão, sem direitos a cuidados específicos, de uma pessoa com a história de vida e de luta de Genoino que neste momento vive sua segunda tortura – a primeira foi no Araguaia.

Eu, como presidente da CUT e representante de mais de 23 milhões de trabalhadores, conclamo a parcela sensata e honesta da sociedade a exigir Justiça e para que prevaleça o Estado de Direito. Genoino precisa ser imediatamente solto ou cumprir prisão domiciliar. Esta é uma questão humanitária. O estado de saúde dele é gravíssimo e todos sabem disso. O parecer do IML comprovou. Se alguém ainda duvidava dos laudos dos médicos que operaram o deputado em junho e o do IML, depois de hoje, não há mais do que duvidar. Genoino passou mal de novo e precisou ser internado.

Já Joaquim Barbosa, a própria história o julgará. Como já o fazem vários e vários juristas sérios do mundo inteiro. No momento, ele está escrevendo a história de um magistrado que atropelou a lei que jurou defender e demonstra, com fartura de provas, estar psíquica e intelectualmente despreparado para o cargo que ocupa. Ele colocou seus interesses pessoais, rancores e desejos de vingança acima da Constituição. A decisão do ministro coloca em risco a credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente da corte foi irresponsável e agrediu o bom senso nacional.

A sociedade brasileira não quer impunidade. Nós não queremos impunidade. Prova disso é que nunca houve tanta liberdade de ação da Polícia Federal e dos órgãos de controle como nos últimos dez anos. Mas, isso não significa que uma única pessoa possa rasgar a Constituição e tomar decisões descabidas, autoritárias e ilegais, como se estivesse acima da Lei, da Ordem Jurídica, do poder supremo do País.

Para acabar com a impunidade, temos de acabar com a esse tipo de comportamento intempestivo, emotivo, violento, agressivo e sem ética que desestabiliza as instituições e põe em risco a democracia brasileira.

Essa manipulação da Justiça, que se tornou marca de Joaquim Barbosa, ao prender José Genoino e deixar tantos outros sequer sem julgamento, ao contrário do que imaginava a mídia conservadora, não vai melhorar a imagem que o povo tem do Judiciário e aprofunda o mal-estar causado pela sensação de impunidade. A demora em julgar o mensalão mineiro, que chegou no STF antes da AP 470, é uma prova disso.

Tudo nesse caso é exceção. Tudo nessas prisões explicita o caráter político, de perseguição que marca, desde o início, o julgamento da AP 470.

Por tudo isso, exigimos a anulação da sentença e a imediata revisão do processo. Está mais do que claro que não existe provas de crime. O julgamento foi político e transcorreu como uma novela que mais parece um queijo suíço – cheio de buracos – para ser explorada pela mídia conservadora que há muito queria criminalizar o PT, a CUT e os movimentos sociais.

Acima de tudo foi claramente armado para desconstruir os avanços sociais do governo Lula. Os conservadores não suportam ver ou saber que o pobre tem oportunidade de ascender socialmente, frequentar a universidade, viajar de avião, ter máquina de lavar e carro zero.

E como não conseguiram vencer nas urnas a nossa proposta de desenvolvimento social com distribuição de renda, valorização do trabalho e igualdade de direitos para homens e mulheres, apelaram para a manipulação da Lei e o desrespeito à democracia. Não é assim que vão nos derrubar.

Queremos Justiça e não vingança e ódio. Vamos lutar para garantir a lisura, a legalidade do processo e que a lei seja para todos. Jamais aceitaremos essa punição dupla: aos companheiros e também a nós. Somos solidários aos companheiros José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Sabemos que eles são inocentes. Temos consciência de que eles são, junto com a militância, os construtores da luta por um Brasil melhor e mais justo.  

Não vamos baixar a cabeça. Ninguém vai punir a militância nem diminuir nossa capacidade de luta e resistência contra decisões ilegais e arbitrárias que visam impedir que o nosso projeto de transformação do Brasil, iniciado e construído na luta diária há 30 anos, junto com os companheiros condenados na AP 470, continue avançando e mudando a cara do País.

No próximo dia 26, a Executiva da CUT vai a Brasília visitar os companheiros Dirceu, Genoino e Delúbio e prestar solidariedade. E no dia 9 de dezembro, data da entrega do 2º Prêmio CUT - Democracia e Liberdade Sempre - 2013, cujo tema é “Nada vai nos calar” -, vamos fazer um ato de desagravo, uma homenagem aos companheiros."