31 de março de 2014

Acelera Jesus, p....

Não é da nossa série 'humor de quinta'.
Mas pode ser humor de segunda-feira mesmo.
Ou quase.
Uma tragicomédia.
Bem típico do brasileiro: apelar para a religiosidade mas, depois do alívio, a 'despressurização'.
Não recomendável para quem não gosta (e não ri) com palavrões.



Uma das paródias (em video-game):

Desprezível

Boa sacada!
Produção portuguesa sobre direitos humanos e contra o racismo.
Em tempo: "Despicable" significa "Desprezível", "Depreciativo".



"Desplicable" - Portuguese anti-racism advert

A Despedida de Uma Velha Senhora


Boa parte dos brasileiros (sobretudo aqueles com mais idade) tem alguma passagem da vida onde a Kombi esteve presente. Da mesma forma que o Fusca.
Após 53 anos ininteruptos de fabricação no Brasil a Kombi se despede definitivamente. Da mesma forma que o Fusca, há alguns anos.
Para muitos apegados não necessariamente ao veículo em si mas a lembranças que ele traz, vai ficar a saudade de momentos e pessoas que também se foram.



30 de março de 2014

50 anos do golpe militar: "O Dia Que Durou 21 Anos" ou "O Brasil Que A Ditadura Nos Roubou"

Bom artigo e resenha de documentário feito pela Cynara Menezes do blog Socialista Morena e que nós reproduzimos nesta semana que se inicia e que marca os 50 anos do golpe militar, vergonha e vexame nacional.

Em tempo: procurei no You Tube e achei na íntegra o filme "O Dia Que Durou 21 Anos". Inseri depois do texto. Vale a pena assistir.



O Brasil que a ditadura nos roubou
Por Cynara Menezes

"Abrindo a semana de rememoração dos 50 anos do golpe militar, republico este post sobre um filme muito importante. Todos que querem saber a verdadeira história do que aconteceu em 1964 no Brasil devem assisti-lo.

*****

Revolta. Tristeza. Náusea. É o mínimo que se pode dizer da sensação que causa no espectador o documentário O Dia Que Durou 21 Anos, de Camilo Tavares. Revolta e tristeza por constatar que, com o golpe, nos roubaram um projeto de país, um futuro. Náusea por conhecer mais a fundo o papel que os Estados Unidos tiveram na derrubada de João Goulart, muito além da teoria da conspiração e da paranóia.

Camilo é filho do jornalista Flávio Tavares, um dos presos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, sequestrado pelos guerrilheiros da ALN (Ação Libertadora Nacional) e MR-8 em 1969. Sua principal façanha como diretor foi a obtenção de documentos e áudios inéditos que comprovam a participação ativa dos EUA no golpe militar durante o governo John Kennedy e, depois de seu assassinato, com Lyndon Johnson no poder. Particularmente nauseante é a intervenção do embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, e seu cinismo ao reconhecer oficialmente o governo militar no dia seguinte ao golpe.

Além de tramar, espionar e conspirar para derrubar o presidente de outro país, algo inadmissível para um “diplomata”, Gordon é o responsável pela crença, disseminada até hoje pelas carpideiras da ditadura, de que Jango pretendia transformar o Brasil em Cuba, em um país comunista. Uma mentira histórica tão absurda quanto chamar os guerrilheiros de “terroristas”, como insiste a direita fascista brasileira, incapaz de discernir terrorismo de Estado de reação cívica à ditadura. Propositalmente, para enganar jovens com pouca leitura e desinteressados em conhecer a verdade.

A certa altura do documentário, o líder do PTB então, deputado Bocayuva Cunha, esclarece com todas as letras: “Revolução comunista só existe na cabeça e na estupidez de certa elite brasileira”. O que Jango queria era transformar o País, e tinha apoio popular para isso. Suas reformas de base incluíam a reforma bancária, fiscal, administrativa, educacional e agrária. Jango defendia ainda medidas nacionalistas, que desataram a ira dos EUA, histéricos por proteger os lucrativos negócios de suas empresas no Brasil. A intenção de realizar uma profunda reforma agrária, por sua vez, descontentou os grandes donos de terras. Os mesmos ruralistas que hoje em dia volta e meia se associam aos líderes evangélicos no Congresso em defesa de bandeiras arcaicas e anti-democráticas. Gentalha da pior espécie.

O que seria do Brasil se Jango pudesse ter feito suas reformas de base? Se, já naquela época, a questão da terra tivesse sido resolvida, com o fim dos latifúndios? Se a educação tivesse dado um salto qualitativo? Seríamos a republiqueta de bananas em que o golpe nos transformou durante 21 anos, a mais longa ditadura militar da América Latina? Teríamos os problemas educacionais e de terra que ainda temos hoje? Nosso povo continuaria a ser manipulado por políticos, religiosos pilantras e pela mídia apenas por não ter estudado como deveria? Nosso ensino público teria sido sucateado para que gerações inteiras fossem impedidas de pensar?

Na sessão de cinema em que estive (deveriam colocá-lo em cartaz de novo agora), o filme de Camilo Tavares foi aplaudido ao final. Merece mesmo aplausos. E lágrimas. E raiva. E saudade do que não fomos."

29 de março de 2014

Rush: Neil Peart e "A Estrada da Cura"

Vou logo explicando aos nossos 17 leitores que Rush aqui não é aquela hora de trânsito caótico.
Trata-se de um grupo de rock canadense que existe há uns 40 anos.
Mundialmente venerado por fãs de todas as idades, seu estilo musical variou ao longo das décadas, do Hard Rock ao AOR (Adult Oriented Rock), passando pelo Rock Progressivo e até pelo Pop.
Formado por três amigos de infância, é um grupo que tem características bem particulares, seja pela técnica apurada e diferenciada, seja pelas letras e por suas histórias. Uma família diferenciada no mundo do rock.
Formada por Geddy Lee (baixo, vocais e teclados), Alex Lifeson (guitarras) e Neil Peart (bateria), a maioria de suas interessantes composições e letras de seus melhores discos foram escritas por este último.
Um escritor de mão cheia - já publicou cinco livros - e o mais reservado do grupo. E não é apenas mais um baterista. Já foi considerado pela revista Rolling Stone o maior baterista do mundo.
Não é pouca coisa, concordam?
Chegamos ao porque do post. 
Acaba de ser lançado no Brasil (finalmente!) o livro "Ghost Rider - A Estrada da Cura", de autoria de Neil Peart.
Não é uma obra de ficção. Seria melhor que fosse. É uma autobiografia onde ele foca principalmente em trágicos acontecimentos em sua vida que quase levaram ao fim da banda e, o pior, de sua própia vida.
Em resumo: a primeira filha de Neil e até então filha única de 19 anos de idade, Selena Taylor, morreu em um acidente automobilístico em 1997. A sua esposa de 22 anos (de um casamento informal e legal), Jacqueline Taylor, não resistiu ao câncer que estava passando e morreu apenas dez meses depois da morte da enteada. 
No funeral da esposa Neil avisou ao amigos da banda: "não dá mais, considerem-me aposentado".
Sem mais familiares naquele momento e procurando um sentido para a vida, Neil pegou sua moto BMW e partiu em uma viagem de 88 mil quilometros pelo Canadá, Estados Unidos e América Central por mais de um ano.
É isso que ele conta no livro.
Uma jornada onde a solidão, o encontro com desconhecidos, a estrada, as paisagens, contribuem para ele resolver seu problema interior.
Um livro para ler com interesse. Independendente de gostar de Rock ou conhecer o Rush.

