30 de junho de 2013

Tourada no Maracanã


Para quem apostava em uma derrota do Brasil e em uma Copa das Confederações sem brilho... Sorry.
Quem anda malhando a iniciativa de conseguir a Copa do Mundo em 2014 vai ter que reconsiderar, depois do show da torcida e de nossos jogadores.
Do Brasil para o mundo, este voltou a ser um país de respeito!


Visitar o Estados Unidos?

Nunca fui um entusiasta em relação aos EUA.
A não ser pela música. Que aliás tem origem fora do país: África e Irlanda sobretudo.
E foi ela que me pegou em um comercial que vi na TV paga: "visite os EUA".
Nunca pensei ver um comercial pedindo aos brasileiros para visitar os Estados Unidos.
Os tempos mudam.
A voz da cantora me lembrou a ótima Carole King (dos meus tempos) mas descobri que é música da cantora country Rosanne Cash (será parente do grande Johnny Cash que morreu em 2003?).
Achei o vídeo completo no You Tube (na TV tem menos de 1 minuto).
Em tempo: além da música reconheço que o visual é legal. Já penso em tirar o visto. :)

Um estranho post dominical que se salva no final

Bem, hoje é domingo. Que é também o último dia de junho.
Dia de descanso (sei que não para todos). Melhor se junto à natureza. Mas normalmente é dentro de casa mesmo.
Dia da final Brasil x Espanha. 
Dia de missa. Ou de culto. Ou de qualquer religião que você pratique. Se não for ateu.
Mas pode não ser ateu e também não ter religião.
Acho que estou falando coisas óbvias. É que escrevo agora, já passando da meia-noite, e estou cansado e sonolento. E com uma tosse um tanto o quanto irritante. Lá vou eu me justificar...
Dirigi umas quatro horas hoje e não parei.
Parei agora para transferir os arquivos do computador para HD externo.
Os 500 GB do Notebook estavam no limite e apelei para um backup de 1 Tb (1.000 GB).
Muita música e fotos armazenadas.
Recomendo a todos fazer essas cópias como segurança de seus arquivos. Já perdi muita coisa...
Mas acho que continuo falando o 'óbvio ululante' by Nelson Rodrigues.
Bem, para todos resta ainda Brasil x Espanha.
E as manifestações, que eu não tenho mais saco.
Tá todo mundo se manifestando contra alguma coisa.
Inclusive contra as manifestações.
Aliás deve ter paralisação de caminhoneiros amanhã. Resta saber se vão fechar as estradas. Inclusive a BR-101 em diversos pontos. Se for por muito tempo vai ser o caos.
Tomara que pelo menos o Brasil seja campeão.
Nessa esteira li que houve queda na aceitação do governo Dilma. Como diria aquele irmão do Oscar, que eu não lembro o nome: "Sabem o que isso significa? Nada!". Pesquisa encomendada no meio das manifestações, com classe média anti-PT nas ruas, só tem um objetivo: influenciar nas eleições de 2014.
Confesso que estou aqui aguardando o backup terminar e "enchendo linguiça" com este post.
E você aí, lendo...
Foi mal. Eu vou dormir por que a transferência avisa que vai levar ainda mais duas horas. Só da pasta "Downloads". Música.
Mas não vai ser uma visita perdida ao blog.
Olhem o artigo do teólogo Leonardo Boff que achei.
(e)Terno.
O post dominical está salvo! Vida que segue ou, sigamos em frente com o que a vida nos traz. Com ou sem passeatas e manifestações.
E vamos esperar o jogo do Brasil!

A arte de cuidar dos enfermos
28/06/2013
"Nos últimos anos tenho trabalhado de forma aprofundada a categoria do cuidado especialmente nos livros Saber Cuidar e O Cuidado Necessário (Vozes). O cuidado mais que uma técnica ou uma virtude entre outras, representa uma arte e um paradigma novo de relação para com a natureza e com as relações humanas, amoroso, diligente e participativo. Tenho tomado parte de muitos encontros e congressos de operadores da saúde com os quais pude dialogar e aprender, pois o cuidado é a ética natural desta atividade tão sagrada.
Retomo aqui algumas idéias referentes às  atitudes que devem estar presentes em quem cuida de enfermos seja em casa seja no hospital. Vejamos algumas delas entre outras.

Compaixão: é  a capacidade de colocar-se no lugar do outro e sentir com ele. Não dar-lhe a impressão que está só e entregue à sua própria dor.
Toque da carícia essencial: tocar o outro é devolver-lhe  a certeza de que pertence à nossa humanidade. O toque da carícia é uma manifestação de amor. Muitas vezes, a doença é um sinal de que  o paciente quer se comunicar, falar e ser ouvido. Quer identificar um sentido na doença. O enfermeiro ou a enfermeira ou médico e a médica podem ajudá-lo a se abrir e a falar. Testemunha uma enfermeira: “quando te toco, te cuido; quando te cuido te toco; se és um idoso te cuido quando estás cansado; te toco quando te abraço; te toco quando estás chorando; te cuido quando não estás mais podendo andar”.
Assistência judiciosa: O paciente precisa de ajuda e a enfermeira ou o enfermeiro deseja cuidar. A convergência destes dois movimentos  gera a reciprocidade e a superação do sentimento de uma relação desigual. A assistência deve ser judiciosa: tudo o que o paciente pode fazer, incentivá-lo a fazer  e assisti-lo somente quando já não o pode fazer por si mesmo.
Devolver-lhe  a confiança na vida: O que o paciente mais deseja é recuperar a saúde. Dai ser decisivo devolver-lhe a confiança na vida: em suas energias interiores, físicas, psíquicas e espirituais, pois elas atuam como verdadeiras medicinas. Incentivar gestos simbólicos, carregados de afeto. Não raro, os desenhos que a filhinha traz para o pai doente, suscita nele tanta energia e comoção que equivale a um coquetel de vitaminas.
Fazê-lo acolher a condição humana. Normalmente o paciente se interroga perplexo: “por que isso foi acontecer comigo, exatamente agora em que tudo na vida estava dando certo? Por que, jovem ainda, sou acometido de grave doença”? Tais questionamentos remetem a uma reflexão humilde sobre a condition humaine que é, em  todo o momento, exposta a riscos  e à vulnerabilidades inesperadas.

