Detalhes. Que não é aquela romântica do Roberto. O fato é que foi bom repostar ontem o artigo publicado pelo Felipe Muniz tempos atrás sobre a não percepção da passagem do tempo. É que estou nessa: se não fossem a Copa e as eleições, nem perceberia que 2014 passou feito rajada de vento em chegada de frente fria. Como será 2015?
E vamos em frente que atrás vem gente. A Copa foi um sucesso, apesar dos "não vai ter Copa" e a Dilma ganhou, apesar da descontrução da mídia por anos a fio. E que vai continuar. Interesses inconfessáveis. De nossa parte o orgulho de termos participado, humildemente, de sua eleição em 2010 e da reeleição neste ano.
E assim tem sido o blog desde 2009. Ou 2008, se considerarmos o período que estava em outro endereço. Foi quando o Felipe me convidou para complementá-lo nesta empreitada que teve muitos desafios neste passar dos anos. E eu agradeço a ele, apesar da relutância em aceitar, na época.
Dois desconhecidos dos meandros jornalísticos (não jornalistas) e do universo da Internet conseguiram manter vivo o ideal de abordar temas tão distantes como meio-ambiente, música, musas, política, humor, curiosidades, dicas de bem viver, etc.
Uma mistura que era para sobreviver uns dois meses chega ao sexto ano com mais de oitocentos mil acessos. Quer dizer, mais do que isso. É que o contador que colocamos aqui do "lado de fora" do blog não mede alguns tipos de acesso. Até hoje não entendi muito bem, mas o contador interno oficial do Blogger indica como "Histórico de todas as visualizações de página", um número acima de um milhão e meio de visitas! Nada mal para dois amadores que não tem tempo livre para se dedicar a este espaço como gostaríamos.
Neste momento agradecemos a esses visitantes que não conhecemos (Ok, alguns são amigos de longa data) e que pouco se expressaram ao longo deste tempo, mas que dão sempre uma olhadinha diária por aqui, sabemos disso.
Ao longo deste período, cerca de 5.600 posts foram publicados (daria alguns livros) o que garante uma visita contínua mesmo se pararmos de publicar qualquer coisa nova agora. Explicando melhor: muitos acessos são de pesquisa por assunto no Google que muitas vezes, entre as opções, indica o post específico no blog.
Se vocês perceberam que este post começa a soar como uma balanço de despedida, acertaram. De minha parte, não do Luiz Felipe. Acho que ele vai tentar manter na medida do possível o blog vivo e rezo para que consiga continuar com essa conquista.
Vou lhes dar o prazer de minha ausência por conta da mesma reclamação de sempre: como escrever posts realmente interessantes para um público eclético se mal temos tempo de "copiar e colar" o que outros escrevem?
Se não podemos manter um alto nível por nossa conta e começamos a ficar estressados com isso, é melhor parar. E essa história eu já conheço. Foi por este mesmo motivo que parei de publicar o Jornal Metamúsica há 14 anos, depois de 5 lutando para mantê-lo vivo. Mesmo com o sucesso do mesmo foi impossível para mim continuar com a empreitada.
Há outros motivos também, mas esses não vem ao caso. Entre eles não está a minha grande amizade e apreço pelo titular do blog, que permanece inabalável. Já lhe falei: seria bom arranjar um substituto para este escriba, gente muito melhor não falta. Desde que também seja amigo e pense de forma semelhante.
Não posso afirmar se esta é uma despedida definitiva. Se houver chance, quem sabe retorno. Mas fica mais uma vez o apreço por todos (até por aqueles que nos odiaram por nossa opção política) e um agradecimento especial ao Luiz Felipe Muniz, guru alguns degraus evolutivos acima deste colaborador.
E chega de explicações. É só que achei que nossos 17 leitores merecem um esclarecimento. E lhes dou o direito de comemorar. Ou ficar indiferentes.
Acredito que vou desaparecer um pouco também das redes sociais. Ficar mais no mundo real.
Mas fica a gratidão de minha parte.
Em tempo: que imagens são essas que ilustram este post? É mais um exemplo do que me incomoda. Há tempos quero fazer um post sobre alguns CDs que tenho importado de uma gravadora alemã, relacionando sua música de difícil classificação com as capas que eles escolhem. Mas não tive tempo. Bem pelo menos as belas capas com fotografias instigantes ficam registradas.
E como nosso blog sempre foi musical, encerro minha participação com uma bela canção do eterno Pink Floyd, "Wish You Were Here".
E, como dizia o Guilherme Arantes na música "Pedacinhos": "Adeus também foi feito prá se dizer... bye bye, so long, farewell... (...afinal a gente sofre de teimoso, quando esquece do prazer)".
Abraços e obrigado!
P.S.: O post acima eu escrevi ontem e programei para sair hoje, domingo. Só que ontem mesmo - em uma mesa de bar com algumas cervejas que ninguém é de ferro - conversei muito com o amigo Luiz Felipe e daí surgiu a ideia de algumas mudanças no blog para 2015 (ou ainda este ano).
Diante desses fatos novos, que não cabe ainda detalhar aqui, este post poderá ser apenas um até logo com possível retorno após recesso para um bom descanso. Veremos... De qualquer forma resolvi manter o texto original. Vai que sai o artigo sobre essas capas...
A capa do disco do Pink Floyd: 40 anos depois, ainda emblemática |