28 de março de 2014

Eleições 2014: Sobre o 'Mensalão' Tucano e a Petrobras

"Mensalão" tucano, Petrobras, Campos e Marina
Por Cadu Amaral
"Como há muito tempo se previa, o Supremo Tribunal Federal (STF) tratou o “mensalão” do PSDB de forma diferente com que tratou o do PT. Eduardo Azeredo não será julgado pelo STF e sim, em primeira instância. Foi com esse objetivo que ele renunciou ao mandato de deputado federal. E tem gente que diz que o Judiciário cumpriu a Lei com os petistas.

Uma das coisas mais tristes disso tudo é a confirmação de que o julgamento da Ação Penal (AP) 470 estava contaminado e que a imprensa grande no Brasil não tem o menor compromisso com a democracia e o Estado de Direito.

Agora cabe aos réus da AP 470 recorrer À Organização dos Estados Americanos (OEA) para rever seu julgamento comandado pela sede de holofotes de Joaquim Barbosa que ventilou – ou ainda ventila –a possibilidade de se candidatar a presidente em outubro.

A menina dos olhos de ontem
A Petrobras sempre foi a menina dos olhos da elite nacional. Desde sua criação que o grande capital tenta – até agora sem sucesso – destruir a empresa estatal para que grupos internacionais passem a geri-la e tomar conta de nosso petróleo. Getúlio Vargas precisou de campanha popular de arrecadação de dinheiro para fundá-la.

... E de hoje
Agora tentam a todo custo vender a imagem de que a Petrobras está quebrada e mal gerida. A empresa de petróleo brasileira é uma das mais valiosas do mundo e seu valor hoje vale 113 bilhões de dólares contra 15,6 bilhões de dólares do governo FHC. E com as camadas Pré-sal esse valor só tende a subir.

Especulação econômica
Uma das armas do mercado financeiro é a especulação. Especula-se que determinada empresa vai mal, a mídia grande para atender os interesses econômicos dos especuladores reproduzem esse discurso, os valores de suas ações caem e, em seguida, compra-se as ações por um preço menor. Quem compra? Os especuladores que no início divulgaram que a determinada empresa estava mal das pernas.

Especulação política
E vale de tudo para concretizar esse movimento. Até institutos de pesquisa estão nesse jogo. Basta reparar como há diferença em apenas uma semana entre duas pesquisas do Ibope. Sempre lembrando que Augusto Montenegro, presidente do renomado instituto, afirmou que Dilma não seria eleita em 2010. Credibilidade é isso aí.

Especulação econômica e política
Voltando à Petrobras, agora é o caso da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) que movimenta o mundo político e financista. Logo ao sair o primeiro boato e a contestação da resposta oficial sobre o caso, uma ata da reunião onde se definiu a compra da refinaria confirmou a versão oficial. Até o presidente do Grupo Abril, de Veja, deu razão à Dilma sobre o caso.

Especulação econômica e política 2
É mais do que evidente que a oposição vai tentar usar toda essa gama de factoides sobre a Petrobras para tentar impedir a reeleição de Dilma em outubro. Tudo isso com o sorriso largo de grandes grupos internacionais que atuam no setor de petróleo e de grupos que atuam no mercado financeiro. Eles devem estar salivando à espera de abocanhar a empresa brasileira.

Campos e Marina
Eduardo Campos e Marina Silva apareceram no programa partidário do PSB/Rede. Ambos diziam serem “filhos da esperança” e que foram ministros de Lula. Ao que parece vão querer manter certo grau de ligação com a imagem do ex-presidente. Do mesmo jeito que fez o Serra no começo da campanha em 2010, e o resultado todos sabem qual foi.

Campos e Marina 2
Tentando surfar na onda de especulações, Campos e Marina também falaram da Petrobras. E assim como a imprensa grande, se utilizam da desinformação sobre o histórico recente da empresa e seu momento atual. Aliás, todos os temas abordados por Campos e Marina no programa partidário estavam recheados de informações falsas. Em todas as áreas citadas, basta uma simples pesquisa na internet para confirmar isso. A nova política já nasceu caduca de velha.

Esqueceram o saudoso Miguel Arraes
Eduardo Campos sequer citou o nome de seu avô, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Arraes foi um governante à frente de seu tempo. Falava em reforma agrária quando ninguém o fazia e combateu o golpe de 1964 na cadeira de governador e depois de deposto pelos golpistas. Marina chegou a lembrá-lo que tinha Arraes como avô, mas sem citar seu nome. “Seu avô”, ela disse. Perguntaram nas redes sociais: Eduardo Campos não citou seu avô, Miguel Arraes, por medo dos conservadores?"
Fonte: Blog do Cadu

Klaus Schulze: Picture Music


Um dos pioneiros e mais geniais representantes da escola eletrônica de Berlin, o genial Klaus Schulze.
Entre suas dezenas de álbuns escolhi este que tenho original em vinil.
É de 1973.
Do mítico selo Brain, produção da Metronome.
Os instrumentos que ele utiliza são:
- EMS Synthesizer VCS 3
- ARP Odyssee
- Synthesizer 2600
- Farfisa Professional Duo Organ
Faixas:
1- Totem - 23:45
2 - Mental Door - 23:00

Música para viagens mentais.



Musa da Semana: Ana Paula Nogueira

No fim do ano passado surgiu um movimento marcado via redes sociais bem diferente dos famosos e já cansativos protestos.
O objetivo era um "toplessaço" em Ipanema.
Ou seja, mulheres defendendo o direito de ir a praia sem a parte superior do biquini.
Não teve muita adesão. Desconfio que por causa da caretice generalizada é porque muitas mulheres ainda tem uma preocupação exagerada com a estética. Ou seja, temem "fazer feio". Tem razão por que a cobrança imbecil da "perfeição" continua solta.
Um exemplo é esta seção "Musas". Mas não temos opção. É só uma vez por semana e ai a escolha recai sobre as que estão em evidência. Sorry.
O saldo positivo que ficou do movimento foi uma das líderes, a cineasta carioca Ana Paula Nogueira, de 34 anos. Desinibida e bonita.
Semana passada ela posou para o site Paparazzo com sucesso.
Trazemos algumas imagens da moça, torcendo para que no próximo verão ela esteja assim em nossas praias.