Quem é sadio sempre pode ficar doente. E toda doença remete à saúde que é o valor de referência maior. Mas não conseguimos saltar por cima de nossa sombra e não há como não acolher a vida assim como é: sadia e enferma, bem sucedida e fragilizada, ardendo por vida e tendo que aceitar eventuais doenças e, no limite, a própria morte. É nestes momentos em que os pacientes fazem profundas revisões de vida. Não se contentam apenas com as  explicações científicas (sempre necessárias), dadas pelo corpo médico mas anseiam por um sentido que surge a partir de um diálogo profundo com seu Self  ou da palavra sábia de um parente, de um sacerdote, de um pastor ou de uma pessoa espiritual. Resgatam, então, valores cotidianos que antes sequer percebiam, redefinem seu desenho  de vida e amadurecem. E acabam tendo paz.

Acompanhá-lo na grande travessia. Há um momento inevitável que todos, mesmo a pessoa mais idosa do mundo, devem morrer. É a lei da vida, sujeita à morte: uma travessia decisiva. Ela deve ser preparada por toda uma vida que se guiou por valores morais generosos, responsáveis e benfazejos.
Mas para a grande maioria, a morte é sofrida como um assalto e um sequestro, gerando sentimento de impotência.  E então dá-se conta de que, finalmente, deve se entregar.
A presença discreta, respeitosa de alguém, da enfermeira ou do enfermeiro ou do parente próximo ou da amiga, pegando-lhe a mão, sussurrando-lhe palavras de conforto e de coragem, convidando-o a ir ao encontro da Luz e ao seio de Deus que é Pai e Mãe de bondade, podem fazer com que o moribundo saia da vida sereno e agradecido pela existência que viveu.
Sussurrar-lhe ao ouvido, se possui uma referência religiosa, as palavras tão consoladoras de São João: Se teu coração te acusa, saiba que Deus é maior que teu coração (3,20). Pode entregar-se tranquilamente a Deus cujo coração é de puro amor e de misericórdia. Morrer é cair nos braços de Deus.
Aqui o cuidado se revela muito mais como arte que como  técnica e supõe no agente de saúde densidade de vida, sentido espiritual  e um olhar que vai para além da morte. Atingir este estágio é uma missão a que o enfermeiro e enfermeira e também os médicos e médicas devem buscar para serem plenamente servidores da vida. Para todos valem as sábias palavras: “A tragédia da vida não é a morte, mas aquilo que deixamos morrer dentro de nós enquanto vivemos”."

Leonardo Boff é autor de "Vida para além da morte",  Vozes 2012.

29 de junho de 2013

Um lugar sob o sol

Enquanto estamos aqui, vivendo nossas vidas, realidades, problemas individuais e coletivos outros em outras partes do mundo vivem em outro panorama natural, realidades, problemas individuais e coletivos.
O que nos separa - além da distância - o que nos une, seres humanos?
Todos sob tempestades que passam mas também todos nós embaixo do mesmo sol.
Filmado em duas semanas em São Petesburgo e Moscou.
Música de Mika, "Any Other World".





28 de junho de 2013

Vamos ver agora: Lula assume o comando

As forças conservadoras, do seu status quo, procuram manejar as manifestações a seu favor, mesmo que a pauta seja totalmente socialista, ou seja, contra eles. 
Tentam fazer com que as manifestações sejam apenas um "fora Dilma, fora Lula, fora PT", quando é justamente o contrário, tomando como base o que eles próprios estão pedindo: passe livre, etc.
É difícil botar os "pingos nos is" quando se tem uma mídia neoliberal superpoderosa a favor e manifestantes que, se de um lado são de classe média alta que não se sentem representados pelo PT, de outro (os de classe menos favorecida) não entendem as estratégias políticas direita versus esquerda.
Tava faltando o Lula para ajudar a esclarecer isso.
Lula assume papel decisivo na organização das manifestações em todo o país
"Ex-presidente da República e um dos principais atores políticos da esquerda brasileira, Luiz Inácio Lula da Silva assume, definitivamente, o seu papel de liderança nos movimentos sociais que tomaram as ruas do país, em uma série de manifestações que chega à sua segunda semana. De sua base, na sede do Instituto Lula, nesta capital, o principal aliado da presidenta Dilma Rousseff na elaboração de uma agenda política para a realização de um plebiscito, provavelmente em agosto, intensifica os encontros com os movimentos sociais mais próximos do Partido dos Trabalhadores (PT).

No mais recente encontro, na véspera, com jovens de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Lula ofereceu o diapasão para afinar o discurso dos movimentos sociais. Em lugar da esperada mensagem de conciliação e o pedido de calma aos manifestantes, o momento é de “ir para a rua”, afirmou o ex-presidente. A reunião, no bairro do Ipiranga, em São Paulo não contou com a presença do Movimento Passe Livre (MPL), nem do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

– O (ex-)presidente queria entender essa onda de protestos e avaliou muito positivamente o que está acontecendo nas ruas – disse a jornalistas André Pereira Toranski, dirigente da UJS, que conta majoritariamente com militantes do PCdoB.

Outro participante do encontro, que preferiu o anonimato, afirma que Lula “colocou que é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças. Enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda. Ele agiu muito mais como um líder de massa do que como governo. Não usou essas palavras, mas disse algo com "se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas”.

Em nota publicada em seu perfil na rede social Facebook, na última quinta-feira, Lula já se mostrava favorável às manifestações ocorridas desde o último dia 13 em várias cidades do Brasil: “Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil, porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas”, declarou.

Em São Paulo, Lula apoiou a negociação entre o governo e os manifestantes, que reclamavam do aumento no preço da passagem de ônibus. Na ocasião, o ex-presidente demonstrou confiança no trabalho do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ministro da Educação durante seu governo.

– Estou seguro, se bem conheço o prefeito Fernando Haddad, que ele é um homem de negociação. Tenho certeza que dentre os manifestantes, a maioria tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano – afirmou. Apenas alguns dias depois, Haddad revogou o aumento de R$ 0,20 no preço da passagem.

Plebiscito
De sua parte, a presidenta Dilma também seguiu os conselhos do amigo e antecessor no cargo e vem promovendo, desde o início desta semana, uma série de encontros com os movimentos sociais. Na véspera, Dilma recebeu os representantes de oito centrais sindicais e dedicou 40 minutos da reunião para explicar aos dirigentes como serão norteadas as ações para os cinco pactos anunciados pelo governo – com vistas à melhoria dos serviços públicos – e destacou a importância de ser convocado um plebiscito no país para discussão da reforma política. Embora a presidenta não tenha sido explícita no apelo às centrais, a sua fala na abertura do encontro foi vista pela maior parte dos presentes como uma forma de pedir o apoio das entidades para as medidas divulgadas nos últimos dias.

A presidenta admitiu que é preciso aprimorar a interlocução com as centrais e disse concordar com as críticas das ruas sobre a qualidade dos serviços públicos. Afirmou, ainda, que a pressão das mobilizações está correta e ajuda na transformação do país. Participaram do encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Força Sindical, bem como Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSP-Conlutas e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), além de técnicos do Dieese.

