19 de março de 2013

Resiliência: Como Vergar Sem Quebrar

Tem muitos 'ditados' populares antigos que parecem superar o tempo e dizem verdades (ou meias verdades) que se aplicam a muitas situações.

Por virem do povo são às vezes engraçados e até simplórios mas nem por isso são totalmente 'não aplicáveis'.

Aplicam-se a situações do dia a dia até a uma análise de um texto científico ou opinião sobre espiritualidade, por exemplo.

Alguns:
- Falar é fácil, fazer é difícil.
- Pimenta nos olhos dos outros é refresco (tem outra versão, rs.).
- Cada um a seu modo.
- Deus dá o frio conforme o cobertor.
- A instrução é a luz do espírito. 
E por aí vai. São milhares.

Assim como são milhares as frases que podem ser usadas como 'auto-ajuda', as chamadas 'mensagens positivas'.
Exemplos:
- Quando o sofrimento vir ao seu encontro, deixe cair dos seus olhos uma lágrima.. Pois nessa lágrima pode existir o caminho para a vitória! 
-  Seja forte nos embates da vida e não desanime se o sofrimento o visitar, em sua pessoa ou nas pessoas que lhe são caras. O sofrimento, além de purificar-nos, realiza o aprimoramento de nossa força interna. Ninguém consegue progredir, sem sofrer o exame da natureza, que verifica se realmente sabemos ser fortes, suportando as dores. 

Resolvi citar esses ditados e frases porque li e reproduzo parcialmente abaixo um estudo sobre o conceito de resiliência que está por trás de muitos desses mesmos ditados e frases.
Nesses dias de turbulência em tantas partes do mundo e na vida pessoal de cada um, conceitos como estes devem ser entendidos e, pelo menos, tentar sua aplicação.
É claro que falar é fácil...


Como vergar sem quebrar
Em situações difíceis, o conceito de resiliência ganha popularidade ajudando a capacitar pessoas e organizações a superar dificuldades e se fortalecer.
Por Marleine Cohen

"Empatia, tenacidade, mas também flexibilidade mental e otimismo. Estas são as principais características associadas à resiliência. Emprestado da física, que utiliza o conceito para designar a propriedade dos corpos elásticos de se deformarem sob ação de alguma força e retornarem à forma original quando a tensão cessa, o termo derivado do latim resilientia significa “voltar ao normal”.

No campo do comportamento humano ele remete à capacidade de superar adversidades, transformando experiências negativas em aprendizado – uma habilidade crucial em circunstâncias tão distintas quanto a ocorrência de um tsunami devastador, no Japão, em março de 2011, o atentado terrorista nos Estados Unidos, de 11 de setembro de 2001, ou a história incomum do físico Stephen Hawking, que formulou a teoria da cosmologia quântica após ser acometido por uma doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica.

“Ser resiliente é ter capacidade de enfrentar crises, perdas, rupturas, transformações e desafios, elaborando as situações e recuperando-se”, explica Paulo Yazigi Sabbag, professor de gestão do conhecimento da Fundação Getulio Vargas, de São Paulo, e autor do livro Resiliência: Competência para Enfrentar Situações Extraordinárias na sua Vida Profissional.

Segundo George Barbosa, diretor da Sociedade Brasileira de Resiliência, empresa privada paulista que oferece treinamento de recursos humanos, a resiliência é o processo interativo entre o indivíduo e o contexto em que está inserido. Cientificamente pode ser descrita como o equilíbrio entre as condições de risco e as condições de proteção. “Falamos em equilíbrio, pois é a capacidade de a pessoa balancear as suas crenças na presença de perigos: quanto maior esta competência, maior a resiliência.”

Como se fosse resultado de um conjunto de habilidades em perfeito equilíbrio, a resiliência – a versatilidade de “gente-bambu” –, como denomina Sabbag, depende de uma série de fatores para se impor, entre eles dois em especial: a temperança, ou capacidade de regular as emoções em situações difíceis, mantendo a serenidade; e o otimismo aprendido como “modo de encarar o mundo de forma positiva, considerando as dificuldades como temporárias”.

A grande notícia é que tanto a temperança quanto o otimismo podem ser aprendidos. No primeiro caso, existem técnicas – a respiração diafragmática, a meditação ou exercícios de alongamento, entre outros – que permitem manter emoções arrebatadoras sob controle. No segundo, há que se prestar atenção nos “gatilhos” (adversidades) que disparam o desamparo, irmão siamês do pessimismo – isto é, a sensação de que não vale mais a pena agir.

Em São Paulo, a Sociedade Brasileira de Resiliência dá cursos para ajudar diferentes agentes públicos – motoristas de ônibus, enfermeiros, policiais e executivos, entre outros – a pensar a vida sob um prisma positivo. “O modo de fazer isso é ensinar a olhar as adversidades sob uma ótica de esperança: foco no futuro e a fé de que sempre haverá uma saída, são alguns referenciais”, relata Barbosa. Segundo ele, o resultado dessa aprendizagem é mais maturidade e qualidade de vida: “Administrar emoções não quer dizer que não haverá dor ou sofrimento. Mas a superação é mais rápida”. "
(...)
Para alguns, a resiliência é uma característica de nascença. “Algumas pessoas já nascem mais resilientes, assim como outras nascem mais agressivas ou mais passivas. Elas já têm uma capacidade de se reestruturar e se transformar dependendo do desafio”, diz Ana Maria Rossi. No entanto, essa capacidade pode ser aprendida em qualquer fase da vida.

A resiliência não é bem uma característica que você possui ou não: há graus variados de como uma pessoa consegue lidar com o estresse. “A resiliência é o resultado de fatores internos (sua subjetividade e sua estruturação psíquica) e externos (circunstâncias sociais, econômicas, ambientais) e o produto disso é a criação de um sentido para a própria vida por meio do estabelecimento de um rumo, uma direção que perpasse os objetivos e projetos na vida de uma pessoa”, explica Débora Nemer Pinheiro. Uma química de vida.

Desta forma, é possível tanto aprender a ser resiliente como aumentar o grau de resiliência. Para se tornar uma pessoa resiliente, é preciso muita força de vontade e trabalhar com um profissional. A terapia pode ajudar a conquistar mais tolerância a mudanças, a definir objetivos de vida, a ser mais otimista, a respeitar seu próprio comportamento e a fortalecer a estrutura emocional diante da adversidade.

Além disso, é importante contar com o apoio do grupo em que se está inserido e com  o amor das pessoas que nos cercam. A resiliência é uma dança bem-sucedida na música da vida, mas não uma dança com bailarinos solitários: ela pede parcerias, empatia, encontros. Fala de amor."

Vejam o artigo completo na Revista Planeta.

3 comentários:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Que pena! Tanta coisa boa aqui para serem lidas, mas as figuras se sobrepõem e nos deixa a ver navios, isto, é, vasos, pessoas, etc, etc... e o texto se perde em meio a isso.

" Quem muito quer tudo perde"

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Uê! Melhorou!!! Será que não tinha visto direito...

( Agora vou ler...)

Marcos Oliveira disse...

Boa sorte!