27 de março de 2014

Justiça: Dois Pesos, Duas Medidas

Supremo salva o PSDB. Grotesco!
Por Altamiro Borges

"Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (27), que o ex-governador Eduardo Azeredo, envolvido no "mensalão tucano", deverá ser julgado pela primeira instância da Justiça Federal, em Minas Gerais. A decisão comprova, uma vez mais, que o STF é  um tribunal eminentemente político e que não tem nada de imparcial. Para atingir as forças de esquerda, ele promoveu um show midiático no julgamento do "mensalão petista", com direito a transmissão diária pela televisão. Agora, ele libera o grão-tucano Eduardo Azeredo, que inclusive foi presidente nacional do PSDB, e dá sua mãozinha para a oposição de direita nas eleições de outubro próximo.

O argumento utilizado pelos ministros do STF para salvar o PSDB é grotesco. Os juízes alegam que o tucano mineiro renunciou ao mandato de deputado federal e, com isso, perdeu a prerrogativa de foro privilegiado. Mas, então, porque o Supremo cometeu a notória ilegalidade de julgar José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares? No caso dos petistas, tudo foi feito para atrair os holofotes da mídia, num evidente tribunal de exceção com motivação política. Já no caso de Eduardo Azeredo, que renunciou há poucos dias, o STF alegou motivo "técnico" para remeter o caso à primeira instância.

Com base em farta documentação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou o tucano pelos crimes de desvio de dinheiro público durante a campanha pela reeleição ao governo mineiro, em 1998, e pediu a condenação do ex-deputado a 22 anos de prisão. Temendo a cassação e cedendo à pressão da cúpula do PSDB, preocupada com o desgaste da imagem do partido num ano de eleições, Eduardo Azeredo renunciou em fevereiro. "É evidente que ele renunciou pra não ser julgado no STF", disse o ministro José Antonio Dias Toffoli em sua exposição na sessão desta quinta-feira.

Mesmo assim, o Supremo optou por remeter o processo à primeira instância. A decisão pode resultar, inclusive, na prescrição da pena. O caso do "mensalão tucano", que se arrasta há 11 anos, não tem prazo para começar a ser julgado na Justiça de Minas Gerais. A tendência é que Eduardo Azeredo fique em liberdade - diferentemente dos "mensaleiros petistas" - e que a mídia tucana simplesmente abafe o escândalo. Não haverá transmissão ao vivo pela tevê, nem manchetes nos jornalões e nem capas nas revistonas. O "mensalão mineiro", como a mídia insiste em chamar a sujeira tucana, acabará no esquecimento e terá pouco interferência na batalha eleitoral deste ano. Haja Justiça!"
Fonte: Blog do Miro

O Drama da Depilação Feminina

É pra rir e é "Humor de Quinta". 
Mas deve ser um drama real mesmo.
O blog reconhece o sofrimento...

Fonte: Facebook - Apenas Amor



"Tenta sim. Vai ficar lindo.
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve.

Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.

- Vai depilar o quê?

- Virilha.

- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.

- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?

- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui.

Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona.

Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.

Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.

Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.

Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas.

Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era

O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- Quer bem cavada?

- é... é, isso.

Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.

- Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.

- Assim?

- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.

- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.

Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar.

Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.

Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope.

Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer.

Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?

- Não, eu quero só virilha, bigode não.

- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.

- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta".

Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?

- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la.

Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- Vamos ficar de lado agora?

- Hein?

- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.

- Segura sua bunda aqui?

- Hein?

- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.

Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava De cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:

- Tudo bem, Pê?

- Sim... sonhei de novo com o cú de uma cliente.

Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cús por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera.

Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo.
Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.

Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.

- Penélope, empresta um chumaço de algodão?

Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem?
Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.

- Máquina de quê?!

- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.

- Dói?

- Dói nada.

- Tá, passa essa merda...

- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?

- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.

- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar. .. eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais.

Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso.

Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada."

As mulheres e o 'conversor automático de opinião'

Humor de Quinta (2)


Elvis Presley, John Lennon, Kurt Cobain, Marilyn Monroe, Tupac Shakur e Bruce Lee não morreram!

E o blog desvenda o paraíso onde se escondem! (Humor de Quinta)



26 de março de 2014

Gentileza Gera Gentileza (no STF?)

Interessante análise do Luis Nassif sobre um fato que ainda promete dar 'muito pano pra manga'.

Ao criticar Barbosa, Noblat exprimiu uma indignação geral contra a falta de compostura
Por Luis Nassif
"Não tenho motivo pessoal para defender Ricardo Noblat. E ele sabe a razão.

Mas tenho razões profissionais para entender a falta de isonomia em uma representação de alta autoridade do Judiciário contra um cidadão comum, ainda que jornalista conhecido.

Em 1987 fui alvo de uma representação do então Consultor Geral da República (posteriormente Ministro da Justiça) Saulo Ramos, por denúncias que fiz contra um decreto suspeitíssimo que promulgou – provavelmente com redação do seu braço direito Celso de Mello – criando uma verdadeira indústria nas liquidações extrajudiciais.

Saulo encaminhou a representação ao Ministério Público Federal e o então Procurador Geral Sepúlveda Pertence distribuiu-a a um procurador. Este opinou pelo arquivamento. Sepúlveda então retirou a ação do procurador e encaminhou-a a outro procurador.

Na época procurei Sepúlveda em um intervalo de sessão do STF – da qual ele participava ainda na condição de Procurador Geral da República. Disse-lhe que não ia lhe pedir nada. Apenas queria entender o que o Poder fazia até com pessoas com biografia.

Sua resposta me surpreendeu: "Não poderia dizer não ao consultor geral da República".

Assim como as ações de Gilmar Mendes contra jornalistas, a de Joaquim Barbosa peca pelo abuso. Em geral essas ações passam por dois crivos: o do procurador, opinando por sua legitimidade; e,  depois, pelo Judiciário. Pergunto: que procurador irá se pronunciar contra alguém que, além de presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, também é ex-colega procurador.

Sobre o mérito, pode-se discutir. Paulo Henrique Amorim foi condenado por afirmações similares, mesmo defendido por lideranças do movimento afro.

Noblat foi um feroz avalista das condenações da AP 470. Não se pode imputar a ele sequer part-pris político.

A questão que se coloca é outro: uma alta autoridade que se permite espetáculos públicos de grosseria, abusos verborrágicos incontroláveis, difamação de colegas, não é corresponsável pelas reações que gera, inclusive contra ele próprio?

