6 de novembro de 2015

A Crise Política e Econômica (e os possíveis canditados para 2018)

Mesmo tentando incessantemente fugir do debate político, depois de tantos anos no front (confesso: estou cansado), resolvi redigir rápida (tentativa de) análise da questão política/econômica atual.
Ao contrário do que muitos pensam, o Brasil sairá fortalecido de toda esta crise. Grande parte dela "vendida" como sendo devido aos "desmandos" do atual governo federal.
Lembrando que existem governos estaduais e municipais. E que temos, além do Poder Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário. E o "quarto poder": a grande imprensa que segue - aqui pra nós - "levemente" tendenciosa, sem assumir claramente o seu posicionamento, óbvio. Todos com sua parcela de culpa ou (Ok...) tentativas de resolver os problemas.
A crise atual teve o seu primeiro capítulo - e causador de tudo - no estouro da bolha imobiliária dos EUA em 2008. A explosão foi tão grande que continuou reverberando como um eco ao longo dos anos e em longas distâncias.
Com a globalização não dá para ninguém escapar quando existe um rombo nas economias mais importantes do mundo.
Depois dos efeitos nocivos nos EUA - onde o governo teve até mesmo que estatizar a Chrysler – por exemplo - para ela não quebrar (quem diria... ações ‘comunistas’ nos EUA) - a onda chegou entre 2010 e 2012 na Europa, atingindo mais fortemente Grécia, Portugal, Espanha e Itália (além de países menores, pouco citados).
No Brasil - e BRICs de forma geral - a onda demorou mais a chegar por conta de intervenções dos governos que tentaram a qualquer custo evitar danos à economia e, sobretudo, ao cidadão comum. Mas a crise internacional se prolongou além do previsto e da capacidade dos governos de segurarem a onda. Isso aconteceu em 2014. Desta vez não ficaram de fora o Brasil, a Rússia, África do Sul e até mesmo a toda poderosa China sentiu impacto no seu monumental PIB.
Além disso, existia a imensa dívida social que o país precisava resgatar, sob o risco de termos enormes convulsões sociais. Embora continuemos com uma distribuição de renda sofrível, o fato é que os programas sociais conseguiram pela primeira vez na história tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU (países onde se morre, literalmente, de fome). Um feito digno de Prêmio Nobel da Paz. Mas isso custa caro e é uma despesa que todos temos que pagar. Não é um problema do atual governo. Era um vergonhoso problema da história do Brasil.
Assim, dizer que o Brasil foi incompetente e que esta é uma crise exclusivamente brasileira é má fé mesmo.
Quanto ao fato de venderem a ideia de que o atual partido no poder "inventou a corrupção" soa como piada para desavisados. A corrupção é endêmica desde o Brasil Colônia, sabemos. E em quase todos os outros países também (desconfio que não dá nem para salvar os nórdicos, embora em menor escala, obviamente). Atualmente grande parte dela é devido ao financiamento privado de campanhas que o STF derrubou este ano, embora parte do Congresso ainda insista em manter o status histórico.
Pela primeira vez não há intervenção do Poder Executivo nas investigações e pela primeira vez existem investigações e punições embora pareçam ser parciais, escolhendo que caminho seguir e a quem punir, quando na verdade deveriam ser amplas, gerais e irrestritas, avançando inclusive em épocas anteriores que nunca foram investigadas embora existissem denúncias, todas devidamente engavetadas.
A 'seletivade' das investigações e indignações mostra um país artificialmente dividido, onde nem partidos de situação nem partidos de oposição se entendem. Muito menos o povão.
Embora não seja mostrado, o principal partido de oposição está em frangalhos e não herdará o espólio do partido atualmente no poder. Caciques brigam entre si e é possível que brevemente existam migrações para outros partidos, tentando sobreviver à crise que eles mesmo agigantaram. A teoria do ódio não deu certo e o golpe não prosperou. Fica cada vez mais claro para a população que tem gente querendo não resolver o problema e sim piorá-lo. Agora é a história da "farinha pouca meu pirão primeiro". E salve-se quem puder, afinal de contas novas eleições brevemente baterão à porta.
Mas... "apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia".
Não é um otimismo só meu nessa época sombria para (quase) todos, vejam dados atualizados apresentados pelo jornalista Miguel do Rosário: "Para 2016, o boletim Focus, que apura a opinião dos agentes privados, estima que a balança comercial será de US$ 26 bilhões, quase duas vezes maior que a prevista para este ano, de US$ 14 bilhões.
Os investimentos estrangeiros diretos, aqueles voltados para a produção, continuam altos: estima-se que atingirão US$ 65 bilhões este ano. O mundo continua apostando no Brasil.
Para 2016, a previsão é que os investimentos estrangeiros diretos continuem acima de US$ 60 bilhões.
É a prova mais contundente de que prognósticos sombrios não colam no Brasil por muito tempo.
À diferença de colegas latinos, temos uma economia diversificada, em vários sentidos. Exportamos de tudo e faturamos tanto com exportação quanto com consumo interno. Se o dólar sobe, exportamos mais. Se o dólar cai, compramos mais.
Também não temos os problemas recorrentes de alguns países desenvolvidos, como dívida pública excessiva e população velha.
Nossa dívida pública é relativamente baixa e nossa população ainda será bastante jovem por algumas décadas."
E assim, sigamos em frente, não percamos a fé, pois nosso país e os que o defendem somos maiores que tudo isso. Em que pese o momento de baixa no emprego e alta de inflação, em que pese muitos jogando para que isso piore, superaremos esses desafios. É aguardar para confirmar. Chega de pessimismo e de gente torcendo para o mar pegar fogo pra comer peixe frito. Sigamos em frente, unidos pelo bem de todos, sobretudo dos que mais precisam.
P.S.:
E 2018? Quais seriam os candidatos? Imaginei um cenário para as eleições presidenciais. Apenas uma das inúmeras possibilidades que vejo, observando o momento atual. Mês que vem pode ser outra. Algumas indicações são meras hipóteses a princípio não realizáveis e talvez até absurdas mas...
Vamos lá:
- PT: Lula
- PSDB: Aécio
- PMDB: José Serra (abandonaria o PSDB por causa de Aécio e do Alckmin)
- PSB: Geraldo Alckmin (abandonaria o PSDB por causa do Aécio e do Serra)
- PDT - Ciro Gomes (Cristovam Buarque corre por fora)
- REDE: Marina Silva
- PSOL: Jean Wyllys (Luciana Genro tentaria outra vez?)
- PV: Eduardo Jorge (leve suspeita de que Alvaro Dias poderia deixar o PSDB - por causa do Aécio, Alckmin e Serra - e vir candidato pelo PV)
- PRTP ou PSC - Jair Bolsonaro (neste caso Levy Fidelix ou Pastor Everaldo, um dos dois, ficaria de fora da disputa)
:)

Nenhum comentário: