31 de janeiro de 2014

O Fusca incendiado no caminho

Tem um fusquinha no meio do caminho
O fusca de um serralheiro incendiado por manifestantes anti-Copa simboliza o equívoco dos que oferecem destinos redentores à sociedade sem combinar com ela.
por: Saul Leblon

"Acontecimentos fortuitos muitas vezes sintetizam uma época melhor que as ações deliberadas de seus personagens.

Quando Maria Antonieta – afirma-se - num rasgo de espontaneidade aconselhou a plebe rude a optar por  brioches à falta do pão, revelou-se por inteiro o abismo  entre a rua que acabara de derrubar a Bastilha  e a monarquia agonizante de Luiz XVI.

O general João Figueiredo, ditador entre 1979 e 1985, sintetizou  o apreço do regime pela gente brasileira esponjando-se na língua das estrebarias: ‘Prefiro o cheiro de cavalo ao de povo’.

Na largada  da campanha tucana em 2010, Eliane Cantanhede, colunista da Folha, definiu-se  melhor que seus críticos ao explicar:  “O PSDB é um partido de massa , mas uma massa cheirosa’.

O Fusquinha 75 incendiado na avenida  da Consolação, em SP, no  sábado (25/01), revelou  uma incomoda dimensão dos protestos contra a Copa de 2014.

Black blocs que interrompiam a via atribuem o acidente  ao piloto, que teria avançado sobre um bloqueio de fogo com crianças a bordo.

Itamar Santos, serralheiro pobre de 55 anos, rejeita o papel de vilão.

Um colchão em chamas, disse ao blog da Cidadania, foi atirado sobre o seu carro quando avançava para escapar de protestos, teoricamente, em defesa  de brasileiros pobres como ele.

O  Fusquinha no meio do caminho é a pedra no sapato dos que oferecem destinos redentores à sociedade sem combinar com ela --nem dizer como se chega lá.

Contrapor objetivos distintos aos do governo, qualquer governo,  é legítimo.

Sem adicionar aos enunciados as linhas de passagem capaz de  materializá-los,  porém, rebaixa-se  a política ao plano do bate-boca  inconsequente.

Dispersa em vez de organizar.

A  oposição conservadora  também é useira e vezeira na atividade exclamativa.

Desprovidos de compromissos  com a sorte da nação e de sua gente, seus economistas, egressos em geral do vale tudo financeiro, colecionam receitas de como tocar fogo no país, indiferentes  aos ocupantes dos Fusquinhas no meio do caminho.

A instabilidade cambial que ronda as nações em desenvolvimento nesse momento, antes de preocupá-los é vista como um bom aditivo para queimar caravelas.

Move-os a esférica certeza de que o legado recente é incompatível com o  futuro recomendado ao país.

A saber: aquele nascido de uma purga ortodoxa, capaz de limpar o tecido econômico de qualquer vestígio de soberania, interesse público e justiça social.

O problema dessa lógica é o bendito Fusquinha atrapalhando o tráfego das boas causas.

Fortemente ancorada na ampliação do mercado de massa, a economia brasileira avançou nos últimos anos apoiada em ingredientes daquilo que a emissão conservadora denomina ‘Custo país’.

Em tempos de interdições  inflamáveis, nunca é demais recordar.

O  salário mínimo teve una elevação do poder de compra da ordem de 70% desde 2003, acima da inflação;  16 milhões de vagas foram abertas  no mercado de trabalho, regidas pela regulação trabalhistas da era Vargas; políticas sociais destinadas a mitigar a fome e a miséria atingem mais  de 55 milhões de pessoas atualmente.

No Fórum Social Temático, em Porto Alegre, a ministra Tereza Campello deu um exemplo do que está subjacente a estatísticas para as quais o vocabulário conservador reserva apenas uma palavra:  assistencialismo.

Pela primeira vez na história do país,  disse Campello, uma geração de crianças pobres, que  agora completa  12 anos, nasceu e  cresceu livre da fome (leia nesta pág).

O blackbloquismo  nas suas variadas versões dá de ombros.

O mesmo trejeito merece o cinturão de segurança de US$ 375 bilhões em reservas internacionais acumuladas  no período de fastígio das commodities –‘ ciclo desperdiçado pelo governo do PT’, assevera-se.

Não fosse ele, o Brasil seria  presa fácil da volatilidade internacional desse momento, com consequências sabidas e equivalentes às da tripla quebra no ciclo tucano.

Mas a blindagem  figura como um retrocesso do ponto de vista de quem acredita  que as conquistas dos últimos 12 anos devem ser corroídas  para reduzir  o custo do investimento privado e aliviar o ‘gastança’ fiscal.

Aí sim, sobre os escombros, brotaria uma nova matriz de crescimento ‘mais leve, ágil e competitiva’, temperada por um corte geral de tarifas de importações.

O diabo, de novo, é o Fusquinha  na contramão do schumpeterismo  blanquista.

Dentro dele, 40  milhões de brasileiros saídos da  pobreza extrema e outros tantos que ascenderam na pirâmide social formam  a vértebra decisiva de um dos mais cobiçados mercados de massa do planeta.

Os jovens da chamada classe C, por exemplo, tornaram-se majoritários no mercado de consumo.

Em 2013 eles realizaram compras no valor de  quase  R$ 130 bi -- R$ 50 bi acima do valor consumido pela juventude dos segmentos A e B (Data Popular).

Juntas, as faixas de renda C, D e E reúnem  155 milhões de pessoas, o que faz da demanda popular brasileira, sozinha,  o 16º mercado consumidor do planeta.

É esse o recheio do Fusquinha que avança na contramão da dupla barreira, a incendiária  e a purgativa, que sacode o debate do passo seguinte do país.

Reconheça-se, o tráfego social e econômico  brasileiro tornou-se  bem menos  linear sob a pressão do  fluxo de demandas, prazos e requisitos para o seu atendimento.

Cada urgência tem um  custo e quase nunca  ele é neutro em relação a outra.

Nenhuma novidade.

Desequilíbrio e desenvolvimento são irmãos siameses – exceto quando se entende por desenvolvimento a mera concentração da riqueza nas mãos dos endinheirados.

O Brasil talvez tenha avançado demais para regredir a essa modalidade de paz do salazarismo social.

As  multidões que invadiram a economia dentro do Fusquinha  não aceitam dar meia volta na estrada da ascensão experimentada nos últimos anos.

Uma nova macroeconomia do desenvolvimento  terá que ser construída  em negociação permanente com elas.

Ou contra elas  –correndo-se o risco de ser atropelado por elas.