Noblat exprimiu uma indignação que estava contida na garganta de muita gente, de pessoas, que independentemente de linha política, ficam indignadas com aqueles que exorbitam do poder que tem, que tratam o poder que lhes foi conferido como propriedade pessoal, não como um bem público que precisa ser preservado. Exagerou, sim, ao incluir essa bobagem de psicologia racial no artigo. Mas descreveu, da maneira como a opinião pública vê, a imagem que Joaquim Barbosa projetou."
Fonte: Jornal GGN

25 de março de 2014

Aeroporto mental fechado para pousos e decolagens

Uma vez, em fins dos anos 70, o músico e compositor Brian Eno estava no saguão de um aeroporto que estava lotado.
O ambiente era grande e se ouvia o burburinho das pessoas e sons do auto-falante.
Achou que todo aquele ruido durante horas não fazia bem.
Pensou em uma música para grandes espaços, que não exigisse uma atenção direta, mas que acalmasse o local, o momento. Interferisse beneficamente na mente das pessoas.
Baseado então nas idéias minimalistas ele criou este álbum - o primeiro de uma série - que seria o precursor da Ambient Music.
No post aí embaixo sobre "a arte de ser leve" (como um avião pesado que consegue planar), comenta-se de criar uma pausa em nossa pressa para tudo.
Pois está aqui uma boa trilha sonora para ajudar nestas paradas.
Deite, feche os olhos e tente não pensar em nada.
É música para dar um stop em nossos voos incessantes.
Aeroporto mental fechado para pousos e decolagens.


Sobre a "Arte de Ser Leve" - Crônica, Livro e Palestra

Tive a oportunidade nessa manhã de terça-feira de assistir a uma ótima palestra da jornalista e escritora Leila Ferreira.
O nome não me era estranho nem o título da palestra.
Na saída a cumprimentei e agradeci pelo que tinha aprendido (ou relembrado) naqueles minutos.
Não falei que já tinha copiado e colocado um texto seu aqui no blog, não que não quisesse comentar isso, mas tinha algumas pessoas também querendo cumprimentá-la e eu não queria tomar o seu tempo.
O diferencial da palestra para o texto é que ela contou muito de sua vida desde a infância, de suas lutas, dificuldades, problemas, vitórias...
Basicamente a "arte de ser leve" é um estado de espírito e forma de ação onde retomamos a gentiliza com os outros e a empatia; fugimos do mau-humor que afeta não só nós mesmos mas a todos que nos rodeiam; deixamos de lado aquela máscara "estilo famosos do Projac" onde mostramos parecer o que não somos, ter o que não temos, ser o que não somos e só nos afundamos em dívidas psicológicas e financeiras; "a arte de ser leve" é também não se deixar dominar pela pressa e reservarmos uma pausa para nós mesmos; viver o momento, o próprio ser. 
É fácil? Não. Mas é o melhor para a nossa sobrevivência neste mundo tão conturbado. Fora disso até a saúde física e mental vão embora e não voltam mais.


"A Arte de Ser Leve" - Editora Globo
Sinopse do livro:
"Tem gente que anda com um enorme bacalhau nas costas. A imagem é usada pela jornalista Leila Ferreira pra descrever aqueles que não conseguem se livrar da carga do mau humor e vão estragando o dia de quem tem o azar de topar-lhes o caminho. A autora de 'A arte de ser leve' se inspirou no rótulo de um tônico, a Emulsão de Scott, que continha o intragável óleo de fígado, e trazia estampado um marinheiro arcado sob o peso do peixe às suas costas. O livro visa ser um antídoto contra os 'bacalhaus' que muitas vezes as pessoas arrastam pela vida afora. A autora não pretende ser a 'dona da verdade', usar de didatismo em receitas fáceis e tampouco quer apresentar complicações acadêmicas. As histórias e impressões vão sendo aos poucos tiradas do cotidiano, da memória, das entrevistas acumuladas em sua carreira com pessoas importantes e dos bate-papos com anônimos. Dessa maneira, costurando informações científicas, divagando, conversando, a autora propõe uma pequena revolução num mundo abarrotado de e-mails e telefones celulares, de pouca cortesia e muitas dietas, cheio de ambição e consumismo transformar os gestos do cotidiano, aqueles que prendem e sobrecarregam as pessoas sem sequer dar a elas a chance de percebê-los."

A Arte de Ser Leve (crônica)
"Costumo dizer que, depois de passar alguns anos correndo atrás da felicidade, hoje prefiro andar sem pressa em busca da leveza. Não a leveza que nos aliena ou nos condena à superfície, mas aquela que nos inspira a manter uma espécie de elegância existencial mesmo diante das adversidades – e adversidade é coisa que nunca falta pelos caminhos. Todos nós temos problemas, todos nós convivemos com frustrações e perdas. Mas nenhuma carga de insatisfação pessoal justifica nos transformarmos em seres de espírito obeso, criaturas permanentemente estressadas e insatisfeitas que parecem carregar nas costas (e na alma) o peso do universo. Não há nada mais penoso do que conviver com pessoas desagradáveis – seja na casa, no trabalho, no prédio onde moramos ou na fila do cinema. E a recíproca, claro, é verdadeira: compartilhar um espaço, uma atividade ou uma vida com alguém leve é um dos grandes prazeres da existência.
Quando penso nessa leveza que acrescenta qualidade ao cotidiano, penso antes de mais nada, em bom humor e gentileza. Pessoas indelicadas, incapazes de dizer “obrigado” ou “por favor”, aquele colega da empresa que nunca dá um “Bom dia”, o chefe que maltrata os funcionários, o motorista que sai dando fechadas no trânsito, a vendedora que não cumprimenta os clientes: quem é que gosta de dividir seu cotidiano com pessoas assim? E aquele médico que não dá um sorriso sequer, o marido que não abre a cara por nada deste mundo, a amiga que reclama de tudo e de todos, a colega de trabalho que parece estar brigada com todos e com tudo: alguém merece conviver com criaturas assim?
Quando se abre a mão da gentileza, a qualidade de vida cai drasticamente. Não há como manter bons relacionamentos – sejam eles na esfera profissional, social ou familiar – quando se é descortês ou grosseiro. E quando nossos relacionamentos deixam a desejar, nossa qualidade de vida é expressivamente reduzida. Com o humor ocorre o mesmo. Pessoas bem humoradas ou com senso de humor convivem melhor com o mundo e com elas mesmas. Não criam dramas desnecessários e, com isso, reduzem o impacto das circunstâncias desfavoráveis que inevitavelmente fazem parte do nosso dia a dia.
Antigamente, valorizava-se muito a simpatia. Hoje, no mundo das aparências e do consumismo, valem o corpo malhado, o carro do ano, o rosto sem rugas, a roupa de grife. Aos poucos, vamos nos esquecendo de sermos agradáveis – é como se a simpatia fosse uma virtude bobinha do passado, uma prima pobre esquecida diante de tantos modismos. Apressados, estressados e esgotados pelo esforço permanente do “ter que fazer”, “ter que correr”, “ter que se dar bem” e “ter que competir”, vamos aumentando, sem perceber, o peso que carregamos na alma. É como se a cada dia acrescentássemos alguns quilos a nossa bagagem e o percurso vai ficando cada vez mais arrastado e mais difícil.
Para quem não teve a sorte de nascer leve, leveza é algo que se aprende, garante um casal de psicólogos portugueses que entrevistei para o meu livro sobre esse tema. Helena Marujo e Luís Miguel Neto dão treinamentos em empresas, escolas e hospitais para ensinar as pessoas a serem mais bem humoradas, mais agradáveis, mais otimistas. Fácil não é elas admitem. Mas é possível. São escolhas diárias que fazemos, pequenas e grandes escolhas: como vou tratar este colega? Vou respeitar ou não meus funcionários? Vou passar duas horas reclamando da vida para os meus filhos? Esta minha cara fechada é algo que alguém merece ter por perto? Até quando vou impor meu azedume a quem me cerca? Quando foi a última vez que tentei ser uma pessoa melhor, mais generosa e delicada, menos amarga ou agressiva? São perguntas que podemos, ou devemos, nos fazer cotidianamente – pequenos exercícios em prol da leveza e da tão falada qualidade de vida.
Mestres na arte de cortar carboidratos e contar calorias, talvez seja hora de colocarmos a alma na balança, aparar as arestas e reduzir as gorduras do espírito. “Travel light”, costumam recomendar os guias de viagem: “viaje leve”, ou seja, quanto menos bagagem, maior a chance de desfrutarmos o que aparece no caminho. Quando a alma pesa pouco, viaja-se, ou vive-se melhor. E, claro quem convive conosco agradece."
Leila Ferreira

