27 de junho de 2015

Dá para piorar um pouco mais ou tá na hora de começarmos a apaziguar os corações? (ou: "Amazing Grace")

Vi na TV ontem o presidente Obama cantando "Amazing Grace" e refleti sobre o significado desta canção e das religiões.
Curiosa esta contradição. Em diversas partes do mundo um dos pontos nevrálgicos é a intolerância religiosa.
Aliás vivemos um momento de intolerâncias diversas.
Além do quesito religião, temos as questões raciais - na verdade étnicas, pois só existe uma raça humana -, de gênero (vide as comemorações e o ódio despertados pela recente decisão da Suprema Corte americana), políticas/sociais (caso bem visível no Brasil de hoje), etc. etc.
A intolerância se estende às opiniões divergentes e parece que não se sabe mais o que significa consenso ou bom senso. Nem ao menos tolerância.
Será que chegamos ao momento limite que temos de apaziguar nossos corações ou precisa piorar mais ainda?
Não se pode dizer que seja errada a teoria de que tudo de ruim sempre esteve aí, só que agora as redes sociais espalham e eventualmente fomentam os fatos.
Por isso também que não se pode criticar quem opta por ficar totalmente offline. Ou para de ver o Jornal Nacional que tem preferência obsessiva por selecionar à dedo notícias negativas com o objetivo de fechar nosso dia pessimamente.
Difícil dizer que contribuição positiva podemos dar nestes campos tão complexos, mas há de se fazer um esforço individual no sentido de entender este momento e a partir daí agir de forma singela, onde for possível, tendo em mente que muitos outros podem não estar na mesma vibração, no mesmo pensamento, no mesmo grau evolutivo. 
Por exemplo, podem estar mais evoluídos que eu, que vivo tentando escrever alguma coisa que não seja considerado um traço de imbecilidade por alguns. Acho.
Mas o tema do post é "Amazing Grace". Voltemos a ele. Obama desafinou um pouquinho mas o que vale é a intenção. De apaziguar corações.
O fato é que, apesar de conhecer o hino (gravado até por astros de Pop/Rock e acho que é por isso que eu conhecia), não sabia a sua origem.
Aproveitei a oportunidade e fui pesquisar na Wikipedia. Divido com vocês parte da história, bem como a tradução e uma interpretação especial. Bem melhor que a do Obama ontem.


"(...) Depois de um curto tempo na Marinha Real, John Newton iniciou sua carreira como traficante de escravos. Certo dia, durante uma de suas viagens, o navio de Newton foi fortemente afetado por uma tempestade. Momentos depois de ele deixar o convés, o marinheiro que tomou o seu lugar foi jogado ao mar, por isso ele próprio guiou a embarcação pela tempestade. Mais tarde ele comentou que durante a tempestade ele sentiu que estavam tão frágeis e desamparados e concluiu que somente a Graça de Deus poderia salvá-los naquele momento. Incentivado por esse acontecimento e pelo que havia lido no livro, Imitação de Cristo de Tomás de Kempis, ele resolveu abandonar o tráfico de escravos e tornou-se cristão, o que o levou a compor a canção Amazing Grace (em português: "Graça Maravilhosa"). Amazing Grace ( Sublime Graça ), é um dos hinos mais cantados por denominações religiosas, há muitas versões desta canção. (...)"

"Sublime Graça"

Sublime graça! Como é doce o som,
Que salvou um miserável como eu!
Uma vez eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Estava cego, mas agora eu vejo.

Foi a graça que ensinou meu coração a temer,
E a graça aliviou meus medos;
Como preciosa essa graça apareceu,
A hora em que eu acreditei!

Através de muitos perigos, labutas e armadilhas,
Eu cheguei;
É a graça que me trouxe em segurança até o momento,
E graça vai me levar para casa.

O Senhor prometeu o melhor para mim,
Sua palavra assegura a minha esperança;
Ele será meu escudo e porção será,
Enquanto a vida durar.

Sim, quando esta carne e coração falhar,
E a vida mortal, cessar,
Eu devo possuir, dentro do véu,
Uma vida de alegria e paz.

A terra em breve se dissolverá como a neve,
O sol deixará de brilhar;
Mas Deus, que me chamou aqui em baixo,
Será para sempre meu.

John New­ton, Ol­ney Hymns (Lon­don: W. Ol­i­ver, 1779)


4 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo.
E tendo em vista o âmbito racial o técnico da seleção ontem deu uma declaração bem infeliz. Mas como você disse, sejamos tolerantes.

Cirlo disse...

O enredo do Jornal Nacional é fácil de perceber. Eles só costumam dar algum alívio nos sábados. O resto dos dias são 5 minutos de previsão do tempo, cinco minutos de esportes e 30 minutos de notícias ruins. Será que não acontece nada de bom neste mundo?

Fatima Dias disse...

Marcos, gostei muito do post. Uma abordagem leve, sensível e sensata, para um tema tão degradante, que infelizmente retrata a nossa realidade. Obrigada. Beijos

Marcos Oliveira disse...

Obrigado pelas palavras Fátima! Grande incentivo. Bjs.

Agradecemos também ao Anônimo e ao Cirlo que nos incentivam com seus comentários e acrescentam opiniões importantes.

Abraços.