Os sindicalistas apresentaram os principais itens definidos na pauta traçada nos últimos dias com solicitações ao governo, tais como melhorias na qualidade do transporte público e redução das tarifas, mais investimentos na educação e na saúde, retirada de tramitação, no Congresso, do Projeto de Lei 4.330 – referente à regulamentação das atividades de terceirização, fim do fator previdenciário e aumento dos valores das aposentadorias, reforma agrária e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Dilma deixou claro que essa pauta será negociada como um todo e que o governo apresentará uma resposta até agosto.

Mesmo lembrando que alguns desses temas precisam ser discutidos e negociados no Congresso e ressaltando a importância de as centrais participarem dessas negociações, a presidenta assegurou, no que se refere ao PL 4.330, que embora não possa vir a vetar o projeto inteiro, não deixará que sejam retirados direitos dos trabalhadores. Além disso, ela enfatizou que não aprovará qualquer projeto sem que exista acordo entre trabalhadores, empregadores e governo e que atenderá à reivindicação das centrais de estabelecer um canal de diálogo permanente, conforme relatou, ao final do encontro, o presidente da CUT, Vagner Freitas.

– A reunião não teve o objetivo de discutir a pauta dos trabalhadores e sim o atual momento político do Brasil. Colocamos para a presidenta que é preciso levar em consideração, nesse debate, os interesses dos trabalhadores organizados. Foi um espaço para que discutíssemos o que está acontecendo e como devemos fazer para que o movimento crie propostas progressistas – afirmou Freitas.

Durante sua fala à presidenta no encontro, o dirigente da CUT ponderou que as melhorias nos serviços pleiteados pela população só existirão com o investimento na rede pública.

– O governo tem de se debruçar sobre a saúde, transporte, educação e segurança pública de qualidade. Não adianta querer melhorar privatizando. Apontamos que a resposta tem de vir do Estado e ela (a presidenta) concordou – disse, ao sair do Palácio do Planalto.

No próximo dia 11, as centrais prometem ir às ruas em todo o país pela aprovação de sua pauta de reivindicações.

Das ruas às urnas

Para Luiz Carlos Antero, jornalista e escritor, colunista e membro da Equipe de Pautas Especiais do sítio Vermelho.org, o plebiscito pela reforma política é uma das propostas que “podem surtir um maior impacto”. Em um debate mais amplo, segundo o analista, “pode contribuir para uma maior participação popular e para aprofundar a democracia no Brasil, destacando-se em especial aspectos como o do financiamento público de campanhas”.

“Entretanto, ainda mais que compreender o que se passa no Brasil no atual momento, é indispensável e urgente o esforço da apresentação de um afirmativo e unitário programa popular e democrático enquanto fio condutor das lutas de rua — para as quais qualquer pauta institucional e toda pausa na movimentação terá um sentido provisório e cumulativo, distante do improvável êxito do pensamento ou desejo de uma nova acomodação” afirma."
Fonte: Correio do Brasil

Musa da Semana: Thaís Bianca

Não tem jeito.
Sem tempo de me dedicar ao blog não ia fazer o aguardado post "Musa da Semana", sempre publicado às sextas-feiras (dia bom!).
Acontece que não param de chegar mensagens perguntando pela musa.
Corri um pouco e agora, no intervalo do almoço - atendendo aos insistentes pedidos - consegui preparar uma seleção de fotos que fazem justiça à bela homenageada da semana.
Mantendo a proposta de retornar às brasileiras, depois do icônico BBB (em termos de belezuras) vamos à outro programa que também apresenta uma seleção digna de respeito: o Pânico na TV.
Thaís Bianca é uma das Panicats e se destaca pelos cabelos cor de rosa. Bem, não só por isso.
Selecionamos fotos com cortes diferentes de cabelo (e tonalidades) para constatar que ela fica bem em qualquer situação.
Não acham?










Por uma semana sem ninguém falar em passeata

Não quer dizer que eu concorde obrigatoriamente com tudo que ele fala, mas as crônicas do Arthur Xexéo são sempre legais.
Confesso que também ando de saco cheio de tanta cobertura de passeata e do bordão "contra tudo que está aí". Esse não vale. É copyright do Brizola que falava isso há mais de 30 anos contra a ditadura e contra aplicação das referências capitalistas.
Vou é começar a ler "Inferno" do Dan Brown, com parênteses apenas para Wimbledon e para a final de domingo contra a Espanha. Brasil!!!!
A manifestante
"Tenho uma amiga que não perde uma passeata. Bem, não sei se ainda é minha amiga. Nos últimos dias, tenho tentado não dizer nada que possa magoá-la e fazer com que rompa nosso relacionamento. Manifestantes, como todo mundo sabe, são muito suscetíveis. Estou tentando aprender a não tocar em assuntos que possam ser mal interpretados por minha amiga e acabem fazendo com que ela acredite que sou contra as atuais manifestações que vêm tomando conta do Brasil. Não vou a manifestações. Mas isso não quer dizer que não as apoie. O duro é convencer minha amiga disso. Descobri, por exemplo, que ninguém pode dizer a um manifestante que, na quinta-feira passada, o movimento reuniu 300 mil pessoas no Centro do Rio.
— Isso é um absurdo. Eu estava lá. Não eram 300 mil.
— E quantos eram, amiga?
— Um milhão!
— Mas cientistas da Coppe calcularam em 300 mil.
— E vocês da mídia ficam repetindo isso...
Um cálculo da Coppe não significa nada diante de uma multidão.
— Como é que você sabe que era um milhão de pessoas?
— Eu estava lá!
— Mas você contou?
— Eu senti!
Não há como rebater argumentos de uma manifestante. Ainda mais eu, que sou incapaz de calcular até quantas pessoas cabem num teatro lotado de 200 lugares. Resumindo: nunca mais me refiro ao número de participantes de uma passeata contra isso tudo que está aí. É briga na certa.
Também tirei dos meus assuntos com a manifestante a observação de que nem todo mundo que vai a passeatas tem consciência do protesto. Tem gente que vai lá pensando que está numa micareta. Enquanto os que o circundam gritam "Saúde no padrão Fifa" ou "Contra a PEC 37" ou ainda "Pega esses 20 centavos e enfia no SUS", o manifestante-micareteiro só tem uma palavra de ordem: "Cadê a Ivete?" Enquanto os vândalos cobrem o rosto com uma camiseta, eles tiram a camiseta para exibir o torso. Talvez os vândalos usem as camisetas deles para se esconder. É uma micareta em que a Ivete nunca aparece. O micareteiro vai da Candelária à Prefeitura atrás de um trio elétrico imaginário e, entre uma paquera e outra, leva um susto quando recebe um gás de pimenta na cara.
Outro assunto proibido com manifestantes é a crítica de que o movimento não tem foco, que abraça causas em demasia.
— É claro que temos foco. Estamos lutando contra a corrupção, por uma melhor Educação, contra o Feliciano, pelo passe livre, contra o voto obrigatório, contra a demora da Justiça para resolver o problema dos aposentados da Varig, por um hospital mais digno na novela "Amor à vida"...
Aproveitei que a manifestante tomou fôlego e comentei:
— Focão, amiga!
Ela não fala comigo há dois dias. Não sei se minha observação a magoou. Mas já decidi que, se nos reencontrarmos, não falo mais em falta de foco. Não comentarei mais também as cenas de violência que costumam encerrar as passeatas.
— É um movimento pacífico.
— Eu sei, mas está servindo como escudo para os baderneiros.
— Nós caminhamos quatro horas pacificamente. Os vândalos são uma minoria, e vocês da mídia só mostram o vandalismo.
"Vocês da mídia" outra vez. Não sei quando comecei a ser identificado como "vocês da mídia". Não gosto. Ma saí em defesa dos telejornais.
— Acompanhei toda a passeata pela televisão. Foram mesmo quatro horas de passeata pacífica. Pergunta pra Leilane Nueubarth. Ela estava emocionada. Mas as imagens depois disso eram impressionantes. Eles tentaram invadir a Prefeitura, acabaram com o Terreirão do Samba, saquearam lojas, derrubaram sinais de trânsito...
— E vocês da mídia só mostraram isso.
— Não é verdade. Nós da mídia mostramos tudo.
Desisti de brigar contra a expressão. Sou da mídia, assumo.
— Quando cheguei em casa, só vi violência na televisão.
— É que na hora que mostraram a paz, você estava lá pacificando...
Interrompi a frase porque minha amiga se retirou. Não sei se estava atrasada para nova passeata ou se meus comentários a desagradavam. Mais uma vez, não quero parecer contrário ao movimento, mas será que ainda cabe uma faixa no meio da multidão? "Por uma semana sem ninguém falar em passeata." Aí eu passo a ser um manifestante."
Fonte: Blog do Xexeo

26 de junho de 2013

As Rebeliões de Junho

Por Rodrigo Vianna
"A velocidade é assustadora e ao mesmo tempo fascinante. As “Rebeliões de Junho” – um dia talvez elas sejam chamadas assim – mudam de significado dia após dia. O que apenas reforça a tese de que o ganhador não está definido – de saída. A história se escreve agora nas ruas, mais do que nas redes ou nos gabinetes. E isso me faz lembrar o que dizia um velho professor marxista, com quem eu tinha até várias discordâncias: “os líderes políticos fazem muitos discursos, os intelectuais escrevem demais, mas a História se escreve mesmo é na ponta das baionetas” (Edgard Carone).  
No Brasil de junho de 2013, não chegamos às baionetas. Mas a história se escreve com a sola dos sapatos de quem vai às passeatas. E com a inteligência de quem consegue ler rapidamente os movimentos que se alternam. Vejamos. As manifestações, de início, ganharam as grandes cidades brasileiras com uma pauta de “esquerda” muito específica: transporte mais barato. A direita ficou atônita? Jabores e Geraldos pareciam perdidos, e na dúvida saíram batendo (a PM paulista atuou de forma inacreditável na quinta, dia 13 de junho). Parte do petismo também se confundiu: quem são esses meninos provocadores? Sinal de esclerose dos velhos atores…
Em seguida, os conservadores mais inteligentes perceberam a janela de oportunidade: a rua podia colocar Dilma e o PT em xeque. E isso se fez. Na quinta (dia 20), a esquerda foi chutada da avenida Paulista, numa manifestação que deveria ser do MPL para comemorar a redução das tarifas. Mas o MPL perdera a tal hegemonia. A Globo havia encampado as manifestações – como “grande festa cívica”. Abaixo os partidos era o lema. E queria dizer, basicamente: “abaixo o PT”, e “abaixo a esquerda”. Parecia anunciar a vitória inexorável da direita.
Não. Movimentos sociais se articularam, sindicatos e partidos aprontaram o contra-ataque. E a maioria silenciosa já desconfiava de certa minoria que tentava botar fogo no país. Na sexta (21 de junho), o MPL ameaçou sair das ruas. Depois voltou atrás. Idas e vindas. Mervais e outros que tais também estavam confusos.
Na segunda (24) era Dilma que recuperava a iniciativa. Foi só há dois dias, mas parece há muito tempo! A presidenta “escutou o clamor das ruas” e, em vez de se sentir acuada, trucou: ok, vamos à Reforma Política. Escolheu a Constituinte, que foi logo contestada por uma direita apavorada com o destemor da presidenta.
Chegamos a 25 de junho. Dilma recua: deixemos Constituinte pra lá. Derrotada? Não. A bomba segue no colo dos peemedebistas que controlam o Congresso e nas mãos da oposição que agora teme as ruas: está certo, não há acerto para uma Constituinte, mas Plebiscito se fará – disse o governo. E assim abre-se a porta para a Reforma Política. Pauta do PT e da esquerda.
Quer dizer que os conservadores perderam? Também não. Muito cedo para dizer.
No Brasil, agosto (com Janio e Vargas) costuma ser “o mais cruel dos meses”. Mas junho, a partir de 2013, passa a ser o mais longo… Cinco dias parecem uma eternidade.
Quem vai definir a pauta da Reforma que se desenhará? O povo, num Plebiscito. Quais os pontos defendidos por PT, Dilma e boa parte do campo lulista? Financiamento público de campanha e voto em lista para o Legislativo (o que fortalece os partidos; e fortalece sobretudo o PT).
Mas quem disse que a pauta do PT vai ganhar no Plebiscito?
Uma coisa é o povão ter escolhido Lula e Dilma (2006 e 2010), mesmo sob intenso bombardeio da velha mídia. Outra coisa é aprovar uma Reforma que pode ser “carimbada” como “petista”.
Esperem para ver. Em 2 ou 3 dias, JN da Globo, comentaristas, colunistas, radialistas… a tropa midiática estará contra-atacando:
- “financiamento público é entregar dinheiro do povo pros políticos” (como se financiamento privado de campanha não fosse uma fonte de corrupção tremenda, a transformar mandatos em centros avançados de defesa de interesses privados – vimos bem na MP dos Portos);
- “voto em lista é cassar o direito do povo escolher seu representante, é abrir caminho pra ditadura dos partidos, ou seja, ditadura do PT, chavismo, etc e tal”.
2006 e 2010 mostraram que a pedra que bate no centro do lago (ali está a velha classe média “formadora de opinião”) não faz mais a onda chegar às margens (onde está o povão beneficiado pelos anos de lulismo). Isso garantiu vitórias de Lula e Dilma. Mas e o PT?
A Reforma Política, se for carimbada como “reforma do PT”, estará derrotada. Precisa ser a reforma do povão. Ampla, democrática.
A velha mídia, que Lula e Dilma evitaram confrontar, terá força para pautar a Reforma Politica? Talvez sim. Os dois pontos que o PT e aliados devem encampar estão na contramão da campanha fortíssima que – a partir da velha mídia – espraiou-se pelas redes sociais e pelas ruas, transformando os “políticos” em fonte de todo o mal durante as rebeliões de junho. Poder financeiro? Corruptores do sistema político? Isso não existe.
A despolitização dos últimos 10 anos torna difícil ganhar esse jogo. Claro que a massa trabalhadora ainda confia em Lula e Dilma. Mas os filhos da massa trabalhadora (jovens da tal Classe C),  somados à velha classe média anti-trabalhista e anti-Estado, podem adotar a pauta pós-moderna e conservadora: voto distrital (“um deputado pertinho de você” – vejam que slogan fácil), candidatos avulsos sem partido (Joaquim Barbosa e outros aventureiros estão preparados para avançar no vácuo) e financiamento privado (afinal, o que vale é o esforço de cada um, viva a iniciativa privada!).
Dilma virou o jogo, provisoriamente. Mas a batalha será longa. Não adianta Dilma dizer que “basta trocar de canal”.  O canal é um só: “abaixo os políticos”, “abaixo os partidos”, “viva a força do gigante que acordou”. Se essa pauta prosperar, o Plebiscito terá virado a favor da direita.
Como desfazer essa pauta? Com Política e disposição para enfrentamento. Dilma e Lula precisam acreditar: o tempo dos acertos de gabinete acabou. O arranjo lulista acabou. Nesse campo, é mais fácil o PMDB se acertar com a Globo, com o PSDB e o DEM para aprovar o voto distrital.
O arranjo lulista acabou, mas a Era Lula (goste ou não Serra) não está encerrada. A esquerda e o que sobrou de um PT combativo podem ganhar a batalha se entenderem que a história hoje se escreve na rua. Sem voluntarismo, sem arrogância.
Os tempos são outros. São tempos das “rebeliões de junho”. Um dia elas estarão nos livros de história. Por enquanto são história a se fazer."