O vale-tudo contra Dilma

Quem disse que apesar do escândalo neoliberal das últimas crises internacionais que jogou na lama meio mundo eles desistiriam?

Petrobras e o vale-tudo contra Dilma
Por Bepe Damasco, em seu blog:

"Mais cedo do que se esperava, a oposição parlamentar e midiática ao governo de Dilma Rousseff partiu para os golpes abaixo da linha da cintura. Na certa, desesperados pela divulgação das últimas pesquisas de intenção de voto, que reforçam a condição de favorita absoluta da presidenta nas eleições de outubro, os candidatos oposicionistas e suas bancadas parlamentares lançaram mão de uma estratégia própria dos desatinados sem voto : envolver a própria presidenta da República num cipoal de denúncias de irregularidades contra a maior empresa brasileira, a Petrobras.


De quebra, operam pelo desgaste da Petrobras, ignorando tudo que ela representa para o Brasil, especialmente no momento em que a extração de óleo na camada do pré-sal avança a pleno vapor, sinalizando um futuro de melhoria significativa das condições de vida do povo brasileiro. Na verdade, os que exploram política e eleitoralmente o caso Pasadena não se conformam com o regime de partilha e com a não privatização da empresa.

Aqui, cabe um parênteses para o flagrante caso de desonestidade intelectual do esquálido candidato Eduardo Campos, que, para surfar na onda de ataques levianos contra o governo, e, quem sabe, conquistar uns votinhos, insinuou que a real intenção do governo é privatizar a empresa. Tamanho disparate só me faz festejar a mudança de lado do governador de Pernambuco. Ele merece se perfilar junto a tucanos e demos, ao O Globo, à Folha e à Veja.

Ações temerárias e decisões equivocadas de investimento por parte Petrobras devem ser investigadas pelos órgãos responsáveis. Isso é uma coisa, Outra bem diferente é transformar a Petrobras na Geni da vez para suprir a indigência eleitoral e programática da oposição. Usar a Petrobras com esse intuito é fazer mal ao país, é prejudicar negócios vitais para o Brasil, é arranhar a imagem da locomotiva do desenvolvimento brasileiro.

Como se movem pelo mais mesquinho interesse eleitoreiro, pouco importa algumas evidências que saltam aos olhos de quem examina a questão com um mínimo de isenção :

1) Dilma não era presidenta da República, em 2006, quando o Conselho de Administração da Petrobras votou favoravelmente ao investimento em Pasadena. Na ocasião, ela ocupava o cargo de ministra da Casa Civil e presidia o conselho da estatal.

2) Não cabe ao Conselho de Administração a decisão final sobre os investimentos da empresa. O conselho define as diretrizes estratégicas. Acerca do plano de investimentos, o CA funciona, portanto, como um órgão consultivo.

3) As explicações oficiais da presidenta, segundo as quais seu voto teve como base relatórios precários e imprecisos, são corroborados por grande parte dos conselheiros da época, dentre eles o empresário Jorge Gerdau e o insuspeito hoje presidente da Editora Abril, Fábio Barbosa.

4) É absolutamente impossível para uma empresa de tamanho colossal como a Petrobras acertar a mão em todos os investimentos que faz. Tampouco não é razoável supor que seus dirigentes possam blindá-la integralmente contra malfeitos. Uma radiografia de todos os negócios e investimentos da Petrobras ao redor do mundo, certamente indicaria que a maioria esmagadora das operações são exemplos de êxito e trazem vultosos recursos financeiros para o Brasil.

5) Embora a Petrobras tenha enfrentado problemas com sua sócia em Pasadena, o que gerou prejuízos à companhia, não é verdade que ela seja um monumento ao desperdício. Pasadena hoje opera normalmente, produzindo 16 mil barris diários."
Fontes: Blog do Miro e Blog do Pepe

24 de março de 2014

Roberto Dávila e a oportunidade perdida

Conheço o Roberto Dávila dos seus bons programas na antiga TVE - TV Educativa (atual TV Brasil).
Entrevistador simpático, inteligente, tranquilo, bom de papo.
Fazia tempo que não tinha notícias dele, nem sei se estava na TV Brasil.
Me surpreendi quando soube que passaria a fazer parte da grade da GloboNews.
Tá bom.
O entrevistado do programa de estréia seria (foi) o presidente do STF, Joaquim Barbosa. Huuumm...
Conhecendo os dois, seria um programa imperdível.
Botei para gravar. Assisti ontem.
Decepção total com com o Roberto Dávila, de quem continuo gostando como reporter, não será uma entrevista que irá mudar isso.
Mas o fato que ficou é de que se perdeu uma oportunidade única de uma ótima entrevista.
É que ele não tocou em pontos polêmicos, não avançou quando podia, não saiu da zona de conforto e aí ficou a impressão de uma entrevista combinada, totalmente dispensável, perda de tempo. Tem estagiário fazendo coisa melhor. Espero que as próximas não sigam por esse caminho.
O jornalista Paulo Nogueira do Diário do Centro do Mundo dá a seguir a sua opinião (ele escreve mil vezes melhor que eu, embora não tenha que concordar sempre com o que ele - ou qualquer outro aqui reproduzido - diga).

Dávila fez uma entrevista “Caras” com Joaquim Barbosa
"Roberto Dávila fez uma entrevista “Caras” com Joaquim Barbosa na estreia de seu programa de entrevistas na Globonews, neste final de semana.

Não incomodou em nenhum momento seu entrevistado, o que é a prova maior de uma entrevista desprezível no jornalismo sério.

Só faltou a ele falar com Joaquim Barbosa de joelhos dobrados.

Pela amostra, dá para imaginar o que serão os futuros programas: completamente dispensáveis.

Boas entrevistas contêm inevitavelmente tensão e adrenalina. A Playboy americana levou ao estado da arte as entrevistas, e virou referência mundial. Uma delas foi interrompida momentaneamente quando o entrevistado, de Niro, jogou o gravador do jornalista na parede, diante de uma pergunta que o irritou.