A contingência não incomoda apenas o blackbloquismo nas suas variantes sabidas.

Significa também que a vitória progressista em 2014 somente será consistente se ancorada na decisão política de promover a mutação do  Brasil  que se tornou majoritário na pista do consumo, em um Brasil hegemônico na repactuação de projeto de nação para o século 21.

Carta Maior, propositadamente, insiste em repetir: para isso é preciso  –ao contrário do que fazem os shoppings aos sábados--  alargar as portas da  democracia e criar os  instrumentos que forem necessários para sustentá-la.

Não adianta interditar o tráfego. Nem tacar fogo no Fusquinha das demandas populares.

A ver."

Fonte: Carta Maior

Musa da Semana: 'Playmates' de Janeiro

Hoje é o último dia de janeiro de 2014.
Aproveitamos a data - também porque hoje é sexta - e retomamos a nossa famosa série "Musa da Semana".
E vamos devagar, de forma light, fazendo pequena seleção de algumas gatas que foram capa de janeiro da mais famosa revista masculina do mundo: a Playboy.
Que em janeiro completou 60 anos de criação.
60 anos mas com toda a virilidade - quer dizer, feminilidade, quer dizer... as duas coisas - de sempre.
Que continuemos assim, tal qual seu criador, Hugh Hefner que está com 87 anos!
Aliás ele aparece na capa da edição sul-africana com algumas de suas meninas.









30 de janeiro de 2014

Brasil: O menor desemprego da história!

E agora urubólogos?
Deu no Blog do Planalto:

Desemprego cai a 5,4% em 2013 e é o menor da história, diz IBGE
"A taxa de desocupação caiu para 4,3% em dezembro de 2013, depois de se situar em 4,6% no mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor resultado desde o início da série histórica, em março de 2002. Com esse resultado, na média dos 12 meses de 2013, a taxa de desocupação ficou em 5,4%, também a menor média anual da série histórica do IBGE, inferior em 0,1 ponto percentual à observada em 2012 (5,5%) e 7,0 pontos percentuais abaixo da média de 2003 (12,4%).

O rendimento médio real habitual ficou em R$ 1.966,90 em dezembro, alta de 3,2% na comparação com dezembro de 2012. No ano, a média do rendimento subiu 1,8% sobre 2012, para R$ 1.929,03. Na comparação com novembro, houve recuo de 0,7%.

A massa de rendimento real habitual ficou em R$ 46,4 bilhões, valor 2,9% maior que o verificado em dezembro de 2012 e 0,4% menor que o total observado em novembro. O indicador fechou 2013 com média de R$ 45 bilhões, alta de 2,6% sobre 2012.  Na média de 2013, foi observado um recorde na proporção de trabalhadores com carteira assinada (11,6 milhões) em relação ao total de ocupados: 50,3%, frente a 49,2% em 2012 e 39,7% em 2003.

A população desocupada (1,1 milhão de pessoas) caiu 6,2% no confronto com novembro (menos 70 mil pessoas procurando trabalho) e ficou estável frente a dezembro do ano passado. No ano de 2013, os desocupados somaram, em média, 1,3 milhão de pessoas, 0,1% a menos que em 2012, o que representou menos 20 mil desocupados em um ano. Com relação a 2003 (2,6 milhões), o contingente de desocupados caiu 49,5% ou seja, nesse período a redução atingiu 1,3 milhão de pessoas.

O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.966,90) foi 0,7% menor do que o apurado em novembro (R$ 1.981,08) e 3,2% acima do verificado em dezembro de 2012 (R$ 1.905,68). A média anual do rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal foi estimada em R$ 1.929,03, o que correspondeu a um crescimento de 1,8% em relação a 2012 (R$ 1.894,03). Entre 2003 e 2013, o poder de compra do rendimento de trabalho aumentou em 29,6% (em 2003 era de R$ 1.488,48)."

Meus Sapatos

Recebi a dica deste video de um amigo.
O e-mail registrava: "Existe um ditado dos indígenas norte-americanos que diz que só andando com os sapatos dos outros é que poderíamos saber como é a vida de alguém”.
A produção do video fala que trata-se de "uma fábula sobre as aparências da vida".
Mesmo sem legendas dá para entender os poucos diálogos e a mensagem que o filme deseja passar.
Produção australiana.
Vale a pena assistir. São só 4 minutos.


Humor de Quinta: Bieber x Datena

Essa foi boa.
O apresentador da Band, José Luiz Datena, em seu programa na semana passada teceu comentários e críticas ao ídolo(?!) teen(?!) Justin Bieber, por seus seguidos comportamentos agressivos que acabaram gerando prisão nos EUA.
A questão é que o cantor possui um exército (quase literalmente) de fãs que começaram a agredir pelo twitter toda a família do Datena até a quinta geração.
O já bem conhecido (por seu estilo) apresentador não fez por menos e, irritado, detonou de vez o cantor.

29 de janeiro de 2014

Rolezeiras

Este post não pretende entrar no mérito social da coisa toda, é apenas para mostrar o video-reportagem que 'rola' na Internet sobre as meninas dos rolezinhos: como se vestem, o que pensam, relacionamentos, etc.
Mas vale a pena citar trecho de uma crônica do Mauro Santayana sobre o assunto, já postado aqui pelo Luiz Felipe:

"(...)Não existe diferença entre a conversa estéril e esnobe dos "rolexzinhos", em volta de seus copos de uísque, na happy hour na Avenida Paulista e as letras de funk ostentação que embalam os "rolézinhos" nos bares e bailes da periferia.
São dois lados da mesma moeda, dois extremos de uma sociedade na qual um par de tênis pode custar mais que dez ou quinze livros novos, marcas de carros são cantadas em prosa e verso, e a maior parte das pessoas desperdiça seu tempo correndo atrás do fugaz e do vulgar, sem conseguir deixar sua marca no mundo, ou ter tido, muitas vezes, a menor consciência política ou espiritual do que representa estar aqui.
Conquistará o futuro quem souber unir rolexzinhos e rolezinhos em um projeto comum de nação, e isso só ocorrerá com a redução da desigualdade e a melhora da educação. Quem sabe, quando contarmos, no Brasil, com um número equivalente de excelentes universidades e centros de pesquisa, ao que temos, agora, de grandes centros comerciais - cerca de 500 - com o mesmo volume de investimentos e a mesma eficiência e garra, na busca e transmissão do conhecimento, com que hoje se persegue o lucro nesses palácios de aço e cristal (...)."



