24 de maio de 2009

Rock Rural: Por Uma Casa no Campo

Houve um tempo em que a música popular feita no Brasil arriscava-se a ser universal, sem perder uma identidade, única. De uma Bossa-Nova que era Samba e era Jazz, um Tropicalismo que era MPB e era Lisérgico, até um Clube da Esquina que era de uma “região demarcada” e era mundial, como a Música Clássica. Desta mesma essência houve o ensaio de um movimento, que tinha muitas semelhanças com o citado Clube da Esquina, mas que não chegou a se desdobrar como merecia. Os velhos ‘conceitos de mercado’ não ajudaram. Foi o Rock Rural, o Folk-Rock Brasil. Não era Country, nem música sertaneja. Infelizmente nunca foi feito um estudo sobre isso, mesmo porque as idéias eram incipientes. Nada chegou a se consolidar. Mas poderíamos citar Tavito, o grupo Carma, parte da produção de O Terço, Bendengó, Zé Geraldo, os dois primeiros trabalhos de Zé Ramalho, alguma coisa feita pelo 14 Bis, etc. Essa pequena introdução é só para registrar a nossa perda da semana: Zé Rodrix. Era ele com o Progressivo Som Imaginário (junto com Wagner Tiso, Tavito, Robertinho silva, Luis Alves e Laudir de Oliveira, que depois iria atuar junto com os americanos do Chicago) e depois com Sá e Guarabyra, que era um dos motores do citado Rock Rural. “Casa no Campo” (interpretada aqui por Elis Regina) continua sendo o hino desse modo de fazer música e ver a vida, que permanecerá para sempre presente em qualquer lista das melhores de todos os tempos. Agora Rodrix, está em sua casa de campo, muito bem localizada: no céu, com vista para um riacho cristalino e um verde de folhagens brilhantes. Boa aposentadoria, caro amigo. Dos seu fãs, Marcos e Felipe.


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