Chances de levar a conversa para algo mais quente não faltaram. Joaquim Barbosa disse, por exemplo, que está processando um jornalista por racismo.

Dávila simplesmente ignorou o assunto. Fugiu dele ou por inépcia ou por medo de sair da zona de conforto à base de sorrisos e rapapés.

Não foi sequer pronunciado o nome de Noblat, o processado.

Dávila também se furtou a entrar na história da nomeação de JB para o Supremo.

Poderia ter perguntado a ele se confirmava a versão de Frei Betto segundo a qual Barbosa o abordou no aeroporto de Brasília e se apresentou como uma resposta para a busca de Lula por um ministro negro.

A impressão que sobrou é que a entrevista foi toda ela combinada. Ficou, portanto, emasculada.

O melhor da conversa girou sobre racismo. Estavam os dois de pé, por causa das dores nas costas de Barbosa. Com razão, JB disse que o Brasil é imensamente racista.

Isto é uma verdade doída, mas também é verdade que ele nada fez pelos negros como presidente do Supremo.

Poderia ter feito um pronunciamento, um só, para levantar o debate – mas nada fez. Sua voz jamais se ergueu na defesa dos negros, o que é uma lástima, uma grande oportunidade desperdiçada.

Ainda nesta semana, ele teria agido bem se falasse algo em defesa de Claudia Ferreira, arrastada e morta barbaramente por policiais no Rio de Janeiro.

Mas nada.

Dávila foi tão bajulador que conseguiu dizer que, aos 59 anos, Barbosa é “muito jovem”. Ora, aos 33 Alexandre tinha ganhado e perdido o mundo. Penso aqui comido que, aos 57, devo me julgar um adolescente, talvez.

Como o DCM já noticiou, JB disse que não será candidato em 2014. A razão é óbvia: ele não tem voto.

Provavelmente não será candidato a nada expressivo jamais, porque virou um herói da direita, e isso dá holofotes mas não votos.

Se Dávila perdeu sucessivas chances de produzir uma conversa minimamente excitante, Joaquim Barbosa não deixou escapar a oportunidade de bater em Lula.

Disse que várias vezes Lula, quando presidente, o convidou para fazer parte da comitiva em viagens para a África.

Disse que sempre recusou por entender que Lula queria fazer “marketing” – mostrar aos africanos uma imagem racial muito distante da realidade brasileira.

Não obstante, JB ficou sentido com Dilma por não ter sido incluído no grupo que foi ao funeral de Mandela.

Joaquim Barbosa parece jamais haver superado as marcas do racismo de que foi vítima antes de ascender socialmente, e é compreensível.

O que é incompreensível é sua falta de ação para promover seus iguais. Teve palco, teve microfone, teve tudo para isso, sobretudo no ápice do Mensalão, quando a imprensa lhe deu um espaço extraordinário.

Mas ficou quieto."