25 de junho de 2013

Dilma nega recuo em plebiscito e reafirma que ouvirá propostas de reforma

"O Blog do Planalto emitiu nota desmentindo notícias de que a presidenta Dilma Rousseff teria “recuado” da proposta de realização de um plebiscito. A ideia, apresentada ontem (25) por Dilma em reunião com governadores e prefeitos, prevê o debate com os poderes e com a sociedade sobre a convocação de uma Constituinte com objetivo de fazer uma reforma política.

A proposta de plebiscito foi rechaçada pelos principais partidos de oposição, PSDB, DEM e PPS. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que considera uma ideia de regime “autoritário”. Na nota, o Planalto reafirma que a presidenta "reiterou a relevância de uma ampla consulta popular" e que "continuará ouvindo outras propostas de reforma política que lhe forem apresentadas".

Leia a íntegra da nota:

Em relação às declarações de hoje do presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, a Presidência da República esclarece:

1. A presidenta Dilma Rousseff recebeu hoje o presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, e o diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Márlon Reis, que lhe apresentaram uma proposta de reforma política baseada em projeto de lei de iniciativa popular.

2. A presidenta da República reiterou a relevância de uma ampla consulta popular por meio de um plebiscito.

3. A presidenta ouviu a proposta da OAB, considerou-a uma importante contribuição, mas não houve qualquer decisão. O governo continuará ouvindo outras propostas de reforma política que lhe forem apresentadas."
Fonte: Rede Brasil Atual

Montanhas, Lago, Paz...

Vi essas belas imagens e me lembrei de uma matéria que li não sei onde.
Falava de um estudo que mostrava o tempo de vida que diminuíamos fazendo algumas coisas e o que ganhávamos fazendo outras.
Não tenho a mínima idéia de como eles chegaram àquelas conclusões mas lembro que coisas do tipo "ver TV" diminuia o tempo de vida. E "estar junto à natureza" aumentava a expectativa.
Não fazia menção à computadores mas dá para imaginar: ficar trancado em um escritório de cara pro micro 8 horas por dia... Não sei não...
Mas tem gente em situação melhor do que este escriba.
Vejam o casal do vídeo, por exemplo.
O Lago Cusham fica em uma reserva no estado de Washington, EUA.
Reparem em alguns visuais lindíssimos e na paz que transmitem.
Não vi sinais de manifestações ali, a não ser da perene natureza e o tranquilo casal.
Música de Ben Howard.


Wimbledon 2013


E começou ontem o mais tradicional (um pouco à frente de Roland Garros, França) torneio de tênis do mundo.
O Grand Slam de Wimbledon, Inglaterra, vai até o final da primeira semana de julho.
No primeiro dia tivemos surpresas como a derrota do supercampeão Rafael Nadal (eliminado) para o belga Steve Darcis (135º lugar no ranking!). O jogo durou 3 horas.
Os jogos começam as nove da manhã e seguem pelo dia todo.
A SporTV 2 está transmitindo as principais partidas.
E ainda tem o torneio feminino, sempre uma diversão para os olhos (olha a bela Marina Sharapova aí no video falando da Serena por causa de uma entrevista na Rolling Stones; rivalidade total).
Nesta hora (para quem gosta de esportes) não dá vontade de estar de férias ou até mesmo aposentado?
Fazer o que... vamos ao trabalho!

24 de junho de 2013

Video completo: surpresas na reunião de Dilma com governadores e prefeitos

Surpresas na reunião com os governadores e prefeitos:
A presidenta Dilma Rousseff propôs, nesta segunda-feira (24), em reunião com governadores e prefeitos de capitais, no Palácio do Planalto, a convocação de um plebiscito para formação de uma constituinte específica para a reforma política e uma nova legislação que torne a corrupção dolosa crime hediondo. As medidas fazem parte dos cinco pactos propostos pela presidenta nas áreas de saúde, transporte público, educação, reforma política e responsabilidade fiscal.


São João


Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, da Copa das Confederações (semifinais na quarta) e manifestações à la carte até o tradicionalíssimo Grand Slam de Wimbledon que começa hoje e vai até 07 de julho (com transmissão em HD), já ia esquecendo que hoje é noite de São João! E aí vale festa na noite fria até com a Galinha Pintadinha e cia... :)

Da série "Semelhanças"


Um tiro no pé

Velha mídia dá tiro de bazuca no próprio pé e se desmoraliza com protestos em todo o país
"Entre mortos e feridos, a mídia golpista brasileira foi quem mais perdeu com as manifestações das últimas semanas. Sua perda tem a ver com a credibilidade que tinha, isto é, se ainda tinha alguma. Sua campanha frenética em nada alterou ou vai alterar a conjuntura política e eleitoral de 2014. Eu diria, sem medo de errar, deu um tiro de bazuca no próprio pé.
Os conglomerados de comunicação incentivaram de Norte a Sul a luta contra os partidos políticos nas manifestações de rua no país. Almejavam eles mesmos disputar o rumo das massas inconformadas com várias coisas, por isso propugnavam pelo “apartidarismo” nos protestos.
Além de faixas e cartazes contra políticos, nas ruas, também havia muita hostilidade em relação à mídia. Prova disso furgões de reportagem do SBT e da Record foram incendiados e profissionais da Globo só conseguiram trabalhar camuflando a logomarca de seus microfones.
O ridículo nisso tudo não é a mídia disputar e perder, mesmo não sendo um partido político (embora ela aja como tal). O pior ainda é que os barões da mídia “introjetaram” bandeiras de seu interesse no movimento das ruas, como a luta contra a PEC 37. Um troço estranho à reivindicação concreta da juventude, como a redução nas tarifas de transporte coletivo.
Os mais tongos, é claro, empunharam a bandeira contra a PEC 37. Agora, além da mídia e alguns direitosos antipetistas de plantão, quem defende poder quase fascista aos promotores de Justiça? Tenha certeza, caro leitor, que o povo não defende isso. Pelo contrário.
O espírito democrático dos brasileiros é maior do que esse interesse de classe disfarçado de luta contra a corrupção. Folgo afirmar que poucos sabem o que representa essa tal PEC 37 e se soubessem sua essência a apoiariam, inclusive os jornalistas que costumam assumir as bandeiras de seus chefes para lhes puxar o saco.
Essa lorota de ser contra a PEC 37 é udenismo puro, portanto. Eu vou mais adiante: quero votar para juiz e promotor de Justiça. Eleição direta. Chega de cargos vitalícios, de tetas vitalícias. Se os brasileiros não têm esse privilégio, por que juízes e promotores precisam dessa mamata?
O bacana que dessas picaretagens patrocinadas pela velha mídia também se extrai ensinamentos pedagógicos. O primeiro diz respeito à necessidade dos partidos políticos na sociedade: ruim com eles, pior sem eles; o segundo, que os barões da mídia transformam seus veículos em partidos mesmo sem alistamento no Tribunal Superior Eleitoral e partem para a disputa de opinião; e o terceiro é que a classe média continua sociologicamente covarde como sempre, pois não tem projeto nem coragem de avançar rumo ao poder — ficou com medo diante dos atos de vandalismo proporcionados pela ausência de verticalidade nos movimentos de rua.
A velha mídia não forçou a barra somente com a questão da PEC 37. Ela também tentou jogar a massa embriagada pelo “apartidarismo” contra as obras da Copa do Mundo. Em Curitiba, nesta sexta-feira, burguesinhos bem nutridos literalmente levaram “pau” da torcida organizada ‘Os Fanáticos’ do Clube Atlético Paranaense, que defenderam a integridade da Arena da Baixada.
Se alguma tragédia ocorreu ou ocorrer nesses protestos de rua, a meu ver, tem uma única culpada: a carcomida velha mídia; ela mesma, aquela que sempre apoiou a “borracha” nos estudantes e a tortura na ditadura militar, inclusive com eliminação física dos oponentes.
Precisa falar (escrever) mais?"
Fonte: Blog do jornalista Esmael Morais

Neoliberalismo x Autonomia dos Dirigentes Políticos x Cidadãos (ou: "inadaptação da vida humana aos módulos impostos pela sociedade de produção e consumo")

A Massa e as Ruas
"A máscara de Guy Fawkes, o conspirador católico inglês que queria atear fogo ao Parlamento, no início do século 17, tem sido usada, por equívoco, pelos manifestantes de nossos dias. Embora hoje símbolo do grupo Anonymous e tendo aparecido como ponto comum em manifestações em todo o mundo, o malogrado rebelde, que, semienforcado e, ainda consciente, teve sua genitália cortada antes de ser eventrado e  suas vísceras fervidas, para então ser esquartejado, sabia o que desejava. Sob a influência dos jesuítas, o complô, de que participava, queria uma Inglaterra católica. Seu mérito pessoal foi o de, sob tortura — que só o rei James I podia, então, autorizar, e autorizou — proteger, até o limite do sofrimento, os seus cúmplices. Instrumento de intrigas internacionais de seu tempo, que envolviam a Espanha e a Áustria — países católicos — e se valiam de dissidentes ingleses,  Fawkes é objeto de chacota em 5 de novembro de cada ano, quando se celebra a sua desdita em pequeno Carnaval nas ruas de Londres. Os vencedores escrevem a História, e a Inglaterra é, em sua esmagadora maioria, protestante até hoje.

E os que, agora, se manifestam no mundo inteiro? O que pretendem? Aparentemente, se revoltam contra o sistema econômico neoliberal, a corrupção e a inépcia dos governantes, que se refletem na desigualdade social. É também dessa forma que se identificam os manifestantes norte-americanos: a rebelião dos 99% espoliados, contra 1%, que são os espoliadores.

A maioria se revolta contra o sistema econômico neoliberal, a corrupção e a inépcia dos governantes
Há uma razão de fundo nessa identificação, uma vez que o homem, sendo produtor e consumidor de bens, é um ser econômico. Mas seria reduzir as dimensões do problema examiná-lo apenas a partir dos números, relativos ou absolutos. O homem pode ser, como diziam os gregos, a medida de todas as coisas, mas não pode ser medido por nenhuma coisa.

Como ser histórico, é o criador de si mesmo. É, no jogo dialético com a natureza, que ele se fez e se faz. A sua melhor definição é a de Aristóteles: é um animal político. Foi político antes mesmo que houvesse a polis: boas ou más, as regras do convívio, exigidas pela necessidade da sobrevivência, já eram políticas — antes dessa definição pelo léxico grego.

Em razão disso, todos os livros da Antiguidade, neles incluídos os sagrados, são, no fundo, manuais políticos. Tudo é política e, acima de tudo, é política a presumida negação da política.