"Os rolezinhos preocupam a polícia, os shoppings e os políticos nestes dias. Mas o fenômeno começou como meros encontros de meninas e meninas que se conheceram em redes sociais da internet. O vídeo traz entrevistas com adolescentes que participaram de um rolê no parque do Ibirapuera (São Paulo), no último final de semana."

Imagem da Semana: O Papa é Pop

E um Papa, quem diria, finalmente chegou à capa da Rolling Stone.
Os tempos estão mudando...

O juiz e a "imprensa bandida"

Essa foi publicada ontem em um site de respeito no que se refere à análise do trabalho da imprensa: O Observatório da Imprensa ("você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito").
Reproduzimos até para divulgar este espaço virtual que merece uma visita.
Eles tem um programa de TV transmitido por emissoras educativas, além de um programa de radio que pode ser conferido aqui (transmitido também pelas Rádios MEC e Nacional).



IMPRENSA EM QUESTÃO
O magistrado e a imprensa bandida
Por Luciano Martins Costa em 28/01/2014 na edição 783

Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 28/1/2014

"Os três principais diários brasileiros de circulação nacional registraram com zelo a mais recente manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, que viaja pela Europa em férias oficiais, com direito a diárias e cobertura regular da imprensa. Desta vez, o ministro se queixa da Folha de S. Paulo, que publicou entrevista com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que foi condenado na Ação Penal 470 mas não pode começar a cumprir sua pena porque o presidente do STF não deixou o mandado assinado. De quebra, atira para todo lado, ao se referir a uma tal “imprensa bandida”.

O noticiário em torno do magistrado ganha contornos de chanchada, aqueles velhos filmes feitos na “Boca do Lixo”, em São Paulo, tal o conjunto de falsos improvisos e dramas capazes de fazer rir.

Observe-se, por exemplo, como o ministro aparece sempre em situações de aparente casualidade, fazendo compras numa loja de departamentos típica da classe média, sentado na poltrona da classe econômica de um avião e caminhando pelas ruas como um cidadão comum. É preciso muita comunicação entre assessor de imprensa e repórteres para criar esse clima de improviso.

Registre-se que os correspondentes e enviados especiais dos jornais estão sempre um passo à frente, esperando-o nos embarques e desembarques, estão informados de que ele chegará em tal lugar a tal hora, e podem contar que ele terá uma frase de efeito para assegurar um lugar de destaque na edição seguinte.

Detalhe: embora tenha recebido regularmente suas diárias como se estivesse a serviço, por conta de palestras que proferiu na França, o presidente do STF encontra-se oficialmente em gozo de férias, mas a cobertura é de chefe de Estado.

Também há muita comicidade nos diálogos, ou melhor, nas falas do ministro, sempre recheadas de expressões fortes e pontuadas por um mau humor digno do Seu Madruga, o irritadiço personagem da série televisiva “Chaves”. Se o observador isolar a severidade que as carrancas do magistrado tentam induzir em suas manifestações, o conjunto apresentado pela imprensa ganha ares de comédia popular.

Mas jornalistas não deveriam aceitar a imputação geral de “imprensa bandida”.

Roteiro de chanchada

Vejamos, então, o capítulo apresentado nas edições de terça-feira (28/1): em outra circunstância “casual” que a imprensa não explica, o presidente da Suprema Corte declara a jornalistas do Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo que a imprensa não deveria ter publicado entrevista com o deputado João Paulo Cunha, porque, tendo sido condenado à prisão, o parlamentar tem que permanecer no ostracismo.

À parte o natural questionamento que deveria se seguir a essa afirmação no mínimo controversa, não ocorreu a nenhum dos repórteres observar que o deputado deu a entrevista porque está fora da prisão, e só não foi preso porque o ministro viajou sem emitir o respectivo mandado.

Afora o fato de que os editores do Estado de S. Paulo confundem os sentidos das palavras “mandado” e “mandato”, registre-se que o principal motivo de irritação do ministro foi uma frase do parlamentar condenado, na qual ele afirma que a omissão do presidente do STF, ao viajar sem ter assinado o mandado, foi manobra planejada para se manter no noticiário, mesmo em férias e ausente do país. Foi, segundo o deputado, “pirotecnia para ter mais dois minutos de repercussão”.

O Estado também cita, mas os demais jornais não tiveram acesso, ou preferiram ignorar, uma entrevista concedida pelo magistrado à Radio France Internationale, na qual ele declarou o seguinte: “Há uma certa imprensa bandida no Brasil, com pessoas pagas com fundos governamentais que estão aí para me atacar, enquanto eu faço o meu trabalho”.

“Faço o meu trabalho e estou pouco ligando. Minha honestidade cabe aos brasileiros avaliarem, não a esses bandidos”, completou o ministro, numa demonstração de que se leva em altíssima conta.

Na interpretação do diário paulista, ele se referia à denúncia de que estaria recebendo diárias no valor de R$ 14 mil, mesmo em viagem de férias. O jornal vestiu a carapuça, ao lembrar ter sido o veículo a revelar a informação sobre as diárias, o que coloca seus editores na obrigação de responder ao xingamento.

A menos, claro, que os editores do Estado de S.Paulo acolham a ofensa, e como nas histórias de “amores bandidos”, aceitem apanhar em silêncio.

Isso também é típico das chanchadas."

Fonte: Observatório da Imprensa

28 de janeiro de 2014

Grammy 2014: Nile Rodgers, Daft Punk, Pharrell Williams & Stevie Wonder - Get Lucky


Uma das coisas legais que eu gosto de ver (e ouvir, obviamente) na música é quando se unem bons músicos de épocas e estilos diferentes.
Vou mais além, quando acredito que a salvação para a música popular de hoje é mergulhar nas velhas fontes e trazê-las à tona para os mais jovens em uma linguagem atualizada, sonora e visualmente.
Foi o que percebi nesta fantástica apresentação - sem superprodução - do duo francês Daft Punk (referência: Kraftwerk), Pharrell Williams ('o cara' da atualidade), Nile Rodgers (ele mesmo, guitarrista e produtor do Chic, anos 70) & Stevie Wonder (sem maiores comentários).
Atenção nas referências citadas ao longo da música.
Aconteceu no Grammy 2014, domingo passado. Logo depois viria a apresentação de Paul & Ringo!
Para ver e ouvir mais de uma vez!

25 de janeiro de 2014

Viva o Brasil dos rolézinhos e dos rolexzinhos!