Pasadena: Agora as coisas ficaram mais claras

Mais verdades sobre Pasadena que a mídia esconde

"Acabo de publicar no Tijolaço o texto abaixo, que me custou um domingo inteiro de pesquisa.
Agora as coisas ficaram mais claras. Os brasileiros foram enganados mais uma vez pela mídia. As notícias sobre a refinaria de Pasadena trazem informações vergonhosamente manipuladas.
O assunto foi politizado com fins eleitorais, de maneira que o PT tem a obrigação de vencer o seu medo já patológico da mídia e enfrentá-lo de cabeça erguida. Até porque está em jogo aqui muito mais do que o PT. Estão jogando contra a Petrobrás e, portanto, contra a nossa soberania econômica.
Mais que isso, estão tentando passar a perna nos brasileiros e matar vários coelhos com uma só pancada. Desgastar a presidente, tirando-lhe e votos, e de bucha forçar a Petrobrás a vender por alguns trocados uma refinaria que, para ser construída novamente, num lugar tão estratégico como o canal de Houston, custaria talvez mais de 2 bilhões de dólares. Talvez muito mais que isso.
Eu tiro esse valor de duas fontes. Em 2003, em sua coluna no Baltimore Sun, o jornalista Jay Hancock estima que construir uma refinaria igual à de Pasadena custaria mais de 1 bilhão. O New York Times, por sua vez, informa que a estimativa inicial do governo do Paquistão para construir uma refinaria de petróleo com capacidade para 40 mil barris por dia, é de 600 milhões de dólares. A construção da Abreu Lima, em Pernambuco, com capacidade de 230 mil barris por dia, estácustando US$ 17 bilhões. Qual o objetivo em nos fazer acreditar que uma refinaria situada no coração do corredor petrolífero dos EUA, funcionando a pleno vapor, com capacidade para processar até 120 mil barris por dia, não vale os US$ 1 bilhão pagos pela Petrobrás? Sem contar que, neste bilhão estão incluídos estoques e milionários custos processuais. O preço efetivamente pago pela refinaria foi a metade disso.
Pasadena, aliás, vale mais que dinheiro. Como tudo que envolve segurança energética, ela também possui um valor estratégico e político.
Para adaptar-se às novas exigências ambientais, a refinaria de Pasadena passou a adotar, a partir de 2005, um sistema que reduz drasticamente a emissão de gases poluentes na atmosfera.
A implantação dessa tecnologia pela Astra foi um dos motivos que fizeram seu preço subir tanto de 2005 para 2006.
Uma coisa é comprar uma refinaria com gravíssimos problemas ambientais, trabalhistas e logísticos.
Outra coisa é comprar uma refinaria que investiu mais de US$ 100 milhões para se adaptar às rígidas exigências ambientais vigentes hoje nos Estados Unidos, e que também resolveu suas outras pendências.
A mídia repete que a Petrobrás pagou US$ 360 milhões por uma refinaria que tinha sido vendida por apenas US$ 42 milhões no ano anterior. E aí houve uma incompetência incrível por parte da comunicação da Petrobrás e do governo. O próprio Gabrielli confundiu a opinião pública ao dar a informação, até hoje não confirmada, aliás, por nenhum documento, nem mesmo por um mísero link para alguma reportagem, sem contextualizá-la adequadamente.
Fica parecendo que estamos falando de um carro que alguém compra por 42 mil reais e depois revende por 360 mil.
Refinaria não é carro.
O valor de uma refinaria é medido pelo seu posicionamento estratégico (no caso de Pasadena, ela está localizada no coração do principal “corredor” energético da maior potência do planeta), pelo maquinário usado, assim como pela existência ou não de pendências tributárias, trabalhistas e ambientais.
A Astra comprou uma refinaria cheia de problemas. Pasadena tinha vivido, a partir de meados dos anos 90, a maior greve da história da indústria petrolífera, a qual apenas foi resolvida em 2002.
A poderosa OCW, o principal sindicato de trabalhadores da indústria petrolífera dos EUA, vinha lutando há muitos anos contra a Crown Central Petroleum (nome da refinaria antes de ser comprada pela Astra, em 2005). A Crown era acusada de violar direitos humanos, racismo, poluição, falta de segurança, entre outros problemas.
Em 1999, a estatal petrolífera da Noruega informa que não iria mais trabalhar com a Crown Central Petroleum enquanto ela não respondesse às denúncias.
Todos pareciam odiar a refinaria, e com razão.
A empresa, então controlada por Henry Rosenberg, era acusada de racismo contra trabalhadores afrodescendentes, e de não tomar cuidado para evitar a poluição jogada sobre a vizinhança pobre, a maior parte composta de latino-americanos.
Para piorar, uma série de explosões vinham causando transtornos à refinaria. Só em 2001, foram três.
É preciso considerar todos esses fatores quando se analisa o negócio feito pela Astra no início de 2005.
Sob a nova direção, todos esses problemas seriam resolvidos.
Astra ainda ganharia a sorte grande, na forma de uma tragédia, ocorrida no mesmo ano. Os furacões Katrina e Rita causaram danos a inúmeras refinarias do Texas. Pasadena sofreu alguns danos, mas poucos. Entretanto, com a redução da oferta causada pela paralisação de dezenas de refinarias da região, as cotações do produto refinado disparariam, aumentando exponencialmente o faturamento daquelas que permaneceram em atividade.
E aí entra a Petrobrás na história. O ano é 2006 e o seu presidente era Sérgio Gabrielli.
A Petrobrás ainda vivia a era anterior à descoberta do pré-sal. Mas já tinha planos ambiciosos de expansão internacional.
Quer dizer, à luz dos projetos atuais da estatal, de centenas de bilhões de dólares, o plano de investimento da Petrobrás em 2006, para o período 2007 a 2011, parece até tímido. Em 2006, Gabrielli viaja à Londres, Nova York e Boston para apresentar o novo plano de investimento da empresa.
Segundo esta apresentação, a empresa pretendia investir US$ 75 bilhões no período, sendo US$ 12 bilhões fora do país
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Grande parte desses investimentos internacionais seria feito na exploração de petróleo no golfo do México. A empresa esperava aplicar, fora do Brasil, o seu know how de prospecção e exploração em águas profundas. Deu certo. De 2001 a 2005, a Petrobrás vinha anunciando várias descobertas no Golfo.
Comprar uma refinaria nos EUA era um sonho da companhia desde 1999. Com sua entrada no golfo do México, a ideia agora parecia ainda melhor. A razão é simples. A Petrobrás exploraria petróleo no golfo e usaria a refinaria de Pasadena para processar o óleo cru e vendê-lo ao consumidor norte-americano.
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Negócios com refinaria, como qualquer outro do setor de petróleo, sofrem com as variações bruscas de preço. Naquele momento, o preço dos derivados vinha subindo rapidamente, e as perspectivas eram excelentes.
É muito fácil, hoje, criticar Gabrielli e o Conselho de Administração por decisões feitas em 2006. Os anos de 2006 a 2007 foram férteis em decisões que se revelaram, no mínimo, questionáveis, ou mesmo desastrosas, nos anos seguintes. Em 2008, algumas das melhores e mais tradicionais empresas do mundo, como a General Motors e a Lehman Brothers, declaram-se à beira da falência. A primeira é praticamente estatizada pelo governo americano, em mais uma prova de que a ideologia neoliberal é um dogma apenas para economistas subdesenvolvidos. A secular Lehman, por sua vez, vai pro saco.
A utopia hegemônica pós-queda do muro de Berlim, de que um mundo regido pelas leis do mercado e pela competência da iniciativa privada traria uma longa e estável prosperidade, terminou em pesadelo. Governos do mundo desenvolvido tiveram que torrar trilhões de dólares para tampar o buraco deixado pela má-gestão temerária de até então respeitadas corporações privadas.
Em 2008, a crise financeira mundial faz o preço dos derivados de petróleo despencarem, reduzindo a lucratividade das refinarias. É neste momento que a Petrobrás, que vinha descobrindo, sucessivamente, novas reservas gigantes de petróleo em águas ultraprofundas da costa brasileira, decide suspender, por tempo indefinido, seus planos de investir na refinaria de Pasadena. Até então, a Petrobrás planejava investir quase US$ 2 bilhões em Pasadena para dobrar a sua capacidade de refino, dos então 100 ou 120 mil barris para algo próximo de 200 mil barris/dia. O projeto previa a construção de uma nova unidade processadora, dentro da refinaria, voltada para óleos pesados, como é o petróleo brasileiro até hoje extraído nas áreas do pós-sal. Desistiu disso, por enquanto. Paradoxalmente, o pré-sal trouxe um grave problema de caixa à Petrobrás. Para que a empresa possa converter aquele óleo sujo e malcheiroso, situado a milhares de metros abaixo da superfície marinha, em dinheiro para aplicarmos em educação, ela antes tem que investir dezenas ou mesmo centenas de bilhões de dólares em maquinários, plataformas, tecnologia e mão-de-obra. A empresa está numa caça alucinada por recursos, vendendo seus ativos no mundo inteiro, numa tentativa de fazer caixa e focar investimentos nas novas reservas descobertas. Está vendendo inclusive alguns ativos que possuía no Golfo do México.
No momento, a Petrobrás parece não saber o que fazer com a refinaria de Pasadena. Vender agora não valeria a pena, porque não conseguiria o preço que deseja.
Desde 2012, entretanto, o mercado de refino tem melhorado, elevando a lucratividade das refinarias. Em outubro de 2012, o New York Times publicou um artigo cujo título, traduzido livremente por mim, significa: “Refino de petróleo volta a criar fortunas”.
A descoberta de novos campos de gás e petróleo no golfo e no Texas trouxe vida nova às refinarias da região, onde também se localiza a de Pasadena, porque lhes deu competitividade sobre suas concorrentes no exterior. Ao invés de pagar altos preços por petróleo importado do oriente médio, as refinarias texanas agora podem se beneficiar de novos campos descobertos no sul do estado, que lhe fornecem matéria-prima a um custo muito menor. Segundo o New York Times, o lucro das refinarias da região cresceu 400% de 2008 a 2012.
Em julho do ano passado, o site especializado Oil Price fez uma entrevista com Fadel Gheit, diretor e analista sênior de uma respeitada empresa do setor, na qual Gheit afirma que o negócio com refinarias, que durante tanto tempo foi o patinho feio da indústria do petróleo, agora estava se tornando num lindo cisne. O título da matéria vai direto ao ponto: “O negócio com refinaria nos EUA serão a gema da indústria do petróleo”. Repare bem o que ele disse: refinarias nos EUA.
É preciso muito cuidado, portanto, para evitar que interesses obscuros utilizem o momento eleitoral para pressionar a Petrobrás a vender uma refinaria estratégica, situada no centro do cinturão petrolífero do país mais rico do mundo."
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Por Miguel do Rosário 
Fonte: O Cafezinho

Bloco "Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade"

Marcha da Família e os blocos da morte

"O Carnaval acabou há alguns dias, mas tem gente convocando novos blocos para sair às ruas.

