9 de janeiro de 2013

Em época de BBB: Morrendo de tanta diversão - Discurso público na era do Show Business

Da série "Retrospectivas". Postado em novembro de 2011.

Faz algum tempo que não postamos aqui uma de nossas "séries" que denominamos ironicamente de "The Book Is On The Table". O certo hoje seria "The Book Is On The Tablet".
E o motivo é bem simples. Trata-se de resenhas acerca de livros que tenhamos lido recentemente e... como não temos tido tempo de ler nada de novo ultimamente...

O que me faz sentir saudades dos tempos em que lia uma média de um livro por semana. Ou ainda, quando lia até três livros simultâneamente.
Aí veio a ideia de fazer comentários sobre livros antigos que de alguma forma marcaram momentos de minha vida como leitor.

E logo de primeira me lembrei de três:
- "A Revolução dos Bichos" (1945, George Orwell): Uma fábula satírica sobre totalitarismo e socialismo, "narrando uma história de corrupção e traição, recorrendo a figuras de animais para retratar as fraquezas humanas".

- "1984" (1949, George Orwell): "O romance se tornou famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um determinado governo na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como o do "Big Brother" são utilizados extensamente."

- "Admirável Mundo Novo" (1932, Aldous Huxley): "Narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse "futuro" criado por Huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual".

Sobre esse último, décadas depois, Aldous Huxley voltou ao assunto em "Retorno ao Admirável Mundo Novo", um ensaio onde demonstrava que muitas das "profecias" do seu romance estavam se realizando graças ao "progresso" científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos.

Bem, eu falei em retornar a livros antigos, mas isso não significa que eu os tenha lido na época de lançamento (rs). "1984", por exemplo, eu li em... 1984! Já os outros dois li nos anos 1970.
O romance de Orwell inspirou Rick Wakeman (tecladista do Yes) em um álbum também chamado "1984".

Mas este post acabou não sendo uma resenha sobre os livros. Por coincidencia me chegou via e-mail uma pequena história em quadrinhos baseada em um outro livro, do educador e especialista em novas tecnologias, Neil Postman. O livro chama-se "Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business" de 1985. Em uma livre tradução seria "Morrendo de tanta diversão: discurso público na era do Show Business".

A HQ é de autoria de Stuat McMillen, feita em 2004 e traz um pequeno resumo do livro de Neil Postman que nada mais é do que uma comparação das visões de futuro de Orwell e Huxley. Para o autor quem atualmente tem um percentual de acerto maior é Aldous Huxley.

Vejam a HQ que reproduzimos abaixo e entenderão melhor. Aproveitem para tirar as próprias conclusões sobre o que vivemos atualmente.









4 comentários:

Ryan disse...

Veja só Marcos, corroborando seu post essa publicação no Blog Com Texto Livre que dá conta que um dos melhores e mais acompanhados perfis do Twitter em 2012, o do polêmico Paulo Cesar Pereio, era falso. Aldous Huxley na veia em tempo de Facebook, Gmail, JN, Smarthpones, etc.


@pereio1: A maior trollagem de todos os tempos do Twitter?