Nesta semana que se finda até tivemos um advogado chamando a atenção do povo para o dito "rolézinho" do Barbosa em París! Tava faltando isso para concluirmos o quanto estamos inundados pela baixaria em terras tropicais! O Presidente do STF de férias na Europa dá chance de ser comparado aos meninos e meninas da periferia brasileira barrados(as) pela elite brasileira nos palácios de consumo que são os nossos confortáveis Shopping's Center!!

O Santayana cunhou muitíssimo bem o termo e nos traz uma provocante crônica sobre os rolé's ou seriam os roléx's??!

Sinta-se em casa e deixe se embriagar pelos sentidos propostos pelo Mauro...ele dificilmente deixa de ter razão!!

"DE ROLÉZINHOS E ROLEXZINHOS

Mauro Santayana
(Carta Maior) - O setor de shoppings centers se encontra acuado, nas grandes cidades brasileiras, pelo fenômeno do "rolézinho". A situação chegou a tal ponto, que, contrariando o direito de livre expressão, já há centros comerciais pedindo ao Facebook que retire do ar páginas que envolvam esse tipo de encontro, que convoca, pela internet, centenas de jovens a comparecer, em data e horário específicos, a endereços-alvo previamente determinados.
A justiça tem concedido liminares que permitem aos shoppings barrar a entrada desses jovens e impedir que os encontros se realizem em suas dependências.
Movimentos sociais de diferentes tendências, alguns mais tradicionais, e outros surgidos, como os Black Blocks, nas manifestações de junho, tacham as medidas adotadas pelos shoppings de racismo e exclusão e ameaçam convocar "rolezões sociais", já neste fim de semana, para reagir às medidas.

Em junho de 2013, estabeleceu-se, nas ruas e redes sociais improvável aliança entre "rolexzinhos", que gravavam suas mensagens contra o governo e a Copa do Mundo usando como cenário a praça de alimentação de shoppings, e futuros "rolezinhos" da "periferia".

A periferia pode frequentar shopping, desde que seja identificada tão logo entre, e fique permanente sob o olhar de vigias, e em conveniente minoria. E continue gastando como tem gasto a classe C nos últimos anos, responsável pela explosão do faturamento do comércio de móveis, informática e eletrônicos, por exemplo.
"

LEIA MAIS

 

24 de janeiro de 2014

O Apartamento no Rio (3)

Para quem chega agora, os dois posts anteriores com este mesmo título foram publicados em agosto de 2011 e em julho de 2012. Cliquem nos links caso sejam de interesse.
O motivo de ter retornado ao assunto é que através de uma referência no Facebook cheguei à curiosa página Rio $urreal - Não Pague.
Carioca da gema (suburbano coração) de tempos imemoriais, falava em um dia, quem sabe, retornar às origens pelo andar de cima: 'Rio (Zona Sul) 40º'. O clássico filme do Cinema Novo, anos 1960, do Nelson Pereira dos Santos nem tem mais sentido: agora é Rio 50º. Em temperatura e nas outras sensações.
O fato: no início do mês, como de hábito, estive hospedado no mesmo hotel de sempre. Há algum tempo o prato individual mais barato rondava os R$ 30,00. Pois agora está lá: R$ 44,00. Com menos comida. Um Cheesburguer bonitinho - daqueles que vem no prato, com batatas fritas e salada - de R$ 17,00 foi para R$ 34,00. Dobrou. O valor, não o tamanho.
É o Rio internacional. Do Cristo, da Copa, das Olimpíadas, da moda. E dos preços absurdos.
Ao final, tudo isso será bom para o país, mas os brasileiros tinham de ter um "cartão brasileiro" para ter direito a preços diferenciados.
O governo federal tem pressionado hotéis e companhias aéreas, mas não dá para controlar tudo. Fala mais alto a ganância capitalista. Até em Davos, na Suíça.
Esta semana li no jornal que um executivo do Citibank pediu um Hamburguer no hotel (acho que era outro hotel). Os mesmos R$ 34,00. Se recusou a pagar. Saiu para procurar comida mais barata.
Entenderam o porque da criação daquela página no Facebook?
Vamos ao apartamento. 
Encontrei, também esta semana, com um velho amigo ('velho' mais jovem que eu) que a muito custo comprou e está pagando um imóvel no Recreio. É perto de onde vão se realizar a maioria dos jogos olímpicos. Entregou: dezenas de lançamentos foram 100% adquiridos por investidores (provavelmente paulistas, segundo ele) que deixam os apartamentos fechados só esperando a valorização máxima (entre 2014 e 2016). É a velha "especulação imobiliária" que joga os preços nas alturas.
Com isso já até desisti do velho sonho que aliás nem sei se compensa mais.
Dá até vontade de torcer para estourar alguma bolha... Aviso (antes que me crucifiquem): isto é uma ironia.
Fora isso, tudo no Rio parece estar ainda mais caro do que sempre foi. 
Rio dos meus sonhos, agora de turistas asiáticos cheios da grana. 
Eles que aproveitem. 
Acho que vou para Taiwan. 
Ou ficar escondido em um pequeno balneário nos arredores da Região dos Lagos. 
Que também anda assustando o meu cartão de crédito.

23 de janeiro de 2014

Australian Open


Está ótimo o Australian Open.
Os tenistas estão sofrendo com o calor, mas estão dando conta do recado.
Pena que todos os jogos são de madrugada (aqui, óbvio).
Dá para ver a partir das 21 horas até às 09 horas da manhã do dia seguinte.
Federer versus Murray terminou às 10 h de ontem, por exemplo.
E uma das semifinais é imperdível: Nadal x Federer. Mais um duelo histórico!
Pena que a musa Maria Sharapova já foi eliminada...
Outro que surpreendentemente foi para casa mais cedo é o Novak Djokovic.

22 de janeiro de 2014

Enquanto isso, no "Manhattan Connection"...

Reproduzimos ótimo post do Blog da Cidadania sobre o programa citado, exibido no último domingo.
Há algum tempo não tenho mais saco de assistir ao "melhor time de debate político-econômico da TV brasileira". Este é apenas um dos motivos.
Eu já assisti diversas entrevistas da Luiza Helena e ela é ótima.
Quanto ao time estrategicamente pessimista do Manhattan... 
O melhorzinho é o Ricardo Amorim.



Diogo Mainardi paga mico na Globo News
"Espalhou-se pela internet entrevista que a empresária paulista Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, atual presidente da rede de varejo Magazine Luiza, concedeu ao programa Manhattan Connection, da Globo News, e que foi ao ar na noite do último domingo.

Para o apresentador Lucas Mendes, a empresária é “Simplesmente Luiza”, pois “Assim ela é tratada pela presidente Dilma Rousseff e pelos próprios faxineiros” – supõe-se que de sua empresa.

