8 de outubro de 2013

Vandalismo como rotina

Ontem, ao assistir ao vivo a baderna no centro do Rio, me fiz a mesma pergunta do jornalista Ricardo Kotscho, que ele desenvolve no artigo a seguir.
Acho que todo mundo sabe o que são reivindicações legítimas, passeatas de protestos, etc. Faz parte da democracia.
Agora destruir patrimônio público e privado, impedir o ir e vir, colocar transeuntes em pânico, etc. utilizando máscaras e objetos que machucam, isso não me parece ser democracia e quero crer que a maioria absoluta da população não concorda e não quer isso.
Aí fica a pergunta: esses vândalos estão protegidos pela força da lei e justiça, do estado, dos governos, dos legisladores? Porque esses não fazem nada?
Se eu jogar uma pedra em uma vitrine de loja ou banco, eu estou dentro da lei? Não deveria ser preso na hora?
Acho que o Kotscho complementa esse tema de maneira como deve ser tratado.
Que espera o governo para agir contra onda de vandalismo?

"As cenas de vandalismo explícito, no Rio e em São Paulo, exibidas durante a noite de segunda-feira na televisão, com mascarados armados destruindo tudo o que encontravam pela frente e atacando sem medo a polícia, que demorou a agir, estão se transformando numa perigosa rotina, sem que se tenha qualquer notícia sobre alguma providência tomada pelo governo federal para agir de forma organizada contra estes grupos fascistas.

Já passou da hora de o Ministério da Justiça acionar a Força Nacional para, junto com as polícias estaduais, tomar medidas concretas para evitar que esta onda se alastre pelo resto do país, com a formação de outros grupos organizados inspirados nos chamados "black blocs", e tome proporções incontroláveis quando a campanha eleitoral esquentar no próximo ano.

Fiz a pergunta do título a uma fonte próxima da presidente Dilma, que não tinha ainda pensado no assunto, mas me disse que a ação do governo federal no momento se limita à área de inteligência, passando informações às polícias do Rio e de São Paulo sobre quem são os integrantes destes grupos.

Pelo jeito, esta colaboração até agora não funcionou. Os rituais de violência se repetem dia sim, dia não, exatamente da mesma maneira: as manifestações por reivindicações específicas, como no caso dos professores cariocas que receberam ontem o apoio dos seus colegas paulistas, começam sempre pacíficas e, ao seu término, surgem os mascarados armados que atacam indiscriminadamente prédios públicos e privados, lojas comerciais, viaturas da polícia, agências bancárias, ônibus, bancas de jornais, e o que mais encontrarem pela frente.

No Rio, até o consulado americano e o Clube Militar foram atacados com martelos e bastões de ferro, as armas utilizadas pelos celerados juntamente com morteiros e estilingues para atirar bombas de coquetel molotov. Em São Paulo, um carro da Polícia Militar foi incendiado e tombado.

Ao final, alguns são presos. Ontem, foram detidos oito em São Paulo e 14 no Rio, mais ou menos a média de outras manifestações. O problema é que a polícia prende e a Justiça manda soltar. Destes que foram presos na noite de segunda-feira, quantos continuam na cadeia? E o que acontece com quem é fichado e denunciado por destruição do patrimônio público e outros crimes contra a ordem pública? Não tenho notícia de alguém que já tenha sido julgado e punido.

Assim, na certeza da impunidade,  eles vão se multiplicando e agindo cada vez com maior violência. Não são muitos, apenas algumas centenas no Rio e em São Paulo, mas o suficiente para paralisar as regiões centrais das principais capitais brasileiras e provocar o pânico na população, sem falar nos crescentes prejuízos causados ao comércio e aos cidadãos impedidos de se deslocar entre a casa e o trabalho.

A Força Nacional conta com um efetivo de apenas 8 mil homens, mas a simples presença deles nas ruas, junto aos policiais estaduais, poderia ao menos intimidar estes baderneiros sem causa, que acabam prejudicando as próprias manifestações legítimas das categorias profissionais e de setores da sociedade que reivindicam melhores serviços públicos.

O que não dá para entender é o silêncio obsequioso do Ministério da Justiça diante desta situação, como se as cenas de verdadeira guerra civil que vimos ontem no Rio e em São Paulo estivessem acontecendo em algum outro país. A um ano da Copa do Mundo, dá para imaginar que imagem do país está sendo levada lá para fora, assustando os que pensavam em vir ao Brasil para acompanhar a competição. Será que ninguém no governo ainda não pensou nisso?"

Fonte: Balaio do Kotscho

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma vergonha. Cadê aquela comissão formada no Rio? Não fizeram nada! Ministério Público, OAB... Quem tem de ser protegido?