Nos atualíssimos dias o confronto é nítido entre o capital financeiro,  que pretende controlar tudo — mediante as autoridades governamentais, que escolhem com o financiamento das eleições — e os cidadãos. Autoridade e cidadão, mesmo nos regimes democráticos mais evoluídos, são categorias que se contrastam. Os eleitores nomeiam as autoridades, mas o mandato não é, nem pode ser, imperativo. Imperativas são as circunstâncias que separam o sentimento do eleitor, no momento do voto, do comportamento de seu mandatário, quando no Poder Legislativo e no Poder Executivo.

O carisma de alguns governantes ameniza essa discórdia, justificando o governante diante de seus prosélitos, em nome, valha a recorrência, do peso ou da ditadura das circunstâncias.

Não há dúvida de que passamos por um tempo de desalentadora mediocridade no governo dos estados nacionais. O carisma de alguns líderes — e este é o caso, entre outros, do presidente Barack Obama — tem prazo de validade, como certos alimentos industriais. Em alguns meses, como estamos vendo no caso de Hollande, na França, o entusiasmo fenece — e é substituído, num primeiro momento, pela decepção.

Nos sistemas presidencialistas puros, e onde há o instituto da reeleição, o segundo mandato não tem a solidez do primeiro. Se o governante não for extremamente hábil, corre o risco de se transformar em um lame duck, um pato claudicante sobre os charcos escorregadios.

A renúncia dos eleitos em assumir sua plena responsabilidade de garantir o bem-estar  e a independência das sociedades nacionais abriram caminho para que o neoliberalismo corroesse, até os alicerces, a autonomia dos dirigentes políticos. O início da curva histórica ocorreu  a partir do conluio estabelecido, nos anos 80, entre Reagan, Thatcher e Wojtila, com a cooptação de Gorbatchev — hoje conhecido em seus detalhes,  constrangedores.

Os legisladores e governantes foram transmudados em simples marionetes dos donos do capital, que dominam o mundo. Esses têm, em suas mãos, os maiores bancos, e, mediante eles, ou diretamente, as maiores empresas transnacionais do mundo. Os bancos e essas corporações controlam todos os recursos naturais e ditam os rumos da economia mundial.

Os legisladores e governantes foram transmudados em simples marionetes dos donos do capital. Seu domínio vai ao ponto de provocar a  fome de alguns povos, por meio do controle dos alimentos — da produção dos fertilizantes, do uso da água, da fixação dos preços, pelo mercado de futuros, a estocagem e a especulação — dos cultivos até a prateleira dos supermercados. Isso sem falar nos minerais, do ferro ao nióbio, do urânio a terras raras.

As manifestações revelam a inadaptação da vida humana aos módulos impostos pela sociedade de produção e consumo, agravadas pela crise histórica da contemporaneidade. Elas pedem e anunciam uma nova forma de convívio — mas qual?

Estamos diante de uma nova fase da rebelião das massas, já examinadas com precisão por Ortega y Gasset, e Elias  Canneti, em “Masse und Macht”,  e hoje mobilizáveis em instantes pelos meios eletrônicos que pretendem controlá-las."

23 de junho de 2013

Coloridos Paraisos Quase Sobrenaturais

Confesso que uma das minhas frustrações - que ainda pretendo reverter - é não ter viajado muito para conhecer lugares bem diferentes.
Mas mesmo quem viajou a vida toda pode se surpreender com belíssimas paisagens naturais (ou com alguma intervenção humana) que não parecem deste mundo.
Recebi um e-mail com alguns desses lindos e estranhos locais escondidos da maioria. 
Selecionei algumas imagens incríveis para este domingo.
Quem sabe um dia iremos conhecer alguns desses paraísos quase sobrenaturais.

Túnel do Amor em Klevan na Ucrânia

Campos de Canola na China
Bosque Negro na Alemanha
Túnel Cherry Blossom  na Alemanha
Montanha Tianzi, China
Campos de Lavanda, França
Campos de Flores Hitachi, Japão
Parque Geológico Zhangye Danxia, China
Praia Vermelha Panjin, China
Lago rosa Hillier na Austrália
Túnel de Gliciniasno, Japão

22 de junho de 2013

Acorda Brasil?


"Foi um dia terrível, um dos mais tristes da história deste País que começava a sonhar em ser grande. E amanhã pode ser pior.

O conjunto de direitos e liberdades que estivemos - ou estamos - a ponto de perder constitui um prejuízo incalculável.

Passei parte da juventude lutando por democracia neste País e achei que meu filho e os netos que ainda não tenho não precisariam passar pela mesma experiência.

O que vimos neste trágico 20 de junho foram neonazistas engrossando manifestações, tomando para si poderes que não têm, proibindo o que achavam que tinham de proibir. Vimos uma massa amorfa, sem liderança, sem rumo nem causa, em revolta selvagem.

Uma revolta baseada em falácias, manipulada por grupos economicamente hegemônicos e inconformados com seguidas derrotas pelas vias legais e democráticas. 

Se não tivemos um golpe hoje, em meio à convulsão social inegável, isso se deve primeiro à ausência de disposição de uma força militar hoje institucionalizada e, segundo, a ausência de cadáveres em número que o justificasse.

Muitos agora até se arrependem de terem achado "fofa" a revolta do toddynho, dessa gente limpinha que resolveu se lançar às ruas pra protestar contra o preço da tarifa do ônibus dos mais necessitados - até tem seu lado louvável.

Mas num contexto em que se tenta criar a ideia de que a corrupção neste País nasceu nos últimos 10, 12 anos, essa era uma manobra temerária. 

Num contexto em que se criou um fla-flu ideológico, no qual os gritos de "acorda Brasil" viraram as armas das forças que não têm voto, de uma classe média conservadora e egocêntrica, ela é quase criminosa.

Na melhor das hipóteses, a noite trágica de 20 de junho nos lançou no retrocesso institucional, do qual emergirá algum pastor, algum coronel, alguma raposa política, que seduzirá a massa persuadida a rejeitar "tudo o que está aí".

Ainda que o "tudo que está aí" tenha produzido avanços sociais impensáveis há 15 anos.

Na pior delas, nos jogará de volta às trevas de 64. E aí, o moderninho que adora o ativismo do Facebook, terá de optar pelo joguinho online.

Os neonazistas que estavam nesta noite na Consolação e na Paulista agradecerão. Obrigado, MPL ou seja lá como se chama. Obrigado por nada."