Mendes qualificou Luiza como “Um fenômeno do comércio brasileiro pelas vendas e pela gestão” e, em sua primeira pergunta a ela, deu ao telespectador a impressão de que tinha diante de si um tipo raro de empresária, o tipo otimista.

Atente para a pergunta de Mendes, leitor. Deixa clara a razão pela qual a empresária foi convidada para um programa cujo objetivo, há anos, tem sido espalhar pessimismo com o Brasil.

Lucas Mendes: “Você não esconde seu otimismo pelo Brasil, nem pela outra presidente, e diz que a culpa desse pessimismo é nossa, da imprensa. Eu acho que esse economista sentado aí do seu lado discorda”.

Uau! Pensei que sobreviria um massacre. Até porque, Luiza é uma mulher de modos simples. Tem aquele sotaque meio caipira do interior paulista, fala um português coloquial, pois, apesar de ter nascido na capital, sua tia – também Luiza, de quem herdou o negócio – fundou em Franca, interior de São Paulo, a primeira loja da rede que a sobrinha edificaria.

O tal economista que parecia que iria demolir as posições de Luiza foi o também apresentador do programa Ricardo Amorim. Porém, a expectativa se frustrou. Perguntou apenas se o seu colega Caio Blinder, que na semana passada dissera que “O varejo brasileiro está em crise”, tinha razão.

Luiza, obviamente, disse que não. Citou dados do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo). Segundo o instituto, o comércio varejista brasileiro cresceu 5,9% em 2013 e só as redes de lojas vinculadas a esse instituto geraram 631 mil empregos.

Luiza ainda teve que explicar ao já titubeante Blinder que o Brasil é “Diferente dos Estados Unidos”. Nessa explicação, a vitoriosa empresária teve que fazer ver ao jornalista o que tem sido dito exaustivamente neste blog, que o atual modelo de desenvolvimento brasileiro, hoje intrinsecamente baseado no consumo de massas, não pode estar esgotado em um país em que apenas 7% ou 8% do povo têm televisão de tela plana, em que apenas 54% têm máquina de lavar…

Enfim, Luiza teve que explicar que, com tanto brasileiro sem produtos que nos EUA qualquer um tem, o modelo de consumo de massas não pode estar “esgotado”.

Blinder, meio atônito com a aula que recebeu de uma empresária que transformou uma pequena loja do interior de São Paulo numa holding que compete hoje com as grandes redes de varejo brasileiras, balbuciou alguma coisa sobre “bolha de consumo” e foi perguntar sobre “rolezinhos”.

Mais adiante, insatisfeito, Lucas Mendes passou a bola a ele, ao próprio, a ninguém mais, ninguém menos do que o “temível” Diogo Mainardi. Seria ele que conseguiria mostrar que aquela mega empresária tão otimista com o país não sabe o que fala?

Antes de prosseguir, devo dizer que esse programa praticou uma covardia. Não se coloca para debater economia pessoas que não têm o mesmo preparo.

Detalhe: a covardia foi com Mendes, Amorim, Blinder e Mainardi.

O expatriado em Veneza – sabe Deus por que – foi logo vestindo aquele seu pretenso estilo irônico, irreverente, desassombrado, mas que não passa de pretensão porque tal estilo requer atributos intelectuais que ele, ao longo do programa, deixou ver que não tem.

Em tom professoral, Mainardi começou a “explicar” a uma empresária desse quilate que “Todos os fatores que determinaram o crescimento do varejo” e que ela acabara de citar a Blinder teriam “Murchado” porque “Os juros estão subindo, o crédito diminui, a inadimplência aumentou pelo segundo ano consecutivo” etc., etc.

E tascou uma pergunta insolente, em sua tática de tentar intimidar quem não tinha condição: “Quando é que você vai vender suas lojas para a Amazon?”.

Luiza, com o semblante sério, questionou as informações que Mainardi acabara de divulgar e prometeu lhe passar os dados corretos por e-mail. Começou dizendo que “A inadimplência está totalmente sob controle”. Nesse momento, ouve-se sorriso de deboche de Mainardi, que a interrompe: “Aumentou em 2012 e aumentou em 2013”.

Mostrando concentração, Luiza desmentiu o interlocutor: “Não! O que o que aumentou foi a inadimplência geral focada”. Explicou que a inadimplência no varejo não aumentou, diminuiu. E que nunca tivemos, no Brasil, um índice de inadimplência tão bom quanto em 2013.

Mainardi insiste: “Na sua loja…”

Luiza rebate: “Não, não é na minha loja, é no Brasil”.

Mainardi não se dá por vencido e diz que os dados “da Serasa” seriam “diferentes”. Novamente, Luiza diz que ele está errado e que vai lhe passar os dados corretos.

A segunda parte desse debate que me é mais cara foi ela ter dito um fato mais do que evidente, mas que ninguém consegue dizer na grande imprensa. A declaração textual de Luiza, que vou reproduzir abaixo, tem sido repetida à exaustão neste blog:

“Como é que fala que a bolha acabou? Nós precisaremos construir 23 milhões de [unidades do programa] Minha Casa Minha Vida pro brasileiro ter um nível social adequado aos países desenvolvidos. Como que a gente fala que é bolha? Bolha são 23 milhões de casas para 23 milhões de pessoas que mora (sic) com o sogro, com a sogra pagando 400 reais de aluguel. Nós tivemos três década perdida (sic)”.

Luiza volta a prometer a Mainardi que irá lhe enviar os dados da inadimplência por email, ao que ele responde com um sorriso debochado e com a petulante frase “Me poupe (sic), Luiza”.

Aquela que o colega de Mainardi disse, no início do programa, ser “Um fenômeno do comércio brasileiro pelas vendas e pela gestão” não se abalou e continuou ensinando ao insolente especialista em nada que ninguém ia comprar suas lojas. E lhe deu mais algumas explicações técnicas sobre as mudanças que poderão ocorrer no mercado nos próximos anos e sobre como suas empresas irão enfrentá-las.

A artilharia contra Luiza ainda tentou prosseguir. Amorim, o economista, deu como “prova” do “desastre” que vive anunciando que as grandes redes de varejo brasileiras não figuram entre as maiores do mundo…

Foi aí que Luiza matou a pau explicando que o varejo no Brasil não era nada até “cinco, seis anos atrás”, que era “muito esquecido”, e que ainda está “engatinhando”, o que, claro, desmonta a tese de “esgotamento” do modelo de consumo de massas.

Amorim, o economista, ficou caladinho.