E a grande polêmica no Twitter é o recém desativado (não se sabe por quanto tempo) perfil @Pereio1 . Ele foi o que mais brilhou em 2012. Disse o que quis e bem entendeu. Botou a boca no trombone, sem censura e sem juízo. Falou o que todo mundo queria e não tinha coragem. Foi bravo, foi o herói da vez. Sobretudo à época do julgamento do Mensalão pelo STF. Desacatou, esbravejou, vociferou. Audacioso, corajoso, estrepitoso, feroz, audaz, sagaz. Encantador!
Falou, disse e escreveu não leu o pau comeu! Enfim, a TL de @Pereio1 brilhou como superstar do microblog de 140 caracteres. A ponto de ser levantada uma proposição para um prêmio na rede ao @Pereio1 de “Melhor Twitter 2012″.
Mas eis que, meus amores, no auge desse entusiasmo e euforia, quando todos já apoiavam a ideia, num verdadeiro “fã-clube de @Pereio1″ espontaneamente formado, deu-se a ducha gelada: O perfil Pereio1 não era o Paulo Cesar Pereio. Era um fake fazendo-se passar por ele!
Até que começaram as postagens preocupantes… O perfil @roteirodecinema, na verdade o Fernando Marés, que tem o telefone do Pereio, teria ligado perguntando e ele negara tudo. E mais: dissera que está revoltado com o que ouviu que disseram que ele disse!
Ai que babado! Este sim é o verdadeiro Tuitaço, aço, aço…
O perfil @ZehdeAbreu, amigo de fé irmão camarada do Paulo César Pereio, veio endossar a afirmação dizendo que seria inimaginável o Pereio real passar horas do dia diante de uma tela de computador.
Há quem estranhe essa reviravolta e a classifique como “a maior trollagem de todos os tempos do Twitter”. Até porque há registros (pelo menos de memória) de diálogos de @ZehdeAbreu com @Pereio1.
Há também quem especule que Pereio, o real, esteja sofrendo algum tipo de pressão devido a alguma postagem feita…
Mas no mundo virtual tudo é virtualidade, o real pode ser fantasia, somos só o eventual, o medo nos reduz ao nada, o sonho é o real…

http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/01/pereio1-maior-trollagem-de-todos-os.html

Anônimo disse...

Uma aplicação da profecia de Audous Huxley são as estratégicas midiáicas de manipulação da informação misturada a toneladas de dados impossíveis de serem analisados a toque de caixa. O expectador apenas ouve e acredita em tudo. Isso se dá sobretudo na política, como vimos com o julgamento do Mensalão e as jogadas já visando as eleições de 2014.
O texto abaixo mostra um pouco disso. E logo nas três primeiras frases.

A mídia e o sangramento de Dilma
Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Lembra-se da crise da febre amarela, Eduardo Guimarães?

E a da gripe suína, que afetaria 67 milhões de brasileiros em oito semanas?

Sem falar no caos aéreo, logo depois que Lula derrubou um avião e foi acusado de homicida - por um psicanalista! - na capa da Folha de S. Paulo.

Mal 2013 começou e estamos de volta às crises em série, que devem continuar até as eleições de 2014.

Bem que o Marcos Coimbra avisou.

Ele também alertou que o maior risco para Dilma nas eleições do ano que vem está na organização — ou falta de — da Copa do Mundo.

O que muito nos diz sobre a pobreza do debate político no Brasil.

Não que eu acredite na qualidade gerencial dos governos brasileiros — federal, estaduais ou municipais.

Mas as crises, estas são artificiais, bombadas politicamente pela mídia. Não há, por exemplo, “crise do transporte público” em São Paulo. Talvez ela seja descoberta agora que Fernando Haddad, do PT, assumiu a Prefeitura.

Porém, o leitor dos jornalões paulistas talvez já esteja estocando velas em casa, à espera do racionamento líquido e certo de energia elétrica.

Racionamento que vai ao coração da capacidade gerencial de Dilma Rousseff: ela foi a responsável pela reforma do setor no primeiro mandato de Lula.

Dilma saiu pela tangente no debate sobre o julgamento do mensalão, que fulminou José Dirceu. Talvez tenha sido pega de surpresa, mesmo, pelo caso Rosemary Noronha, que abalou o ex-presidente Lula. Ou não.

Quem conhece a federação de interesses que sempre foi o PT especula que, ainda que não torça nem colabore com isso, Dilma sai fortalecida pelo enfraquecimento relativo de Dirceu e Lula.

Isso não significa, no entanto, que terá qualquer refresco nas campanhas midiáticas.

Elas “coincidem” - assim, por acaso - com a apresentação de Aécio Neves como o autor de um bem sucedido choque de gestão em Minas Gerais.

Dilma fugiu da política para o debate da “eficiência”. É lá que os tucanos e a oposição midiática pretendem persegui-la.

Anônimo disse...

EXCELENTE!!!!

Anônimo disse...

EXCELENTE!!!!