Texto do jornalista Roberto Lameirinhas

Os gols de Brasil 4 x 2 Itália

Maspoxavida: A Mídia, as Manifestações, a Esquerda e a Direita

O "maspoxavida" é um dos diversos canais do You Tube de comédia, ironias e do fazer pensar (pelo menos com um pouquinho de esforço).
É comandado pelo P.C. Siqueira, que já atuou na MTV.
Ele tem um blog legal também, o http://maspoxavida.blog.br/
O vídeo a seguir, lançado ontem, pode ser considerado um complemento ao "Manual..." do post anterior, criado pelo Bruno O. Barros.
Bem legal e 'didático', para os novatos nas malandragens da grande mídia...




Manual de Ouro do Manifestante Idiota







Dá para acrescentar mais coisas, né não?! Vamos aguardar...

Fonte: Ilustre BOB

21 de junho de 2013

Para quem não viu: o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff agora à noite

Ou, vale a pena ver de novo e refletir.

Inverno

"Solstício de inverno é um fenômeno astronômico usado para marcar o início do inverno. Ocorre normalmente por volta do dia 21 de Junho no hemisfério sul e 22 de Dezembro no hemisfério norte. Esta data também era de grande importância para diversas culturas antigas, que de um modo geral a associavam simbolicamente a aspectos como o nascimento ou renascimento."

Interessante...

O fato é que já estamos entrando no segundo semestre de 2013 e o tempo continua voando.

Este inverno, por enquanto, está com cara daquilo que alguns chamam de "veranico". Poucas frentes frias pesadas e dias de sol agradável. A não ser em regiões serranas (sobretudo do sul do país) onde pode aparecer até neve.

Boa nova estação a todos!

Dilma hoje na TV

A Presidente Dilma Rousseff deverá fazer pronunciamento na TV agora à noite sobre as manifestações que começaram como expressão livre mas estão servindo para aproveitadores que sabem lidar e dirigir as massas.


Acabou o movimento? A verdade apareceu? E Dilma nas eleições do ano que vem?

Texto 1 (no Viomundo):
Movimento Passe Livre diz que não fará mais atos em São Paulo


Após hostilidades contra partidos e movimentos sociais, integrantes do MPL descartam novas manifestações
por Redação de Carta Capital
"O Movimento Passe Livre não deve convocar novas manifestações em São Paulo. Depois de organizar sete atos contra o aumento da passagem na cidade, o grupo resolveu não fazer novos atos depois de quinta-feira 20.
Em entrevista a rádio CBN nesta sexta-feira 21, o MPL explicou a decisão. “O MPL não vai convocar novas manifestações. Houve uma hostilidade com relação a outros partidos por parte de manifestantes, e esses outros partidos estavam desde o início compondo a luta contra o aumento e pela revogação”, afirmou Douglas Beloni, militante do grupo.
No último protesto, militantes de partidos e movimentos sociais foram hostilizados por outros manifestantes. Antes do ato, o MPL já havia se pronunciado favoravelmente à presença dos partidos.
Douglas falou que o MPL luta por transporte público, mas apoia os outros movimentos sociais. Ele também disse que o grupo deve continuar focado na tarefa de pedir a tarifa gratuita de transporte na cidade.
Na madrugada de quinta-feira para sexta-feira 21, o movimento divulgou uma nota condenando as hostilidades. Confira o comunicado na íntegra:
“O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.
O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.
O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.
Toda força para quem luta por uma vida sem catracas."
MPL-SP

Texto 2 (no Blog do Gadelha):
 Virou zona, acabou
"O movimento dos 20 centavos parece chegar ao final. Exatamente ontem, quando colocou nas ruas um número fenomenal de simpatizantes, deu sinais de que está nos estertores. O jovem que estava pondo pra fora o seu grito de rebeldia e exibia a proposta de um mundo renovado, percebido através das redes sociais, parece chegar ao seu limite. O vandalismo falou mais forte, tomou conta das ruas. Os jovens estão intimidados, mas não estão derrotados. Lançaram um alerta fundamental: as transformações têm que avançar. O Governo tem que abrir o olho e evitar com todas as forças o lenga-lenga das relações políticas do atraso. O governo perdeu muito. Mas a oposição e a mídia perderam mais. Apostaram na derrota do Governo Dilma e do PT. Mas também foram surpreendidos pelos vândalos e amarelaram. Os tucanos acreditaram ter chegado a vez de ganhar votos, mas ficaram acuados. O não-partido de Marina, que poderia ter sido o maior dos beneficiários, encolheu. O PT, que tinha muitos dos seus quadros acomodados nas poltronas do poder, percebeu que precisa de sangue novo. Não pode apenas se vangloriar com o que fez – tem que fazer mais. E os nossos jovens, eternos guardiães da ousadia, podem estar aprendendo a mais importante das lições: onde não há organização não há vida. Acabou chorare. Mas não acabou a força desse novo tempo."

Texto 3 (no Conversa Afiada):
Vox Populi / CartaCapital: Dilma é favorita em todos os cenários eleitorais
"Se a eleição fosse hoje, presidenta teria 51% dos votos em uma eventual disputa contra Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos
A pouco mais de um ano para as eleições, a presidenta Dilma Rousseff aparece como favorita para a reeleição em todos os cenários para a disputa em 2014. É o que aponta a pesquisa Vox Populi / CartaCapital realizada entre 7 e 11 de junho.
Nas pesquisas de intenção de voto estimulada, quando o eleitor é submetido a uma lista de candidatos, Dilma venceria em um eventual confronto os possíveis candidatos Marina Silva (Rede Sustentabilidade), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Neste cenário, a presidenta conseguiria 51% dos votos, enquanto Marina e Aécio teriam 14% cada um e Campos, 3%. Votos brancos, nulos ou eleitores indecisos representam 18% do eleitorado.
Quando o cenário apresenta Dilma, Aécio e Marina, a presidenta apresenta 53% das preferências, enquanto o tucano mantém 15% e a ex-ministra do Meio Ambiente, 14%.
Quando o eleitor tem de escolher entre a presidenta, o tucano José Serra e Marina, Dilma volta a apresentar 51% dos votos, contra 18% do ex-rival da eleição de 2010 e 13% de Marina.
Performance semelhante apresenta Dilma em um quarto contexto, quando o eleitor se decide entre a presidenta, Serra, Marina e Campos. Enquanto a petista fica com 51% das preferências, Serra mantém 18%, Marina tem 13% e Campos fica com 3% das intenções de voto.
A presidenta conquistaria a maior parte dos votos femininos e masculinos. Entre os homens, 49% disseram pretender votar em Dilma – contra 17% que optariam pelo mineiro, 14% por Marina e 3%, pelo candidato do PSB. Entre as mulheres, Dilma é mais popular. Cerca de 53% das entrevistadas a têm como candidata preferida, enquanto 12% preferem Aécio; 13%, Marina Silva; e 3%, Campos."