Foi nesse momento que Mendes, possivelmente após ter consultado a produção do programa, reconheceu que Luiza tem razão na questão da inadimplência. E mudou para assunto mais ameno.

De fato, Luiza tem razão. A inadimplência “focada” que ela admitiu a Mainardi que subiu é a inadimplência seca, que não leva em conta fatores sazonais. É a que mede a Serasa de Mainardi. São, porém, dados brutos.

Há que levar em conta, por exemplo, que naquela determinada época do ano há sempre um aumento da inadimplência. Se não se levar esse fator em conta realmente a taxa será considerada em alta, mas não é assim que os dados devem ser interpretados.

Para esclarecer melhor, vale ler, abaixo, trecho de boletim da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

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Inadimplência cai 0,4% em 2013

13 janeiro, 2014

Os registros de inadimplência caíram 0,4% em 2013, em todo o país, conforme apuração da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em dezembro, contra novembro de 2013, houve redução de 4,5%,  descontados os efeitos sazonais.

Ao longo dos primeiros seis meses de 2013, os registros de inadimplência mantiveram a queda iniciada no final de 2012. Entretanto, a partir do segundo semestre, após uma reversão temporária desta tendência, o indicador encerrou o ano em queda, com nível menor que o registrado em dezembro do ano anterior.

A melhoria do quadro da inadimplência pode ser justificada pela continuidade de fatores como aumento dos rendimentos reais, baixo desemprego, queda dos juros (*), entre outros. Além disso, em 2013 houve um grande ajuste do mercado de crédito, tornando-o mais saudável, com credores mais seletivos e consumidores mais cautelosos (…)

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Como se vê, Mainardi disse bobagem – que a inadimplência aumentou pelo segundo ano consecutivo. A matéria da Boa Vista mostra que a inadimplência aumentou em 2012, mas caiu no ano passado. Mainardi pagou um mico.

Esse fato é extremamente eloquente porque deixa ver a falta de compromisso dessa mídia terrorista com os fatos. Põe gente que não entende nada do mercado para dizer o que o patrão quer que seja dito e o expectador desavisado compra como se fosse fato.

Fato mesmo é que ri muito ao ver a incrível Luiza surrar verbalmente Diogo Mainardi. Ria sozinho. Não só pelo que ela disse – e que reproduzi acima –, mas pela forma como disse – com sua linguagem coloquial e despretensiosa.

Toda essa conversa durou, mais ou menos, uns 15 minutos. Vale muito a pena assistir. Abaixo, o vídeo."
Por Eduardo Guimarães

Luiza Trajano, do Magazine Luiza, versus Mainardi

21 de janeiro de 2014

Fotos ao entardecer capixaba...verão...2104.

Ainda que as imagens da amplitude total à beira mar nos sufoquem em insight's, as fotos acabam cumprindo um papel fundamental de estabelecer limites à imaginação e um certo apaziguamento na alma...daí porque sou mais fotos do que filmagens.

Num destes dias consegui algumas sem qualquer pretensão numa tarde capixaba...e aí pensei: é a praia cumprindo o papel absoluto de espaço criativo, quase democrático e do pleno exercício do compartilhamento dos impulsos sociais em clima tropical... divido com vcs algumas aqui no blog:









10 de janeiro de 2014

Nas entranhas do Poder no Brasil...dica de leitura: "Operação Banqueiro" de Rubens Valente

http://geracaoeditorial.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/01/operacao_banqueiro.jpg 


Não é preciso contaminar as suas férias com isso...mas...nem é preciso se irritar diante do escárnio de muitos poderosos de nosso tempo, a coisa já rola assim desde a colônia...entretanto, se tiver apetite para o óbvio...rsrsrsr!

O lançamento tá acontecendo hoje e pelo que apuramos, a Folha de SP negou publicação.

Talvez em outro lugar do mundo civilizado, esta peça literária fosse uma arma a favor da Justiça e da Ética, mas não aqui em terras tropicais onde os engenhos e a escravidão sem limites nos fizeram herdar o pior das gentes endinheiradas, onde os conflitos de classe nada construíram de positivo no campo social e os preconceitos raciais são ainda irrigados pelos próprios mazelados e suas proles bem nutridas e até já encasteladas.

Parabéns ao autor pela obra e pela coragem em pontuar esta vergonha nacional.

O Brasil não é mais o mesmo após este episódio de nossa história recente, mas também não sabemos ao certo aonde tudo isso vai dar! Samba, talvez!

Boa leitura!

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5 de janeiro de 2014

O Dedo na Ferida! Leonardo Boff

De fato são inumeráveis os dados que comprovam a nossa crise planetária e os enormes riscos para o prosseguimento dos humanos. Tão trágico quanto, é a nossa desfaçatez e apatia para lidar com a questão! Boa parte de nós não acredita ou não acha que vai algo acontecer consigo mesmo...bem, eu penso que o tempo está se encurtando contra todos nós e também não creio em uma mudança de rota...com a palavra o mestre Boff!

"Leonardo Boff põe o dedo na ferida: Seremos uma célula cancerígena a ser extirpada?