Esses últimos blocos tardios, tem o nome de "Marcha das Famílias com Deus pela Liberdade".

Os seus raivosos passistas dizem que estão com as famílias.

Mas se esquecem de outras famílias, que há cinquenta anos desfilaram em marchas semelhantes, e que – apesar disso - tiveram irmãos e filhos torturados e “desaparecidos” pelos agentes do mesmo regime que ajudaram a colocar no poder, no dia primeiro de abril de 1964.

Os raivosos passistas desses blocos dizem que estão com Deus.

Mas se olvidam que Deus não está com aqueles que defendem os que usaram porretes, choques elétricos e pau-de-arara. Que espancaram e assassinaram homens e mulheres indefesas, nos porões, como fizeram com seu único filho, um dia, chicoteando-o, rindo e cuspindo em seu rosto antes de cravar em sua cabeça uma coroa de espinhos, para que a usasse, sob a sombra da Cruz, a caminho do Calvário.

Eles pedem a prisão e o massacre de comunistas, como antes o faziam os nazistas, com os judeus, os ciganos, e os homossexuais.


Mas se esquecem do Papa Francisco – que defende o direito à opinião e à diversidade - que disse que não era comunista, mas que nada tinha contra os marxistas, porque ao longo da vida havia conhecido vários, que eram homens honestos e boas pessoas.

Eles dizem que estão com a Liberdade, mas defendem o assassinato e a tortura; a cassação de todos os partidos; o fechamento do Congresso e do Judiciário; o fim do direito de expressão, opinião e reunião; o desrespeito à vontade do eleitor, expressa diretamente na urna, e a derrubada de um governo eleito, em segundo turno, pela maioria dos votos de dezenas de milhões de brasileiros.

Eles dizem que estão com os militares. Mas os militares brasileiros não estão com eles.

Os militares brasileiros estão em nossas fronteiras, na Selva!, nos rios amazônicos, no horizonte amplo da caatinga, testando os novos rifles da INBEL, os Radares Saber, os blindados Guarani, o novo Sistema ASTROS 2020. Estão na proa das novas fragatas da Marinha; na torre de nossos submarinos; na Suécia, aprendendo a conhecer os caças que darão origem aos Grippen NG BR, que serão fabricados e montados em território brasileiro.

Os Blocos da Morte são blocos tristes, que não cantam o amor nem a alegria, que marca e contagia o coração brasileiro.

Eles usam nossas cores como fantasia, mas a mágoa é seu adereço, a frustração, sua alegoria, o ódio, seu imutável enredo. Seus passos e seus gritos são duros e o coração tão pesado quanto sua mente. Uma mente que mente, mente, mente, até para eles mesmos, e se esconde nas sombras do passado, porque teme as luzes do futuro."
Por Mauro Santayana


23 de março de 2014

Domingo, temperatura amena: Jazz ao entardecer


Comentei em post por esses dias sobre a pouca chuva do verão que terminou no decorrer da semana que passou.
Questionei sobre se dessa vez o Tom (Jobim) se faria mais uma vez presente através dos célebres versos das "Águas de Março".
Já havia acertado se me referisse à região norte, que vem sofrendo um bocado, mas aqui no Sudeste, colado ao litoral, a terra molhada e perfumada vinha sendo uma vaga lembrança e uma saudade.
Até ontem, sábado. Pela manhã, ao sair para resolver as sempre pendências comerciais semanais, estava um sol digno do Saara em seus melhores dias. Ou piores.
Nada de vento. Abafamento. Óculos escuros e filtro solar FPS 50 não davam vencimento. Só o ar condicionado do carro e das lojas.
No entanto, ao cair da tarde, eis que nos surge uma quase assustadora ventania seguida de chuva e queda de temperatura consolidada neste domingo.
Ainda não choveu hoje, mas o tempo nublado e a brisa fria em nada nos lembra a manhã de ontem.
O que é ótimo mas a minha inseparável rinite já deu sinais por causa da mudança brusca no tempo.
Sempre temos que reclamar de alguma coisa não é mesmo?
Pode ser que no decorrer da semana tudo volte a ficar como antes mas ao cair tarde deste domingo já está dando para ouvir Chet Baker - o que faço agora - algo que definitivamente não rima com temperaturas acima dos 30º.
Em tempo: Ok Tom, acertastes outra vez. Um abraço.


Ao piano: Stairway to Heaven por Rick Wakeman


Um dos clássicos (de todos os tempos) do supergrupo de hard rock Led Zeppelin em versão acústica Gand Piano do também "monstro sagrado" Rick Wakeman, inserida no álbum "Always With You".


22 de março de 2014

Sobre o organizador da "Marcha da Família"

O organizador da Marcha da Família é uma ameaça à sociedade
"O que impressiona na jornada de Bruno Toscano, o organizador da Marcha da Família, é que ele ainda esteja solto.

O que mais ele precisa fazer para ser preso?

Matar pessoas como outro desequilibrado de direita, o norueguês Anders Breivik?

Toscano é uma bomba prestes a explodir, como mostra a página incrivelmente agressiva que ele mantém no Facebook.

Ele ameaça, ele calunia, ele insulta, ele instiga ódio e violência, tudo sem nenhuma cerimônia.

É um caso psiquiátrico ou policial, e a sociedade tem que ser protegida disso.

Toscano é o exemplar mais vistoso de um tipo que prolifera na internet: o extremista de direita, o desvairado conservador, o fundamentalista sem freio.

A parte mais simples dele são as calúnias. Dilma é “bandilma” e Lula o “presidente ladrão”. Isso quando ele está calmo, o que nem sempre ocorre.

O filho de Lula e a filha de Dilma são outros alvos habituais dele. Toscano lhes atribui fortunas e mansões hollywoodianas.

Em países de justiça que funciona, ele teria que provar as acusações. Mas no Brasil a certeza da impunidade faz dele uma fábrica sórdida e imparável de acusações.

Ele já falou abertamente em “pegar em armas”. Vamos esperar que ele pegue? Para depois dizer que estava na cara?

Nos últimos meses, vem implorando aos militares que tomem o poder. Incitação a golpe é permitido?

É interessante ver quem inspira Toscano.

Sua página no Facebook está recheada de artigos e citações da Veja. Ele usa a palavra “petralha”, da qual Reinaldo Azevedo parece se orgulhar como se tivesse escrito Guerra e Paz.

Toscano é filho da Veja.

Se alguém tem dúvida do mal que uma revista pode fazer ao propagar ódio direitista em quantidade copiosa todas as vezes que vai às bancas, quinze minutos na página de Toscano esclarecem tudo.

Mas de novo: o que realmente é digno de nota é, com toda a sua ação criminosa na internet, Toscano esteja com total liberdade para fazer as coisas que ameaça fazer."
Por Paulo Nogueira no DCM
Lula é uma obsessão