 Por Leonardo Boff. Fonte: Site Mercado Ético
Há negacionistas da Shoah (eliminação de milhões de judeus nos campos nazistas de extermínio) e há negacionistas das mudanças climáticas da Terra. Os primeiros recebem o desdém de toda a humanidade. Os segundos, que até há pouco sorriam cinicamente, agora veem dia a dia suas convicções sendo refutadas pelos fatos inegáveis. Só se mantêm coagindo cientistas para não dizerem tudo o que sabem, como foi denunciado por diferentes e sérios meios alternativos de comunição. É a razão ensandecida que busca a acumulação de riqueza sem qualquer outra consideração.
Em tempos recentes temos conhecido eventos extremos da maior gravidade: Katrina e Sandy nos EUA, tufões terríveis no Paquistão e em Bangladesh, o tsunami no Sudeste da Ásia e o tufão no Japão que perigosamente danificou as usinas nucleares em Fukushina e ultimamente o avassalador tufão Haiyan nas Filipinas com milhares de vítimas.
Sabe-se hoje que a temperatura do Pacífico tropical, onde nascem os principais tufões, ficava normalmente abaixo de 19,2 graus centígrados. As águas marítimas foram aquecendo a ponto de, a partir de 1976, ficarem por volta de 25 graus centígrados e a partir de 1997/1998 alcançaram 30 graus centígrados. Tal fato produz grande evaporação de água. Os eventos extremos ocorrem a partir de 26 graus centígrados. Com o aquecimento, os tufões estão acontecendo com frequência cada vez e com maior velocidade. Em 1951 eram de 240 quilômetros hora; em 1960-1980 subiram para 275 quilômetros hora; em 2006 chegaram a 306 quilômetros hora e em 2013 aos terrificantes 380 quilômetros hora.
Nos últimos meses quatro relatórios oficiais de organismos ligados a ONU lançaram veemente alerta sobre as graves consequências do crescente aquecimento global. Com 90% de certeza é comprovadamente provocado pela atividade irresponsável dos seres humanos e dos países industrializados.
Em setembro o IPCC que articula mais de mil cientistas o confirmou; o mesmo fez o Programa do Meio Ambiente da ONU (PNUMA); em seguida o Relatório Internacional do Estado dos Oceanos denunciando o aumento da acidez que por isso absorve menos C02; finalmente em 13 de novembro em Genebra a Organização Meteorológica Mundial. Todos são unânimes em afirmar que não estamos indo ao encontro do aquecimento global: já estamos dentro dele. Se nos inícios da revolução industrial o CO2 era de 280 ppm (parte de um milhão), em 1990 elevou-se a 350 ppm e hoje chegou a 450 ppm. Neste ano noticiou-se que em algumas partes do planeta já se rompeu a barreira dos 2 graus centígrados, o que pode acarretar danos irreversíveis para os seres vivos.
Poucas semanas atrás, a Secretária Executiva da Convenção do Clima da ONU, Christina Figueres, em plena entrevista coletiva, desatou em choro incontido por denunciar que os países quase nada fazem para a adaptação e a mitigação do aquecimento global. Yeb Sano das Filipinas, na 19ª Convenção do Clima em Varsóvia ocorrida entre 11-22 de novembro, chorou diante de representantes de 190 países contando o horror do tufão que dizimou seu pais, atingindo sua própria família. A maioria não pode conter as lágrimas. Mas para muitos eram lágrimas de crocodilo. Os representantes já trazem no bolso as instruções previamente tomadas por seus governos e os grandes dificultam por muitos modos qualquer consenso. Lá estão também os donos do poder no mundo, donos das minas de carvão, muitos acionistas de petrolíferas ou de siderurgias movidas a carvão, as montadoras e outros. Todos querem que as coisas continuem como estão. É o que de pior nos pode acontecer, porque então o caminho para o abismo se torna mais direto e fatal. Por falta de consenso entre os representantes dos povos, desprezando os dados científicos, se entende que as centenas ONGs presentes na 19ª Convenção sobre o clima em Varsóvia abandonaram as discussões e em protesto foram embora.
Por que essa irracional resistência às mudanças que nos podem salvar?
Respondendo, vamos diretos à questão central: esse caos ecológico é tributado ao nosso modo de produção que devasta a natureza e alimenta a cultura do consumismo ilimitado. Ou mudamos nosso paradigma de relação para com a Terra e para com os bens e serviços naturais ou vamos irrefreavelmente ao encontro do pior. O paradigma vigente se rege por esta lógica: quanto posso ganhar com o menor investimento possível, no mais curto lapso de tempo, com inovação tecnológica e com maior potência competitiva? A produção é para o puro e simples consumo que gera a acumulação, este, o objetivo principal. A devastação da natureza e o empobrecimento dos ecossistemas aí implicados são meras externalidades (não entram na contabilidade empresarial). Como a economia neoliberal se rege estritamente pela competição e não pela cooperação, se estabelece uma guerra de mercados, de todos contra todos. Quem paga a conta são os seres humanos (injustiça social) e a natureza (injustiça ecológica).
Ocorre que a Terra não aguenta mais este tipo de guerra total contra ela. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe arrancamos durante um ano. O aquecimento global é a febre que denuncia estar doente e gravemente doente.
Ou começamos a nos sentir parte da natureza e então a respeitamos como a nós mesmos, ou passamos do paradigma da conquista e da dominação para aquele do cuidado e da convivência e produzimos respeitando os ritmos naturais e dentro dos limites de cada ecossistema ou então preparemo-nos para as amargas lições que a Mãe Terra nos dará. E não é excluída a possibilidade de que ela já não nos queira mais sobre sua face e se liberte de nós como nos libertamos de uma célula cancerígena. Ela continuará, coberta de cadáveres, mas sem nós. Que Deus não permita semelhante e trágico destino."

LEIA AQUI

4 de janeiro de 2014

Inspiração para traçar o seu plano para 2014.

Todo o  novo começo de ciclo é, ou deveria ser, assim: qual o novo plano? Quais as novas metas? Quais as nossas urgências? O quê de fato nos inspira para prosseguir nesta jornada?

Bem, encontrei o Simon Sine, um dos maiores especialistas mundiais em liderança, que explica nesta conferência a sua teoria batizada de "Começar com o por quê", destinada a ensinar os outros como se tornar um líder verdadeiro e inspirar transformações. Seus exemplos incluem a Apple, Martin Luther King, e os irmãos Wright.

Tente ouvir o que ele tem a dizer, pode lhe ajudar. 

VEJA AQUI

3 de janeiro de 2014

Por que sofremos? Uma possível resposta de Pascal


Um texto simples remetendo ao pensamento às vezes complexo do filósofo, teólogo, físico e matemático francês Blaise Pascal (para os não iniciados, como este escriba).
Mas na maioria das vezes não é complexo não. Pensar sobre o que ele diz sim.
O artigo é do Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.
Pode ser uma dica de leitura (the book) ou, se ficarmos apenas neste texto, podemos encarar como um conselho ou, no mínimo, um assunto para refletir.

Por que sofremos, segundo Pascal

"Percorro “Os Pensamentos”, de Blaise Pascal, um livro caoticamente sublime. O grande crítico francês Saint-Beuve definiu “Os Pensamentos” como “uma na qual as as pedras foram postas umas sobre as outras, mas não cimentadas, e cuja estrutura ficou inacabada”. Pascal morreu aos 39 anos, em 1641, antes de poder dar forma final à sua formidável “torre”, cujo objetivo maior era a defesa do cristianismo. (É nela que está a frase citadíssima segundo a qual o coração tem razões que a razão desconhece.)

A morte veio cedo para Pascal, colosso não só das letras mas da matemática e da física. Mas ele teve tempo suficiente para inaugurar a prosa francesa tal como a conhecemos hoje. Frases simples, profundas, cortantes, encadeadas com lógica matemática e paixão.

A edição que leio gratuitamente no iBooks tem um brinde, um prefácio do poeta, crítico e dramaturgo americano TS Eliot. “Pascal é um escritor que será lido e estudado pelos homens a cada geração”, escreveu Eliot. “Não é ele que muda. Nós é que mudamos. Não é nosso conhecimento dele que aumenta, mas nosso mundo que se altera e nossas atitudes perante isso. A história da opinião humana sobre Pascal e pessoas de sua estatura é parte da história da humanidade. Isso assinala sua importância permanente.”

Parêntese. Tom Jobim gostava de declamar, em inglês, uma frase de “Terra Perdida”, a obra-prima de Eliot. “April is the cruellest of the months”. Abril é o mais cruel dos meses. Um dia Tom confessou que era a única que ele conhecia.

É sobre um pensamento específico de Pascal que desejo falar. Me fez parar para pensar.

Aqui está: “Descobri que toda a infelicidade dos homens deriva de um simples fato: eles não conseguem ficar quietos em seu quarto.”

Clap, clap, clap.

Palmas.

Isso me remeteu a Sêneca, que dizia que “mendigamos ocupações”, e “como formigas” subimos e descemos o tronco das árvores sem propósito. (Alguém me disse que as formigas sobem e descem com aparente propósito, mas prefiro ficar com Sêneca.)

Pascal, como diria meu amigo Píndaro, brilhou.

Somos inquietos. Não sossegamos. Não conseguimos ficar no nosso canto.

Por isso sofremos."




Van Damme x Chuck Norris

Boa! 
E com trilha sonora da Enya...



Quase Férias

Aos nossos estimados 17 leitores (mais ou menos) um comunicado.
"Blogueiro não tira férias", é o que dizem por aí.
Mas esse seria um bom recado para blogueiros profissionais.
Não é o nosso caso, amadores que somos.
Aproveitando uma parada no trabalho do ganha-pão diário, darei um descanso também para vocês, me ausentando por um período deste espaço que dividimos.
O que não impede de eventualmente me fazer presente se houver oportunidade e assunto para isso.
No mais é torcer para que o titular do blog, o amigo Luiz Felipe Muniz, possa nos brindar com textos como o que fez no dia 31 último (vejam abaixo) ou dicas, como o do post de ontem.
Independente disso o blog continuará sendo frequentado via direcionamento do Google quando da pesquisa de assuntos específicos.
Ou por nossos leitores habituais que poderão navegar por posts sobre diversos assuntos que abordamos ao longo dos últimos quatro anos.
Fui!

2 de janeiro de 2014

O genial Roger Federer

Saca só este lance do Federer.
Começando bem o ano.

Roger Federer Freak Smash - Brisbane International 2014

Mostra Internacional de Rock Progressivo


Nem sempre dá para conciliar nossos desejos com nossas prioridades.
Ou melhor, na maioria das vezes não dá mesmo.
Tentarei ir a alguns destes shows mas... não sei não.
No entanto, quem puder, ótima oportunidade para amantes de boa música!
Com um detalhe importante: 40 anos depois, grandes patrocinadores chegam ao Rock Progressivo. Ou vice-versa.
É claro que os mais aguardados são as duas atrações internacionais: Greg Lake (baixista e vocalista do supergupo Emerson, Lake & Palmer) e os lendários italianos do Premiata Forneria Marconi.
Mas os grupos nacionais não ficam atrás e são excelentes!
O blog recomenda.




Ultrabaixo Teor de Enxofre

Deu no blog Petrobras - Fatos e Dados.
Uma boa notícia para o meio-ambiente, começando bem o ano de 2014.

Gasolina UBTE é lançada em todo o Brasil

"A partir de hoje, toda a gasolina (comum e premium) comercializada no Brasil tem ultrabaixo teor de enxofre (UBTE), uma Gasolina S-50, com teor de enxofre máximo de 50 mg/kg ou partes por milhão (ppm), o que representa uma redução expressiva em relação à gasolina anterior (de até 800 mg/kg ou ppm). O novo combustível substitui integralmente as gasolinas automotivas comercializadas em todo o território nacional, e continuará sendo identificado como “gasolina comum” e “gasolina premium” nas bombas dos postos de serviço.

Esses produtos possibilitam a introdução de veículos dotados de modernas tecnologias para o tratamento de emissões e já reduzem, nos motores atuais de última geração, as emissões de gases no escapamento, apresentando ainda, como benefícios, a baixa formação de depósitos em válvulas, bicos injetores e na câmara de combustão; o menor desgaste do motor; e a vida útil mais longa do lubrificante, mantendo a eficiência energética.

Investimos continuamente em tecnologia e qualidade de nossos combustíveis. Fomos pioneiros na remoção total do chumbo na gasolina automotiva em 1989; e lançamos a Gasolina Podium, com a maior octanagem do mundo (mínimo de 95 IAD) e 30 mg/kg máximo de teor de enxofre, que, desde 2002, já atendia a regulação que entra em vigor em 2014.

A Gasolina S-50 e o Diesel S-10 consolidam um salto tecnológico, o marco de uma nova era em combustíveis, com qualidade equivalente a dos mercados mais exigentes do mundo. Sejam bem-vindos!"

Uma dica de leitura para 2014.

Na última visita à livraria encontrei mais uma preciosa peça a merecer atenção e crédito pelo mérito dos autores: "O Tao da Libertação" de Leonardo Boff e Mark Hathaway, o primeiro um já conhecido de nosso blog e alguém que já muito me ajudou na compreensão da complexidade e suas faces múltiplas, o segundo, um educador e ativista ecumênico da ecojustiça, mas também profundo conhecedor de física, matemática e espiritualidade.

O livro acabou sendo um presente de fim de ano para mim mesmo, recomendo uma leitura atenta em tempos de férias tropicais e vento nordeste forte na rede após o almoço...

O Fritjof Capra gostou tanto do projeto do livro que se prontificou em fazer o prefácio, uma tripla surpresa quando vi.

"A humanidade chega a um momento histórico. Os leitores deste livro descobrirão uma riqueza de ideias e profundos descernimentos sobre as mudanças fundamentais que precisamos implementar em nossa maneira de pensar e em nosso mundo. A mais importante e profunda dessas ideias é a que está no centro dos esforços dos autores; quer dizer, ao invés de entender nossa transição para uma sociedade sustentável como algo baseado primeiramente na imposição de limites e restrições, Hathaway e Boff propõem com grande eloquência uma nova e convicente concepção da sustentabilidade como forma de libertação" Fritjof Capra

Humor de Quinta: Ciúmes e Meteorologia

Duas do pessoal do "Porta dos Fundos", sempre muito boas em seus exageros (nem tanto) e ironias das nuances cotidianas.
É claro que o destaque são os atores.